segunda-feira, 10 de dezembro de 2018

A tabela periódica pode crescer para sempre? Ou há um limite para o tamanho dos átomos?

A tabela periódica pode crescer para sempre? Ou há um limite para o tamanho dos átomos?

Em 2019, a tabela periódica fará 150 anos. Será que ela tem um fim? Ou núcleo de átomo é coração de mãe: sempre cabe mais um?

No início, era o hidrogênio, uma pitada de hélio e só. O Universo, alguns milhões de anos após o Big Bang, era um lugar notavelmente monótono para um químico. A tabela periódica dessa época tinha basicamente dois quadradinhos. Os dois átomos mais simples: um com um único próton no núcleo (o hidrogênio), outro com dois (o hélio). De lá até aqui, porém, as coisas ficaram mais interessantes. Afinal, na natureza, é só dar tempo ao tempo que tudo vai do mais simples ao mais complexo (você mesmo, não se esqueça, era uma célula até outro dia – um óvulo fecundado, no caso).
Nuvens de hidrogênio massivas, incapazes de suportar a própria gravidade, começaram a desabar sobre si próprias. Quando a pressão no interior desses acúmulos de gás atingia um ponto ridículo, ela engatilhava um processo de fusão nuclear: quatro átomos de hidrogênio passavam a se unir para formar um de hélio, liberando uma quantidade mastodôntica de radiação no processo. A essas bolas de hidrogênio gigantes, que brilham por milhões (ou até bilhões) de anos, damos o nome de “estrelas”.
É graças a elas que o Universo começa a se tornar um lugar mais fascinante para Walter White. É que estrelas são usinas de produção de elementos químicos. As forjas da tabela periódica. As maiores – várias vezes maiores que o Sol, que fique claro –, quando chegam ao final da vida, não se limitam a fundir hidrogênio para formar hélio. Elas fundem hélio para formar carbono, com seis prótons. Carbono para formar oxigênio. Oxigênio para formar silício. Silício para formar ferro (26 prótons). É no coração dessas gigantes que nasceram os átomos que compõem seu corpo – como Carl Sagan não cansou de lembrar.
Algumas estrelas, as mais gordinhas, terminam a vida com uma explosão cataclísmica: uma supernova, o título-trocadilho fúnebre deste blog. As supernovas são eventos absurdamente enérgicos, de brilho que supera as próprias galáxias que as contém. Produzem elementos novos por nucleossíntese – o jeito bonito de dizer que elas apertam dois átomos juntos até eles se unirem para formar um maior. É aí, no meio dessa violência inconcebível na escala humana, que nascem magnésio, cálcio, potássio…
Só isso, porém, não basta. E o ouro, com seus 79 prótons no núcleo? Ou o urânio, com escandalosos 92? Aí é preciso aumentar um pouco a força da pancada. Depois que uma estrela de alta massa morre no boom descrito acima, podem sobrar duas coisas à título de cadáver. Uma é um buraco negro. Outra é uma estrela de nêutrons. Uma estrela de nêutrons é um corpo tão denso, mas tão denso, que um pedacinho dela do tamanho de uma caixa de fósforo pesaria bilhões de toneladas.
Fonte : SuperInteressante

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