sábado, 30 de novembro de 2019

A ciência garante: você deve priorizar o sono

A ciência garante: você deve priorizar o sono

Por , em 30.11.2019 Às vezes, quando temos muita coisa para fazer ou para aproveitar, dormir parece desperdício de tempo. Vou te contar: não é.
Dormir é tão essencial para a saúde que cada vez mais estudos têm se debruçado sobre a função do sono e feito apelos para as pessoas se conscientizarem da importância de passar uma noite inteira descansando bem.
A ciência já concluiu que dormir bem:
  • fortalece o sistema imune;
  • ajuda a regular o metabolismo;
  • limpa toxinas que se acumulam no cérebro, prevenindo doenças neurodegenerativas;
  • ajuda a fixar a memória e o aprendizado.

Sono nos animais

O sono é essencial para todos os animais, mas tem características diferentes em cada espécie.
Por exemplo, girafas só precisam dormir 30 minutos por dia. Os cientistas acreditam que esses animais desenvolveram uma maneira mais eficiente de fazer a mesma “restauração cerebral” que os humanos fazem, só que em bem menos tempo.
Isso porque as girafas não podem se dar ao luxo de passar muitas horas desacordadas – afinal de contas, elas vivem em savanas africanas ao lado de predadores como leões, hienas e leopardos.
Já os golfinhos precisam de uma solução diferente no que diz respeito ao sono: enquanto vivem (e dormem) debaixo d’água, precisam ir até à superfície para respirar. Então como fazem para não sufocar quando querem tirar uma soneca?
Bom, na verdade, golfinhos só descansam metade do cérebro por vez, trocando o “sono” de lado a cada quatro horas. Assim, podem continuar nadando e respirando.

Tipos de sono

Os seres humanos possuem dois “tipos” ou estados distintos de sono: o mais lento, chamado de “sono não REM”, e o com atividade cerebral mais rápida, chamado de “sono REM”. REM é uma sigla em inglês para “movimento rápido dos olhos”.
Em um indivíduo normal, o sono não REM e o REM alternam-se ciclicamente. O REM, caracterizado pela atividade cerebral mais rápida com relaxamento muscular máximo, é a fase onde ocorrem os sonhos.
Já o não REM é dividido em três estágios, segundo a progressão da sua profundidade (N-1, N-2 e N-3, sendo o último o mais profundo).
De acordo com o cientista Aric Prather, da Universidade da Califórnia em São Francisco (EUA), ambos os tipos são importantes para a saúde porque desempenham funções diferentes no organismo.

Os riscos de dormir pouco

Nem sempre é fácil ter uma boa noite de sono. Diversos fatores desempenham um papel nessa atividade, incluindo ritmos circadianos, hormônios como melatonina e neurotransmissores como dopamina.
Para indivíduos de 18 a 65 anos, os especialistas acreditam que a quantidade de sono ideal seja de sete a nove horas por noite, sendo sete o mínimo.
E você deveria se esforçar para conseguir todas essas sete horinhas: as pesquisas têm mostrado muitos ricos de saúde associados a uma noite de sono curta, especialmente para pessoas que dormem cinco horas ou menos.Dormir pouco ou mal tem um impacto muito negativo no cérebro, exercendo um papel em doenças neurodegenerativas como Alzheimer e Parkinson. Por exemplo, indivíduos com apneia do sono possuem um risco 26% maior de desenvolver Alzheimer.
Prather explica que o sono pode atuar como um “lava-louças” do cérebro, evitando o acumulo de proteínas que causam demências. Novas formas de tratamento dessas condições, inclusive, podem abarcar a promoção de ciclos mais naturais de sono. “Estou animado com o futuro da medicina do sono”, disse o especialista. [Wired, InstitutodoSono] HScyence - Dez/19

sexta-feira, 29 de novembro de 2019

E se a Terra fosse plana?

E se a Terra fosse plana?

Por , em 28.11.2019 O mundo é redondo e todo mundo sabe disso há milhares de anos.
Como se não bastasse toda a evidência científica (e até fotográfica, depois que os primeiros satélites foram lançados), no entanto, um grupo de pessoas (que bizarramente tem crescido e ficado mais popular nos últimos tempos) insiste em não “acreditar” no que elas chamam de “conspiração”. Para os chamados terraplanistas, o planeta é na verdade plano.
Da próxima vez que você se deparar com uma dessas curiosas criaturas, dê a ela a resposta que merece: “se a Terra fosse mesmo plana, querida, você não estaria viva”.

Gravidade = planetas esféricos

Desde a década de 1850 sabemos que planetas planos são impossíveis. Foi nesse período que o astrônomo James Clerk Maxwell demonstrou matematicamente que um planeta em formato de disco não é estável no cosmos.
De acordo com o cientista planetário David Stevenson, do Instituto de Tecnologia da Califórnia (EUA), se a Terra fosse um disco chato ao invés de uma esfera, teria que girar muito rápido, o que a rasgaria em milhões de partículas.
A gravidade puxa os objetos igualmente de todos os lados, o que explica por que os planetas são esferas (ou quase isso). Sob as condições reais de gravidade, é simplesmente impraticável existir um planeta plano.
E, sem gravidade, não teríamos atmosfera, marés e nem mesmo a lua. Aliás, não teríamos a estrutura de camadas da Terra (crosta, manto e núcleo). As placas tectônicas também não funcionariam. Ou seja, nada existiria, muito menos os seres humanos.

Uma teoria x um monte de informações aleatórias

Um terraplanista, ao tentar defender sua ideia, vai provavelmente soltar um monte de asneiras nada científicas como “explicações alternativas” para as nossas observações do mundo real.O problema é que elas muitas vezes parecem sérias – frequentemente envolvem escolhas aleatórias de hipóteses científicas reais aplicadas a fenômenos diferentes.
Por exemplo, sabemos que tanto a Terra quanto a lua são esféricas por causa da gravidade. Terraplanistas precisam inventar explicações diferentes e independentes para cada caso para comprovar sua teoria e, embora elas pareçam possíveis, são muitas vezes contraditórias. A ciência não funciona assim.
“Se pudermos explicar mil observações com uma teoria, uma teoria simples, é melhor do que explicar mil observações com mil teorias”, resume James Davis, geofísico da Universidade de Columbia (EUA).
Dito isso, é provável que alguém que realmente pense que a Terra é plana (e que portanto crê que milhares de cientistas do mundo todo estão envolvidos em uma conspiração maciça por absolutamente nenhum bom motivo) não vá dar bola para esse tipo de fato. Sendo esse o caso, se afaste; vai que é contagiante… [LiveScience] - HScyence - Nov/19

sábado, 23 de novembro de 2019

Fotos: como ficam os pulmões humanos após 30 anos de fumo

Fotos: como ficam os pulmões humanos após 30 anos de fumo

Por , em 22.11.2019 De acordo com o portal The Bored Panda, fumantes têm duas vezes mais chances de sofrer um ataque cardíaco e 30 vezes mais chances de ter câncer de pulmão em comparação com os não fumantes.
Só que você provavelmente já sabia disso. Viciado em cigarro ou não, a maioria das pessoas tem informação suficiente para conhecer os males que ele causa. A possibilidade de ficar doente, porém, é muito abstrata para ser considerada.
Agora, o que você acha que olhar para os danos em primeira mão? É uma imagem poderosa, te garanto. Tanto que médicos chineses a postaram na internet com a legenda “você ainda tem coragem de fumar?”

