terça-feira, 14 de junho de 2016

GUERRA DAS MALVINAS: Curiosidades e dados pitorescos sobre as ilhas e o conflito.

GUERRA DAS MALVINAS: Curiosidades e dados pitorescos sobre as ilhas e o conflito.

Estatísticas da guerra Ao longo de dois meses e meio de conflito, os argentinos tiveram 649 mortos (dos quais 237 encontram-se enterrados em Goose Green, nas Malvinas), 1.068 feridos e 11.313 feitos prisioneiros. No lado britânico, vencedor do conflito, foram 258 mortos em combate, 777 feridos e 115 prisioneiros. Os kelpers, nativos do arquipélago, tiveram três mortos. Eles morreram nos últimos dias da guerra por conta de bombardeios britânicos a Port Stanley
Suicídios Os centros de veteranos argentinos indicam que desde o fim da guerra, mais de 500 ex-soldados suicidaram-se por estarem mergulhados em profundo estado de depressão. Esse número é superior ao de soldados mortos em batalhas nas ilhas, que foram um total de 326 (outros 323 morreram quando um submarino britânico torpedeou o cruzador General Belgrano)
Populações nas Malvinas 1 milhão de pinguins (quatro espécies são encontradas nas ilhas, dentre elas o pinguim rei, a segunda maior espécie da ave), 600 mil ovelhas (a produção de lã é uma das principais atividades nas Malvinas) e, além deles, 3.140 pessoas (dados de 2008). A densidade é de 0,25 habitante por quilômetro quadrado. Os habitantes são formados majoritariamente (70%) por descendentes de escoceses e galeses. Eles convivem com um volume de 1,5 mil a 2 mil soldados da base de Mount Pleasant, onde também se localiza o único aeroporto comercial da região
Transporte para as Malvinas Há apenas um voo comercial semanal, que liga as ilhas ao Chile. O voo percorre uma distância de mais de 3 mil km em cerca de 6 horas. A tarifa custa a partir de US$ 1,2 mil. Há ainda voos não comerciais operado pelo Ministério da Defesa (MD) britânico de forma irregular, que partem de Stanley rumo à ilha britânica de Ascensão, próxima a África, e de lá para uma base militar nos arredores de Oxford, na Inglaterra. A viagem dura 20 horas. O MD aceita passageiros comuns nos voos caso haja espaço, mas cobra para isso cerca de US$ 3,2 mil. Veteranos britânicos da guerra e seus familiares podem voar gratuitamente sem direito a reserva de assentos. Para ter seu lugar garantido nos aviões, os veteranos desembolsam cerca de US$ 450. No verão também é possível para os kelpers sair das ilhas em navios rumo a Argentina e ao Chile. A viagem leva pouco menos de três dias.
Economia das Malvinas Baseada historicamente na pesca, especialmente de lula (60% do PIB local) e lã. Nos últimos anos, iniciaram-se explorações de petróleo, embora ainda não seja comercializado. Os kelpers possuem a renda per capita mais elevada da América Latina: US$ 25 mil.
Curiosidades e efeitos das reivindicação argentina e britânica das Malvinas
Os argentinos, na prática, só tiveram autoridade formal sobre as ilhas entre 1820 e 1833, um total de 13 anos. Os britânicos estão lá ininterruptamente há 179 anos
Não restou uma população “étnica” argentina a partir da conquista britânica. Há, no entanto, moradores que já são a sétima geração a nascer nas ilhas após a chegada de seus antepassados do Reino Unido no século XIX
Segundo o último censo das Malvinas, há 7 brasileiros residindo no arquipélago. O próximo censo será realizado em abril de 2012
A Argentina coloca as ilhas nos mapas como sendo próprias, e contabiliza como “argentinos” seus 7,7 mil quilômetros quadrados. Entretando, paradoxalmente, as companhias telefônicas instaladas na Argentina encaram, na prática, de outra forma, já que as ligações telefônicas para Stanley são cobradas como se fossem internacionais
Já no sistema de organização administrativa britânico o território não é parte integrante do Reino Unido, mas sim ligado à coroa britânica. Mesmo assim, a representação internacional e a defesa das Malvinas ficam a cargo de Londres. A Rainha Elizabete II tem direito de interferir diretamente nos assuntos internos do território. Ela é representada localmente por um governador. O cargo atualmente é ocupado pelo diplomata britânico Nigel Haywood.
O modelo de carro mais comum nas Malvinas é o Land Rover. As placas dos carros são idênticas às placas utilizadas na Inglaterra, mas sempre começam com a letra F (de Falklands, o nome inglês do arquipélago)
Diplomatas argentinos e parlamentares recusam-se a ir às Malvinas para evitar que os britânicos carimbem seus passaportes (seria uma forma de reconhecer que estão entrando em território estrangeiro). Por outro lado, a Argentina não realiza controle de imigração ou alfandegário de passageiros que chegam a seus portos em embarcações procedentes das ilhas por considerar que se trata de uma viagem doméstica
O território reivindicado pela Argentina engloba ainda os arquipélagos das Ilhas Geórgia do Sul e das Ilhas Sandwich do Sul, ambos controlados pela Grã-Bretanha. Buenos Aires e Londres também disputavam o controle das Ilhas Orkney (ou Orcadas, em espanhol) do Sul, das Ilhas Shetland do Sul e da Península Antártida até a assinatura do Tratado Antártico em 1959, que congelou as questões de soberania ligadas a esses territórios. Os mapas de ambos países continuam a exibir esses territórios como seus
Distâncias As ilhas estão a 550 km do litoral argentino; a distância entre a Grã-Bretanha e as Malvinas é de 12,8 mil km. O território britânico mais próximo das Malvinas é a ilha de Tristão da Cunha a 4 mil km de distância de Stanley
Denominações O nome da capital das ilhas é “Stanley” de acordo com a denominação britânica e dos ilhéus. Para os argentinos, desde 1982, a cidade chama-se “Puerto Argentino”. Os ilhéus autodenominam-se “islanders” (ilhéus). O termo “kelper”, utilizado tanto na Grã-Bretanha como na Argentina, é considerado depreciativo pelos habitantes das ilhas, pois é o nome das algas laminariales que crescem com abundância no litoral do arquipélago. O nome das ilhas em inglês, Falklands, é uma homenagem a Anthony Cary, que era Visconde de Falklands e financiou a viagem do explorador John Strong às ilhas em 1690. Já o nome Malvinas, em português e espanhol, tem origem no nome francês dado ao arquipélago: Îles Malouines.
Efeitos da guerra
A derrota argentina levou a Ditadura Militar ao colapso; 15 meses depois o país tinha eleições livres e voltava à democracia
A vitória britânica salvou o governo de Margaret Thatcher da crise política e lhe conferiu elevada popularidade, que permitiria que ela permanecesse no poder por longo tempo (até 1990)
A indústria bélica aproveitou o conflito para observar o funcionamento – em uma guerra real – de uma série de novos armamentos, entre eles, o míssil francês Exocet
Graças à neutralidade do Brasil na guerra, a Argentina começou a deixar de ver o país vizinho como um potencial perigo bélico.
 

