Folha de espinafre é transformada em tecido cardíaco pulsante
O trabalho foi publicado neste mês de março na revista Biomaterials, e descreve uma nova forma de criar sistemas vasculares, uma das grandes dificuldades da engenharia de tecidos. Cientistas já criaram grandes tecidos humanos em laboratório com impressoras em 3D, mas o grande desafio é desenvolver pequenos e delicados vasos sanguíneos, muito importantes para a saúde do tecido.
“O maior fator limitante para a engenharia de tecido é a falta de conexões vasculares. Sem esta rede, você tem a morte do tecido”, aponta o mestrando da WPI, Joshua Gershlack, em um vídeo publicado pela instituição.
Uma das características da folha de espinafre é a rede de pequenas veias que levam água e nutrientes para as células. Com esta rede vegetal, foi possível replicar a forma com que o sangue se move nas veias humanas. Para tornar isto possível, foi necessário mergulhar as folhas de espinafre em um tipo de detergente especial para remover todas as células vegetais das folhas, mantendo apenas as estruturas de celulose.
“Celulose é biocompatível e já foi utilizada em várias aplicações regenerativas médicas, como na engenharia de tecido de cartilagem, engenharia de ossos e cicatrização de ferimentos”, escrevem os autores no artigo publicado.
O objetivo final dos pesquisadores é conseguir substituir tecidos danificados em pacientes que sofreram ataque cardíaco ou que têm problemas cardíacos que impedem a contração do coração. Como veias cardíacas, as pequenas veias vegetais das folhas modificadas poderiam enviar oxigênio para o tecido substituto, o que é crucial para gerar o novo tecido. A técnica não funciona exclusivamente em folhas de espinafre, e pode ser aplicada em diferentes tipos de vegetais para reparar tecidos humanos. Madeira, por exemplo, poderia ser usada para substituir ossos humanos.
“Temos muito trabalho a ser feito, mas por enquanto isso é muito promissor. Adaptar plantas abundantes que fazendeiros têm cultivado há milhares de anos para usar na engenharia de tecidos poderia solucionar vários problemas que limitam o campo”, explica Glenn Gaudette, um dos pesquisadores. [National Geographic, Science Alert]
(Fonte:HypeScience)
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