Pulmões de um fumante

Os pulmões acima pertenciam a um homem de 52 anos que faleceu devido a doenças pulmonares.
Nem é necessário dizer que ele fumou por 30 anos, não é mesmo? Só assim para ficar com órgãos tão enegrecidos e inflados, em comparação com os pulmões cor de rosa de uma pessoa saudável.
As imagens e vídeo chocantes foram feitos por cirurgiões designados para coletar os órgãos do paciente. Ele havia se inscrito como doador, mas, infelizmente, quando o abriram, os médicos rapidamente perceberam que não poderiam usar suas partes.
Segundo o cirurgião que liderou a operação, o Dr. Chen Jingyu do Hospital Popular de Wuxi, na China, o paciente não foi submetido a uma tomografia computadorizada antes de ser declarada sua morte encefálica. Testes iniciais do índice de oxigenação pareciam bons, mas quando a equipe começou a colher os órgãos, notou que eles não eram adequados para doação. [TheBoredPanda]

sábado, 16 de novembro de 2019

História e Composição Química do Creme Dental

História e Composição Química do Creme Dental

Os principais componentes do creme dental são: abrasivo, solvente, umectantes, espumante, aglutinante, edulcorante e agentes terapêuticos como os sais de flúor.
A preocupação com a aparência tem sido uma grande preocupação do homem desde a mais remota antiguidade e, isso inclui a limpeza e clareamento dos dentes. Isso não é só importante pela estética, mas também para nossa saúde e sobrevivência.
Assim, para realizar a limpeza dos dentes por volta de 4000 a. C os egípcios criaram um dos primeiros dentifrícios de que se tem registro. Um dentifrício é um preparado para a limpeza dos dentes. Ele era constituído de pedra-pomes pulverizadas (formadas por 70% de óxido de silício e 30% de óxido de alumínio) e vinagre
Os mais ricos o aplicavam nos dentes com pelos de cavalos. Os pobres usavam pequenos ramos dos arbustos ou mesmo os dedos.
Pedra-pomes usada nos primeiros dentifrícios
Mais tarde, por volta de 300 a 500 a.C. os chineses produziram um dentifrício com cinza, ossos de boi, arroz em pó e casca de ovos em pó, cujo principal componente é o carbonato de cálcio.
No século I d.C. os romanos pegaram a mistura de pedra-pomes e vinagre e acrescentaram os mel, sangue, carvão, olhos de caranguejos, ossos moídos da cabeça de coelhos e urina humana para deixar os dentes mais brancos.
Foi somente em 1850, nos Estados Unidos, que se criou o primeiro dentifrício parecido com o que usamos hoje e que era de interesse comercial. Um dentista americano o criou, fazendo-o primeiro na forma de pó e posteriormente ele foi passado para a forma de pasta.
Existem dentifrícios das mais variadas formas: em pó, líquidos e em pasta, sendo este último o mais usado no mundo todo.
O que chamamos de pasta ou creme dental é um dentifrício que possui geralmente como principais componentes os alistados na tabela abaixo:

Composição química dos dentifrícios em pasta
Os componentes das pastas de dente que são os mais importantes para a limpeza adequada são os abrasivos, pós insolúveis em água que mantêm a uniformidade e tamanho das partículas. Os principais abrasivos usados são o carbonato de cálcio (CaCO3) e o óxido de silício (SiO2).
Esses abrasivos são básicos, diminuindo a acidez da boca, porque o meio ácido favorece a formação de cáries. Isso acontece porque o principal componente do esmalte dos dentes é a hidroxiapatita,Ca5OH(PO4)3(s). Esse sal é insolúvel em água, mas é atacado por ácidos ocorrendo a sua dissolução que é denominada desmineralização; e o processo inverso, mineralização:

Equilíbrio de dissociação da hidroxiapatita dos dentes
Se o meio estiver ácido, os íons H+ reagirão com os íons OH-, diminuindo a concentração deste e deslocando o equilíbrio químico acima no sentido da reação direta, que é o de desmineralização da hidroxiapatita dos dentes.
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As bactérias presentes nos dentes se alimentam de proteínas e açúcares metabolizando-os a ácidos que atacarão os dentes, dissolverão seu esmalte e formarão as cáries. O conjunto formado pelas proteínas e as bactérias que se acumulam no esmalte dos dentes é chamado de placa bacteriana ou biofilme.
A escovação com a pasta de dentes com o auxílio do fio dental remove essa placa bacteriana e impede que as cáries se formem. Além disso, como os abrasivos são alcalinos eles deslocam o equilíbrio químico no sentido da reação inversa, que é o de mineralização, isto é, da reconstituição da hidroxiapatita.
O espumante é um detergente, que na maioria dos casos é o laurilssulfato de sódio, mostrado abaixo:
H3C — CH2 — CH2 — CH2 — CH— CH2 — CH2 — CH2 — CH2 — CH2 — CH2 — CH2 — OSO-3Na+
Os detergentes são importantes porque eles são agentes tensoativos, ou seja, diminuem a tensão superficial da pasta dental e permite que ela penetre em fissuras e partes mais difíceis dos dentes, auxiliando na remoção de detritos dos esmaltes dos dente e realizando uma limpeza mais eficiente.

A espuma do creme dental é resultado do uso de detergentes em sal composição
A água permite que a pasta de dente fique fluida e solubiliza todos os seus constituintes.
O umectante (glicerina, sorbitol ou polietilenoglicol) é usado para melhorar a aparência e consistência do produto e principalmente para evitar a sua secagem.
Os aglutinantes são materiais sintéticos, tais como o carboximetilcelulose, que impedem que as partes líquidas se separem das sólidas.
O sabor doce das pastas de dentes é graças aos edulcorantes, que geralmente são o sorbitol ou a sacarina.
Os agentes terapêuticos são usados para finalidades específicas, como bactericidas, antiácidos, para remover manchas de cigarros, para dentes hipersensíveis (com nitrato de potássio (KNO3), ou citrato de sódio (C6H5O7Na3) ou cloreto de estrôncio (SrCl2) e para combater cáries.
Os agentes terapêuticos mais importantes para combater as cáries são os sais de flúor (e não apenas o flúor, como aparece em muitas embalagens), tais como o monoflúor fosfato de sódio (Na4(PO4)F) e o fluoreto de sódio (NaF). Esses componentes ajudam a deslocar o equilíbrio químico mostrado mais acima no sentido da mineralização da hidroxiapatita.
Isso acontece porque a presença dos íons fluoreto (F-) dos sais de flúor tem a propriedade de substituir os íons hidroxila (OH-) na hidroxiapatita e a transformam em fluorapatita (Ca5F(PO4)3), que é ainda menos insolúvel em água e menos suscetível ao ataque dos ácidos, pois não se forma a hidroxila em sua dissociação:

5Ca2+(aq) + 3PO43–(aq) + F(aq) ↔ Ca5(PO4)3F(s)

O uso do creme dental é essencial para manter os dentes saudáveis e protegidos das cáries
O uso do creme dental é essencial para manter os dentes saudáveis e protegidos das cáries
Por Jennifer Rocha Vargas Fogaça(curiosidadesdequimica.com)

quinta-feira, 14 de novembro de 2019

TRANSTORNO DE PÂNICO

TRANSTORNO DE PÂNICO

TRANSTORNO DE PÂNICO
O que é?
O Transtorno de Pânico se caracteriza pela ocorrência espontânea de ataques de pânico. Os ataques de pânico duram quase sempre menos de uma hora com intensa ansiedade ou medo, junto com sintomas como palpitações, respiração ofegante e até mesmo medo de morrer. A pessoa pode ter múltiplos ataques durante um único dia até, apenas, alguns ataques durante um ano. Estes ataques podem ocorrer acompanhados por agorafobia, que é o medo de estar sozinho em locais públicos, especialmente, locais de onde uma rápida saída seria difícil em caso de ocorrer um ataque de pânico.
O que se sente?
O primeiro ataque de pânico muitas vezes é completamente espontâneo, embora os ataques de pânico, em geral, ocorram após excitação, esforço físico, atividade sexual ou trauma emocional. O ataque freqüentemente começa com um período de 10 minutos de sintomas que aumentam rapidamente. Pode se sentir extremo medo e uma sensação de morte e catástrofe iminente. As pessoas, em geral, são incapazes de indicar a fonte de seus medos. Pode haver dificuldade de concentração, confusão, aceleração do coração, palpitações, falta de ar, dificuldade para falar e um enorme medo de morrer. O ataque dura de 20 a 30 minutos, raramente mais de uma hora.
Como se faz o diagnóstico?
O médico diagnostica o transtorno de pânico através do relato contado pelo paciente, procurando diferenciar de outras doenças físicas ou psicológicas. Muitas vezes a pessoa procura ajuda quando nota que não está mais conseguindo sair sozinha de casa por medo que ocorra um ataque de pânico.
Como se trata?
A pessoa deve procurar um médico que provavelmente irá associar um modelo de psicoterapia com uma medicação. Os sintomas melhoram dramaticamente nas primeiras semanas de tratamento. Atualmente os medicamentos mais empregados são os antidepressivos. Os sintomas melhoram consideravelmente nas primeiras semanas de tratamento.

