quarta-feira, 6 de dezembro de 2017

O mundo está ficando sem café, e esse é o motivo

O mundo está ficando sem café, e esse é o motivo

Amantes de café, trago más notícias: é possível que a bebida perca sua qualidade, mas ganhe valor, tornando-se mais cara nos próximos anos.De acordo com cientistas dos Reais Jardins Botânicos de Kew, em Londres, o clima em aquecimento do planeta está diminuindo a quantidade de terra adequada para a produção de café, enquanto a demanda mundial cresce.

A situação

Além do problema da mudança climática, demora de 4 a 5 anos para que uma planta de café amadureça antes que os grãos possam ser colhidos para assar. Com menos áreas adequadas para o cultivo, os especialistas dizem que a indústria precisa de investimento e de uma nova estratégia, mas isso pode levar anos.
Ao mesmo tempo, o consumo de café cresce anualmente – segundo a International Coffee Organization (Organização Internacional do Café), o consumo dobrou nos últimos 35 anos, passando de 4,9 bilhões de quilos em 1980 para 9,5 bilhões de quilos em 2016.
A produção de café na Etiópia, local de nascimento do grão de alta qualidade Arábica e o maior exportador da África, pode estar em séria ameaça durante o próximo século. Prevê-se que o consumo ultrapasse a produção pelo terceiro ano consecutivo.ultrapasse a produção pelo terceiro ano consecutivo.Temores iniciais sobre o clima deste ano no Brasil e no Vietnã, os dois maiores produtores de café do mundo, diminuíram. Apesar disso, algumas preocupações meteorológicas imprevistas nos próximos meses podem significar uma falta do produto a curto prazo.ultrapasse a produção pelo terceiro ano consecutivo.Temores iniciais sobre o clima deste ano no Brasil e no Vietnã, os dois maiores produtores de café do mundo, diminuíram. Apesar disso, algumas preocupações meteorológicas imprevistas nos próximos meses podem significar uma falta do produto a curto prazo.

A longo prazo…

Mas é a perspectiva de longo prazo que é motivo de real preocupação para agricultores e bebedores de café.
Em algumas áreas, as temperaturas já aumentaram o suficiente para começar a ter impactos na qualidade do cultivo. O resultado lógico é que os preços precisarão aumentar, especialmente para os cafés de alta qualidade, que são os mais ameaçados.As áreas atuais de cultivo de café na Etiópia podem diminuir em até 60% devido ao aumento de temperatura de 4 graus Celsius até o final do século, prevê o estudo dos Jardins Kew. Esse aumento é baseado em um cenário no qual as emissões de gases de efeito estufa permanecem altas a partir de agora até 2100, segundo o Painel Internacional sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês).
Apesar do cenário sombrio, os pesquisadores destacaram que, se determinadas ações forem tomadas, esta situação pode ser evitada. A realocação de áreas de cultivo de café, combinada com conservação e replantação de florestas, poderia ver um crescimento substancial (de até quatro vezes e meio) na região adequada para o plantio do café na Etiópia.


Brasil

Alguma medida é certamente necessária, não somente por conta da demanda mundial de café, mas também porque a bebida fornece meio de subsistência para cerca de 15 milhões de etíopes, o equivalente a 16% da população.
E, se a Etiópia parece longe demais para ser um problema para você, saiba que o país não está sozinho ao experimentar potenciais dificuldades com a produção de café. As pesquisas do IPCC descrevem preocupações semelhantes para o Brasil.
Um aumento da temperatura de 3 graus Celsius e um aumento de 15% nos níveis de chuva pré-industriais em dois dos principais estados produtores de café do país, Minas Gerais e São Paulo, podem levar a uma diminuição da área potencial de produção de 70 a 75% para 20 a 25%.
Nos últimos anos, o pior período de seca já observado no Brasil desde que os registros começaram a ser feitos, quase um século atrás, causou danos nas principais regiões produtoras do país. No início deste ano, o governo chegou a discutir a possibilidade de importar café, o que não ocorreu por conta da pressão dos cafeicultores brasileiros.
A produção brasileira de Arábica caiu bastante entre 2014 e 2015. Secas prolongadas, juntamente com altas temperaturas no estado do Espírito Santo, também resultaram em colheitas mais baixas da variedade mais amarga, Robusta.

O desafio do clima

Uma única seca não pode ser atribuída às mudanças climáticas, mas esses eventos climáticos extremos constituem um grande desafio para a indústria do café.

Enquanto o clima severo impacta cafeicultores na Etiópia e no Brasil e os cientistas preveem uma redução nas áreas onde café de alta qualidade pode crescer, vários outros países produtores estão vendo colheitas recordes. A razão é o desmatamento.
“Em quase todos os países em que a produção de café está atualmente se expandindo rapidamente, o desmatamento é a principal fonte de novas terras. Isso é diferente do Brasil, onde melhorias tecnológicas podem representar aumentos de produtividade”, explica o Dr. Peter Baker, da iniciativa Coffee and Climate, uma organização financiada em parte pela indústria do café.

Tecnologia

A longo prazo, a tecnologia pode desempenhar um papel ainda mais importante na garantia do futuro do café.
Em 2014, a sequência completa do genoma da variedade Arábica se tornou pública, facilitando a seleção de plantas capazes de lidar com condições mais quentes.
Além disso, o Instituto Mundial de Pesquisa do Café está trabalhando em um programa de criação de plantas para tentar aumentar a diversidade do Arábica, tornando-o mais resistente às mudanças climáticas.
Mas isso não é algo que vai acontecer do dia para a noite. Até lá, os amantes da cafeína provavelmente terão que se contentar com um aumento dos preços e uma diminuição da qualidade em suas cafeterias preferidas. [BBC, BusinessInsider] - Fonte:HScyence - Dez/17)

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