quinta-feira, 17 de fevereiro de 2022

Obrigação do ensino da Língua Portuguesa no curso de Direito A importância do processo de ensino e aprendizagem da Língua Portuguesa na graduação em Direito

Obrigação do ensino da Língua Portuguesa no curso de Direito A importância do processo de ensino e aprendizagem da Língua Portuguesa na graduação em Direito Guilherme Lucas Tonaco Carvalho, Membro do Ministério Público Publicado por Guilherme Lucas Tonaco Carvalho O dialeto é um dos grandes causadores da difusão de informação, comunicação e competências humanas. E é por meio dele que se otimiza o ensino em todas as áreas do conhecimento. A falta de prática ou o uso incorreto da Língua Portuguesa no que se refere ao ensino da leitura e da escrita nos Ensinos Fundamental e Médio pode gerar problemas de aprendizagem nos estudantes que entram no Ensino Superior, principalmente os acadêmicos do curso de Graduação em Direito. Diante dessa situação, os vários estudantes que iniciam sua formação no Ensino Superior apresentam dificuldades de escrita em relação à norma culta padrão. Sendo que a maior parte dessas dificuldades apresentadas são vistas na hora de (re) passar o conhecimento adquirido para o papel em forma de texto argumentativo dissertativo. Tal situação, muitas vezes, pode ser lamentável, principalmente para os estudantes de Direito que precisa ter o texto escrito como principal meio de informação e comunicação profissional e social. Com isso, podemos dizer que essa defasagem na formação escolar e no uso da Língua Portuguesa vem sendo vivenciada desde o início de escolarização do estudante, passando pelo Ensino Fundamental e Médio e apresentando reflexos no Ensino Superior. Nesse contexto, utilizam-se os meios educacionais ultrapassados como desculpas para os problemas que estão sendo apresentados nas práticas de escrita dos estudantes de hoje. Além disso, os métodos de ensino e aprendizagem que os docentes utilizam em sala de aula ainda estão apoiados em um sistema de ensino tradicional que podem fazer com que os alunos demonstrem uma falta de interesse e motivação em relação ao ato de estudar e desenvolver o conhecimento aplicado através das práticas de letramento (s) escolares. Desse modo, os ingressantes no Ensino Superior chegam cada vez mais com dificuldades para compreender e se exprimir. Salientando que para uma boa aprendizagem é essencial o conhecimento absoluto somado ao desenvolvimento de competências e habilidades no que se refere ao processo de ler com proficiência e escrever seguindo o padrão formal da língua, isto é, apresentando um texto coeso e coerente que tenha como respaldo uma construção textual que envolve uma escrita fundamentada na formação pessoal, social, coletiva e acadêmica do produtor do texto. Daí, uma boa escrita é indispensável, tendo em vista que sem ela não haveria evolução nem mesmo a ascensão do conhecimento, pois é ela que permite o intercâmbio de informações e de conhecimentos para além da sala de aula. De acordo com Pécora (1999, p. 25): “entre a capacidade de linguagem mais geral e o desempenho efetivo de um sujeito na escrita existe um processo escolar de aprendizado dessa modalidade”. A partir disso, o dialeto seguido conscientemente irá ocasionar consequências diretas no estudo efetivado com a Língua Portuguesa. Ou seja, essa consciência linguística usual irá determinar de que formato a língua apreciada será observada e como o autor do texto se relacionará com ela. No que se refere aos cursos de Direito, o estudante, ao oposto do que o senso comum raciocina, não cruza cinco anos “decorando” leis e códigos, ao contrário, ele necessita aprender, interpretar e saber localizar as leis que deve analisar e aplicar em seu dia a dia profissional. Contudo, na universidade, ele não só aprenderá leis, mas o conjunto de objetos, como as doutrinas, que adentram a área jurídica e que exigem do estudante entendê-los, contextualizá-los e decifrá-los de forma intensa e adequada para assim também se expressar. É nesta ocasião que o graduando em Direito possivelmente passa a entender a sua falha ao não compreender o que se lê, ou não se expressar de modo adequado, escrevendo fora dos padrões formais da Língua Portuguesa. Diante disso, podemos acreditar que existe uma urgência das universidades que oferecem a Graduação em Direito de oferecerem disciplinas na matriz curricular ou cursos de extensão e curta duração que abordem o ensino e aprendizagem da Língua Portuguesa em consonância as práticas sociais de leitura e escrita para que o estudante possa obter uma formação linguística e extralinguística pautada no desenvolvimento e aplicação da língua/linguagem no seu ramo de trabalho. Nesse cenário, atuar no ramo profissional com uma formação acadêmica respeitável, a competência de ler, falar e escrever necessita ser plena, contudo, de fato, o que percebemos no cotidiano das universidades é uma desigualdade informacional em relação a produção e promoção do conhecimento somada a formação sócio-histórica do profissional atuante. Assim, o profissional de Direito que não consegue ler com proficiência e escrever formalmente terá muita dificuldade para se expressar. Ficando limitado a imitação de argumentos e petições. Como isso, a Língua Portuguesa é um utensílio eficaz, imprescindível e essencial nas atividades textuais orais e escritas de todos os profissionais das ciências jurídicas. Ainda que não seja tarefa das universidades, há o início de uma atuação acadêmica prática e contextualizada em função da dificuldade que os estudantes ingressantes têm em entender às disciplinas que lhes são ofertadas, se exprimir oralmente e elaborar uma apresentação literal inserida em suportes de informação e comunicação que possam propagar o conhecimento adquirido. No entanto, pode-se confirmar com segurança que o atual colegial de nível universitário no país, na sua maior parte, despreza o texto como fonte de desenfado, informação e desenvolvimento único, limitando-se na maior parte das ocasiões a somente ler aquilo que é imprescindível por obrigação e/ou imposição das disciplinas cursadas como atividades, apostilas, artigos científicos e livros (re) passados pelos docentes em sala de aula. Como vemos, o estudante do Ensino Superior, principalmente o estudante de Direito, tem necessidade de expressar conhecimentos e suas apreciações através da escrita. Então, podemos considerar que, com o ensino e aprendizagem da Língua Portuguesa nas universidades, como requisito obrigatório na matriz curricular do estudante, iria causar, consequentemente, um avanço na educação possibilitando o intercambio de conhecimentos e a troca de saberes em relação à área de formação, criando, assim, um entendimento mais preciso por parte dos estudantes. Portanto, é imprescindível o apoio pedagógico e metodológico do docente para desenvolver nos educandos uma postura crítica (competências e habilidades) frente ao ato de ler e escrever os discursos que são produzidos e circulam na sociedade que estão inseridos. Para isso, é essencial que os educandos sejam propiciados o conhecimento disciplinar, interdisciplinar e multidisciplinar que devem ser ampliados e cultivados nas práticas pedagógicas de cada docente dentro do espaço acadêmico. Bibliografia Básica KRIEGER, Caroline Fonseca. A língua portuguesa. Disponível em: < https://jus.com.br/artigos/25870/a-lingua-portuguesa->; PÉCORA, Alcir. Problemas de redação. Disponível em: < http://www.unicamp.br/sipex/725.html?nocache=1464112221740>. Guilherme Lucas Tonaco Carvalho, Membro do Ministério Público Guilherme Lucas Tonaco CarvalhoPRO Professor de Direito Penal; Escritor; Cientista Político; Referência Jusbrasil A justiça sem a força é impotente, a força sem justiça é tirana. Não há verdadeira justiça sem misericórdia. A injustiça num lugar qualquer é uma ameaça à justiça em todo o lugar. Fonte:JusBrasil Fev/22

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