quarta-feira, 13 de novembro de 2019

Química do Açucar



   
Sxc.hu
Conhecido da humanidade há muito tempo, o açúcar, cuja descoberta é atribuída aos indianos, possui espaço importante na vida diária das sociedades. Fazem uso dele donas de casa, trabalhadores, apreciadores de cafezinho e a indústria de alimentos, a qual consome toneladas de açúcar para a produção de uma infinidade de produtos, que vão desde biscoitos até bebidas.
 
 
O Brasil é um dos maiores produtores e exportadores de açúcar do mundo, com 31 milhões de toneladas produzidas na safra 2008/2009. A região centro-sul produz 86%, em 6 unidades produtoras de açúcar e 186 unidades que produzem açúcar e etanol, de acordo com dados de 2010 da UNICA, União da Indústria de Cana de Açúcar. No Nordeste, onde a história e a importância do açúcar se confundem com a história da própria região, a produção anual aproxima-se dos 5 milhões de toneladas de açúcar. 
 
 Cortesia UNICA / Foto: Niels Andreas 
O açúcar é obtido da cana-de-açúcar ou da beterraba açucareira. No Brasil e na Austrália a preferência é pela cana devido à sua maior capacidade de aclimatação e adaptação aos ambientes locais; em países europeus é utilizada a beterraba açucareira.
 
A Comissão Nacional de Normas e Padrões para Alimentos em sua Resolução CNNPA nº 12 de 1978 define: açúcar é a sacarose obtida de Saccharum officinarum, ou de Beta alba, L., por processos industriais adequados. O produto é designado "açúcar", seguido da denominação correspondente às suas características. Ex: "açúcar cristal", "açúcar mascavo".
 
Quimicamente os açúcares são enquadrados na classe dos carboidratos ou hidratos de carbono, com fórmula molecular (CH2O)n. Eles são encontrados na forma de monossacarídeos, dissacarídeos ou polissacarídeos. O carboidrato encontrado em maior proporção no nosso açúcar é a sacarose, um dissacarídeo formado por glicose e frutose (Figura 1).
 
 
                       Figura 1. Fórmula estrutural da sacarose
 
 
Os carboidratos são a principal fonte de energia do organismo. Como eles encontram-se presentes em diferentes alimentos, o seu consumo em excesso pode causar doenças como obesidade e diabetes. A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda que a ingestão de açúcar refinado não ultrapasse 10% do consumo diário total de calorias. Isso equivale numa dieta de 2.000 calorias diárias, a quatro colheres de sopa rasas, aproximadamente.
 
Na natureza os açúcares são utilizados em vias aeróbicas ou anaeróbicas pelos organismos vivos para a obtenção de energia e manutenção da vida. A fonte de carboidratos para o ecossistema são os organismos fotossintetizantes como as plantas e diversos microrganismos que produzem energia através do uso de energia solar, água e gás carbônico. O produto mais comum da fotossíntese é a sacarose, armazenada em órgãos de reserva, como o colmo da cana.
 
 
 
Processo de produção
 
A cana-de-açúcar após a maturação, com pelo menos 13% de sólidos solúveis (Brix), é colhida e transportada até a unidade produtora. O caldo da cana é obtido por um processo de extração utilizando um conjunto de rolos (moendas) ou por difusão utilizando difusores. Em torno de 20% do caldo de cana são sólidos solúveis em água; destes a maior parte são açúcares e perto de 2,5% são compostos orgânicos e inorgânicos (minerais). Em ambos os processos, o preparo prévio da cana, com desfibradores e picadores, aumenta a eficiência de extração. O resíduo produzido na etapa de extração é o bagaço, responsável pela geração de energia na queima em caldeiras.
  
  Cortesia UNICA/ Foto: Niels Andreas
 O caldo da cana, por sua vez, é submetido a um processo de clarificação mais ou menos intenso, dependendo do produto a ser obtido. O açúcar bruto é processado com cal – a chamada caleagem; o açúcar branco é processado com enxofre e cal. Este caldo clarificado é concentrado em evaporadores e cozedores, transformando-se em uma massa, a massa cozida. A turbinagem (ou centrifugação) da massa cozida separa os cristais de açúcar da parte líquida, denominada “mel”. O açúcar é, portanto, definido como o produto obtido da industrialização da cana, sendo constituído de cristais de sacarose.
 
O açúcar é classificado dependendo das características como: cor, pol (teor de sacarose), sulfito, entre outras. A cor ICUMSA é dada pelo valor numérico da cor de uma solução açucarada, medida pelo método da International Commission for Uniform Methods of Sugar Analysis. Entre os açúcares do tipo cristal, a cor ICUMSA é o que define a classificação. O sulfito representa o resíduo de enxofre, na forma de sulfito, encontrado no açúcar cristal branco com um limite permitido de 15mg por quilo de açúcar.
 
 
 
Tipos de açúcar
 
 
-Açúcar bruto (VHP ou VVHP) é aquele obtido por clarificação do caldo de cana-de-açúcar, sem uso de enxofre. Apresenta-se na forma de grãos regulares com cor mais intensa (cor ICUMSA acima de 400), sendo adequado para processos que exijam sabores e texturas característicos. É muito utilizado na indústria alimentícia como matéria prima para confeitos, panificados e produção de cereais matinais.
 
-Açúcar cristal ou cristal especial é a denominação dada ao açúcar obtido por cristalização controlada do caldo de cana tratado. Para a sua obtenção é necessário um processo mais exigente de clarificação, utilizando sulfitação e caleagem. São cristais finos, regulares, com alto brilho e pureza de 99,5%. É ideal para produção de bebidas carbonatadas, licores, sucos, sorvetes e doces em geral. Suas principais características são: baixo teor de sólidos solúveis não açúcares e coloração mais clara (tendendo ao branco). Pode ser armazenado por até dois anos em condições adequadas.
  
   WikimediaCommons
-O açúcar refinado pode ser obtido por um processo de refino do açúcar cristal dissolvido, através de cristalização controlada. Este processo resulta em dois tipos de açúcar: refinado granulado e refinado amorfo. O açúcar refinado granulado tem granulometria homogênea e coloração clara, e é indicado para processos que exijam alta pureza e produtos que exijam transparência quando acabados. Devido à composição de 99,8% de sacarose, sua pureza é alta, e, portanto, ele não interfere no sabor final dos produtos, sendo utilizado para produção de bebidas lácteas e achocolatados, doces, panificação, refrescos em pó, aditivos especiais para carnes e derivados e xaropes farmacêuticos. Em geral, tem prazo de validade de 2 anos se armazenado de maneira adequada. O açúcar refinado amorfo possui granulometria muito fina e irregular, com coloração clara, alta higroscopicidade, sendo ideal para processos que exijam rápida dissolução. Ele se homogeneiza com facilidade com outros produtos. A validade do produto é de aproximadamente 1 ano se estocado de maneira adequada.
 
