Agricultura Urbana
Por Nilson Dias
Cultivar uma horta em sua casa ou apartamento pode ter inúmeros benefícios para você e sua família. O ato de germinar sementes, lidar com terra e compostagem dos nossos resíduos orgânicos podem parecer coisas corriqueiras para alguns e ser uma completa novidade para outros, tendo um grande impacto em nossa saúde mental e física, além de tornar a vida mais divertida e em harmonia com a natureza e os reinos vegetal e mineral.
Cultivar uma horta em família ou com vizinhos, pode criar novos laços de amizade e nos ajudar no processo de conhecer uns aos outros e até mesmo nosso próprio processo de auto-conhecimento. Além disto, cultivando alimentos em casa utilizando nosso composto resultará em alimentos frescos, livre de agrotóxicos e com maior aporte de nutrientes em nossa dieta.
Utilize parte do tempo que geralmente é gasto com futilidades como assistir TV ou ficar no facebook para se conectar com sua saúde e com a terra. Dedicando alguns minutos diariamente em pouco mais de um mês já estará colhendo alguns alimentos bem fresquinhos de sua horta.
Quem tem casa com quintal não precisa investir muito tempo e dinheiro nos canteiros. Já quem mora em apartamentos sem varanda ou sem acesso a áreas como terraço ou jardins, terá que usar mais a criatividade para desenvolver jardineiras nas janelas e canteiros verticais em paredes que tenham boa insolação ou que recebam bastante luz indireta do sol.
Para fazer um bom canteiro, tenha em mente os seguintes pontos:
Profundidade: os canteiros devem ter pelo menos 20cm de profundidade. Se for usar uma garrafa PET numa horta vertical, use a garrafa em pé e não deitada, assim terá a profundidade correta. Canteiros para cenoura e beterraba devem ter o dobro de profundidade.
Substrato: deve ser composto por terra preta, húmus de minhoca, adubo gerado através da compostagem dos restos de cozinha e 200g de bokashi para cada metro quadrado. Pode-se utilizar um pouco de esterco de frango ou vaca, desde que compostado.
Cobertura: pode-se utilizar uma primeira camada de folhas secas recolhidas das calçadas ou de baixo de árvores, uma segunda camada de capim e uma terceira de serragem de madeira sem tratamento (eucalipto bruto por exemplo). Isto evita que a terra fique exposta ao sol, mantendo a umidade. Além disto, evita o crescimento de ervas daninhas ou invasoras.
Irrigação: quem quer gastar menos tempo com a rega pode colocar abaixo da cobertura de folhas e capim uma mangueira de jardim furada ao longo de todo canteiro, com espaço de 30cm entre linhas, para fazer uma irrigação por gotejamento. Abra pouco a torneira de modo que fique gotejando pelos furos por cerca de 30 minutos diariamente.
Programando a Colheita
Comece sua horta com alguns canteiros de aromáticas perenes tais como manjericão, alecrim, e hortelã. Em hortos e até supermercados é possível comprar mudas já em vasinhos.
Sua sementeira deve ser feita de acordo com seu consumo semanal. Se consome um pé de alface por dia, plante 7 sementes de alface por semana em sua sementeira, que pode ser adquirida em lojas de produtos agrícolas. Repetindo isto toda semana, sempre terá alfaces prontos para consumo, após o primeiro ciclo de 30-45 dias. Os pacotes de semente possuem o tempo que cada muda fica na sementeira e no canteiro, até a colheita. Geralmente a muda fica na sementeira até alcançar 3 cm e então é transplantada para o canteiro.
Ao transplantar a muda, abra um buraco pequeno com as mãos, removendo a cobertura de serragem apenas onde a muda será transplantada.
O que plantar?
Comece com os alimentos que está acostumado a usar em suas receitas: alface, cenoura, beterraba, salsinha, espinafre e aipo. A Salsinha é rica em cálcio e ajuda a limpar os rins, e deveria ser consumida diariamente por todos da família crua em saladas ou sucos.
O girassol pode ser germinado (8 horas na água) e depois plantado de forma bem adensada num canteiro ou jardineira. Em 7 dias terá brotos de girassol bem grande que são um ótimo incremento na salada.
É possível também fazer consórcios, ou seja, plantar no mesmo canteiro diferentes espécies, de modo a utilizar melhor o espaço, sendo que em alguns casos, uma espécie ajuda a outra, sombreando, ou afofando a terra com suas raízes ou ainda repelindo pragas.
Alguns bons consórcios são:
Cenoura e Alface
Beterraba e Couve
Couve-flor e Salsão
Milho e Feijão
Beringela e Vagem
Bardana e Funcho
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