Ilhas Malvinas, o lugar onde Thatcher é mais querida

Em nenhum outro território britânico Margaret Thatcher é tão querida como nas Malvinas, onde seus habitantes lamentam a morte da ex-primeira-ministra e admitem que, sem a ajuda dela, as ilhas hoje seriam um lugar diferente.
Para os malvinenses, Thatcher foi a heroína que os "libertou" da invasão argentina em 1982, quando o país enviou seu exército para recuperar as ilhas, o que selou o futuro dos habitantes locais e o destino político das Malvinas, assim como a reputação da "Dama de Ferro", que venceu os argentinos e manteve a posse do território.
Por isso, na próxima quarta-feira, dia do funeral de Thatcher em Londres, os malvinenses se reunirão na catedral de Christ Church, na capital Port Stanley, para homenageá-la com uma missa.
"Sem sua convicção de que estava agindo corretamente ao enviar tropas para libertar as ilhas, mesmo contra a opinião de seus assessores, talvez nosso futuro tivesse sido muito diferente", disse à Agência Efe o representante das Malvinas em Londres, Sukey Cameron.
Os insulanos têm muito apreço pela ex-líder conservadora, e uma das principais ruas de Port Stanley possui o seu nome, "Thatcher Drive". Além disso, 10 de janeiro é oficialmente o "Dia de Margaret Thatcher", apesar de não ser feriado.
Essa data foi escolhida porque foi nesse dia, em 1983, que Thatcher visitou as Malvinas pela primeira vez, após ter saído vitoriosa - em 14 de junho de 1982 - de uma disputa militar que deixou 255 soldados britânicos e 650 argentinos mortos.
Nessa visita, foi concedida a condecoração de "Liberdade das ilhas Falklands" (nome dado às Malvinas pelos britânicos). Em 1992, Thatcher visitou as ilhas novamente, para comemorar os dez anos da vitória no conflito bélico contra a Argentina.
A guerra do Atlântico Sul, contra a Argentina, foi um dos eventos mais importantes de sua gestão, já que fez com que fosse eleita para seu segundo mandato em 1983.
Segundo Sukey Cameron, após deixar o governo, Margaret Thatcher continuou muito interessada no futuro das ilhas, e especialmente nos jovens malvinenses.
"Thatcher queria que as ilhas tivessem um futuro garantido e o governo britânico facilitou o investimento inicial e forneceu assistência para empreender um amplo programa de desenvolvimento", ressaltou ele.
Esse programa permitiu o estabelecimento de uma zona pesqueira nas ilhas, em 1986, para conceder licenças e receita para que o arquipélago pudesse ser economicamente autossuficiente.
"Eu a via regularmente e ela estava particularmente interessada em saber como estavam os jovens e também qual era a situação daqueles que tinham vindo estudar no Reino Unido", acrescentou Cameron.
O responsável pela companhia International Tours & Travel das ilhas, Sally Ellis, também acredita que o arquipélago não seria o que é hoje, sob soberania britânica, sem a intervenção de Thatcher.
"Margaret Thatcher sempre será muito admirada por sua forte postura durante a situação das Falklands em 1982", disse à Efe a malvinense que estudou em um colégio de Córdoba, na Argentina.
"Se ela não tivesse agido de maneira decisiva como fez, estaríamos levando uma vida muito diferente", afirmou Sally.
Tanta admiração dos habitantes das Malvinas por Thatcher levou a imprensa britânica a levantar a hipótese de que o nome de Port Stanley possa ser mudado para de Port Margaret, o que foi descartado segundo Sally.
O legado das Malvinas estará muito presente no funeral de Thatcher - que acontecerá na catedral de Saint Paul, em Londres - pois ela receberá honras militares dos regimentos que lutaram na guerra do Atlântico Sul, e especialmente dos Guardas Galeses, que perderam o maior número de soldados durante o conflito.

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