-Extremamente adequado para uso direto em indústrias de alimentos e bebidas, o açúcar líquido (sacarose) é límpido, claro, isento de odor e aroma, com concentração aproximada de 65% a 68% de sólidos, sendo obtido por dissolução do açúcar cristal em água isenta de cloro. É muito utilizado na indústria alimentícia para a produção de bebidas carbonatadas ou não, licores, sucos de frutas, sorvetes, alimentos matinais, balas achocolatadas, biscoitos, confeitos e cervejas especiais adoçadas. Como já vem dissolvido, não apresenta custos de dissolução para o processo em que será utilizado. Apesar de diversas vantagens, o produto possui período de validade de apenas 15 dias, e deve ser estocado em tanques específicos e passíveis de sanitização.
 
-Açúcar líquido invertido é a denominação dada ao açúcar obtido por hidrólise ácida controlada de solução de sacarose, resultando em uma mistura de glicose, frutose e sacarose. O produto obtido é um xarope transparente isento de odores e aromas, com poder edulcorante maior que a sacarose e com validade de até 90 dias. Possui cerca de 76% de sólidos solúveis, constituídos por 34% de sacarose e 66% de açúcar invertido em água. Este tipo de açúcar também pode ser obtido por hidrólise enzimática utilizando-se a invertase.
 
-Açúcar mascavo é o açúcar proveniente da cana obtido por um processo mais simples. Como o caldo da cana não é submetido a tratamento de clarificação, este açúcar possui coloração entre o caramelo e o marrom.
 
-Açúcar orgânico é aquele obtido seguindo parâmetros similares de produção, embora a matéria-prima e o processo devam seguir rígidos padrões de qualidade que levam em consideração a filosofia e os parâmetros técnicos da produção orgânica de alimentos. Isto abrange tanto o setor agrícola como o setor industrial, que deve possuir certificação adequada do IBD (Associação de Certificação Instituto Biodinâmico). Tem validade de aproximadamente dois anos e permite ao produtor explorar nichos específicos de mercado.
 
 
 
Controle analítico na produção de açúcar
 
O açúcar, independentemente das características desejadas, é submetido a diversos controles durante o processamento, tanto operacional como analítico. Para a realização das análises é necessária a presença de profissionais da área da química.
 
Algumas análises são frequentes na indústria sucroalcooleira, tais como teor de sacarose (POL), de sólidos solúveis (BRIX) e açúcares redutores (AR). Para isto são colhidas amostragens periódicas em cada etapa do processo. Algumas análises são específicas para a etapa, por exemplo, as quantidades de fibras presentes na cana e no bagaço.
 
Para que o açúcar final seja de qualidade adequada são realizados controles de perdas de sacarose na água de condensação, enquanto na água de alimentação os controles analíticos são realizados nas águas de caldeira, lavagem da cana, sistema de refrigeração e águas condensadas de caldeira.
 
Os controles operacionais visam identificar desvios momentâneos em relação às condições de operação desejadas. Eles têm um caráter preventivo para evitar possíveis problemas nas operações e fases seguintes do processo. Os controles operacionais a serem adotados por uma usina devem ser os mais abrangentes possíveis. Durante o processo de fabricação do açúcar são gerados efluentes industriais que são tratados e controlados.
 
Os profissionais da área química atuam em todo o processo participando do controle analítico, das análises da cana como matéria-prima desde antes da colheita, do caldo após a extração, clarificação e concentração até a qualidade do açúcar - produto final. Por outro lado, eles trabalham, ainda, diretamente dentro das usinas visando identificar desvios momentâneos em relação às condições de operação desejadas nos controles operacionais das moendas, evaporadores, cozedores, caldeiras e efluentes industriais. Sua atuação é fundamental para garantir padrões de qualidade para o produto e garantir que os níveis de sulfito, por exemplo, estejam dentro dos parâmetros definidos pela legislação. Os químicos também estão presentes no setor de tratamento e descarte de efluentes, analisando águas de lavagem, controle de água de caldeira e perdas de açúcar nas águas condensadas.
 
 
 
 
 
 
Texto
 
Sandra Helena da Cruz - Bacharel em Química
Docente do Curso Ciências dos Alimentos– ESALQ/USP
E-mail: shcruz@usp.br
 
Danilo Augusto Sarti
Engenheiro Agrônomo – ESALQ/USP
 
 
 
  
Bibliografia Consultada:
 
Folheto informativo Açúcar da Barra
 
ALBUQUERQUE, F.M. Processo de fabricação do açúcar. Editora Universitária UFPE – Recife, PE, 2011. 273 p.
 
DELGADO, A.A.; DELGADO, A.P. Produção do Açúcar Mascavo, Rapadura e Melado. Stab, Piracicaba, SP, 1999. 154p.
 
OLIVEIRA, D.T.; ESQUIAVETO, M.M.M.; SILVA-JUNIOR, J.F. Impacto dos itens da especificação do açúcar na indústria alimentícia. Ciência e Tecnologia de Alimentos, Campinas, v. 27, p. 99-102, 2007.(CRQ/IV)

A química do açúcar 

 

terça-feira, 12 de novembro de 2019

6 jeitos de parar de fumar

6 jeitos de parar de fumar

Por , em 27.05.2015 Não é segredo para ninguém que fumar pode levar a uma morte lenta, dolorosa e muito cruel.O cigarro é a principal causa de morte evitável nos EUA, mas ainda 42,1 milhões de pessoas têm esse hábito terrível – sem contar os novos fumantes que nascem a cada dia.
Estudos têm mostrado que 90% das pessoas que tentam parar de fumam, começam a fumar novamente, apesar de seus melhores esforços. Aqui estão algumas opções que tem sido cientificamente comprovadas e dão certo, pelo menos por algum tempo.

1. Incentivos financeiros

O benefício financeiro em parar de fumar pode ser sua melhor aposta.
Um novo estudo publicado no New England Journal of Medicine mostra alguns resultados promissores. Olhando mais de 2.500 pessoas inscritas em um programa para parar de fumar, o estudo constatou que as pessoas que tiveram um incentivo financeiro para parar tiveram um sucesso notável, pelo menos após 12 meses de tentativas.
O programa mais bem sucedido foi aquele em que uma pessoa ganhou algo em torno de 400 reais para iniciar. A pessoa iria receber mais 1.500 reais se parasse de fumar com sucesso. Essas pessoas também seguiram um programa de conselhos, tiveram acesso a um aconselhamento gratuito e podiam fazer terapia de reposição de nicotina como goma ou adesivo. De todas, 52,3% pararam em definitivo.

2. Queira parar de fumar

Apenas os mais disciplinados entre nós podem parar de fumar sem qualquer ajuda. Estudos mostram apenas cerca de 4 a 7% podem ser bem sucedidos nessa tarefa sem qualquer ajuda adicional. Se você quiser tentar este método, o que funciona melhor é estar preparado mentalmente, dizem os especialistas, e realmente se comprometer com ele. Além disso, prepare-se para os sintomas da abstinência.
Beba água quando as ânsias começarem. Distraia-se com outra coisa. Faça uma caminhada ou vá falar com alguém. Tente respirar profunda e lentamente. Vai ser difícil, mas essas coisas ruins vão passar. É uma fase de transição para o seu corpo.
Uma outra coisa que poderia ajudar é pedir apoio. Deixe seus amigos e família saberem que você está tentando parar. Eles podem ajudar a mantê-lo na linha.

3. Encontre companhia para parar de fumar

De acordo com um novo estudo, ter companheiros que estejam travando a mesma luta que você, contra o cigarro, pode dar uma dose extra de incentivo. E a pessoa mais importante para seguir esse caminho com você é o seu amor.
Se seu parceiro ou parceira for fumante também, a decisão do casal de parar de fumar pode ser extremamente eficiente. Quando isso acontece, algum em torno de 50% das pessoas consegue de fato parar de fumar – em comparação com apenas 8% de sucesso quando o parceiro não segue o exemplo e continua fumando.

4. Terapia de Reposição de Nicotina (TRN)

Inaladores, sprays nasais, pastilhas, gomas e adesivos de pele que entregam nicotina lentamente são projetados para ajudar os fumantes a superar os desejos e sintomas de abstinência iniciais. E eles parecem realmente ajudar.
Uma revisão da literatura científica que analisou mais de 150 testes diferentes destes dispositivos, usados por mais de 50.000 pessoas, mostrou que a probabilidade de alguém parar de fumar quando usava esses “dispositivos” aumentava entre 50 e 70%. Nenhum método parecia funcionar melhor que o outro, nem estes dispositivos funcionam melhor (ou pior) com aconselhamento.

5. Prescrição de medicamentos

Converse com seu médico se você quiser tomar o caminho da prescrição de medicamentos, mas existem alguns que parecem ter mais sucesso, especialmente se usados em sincronia com uma Terapia de Reposição de Nicotina. Além de drogas como a bupropiona, há a chamada vareniclina, também conhecida pelo nome de marca Chantix. Elas funcionam alvejando os receptores de nicotina no cérebro. Isso significa que você não obtém o máximo de prazer ao fumar, e isso reduz a vontade de acender um cigarro. Alguns estudos têm demonstrado que tomar este medicamento pode mais do que dobrar suas chances de parar de fumar comparado a não tomar nenhuma droga durante essa jornada.

6. E-cigarros

Ainda não há uma decisão unânime sobre esse método.
Em 2014, um estudo de uma revista científica britânica analisou 657 pessoas que tentaram parar de fumar ao longo de um período de seis meses. Entre elas, os e-cigarros ajudaram cerca de 7,3% a pararem de fumar em definitivo. Isso foi mais do que os 5,8% das pessoas no estudo que utilizou um adesivo.
Outro grupo de pesquisas constatou que, enquanto algumas pessoas param de fumar usando e-cigarros, elas não necessariamente param de fumar cigarros normais de vez. Olhando mais de mil pessoas que queriam parar de fumar, os autores descobriram que aqueles que tinham mais sucesso ao parar a curto prazo eram as pessoas que usavam cigarros eletrônicos.

Algo para se ter em mente

Parar de fumar é considerado um dos maiores desafios de saúde. De acordo com a Sociedade Americana do Câncer (American Cancer Society), a verdade é que os programas para parar de fumar, assim como outros programas que tratam de vícios, muitas vezes têm uma taxa de sucesso absurdamente baixa.
Isso não quer dizer que eles não tenham seu valor. Se você tenta e consegue, reduz drasticamente as suas chances de contrair câncer de pulmão e muitos outros tipos de câncer. Parar com cigarros também reduz o seu risco de doença cardíaca e acidente vascular cerebral significativamente, e reduz suas chances de ter outros tipos de problemas pulmonares. Parece que vale a pena, não?[cnn] Fonte:HScyence - Nov/19

segunda-feira, 11 de novembro de 2019

Fumar pode aumentar o risco de depressão e esquizofrenia: estudo

Fumar pode aumentar o risco de depressão e esquizofrenia: estudo

Por , em 10.11.2019 De acordo com um novo estudo da Universidade de Bristol (Reino Unido), fumar pode aumentar o seu risco de desenvolver depressão ou esquizofrenia.

Metodologia

Os pesquisadores queriam estudar a relação conhecida entre tabagismo e doenças mentais. Muitas pessoas com esquizofrenia e depressão fumam, mas será que o tabagismo aumenta a probabilidade dessas condições, ou ter essas condições simplesmente torna as pessoas mais propensas a fumar?
Usando um banco de dados europeu (o UK Biobank), os cientistas examinaram os hábitos, o DNA e a saúde de 462.690 indivíduos, sendo 8% fumantes e 22% ex-fumantes.
Para tentar determinar uma relação de causa e efeito, os pesquisadores aplicaram um método de análise dos dados conhecido como randomização mendeliana. Esse método mede variações genéticas e é bem conhecido como um controle rigoroso para examinar efeitos causais de exposições modificáveis a doenças.
No geral, foram descobertas evidências em ambas as direções: de que o tabagismo aumentou o risco de depressão e esquizofrenia, mas também que a depressão e a esquizofrenia aumentaram a probabilidade de fumar – embora a associação fosse mais fraca para a esquizofrenia neste sentido.
“A crescente disponibilidade de dados genéticos em grandes estudos, juntamente com a identificação de variantes genéticas associadas a uma série de comportamentos e resultados de saúde, está transformando nossa capacidade de usar técnicas como a randomização mendeliana para entender caminhos causais. O que isso mostra é que os estudos genéticos podem nos dizer tanto sobre influências ambientais – nesse caso, os efeitos do fumo na saúde mental – quanto sobre a biologia subjacente”, disse um dos autores do estudo, Marcus Munafò, professor de psicologia da Universidade de Bristol.

Tabagismo e doenças mentais

Em 2016, o governo britânico fez uma recomendação oficial de que o tabagismo fosse banido de hospitais psiquiátricos até 2018.
As novas evidências aumentam preocupações já levantadas em estudos anteriores de que o fumo tenha um papel importante na saúde mental. Por exemplo, boa parte do excesso de mortalidade associada a doenças mentais se deve ao cigarro.
“Indivíduos com doenças mentais são frequentemente negligenciados em nossos esforços para reduzir a prevalência de tabagismo, levando a desigualdades na saúde. Nosso trabalho mostra que devemos colocar todos os nossos esforços em impedir o início do tabagismo e incentivar a cessação do tabagismo devido às consequências para a saúde mental e a saúde física”, concluiu a principal autora do estudo, Dra. Robyn Wootton, da Escola de Psicologia Experimental da Universidade de Bristol.
Um artigo sobre a pesquisa foi publicado na revista científica Psychological Medicine. [MedicalXpress] - HSyence -Nov/19

domingo, 10 de novembro de 2019

Juros abusivos: como identificá-los e quais são os seus direitos!

Juros abusivos: como identificá-los e quais são os seus direitos!

Rodrigo Carvalho
Saber como identificar taxas de juros e cobranças abusivas em contratos é fundamental ao consumidor a fim de preservar sua saúde financeira.
sexta-feira, 8 de novembro de 2019 WhatsApp
Os juros abusivos podem estar presentes em qualquer nicho ou tipo de contrato e são considerados ilegais quando superam a taxa média de mercado praticada na época de assinatura do contrato em questão.
É importante lembrar que não existe apenas um valor para comparação. Cada forma de crédito apresenta diferentes juros e os bancos apresentam diferentes taxas entre seus produtos. Por isso, o processo tem uma série de etapas e, cada uma delas, apresenta uma complicação diferente.
Caso o cliente note que há uma cobrança exagerada e acima da média no financiamento, não deve aceitar de forma passiva, pois está pagando juros abusivos. Caso queira consultar se realmente há juros abusivos no seu financiamento, deve procurar um profissional especializado para realizar uma revisão contratual, assim poderá confirmar e dar entrada no processo. O processo permitirá que o cliente seja ressarcido e o valor abusivo seja retirado das próximas parcelas.
Saber como identificar taxas de juros e cobranças abusivas em contratos é fundamental ao consumidor a fim de preservar sua saúde financeira. Desse modo, aprender como saber se a taxa de juros é abusiva é o início para fazer um bom negócio na hora de efetuar um empréstimo bancário ou contrair algum tipo de dívida.
Felizmente o consumidor possui ferramentas a seu favor como o Bacen e o Código de Defesa do Consumidor. Entretanto é bom salientar que nem sempre é possível identificar os abusos sem uma análise profissional. Através de uma análise mais criteriosa é que se identifica e combate a prática de juros abusivos.
Restabelecer o equilíbrio financeiro entre o cliente e o banco. Uma frase simples, mas que retrata a realidade de milhares de pessoas que desconhecem os seus direitos quando o assunto é cobrança de juros abusivos.
Graças a disseminação da informação esse hábito vem se modificando e a cada dia mais pessoas despertam o interesse pela busca de exercer efetivamente os seus direitos e assim conquistar algo a mais do que o bem patrimonial ou a disponibilidade financeira, buscam a realização pela conquista de ver na prática o exercício de seus direitos básicos passando a não mais se sentirem enganadas pelas cobranças de juros abusivos e encargos que são praticados de forma deliberada pelas instituições financeiras.
Dessa maneira, através da revisão contratual o consumidor poderá economizar até 90% de sua dívida. Sempre que a cobrança indevida for comprovada, a instituição deverá restituir o cliente. E essa devolução pode ser em forma de abatimento no valor mensal das parcelas ou no final do contrato. Ou ainda com o estorno do dinheiro pago a mais.
Juros abusivos são um problema evitável e que é decorrente de falta de conhecimento. No entanto, ao se deparar com a prática em um dos seus contratos, seja no financiamento de um automóvel, na obtenção de um empréstimo pessoal ou em dívidas com cartões de crédito, entre na Justiça com uma Ação Revisional e busque a revisão dos termos contratuais e a redução das taxas de juros.
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*Rodrigo Carvalho é advogado e sócio no escritório Carvalho, Rodrigues & Ortiz Advogados Associados e atua na área trabalhista e direito bancário.(Fonte:Migalhas/Dez/19)

sexta-feira, 8 de novembro de 2019

Cidades podem melhorar seus serviços de limpeza


Cidades podem melhorar seus serviços de limpeza

Wladimir Antonio Ribeiro
Por vezes, para proteger o meio ambiente basta exigir o cumprimento da lei.
quinta-feira, 7 de novembro de 2019
Não é raro encontrar cidades nas quais o serviço público de limpeza ou o de coleta e destinação final de resíduos é extremamente precário. E, invariavelmente, a explicação da administração municipal é a falta de recursos para dispor um serviço melhor. A eficácia na prestação destes serviços implica não só as atividades de ponta, como a coleta ou a varrição, mas, também, o planejamento e a organização institucional. Contudo, na grande maioria dos municípios brasileiros não há cobrança de taxa ou tarifa pela prestação destes serviços. Segundo o Sistema Nacional de Informações em Saneamento – SNIS, os piores resultados em relação aos serviços de limpeza e coleta e destinação de resíduos são em municípios nos quais não há cobrança.

O artigo 29 da lei 11.445, de 5 de janeiro de 2007 – Lei Nacional de Saneamento Básico (LNSB) determina que, se as circunstâncias locais permitirem, os serviços devem ter sua sustentabilidade econômico-financeira assegurada mediante cobrança aos usuários.

A falta de recursos decorre da omissão dos municípios em realizar a cobrança de taxa ou tarifa para custear a prestação dos serviços, em geral porque isso acarreta custos político-eleitorais já que o eleitor não gosta de pagar novos encargos, mesmo que sejam para cuidar dos resíduos por ele gerados. t

Por outro lado, se a lei federal prevê que deve ser assegurada a sustentabilidade econômico-financeira destas atividades e isso é ignorado, o Ministério Público, como fiscal da lei, deveria exigir o cumprimento dos ditames legais, instituindo a taxa ou tarifa, de forma a ter recursos suficientes para assegurar a boa /2019prestação dos serviços públicos para coleta e destinação de resíduos sólidos. Porém, o Ministério Público também não o faz, talvez devido à impopularidade decorrente da instituição de um encargo, embora essa não devesse ser uma preocupação. Os integrantes do Ministério Público não são eleitos, não prestam contas diretamente ao povo, justamente pela independência necessária para a defesa da ordem jurídica, razão pela qual a impopularidade não deveria ser empecilho.

Como facilmente se conclui, o que está ausente não são os recursos, mas o cumprimento da lei. E se os serviços de limpeza pública são ineficientes, se os municípios acumulam dívidas cada vez maiores com as empresas que prestam estes serviços, criando uma situação de inadimplência recorde, isso decorre da omissão em instituir receitas específicas para esta atividade, como prevê a LNSB. Com isso, a realidade das cidades sujas e malcuidadas, com prejuízos à saúde pública e ao meio ambiente, não se trata de mero desleixo, mas de algo muito mais grave que isso: a prevaricação ambiental.

Resta perguntar até quando esse descaso com a lei irá abusar de nossa paciência. Ou se os órgãos que deveriam assegurar o cumprimento da lei, neste importante aspecto da vida urbana, finalmente irão cumprir com as suas obrigações. Por vezes, para proteger o meio ambiente basta exigir o cumprimento da lei.
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*Wladimir Antonio Ribeiro é sócio do escritório Manesco, Ramires, Perez, Azevedo Marques Sociedade de Advogados. -Migalhas - Nov/2019

quinta-feira, 7 de novembro de 2019

Como gastar seu dinheiro para maximizar sua felicidade, de acordo com a ciência

Como gastar seu dinheiro para maximizar sua felicidade, de acordo com a ciência

Por , em 5.11.2019 Você já ouviu um monte de histórias de pessoas que ganharam na loteria, fizeram loucuras com o dinheiro e acabaram mais pobres do que eram antes. Ou então aquela celebridade que já recebeu milhões de dólares durante a carreira e mesmo assim é extremamente infeliz.
Então como gastar dinheiro da melhor forma a otimizar a felicidade? Um estudo responde, e o melhor de tudo é que a resposta se aplica para quem precisa administrar quantias mais modestas também.
Três psicólogos das universidades de British Columbia (Canadá), Harvard e Universidade da Virgínia (ambas EUA) publicaram um artigo no Journal of Consumer Psychology descrevendo que tipo de gastos financeiros resultam em felicidade.“Dinheiro é uma oportunidade de felicidade, mas é uma felicidade que as pessoas rotineiramente desperdiçam porque as coisas que elas pensam que as tornarão felizes frequentemente não o fazem”, escrevem os autores.
Os autores listam oito princípios para gastar dinheiro de forma sábia:

8. Compre mais experiências e menos bens materiais

Nós nos adaptamos rapidamente a bens materiais. Pense naquelas roupas que você comprou no ano passado e que estão pegando pó no seu armário tendo sido usadas uma ou duas vezes. Ou nos armários novos da cozinha que já viraram paisagem neutra enquanto você procura um lanchinho.As experiências, por outro lado, ficam com você. Elas se tornam uma parte central de sua identidade. Desenvolvemos conexões emocionais mais fortes com as experiências, e elas continuam intensas mesmo anos depois.
“Quando compramos coisas para nós, acabamos passando tempo com essas coisas. Imagine você jogando um vídeo game no smartphone ou seja lá o que for, você está frequentemente sozinho com suas coisas. Enquanto experiências, sim, temos algumas experiências sozinhos, mas muitas, muitas experiências são sociais”, explica Michael Norton, professor de Harvard que não participou do estudo, em entrevista ao Big Think.7. Use dinheiro para benefício alheio
Estudos conduzidos por uma das pesquisadoras do trabalho, Elizabeth Dunn, mostrou que participantes que gastavam dinheiro de forma social obtinham maiores níveis de satisfação. Enquanto isso, gasto consigo mesmo não diminuía a felicidade da pessoa, mas também não a aumentava. O resultado era neutro.
Gastar com os outros inclui fazer uma doação para caridade, convidar alguém para almoçar ou presentear alguém. Nada disso precisa ser em um valor exorbitante, muitas vezes são os pequenos gestos que contam.

6. Não compre apenas coisas caras

Ao invés de gastar com coisas caras ou experiências caras apenas de vez em quando, prefira coisas mais simples, mas com maior frequência. “Ao nos presentear com prazeres frequentes e fugazes (ao invés de experiências mais esporádicas e prolongadas), os consumidores podem aproveitar a explosão de prazer que acompanha o primeiro minuto da massagem, a primeira mordida do bolo de chocolate e a primeira visão do mar”, escrevem os autores.

5. Evite seguros e garantias que você não precisa

Todos querem se proteger da dor de perder alguma coisa. Essa aversão a riscos nos deixa vulneráveis a seguros e garantias desnecessárias. Pense naquelas garantias estendidas. Teoricamente, garantias estendidas protegem seu bem caro de quebras. Na prática, é só uma forma de jogar dinheiro fora.
Nos Estados Unidos essas garantias movimentam US$40 bilhões por ano, e na maioria das vezes não são úteis para seus compradores, especialmente no caso de eletrodomésticos. Uma das poucas exceções são smartphones, que são levados para todos os lados e estão sujeitos a acidentes ou roubos.

4. Adie a gratificação

Gratificação adiada traz mais satisfação de várias maneiras. A principal é que tomamos decisões melhores quando não agimos imediatamente. É melhor dispensar um pequeno prazer hoje para ter uma recompensa maior amanhã.
Os autores explicam isso de forma simples: a antecipação é uma forma gratuita de felicidade. Você pode multiplicar sua felicidade ao adiar um pouco a recompensa.Mesmo quando o prêmio em si – um presente ou uma viagem – acabam nem sendo tão bons assim, a empolgação da antecipação já pode ser positiva.

3. Leve em consideração como as compras podem afetar sua vida

A humanidade tem um problema importante: a tendência de ver o futuro de forma abstrata. Quanto mais longe este futuro, mais abstrata é nossa estimativa. Por isso, os autores recomendam sempre considerar como essas compras vão afetar sua rotina.
Por exemplo: se estiver em dúvida entre comprar pelo mesmo preço uma casa pequena que está em ótimo estado e uma casa maior que precisa ser reformada, pode ser uma decisão mais inteligente comprar a casa menor e evitar o estresse e gastos da reforma.

2. Cuidado com as compras por comparação

Ficar comparando produtos nos faz perder de vista nossos objetivos com aquele produto. Quando nos envolvemos na comparação, esquecemos de observar as características que nos fariam felizes naquele produto, e focamos na diferença entre as opções disponíveis.
Como resultado, compramos mais do que precisamos ou selecionamos o melhor negócio de forma global, e não o produto que melhor se encaixaria nas nossas circunstâncias personalizadas.
Além disso, os psicólogos observam que quanto mais opções estão disponíveis, menos felizes ficamos com a nossa escolha.

1. Seja Maria-vai-com-as-outras

De vez em quando pode ser vantajoso se basear na opinião das massas para tomar a sua decisão de como gastar dinheiro. Isso costuma ser verdade na escolha de quais filmes consumir, por exemplo. Se você gosta de comédias românticas, pode acabar se beneficiando com a opinião de outras pessoas que também gostam de comédia romântica.

Pessoas que gastaram mal

Reunimos aqui casos de ganhadores da loteria que acabaram extremamente infelizes com suas escolhas sobre como gastar essa grana toda.
O canadense Gerald Muswagon, de 42 anos, ganhou US$10 milhões com um bilhete de US$2 na loteria. Ele comprou carros para ele mesmo e para amigos, comprou uma casa com o objetivo de dar festas, e comemorava sua sorte grande com drogas e álcool. Em um só dia, ele comprou oito TVs para os amigos dele.
Ele tentou começar seu próprio negócio de corte de madeira chamado Gerald’s Logging, mas não encontrou um mercado bom para vender suas madeiras e acabou perdendo dinheiro. No final das contas, ele gastou cada centavo de sua fortuna e acabou tendo que pedir um emprego de carregador na fazenda de seu amigo. Ele passou a viver em uma casa simples com sua namorada e seis crianças. Gerald entrou em depressão e acabou se matando sete anos depois de ganhar o prêmio.
Suzanne Mullins ganhou US$4,2 milhões, mas gastou tudo pagando dívidas médicas gigantescas para parentes que não tinham seguro de saúde nos Estados Unidos. Ela também perdeu uma disputa relacionada a um empréstimo não-pago.Já o casal Lara e Roger Griffith ganhou US$2,3 milhões na loteria no Reino Unido em 2005 e acabou com US$9 em 2013. Eles compraram uma mansão, um Porsche conversível e um Lexus. Fizeram viagens 5 estrelas para destinos caríssimos. Ela investiu em um spa de luxo. Ele investiu em uma carreira de roqueiro. Em 2010 um incêndio destruiu grande parte da casa, que tinha um seguro insuficiente. O spa foi mal e teve que ser vendido, e atualmente Lara trabalha lá como funcionária. A carreira de roqueiro de Roger lhe rendeu a venda de apenas 600 CDs.
O casal também se separou com suspeita de adultério. “Eu não estou nem de volta à estaca zero, eu estou pior do que antes”, diz Lara em entrevista ao Daily Mail. Atualmente Roger vive com os pais dele e Lara vive com a mãe dela.
“A realidade é que 70% de todos os vencedores da loteria vão desperdiçar seus ganhos em alguns anos. No processo, eles verão a família e amizades destruídas e a segurança financeira que esperavam desaparecer”, dizem os consultores financeiros Michael Begin e Darl LePage ao Lincoln Journal Star.

Dicas para não torrar todo o dinheiro da loteria

Vamos supor que você ganhe na loteria na semana que vem. É melhor estar preparado para isto e já ter um plano para colocar em ação. Confira 3 dicas importantes:

3. Seja discreto

O primeiro passo é ficar quietinho em casa discutindo com sua família imediata o plano a ser seguido. Não mude a rotina da família e tente retirar o prêmio de forma discreta.

2. Contrate profissionais para ajudar

A maioria das pessoas não está acostumada a administrar uma quantia enorme de dinheiro. Para não fazer besteira e não deixar de pagar nenhum imposto gigantesco, contrate escritórios de advocacia e contabilidade. Quando for pesquisar quem contratar, leve em conta indicação de pessoas de confiança, mas também considere profissionais sem ligação com nenhum conhecido seu. Também é interessante encontrar um assessor de imprensa para ajudar a lidar com o assédio da mídia.

1. Tente manter um padrão de vida confortável, mas sem exageros

Não comece uma vida de luxo imediatamente. Passe os primeiros seis meses planejando com cuidado o que fazer com o seu dinheiro e se os investimentos que você tem em mente vão se valorizar ou desvalorizar com a passagem do tempo.
Mesmo que você não pense em mudar de vida porque ganhou uma bolada, é possível que você seja obrigado a mudar de endereço para um local com acesso mais controlado. Isso porque a cidade inteira vai ficar tocando a campainha da sua casa pedindo dinheiro. [The Globe and Mail, Mail Online, Consumer Reports] - HScyence - Nov/19

quarta-feira, 6 de novembro de 2019

Quanto mais tempo gasto na frente de telas, menor o desenvolvimento cerebral das crianças: estudo

Quanto mais tempo gasto na frente de telas, menor o desenvolvimento cerebral das crianças: estudo

Por , em 5.11.2019Um novo estudo do Hospital Infantil de Cincinnati (EUA) descobriu que crianças que passam mais tempo do que o recomendado na frente de telas – de TVs, smartphones ou tablets – têm níveis mais baixos de desenvolvimento cerebral.

O estudo

A recomendação pediátrica de tempo gasto na frente das telinhas sem envolvimento dos pais é de uma hora por dia, no máximo. Atualmente, no entanto, cada vez mais crianças passam mais e mais minutos grudados em dispositivos eletrônicos.
Na nova pesquisa, os pesquisadores examinaram o cérebro de 47 crianças de 3 a 5 anos usando um tipo de ressonância magnética chamada de imagem tensorial de difusão. Ele permite visualizar especialmente a substância branca do cérebro, uma área ligada ao desenvolvimento de linguagem, alfabetização e habilidades cognitivas.
As crianças também foram submetidas a testes cognitivos e seus pais tiveram que preencher um questionário sobre o tempo gasto em telas desenvolvido pela Academia Americana de Pediatria.
O questionário é bem completo, passando por diferentes medidas do uso de telas pelas crianças. Por exemplo, qual o acesso que a criança tem a uma tela – ela pode usá-las durante refeições, no carro? Qual a frequência de exposição, ou seja, com que idade começou a ser exposto a eletrônicos, quantas horas gasta em telas por dia, costuma usá-las na hora de dormir? E quanto ao conteúdo, a criança escolhe o que consome? É exposta à música ou conteúdos educacionais? Por fim, os pais precisaram preencher informações com relação a “interação dialógica”, ou seja, se a criança assiste sozinha ou se eles interagem e discutem o conteúdo também.

Resultados

O tempo médio gasto com telas variou de uma hora a pouco menos de cinco horas por dia. As crianças que gastavam mais tempo do que o recomendado (em média, duas horas) tinham mais substância branca desorganizada e subdesenvolvida no cérebro.
Esse subdesenvolvimento era claro especialmente em faixas do cérebro que os pesquisadores sabem que estão envolvidas com a linguagem e a alfabetização, o que se mostrou de acordo com os resultados dos testes cognitivos das crianças.
As com tempo excessivo de tela demonstraram menos habilidades emergentes de alfabetização e capacidade de usar linguagem expressiva, além de menos capacidade de nomear objetos rapidamente.
Maior uso de telas foi associado a setores menos desenvolvidos da substância branca (mostrados em azul na imagem) em todo o cérebro
“Este é o primeiro estudo a documentar associações entre maior uso da tela e menores medidas da estrutura e habilidades cerebrais em crianças em idade pré-escolar. Isso é importante porque o cérebro está se desenvolvendo mais rapidamente nos primeiros cinco anos. É quando o cérebro é muito plástico e absorve tudo, formando fortes conexões que duram por toda a vida”, disse o principal autor do estudo, o pediatra e pesquisador clínico do Hospital Infantil de Cincinnati Dr. John Hutton.

Telas “estragam” o cérebro?

Isso não significa que passar muito tempo na frente de telas cause algum dano cerebral.
No entanto, é importante que os pais aproveitem os primeiros anos de vida de uma criança para estimular o aprendizado, o pensamento, a linguagem e os laços amorosos, e gastar tempo demais com dispositivos eletrônicos pode atrapalhar isso.
Hutton explica que o tempo gasto com telas pode ser muito passivo para o desenvolvimento do cérebro. “Talvez o tempo de tela tenha atrapalhado outras experiências que poderiam ter ajudado as crianças a reforçar essas redes cerebrais”, disse.
Os pesquisadores advertem que os resultados são relativos e mais testes clínicos precisam ser feitos para chegarmos a melhores conclusões.
“Ainda assim, é possível que, com o tempo, esses efeitos possam aumentar. Sabemos que crianças que começam atrás tendem a ficar cada vez mais para trás à medida que envelhecem. Portanto, pode ser que as crianças que começam com infraestrutura cerebral menos bem desenvolvida tenham menos probabilidade de se envolver na escola, ser leitores bem-sucedidos mais tarde”, argumentou Hutton.

Sou mãe/pai. O que fazer?

A Associação Americana de Pediatria tem algumas recomendações sobre o tempo gasto com telas baseado na idade das crianças. Por exemplo:
  • Bebês: crianças com até 18 meses não devem em absoluto passar tempo na frente de telas, e sim com pais e outros cuidadores. Um estudo descobriu que mesmo ter a TV ligada na mesma sala que um bebê pode afetar negativamente sua capacidade de brincar e interagir.
  • Crianças de 18 meses a 3 anos: com 2 anos, uma criança pode aprender palavras através de um bate-papo por vídeo com uma pessoa querida ou atividades interativas. É interessante que os pais assistam qualquer conteúdo junto com a criança, reforçando o aprendizado.
  • Crianças de 3 a 5 anos: crianças um pouco mais velhas podem se beneficiar de programas de qualidade, como “Vila Sésamo”. Um programa bem projetado pode ajudar a melhorar habilidades cognitivas, ensinar palavras e afetar positivamente o desenvolvimento social de crianças.
Vale notar ainda que os pais são grandes responsáveis pelo desenvolvimento cerebral de seus filhos e podem tomar outras atitudes para estimulá-lo, além de limitar o tempo de telinhas.
“Sabemos que existem atividades que ajudam o desenvolvimento das crianças: ler, cantar, conectar-se emocionalmente, ser criativo, ou mesmo dar um passeio ou dedicar algum tempo em dias ocupados para (pais e filhos) rirem juntos”, disse a pediatra Dra. Jenny Radesky,  principal autora das diretrizes da Academia Americana de Pediatria de 2016 sobre o uso da tela por crianças e adolescentes, em um e-mail à CNN.
Um artigo sobre o estudo foi publicado na revista científica JAMA Pediatrics. [CNN] Hcyence - Nov/19

terça-feira, 5 de novembro de 2019

A Microsoft criou a jornada de trabalho de 4 dias e a produtividade disparou 40%

A Microsoft criou a jornada de trabalho de 4 dias e a produtividade disparou 40%

Por , em 4.11.2019 Cerca de 2.300 empregados sortudos da Microsoft no Japão fizeram parte de um experimento no último mês de agosto: tiveram sua jornada de trabalho reduzida para apenas quatro dias por semana.
Todos os funcionários da companhia tiveram que aderir ao programa. As cinco sextas-feiras que obtiveram de folga não foram deduzidas de seus salários ou de suas férias.
O resultado? Um aumento de 40% na produtividade e um salto na satisfação da força de trabalho – 92,1% dos empregados disseram estar felizes com a semana mais curta.
“Trabalhe menos tempo, descanse bem e aprenda muito. É necessário ter um ambiente que permita que você sinta seu objetivo na vida e tenha um impacto maior no trabalho. Quero que os funcionários pensem e experimentem como podem alcançar os mesmos resultados com 20% menos tempo de trabalho”, disse o presidente e CEO da Microsoft no Japão, Takuya Hirano.

Economia e satisfação

Para tornar a semana mais curta possível, os funcionários foram encorajados a passar menos tempo em reuniões e respondendo a e-mails.
Por exemplo, gerentes sugeriram que reuniões não passassem de 30 minutos, ou fossem totalmente cortadas e substituídas por mensagens enviadas pelo aplicativo da Microsoft. Além do aumento de 39,9% na produtividade, os empregados tiraram 25,4% menos dias de folga, o uso de eletricidade diminuiu em 23,1%, e a impressão de páginas diminuiu em 58,7%.
Tudo isso ajudou a empresa a economizar dinheiro, além de ser ótimo para o meio ambiente.

Por que outras empresas não tentam também?

A jornada de trabalho de 5 dias está culturalmente enraizada na nossa sociedade, e é difícil para muitos empresários apostarem na jornada reduzida – ainda que cada vez mais companhias estejam testando a semana mais curta, ou pelo menos oferecendo a possibilidade de alguns dias de “home office” aos seus funcionários (o ato de trabalhar a partir de casa).
A boa notícia é que muitas pesquisas científicas têm provado o valor e a eficácia dessas medidas.“As melhores evidências empíricas disponíveis mostram que a redução do horário de trabalho em tempo integral pode levar a numerosos resultados positivos para trabalhadores, empresas e sociedade como um todo: menos problemas de saúde ocupacional e custos reduzidos de assistência médica; mais e melhores empregos; melhor equilíbrio entre vida profissional e pessoal e funcionários mais satisfeitos, motivados e produtivos, resultando em empresas mais sustentáveis. Além disso, uma jornada de trabalho mais curta pode até dar uma contribuição importante para o ‘esverdeamento’ das economias, porque quanto mais trabalhamos, maior nossa ‘pegada de carbono’; portanto, reduzir o número de dias em que trabalhamos – e, portanto, o número de vezes que temos que sair de nossas casas para nossos locais de trabalho – provavelmente também terá um impacto positivo no meio ambiente”, relatou a Organização Internacional do Trabalho em 2018. [CNN, BoredPanda] - HScyence - Nov/19