"REFLEXAO PARA O FINAL DE SEMANA"
PACIÊNCIA
Todos
nós estamos situados em extenso parque de oportunidades de trabalho,
renovação, desenvolvimento e melhoria. Ninguém vive deserdado da
participação nas boas obras, então, não pequemos por omissão: colheremos
o que semearmos, velha verdade sempre nova.
Quando dificuldades
surgem na estrada, não nos omitamos fazendo em favor dos outros o melhor
que pudermos, a fim de que a nossa esperança se erga sublime em
luminosa realização, aceitando as dificuldades à nossa volta, executando
as tarefas as quais a Sabedoria de Vida nos estabeleceu na existência
em que nos encontramos.
Se alguém nos responde asperamente, se um
amigo aparece incompreensivo, se outro companheiro passa a nos dedicar
antipatia gratuita, suponhamos que estes irmãos estejam presos
mentalmente a problemas de angústia e coloquemo-nos no lugar deles.
Certamente nos compadeceremos de cada um, dispondo-nos a auxiliá-los,
aprendendo a não desprezar o poder da migalha na obra do auxílio.
É
preciso não apenas desculparmos todos os insultos e desconsiderações
maiores que nos atinjam, mas, sobretudo, aprendamos a suportar com
paciência e esquecer completamente todas as pequeninas injustiças do
cotidiano, como o gesto áspero, a voz agressiva, a palavra impensada, a
acusação injusta, o comentário maledicente. Assim, poderemos retirar de
toda e qualquer crítica as parcelas de proveito a nós mesmos, não nos
acomodando com o desânimo, guardando silêncio, serenidade e
compadecendo-nos dos que nos prejudicam, aceitando sem revolta as
dificuldades que porventura nos afetem.
Ao nos imobilizarmos na senda
a pretexto de amarguras ou ofensas recebidas, lembremo-nos do apóstolo
Paulo que, sobrecarregado de problemas, não se resignou a interromper o
trabalho que o Mestre lhe conferiu, seguindo sempre na direção do alvo
que deveria atingir.
Portanto, abstenhamo-nos da queixa e da
rebeldia, procurando realizar o melhor que pudermos, porque a verdade é
que somos consciências endividadas perante a Lei Divina e, tão somente
auxiliando-nos uns aos outros é que encontraremos o caminho da nossa
própria libertação, deixando que a luz da compreensão nos guie as
palavras, seguindo em frente na execução dos deveres, guardando, assim, o
coração tranquilo e o raciocínio claro.
Lembremo-nos de que um
sorriso de confiança, uma prece de ternura, uma frase de bom ânimo, um
gesto de solidariedade e um minuto de paz não têm preço na Terra.
Muitas vezes é só o que o outro espera: simplesmente uma palavra de
entendimento e de reconforto para sair da treva à luz. E apenas assim é
que entenderemos que a caridade é amor sempre vivo a fluir incessante do
amor de Deus.
O benfeitor espiritual Emmanuel lembra, em texto
significativo no livro Caminho, Verdade e Vida, lição cinquenta, pela
sublime mediunidade de Chico Xavier: “Dá, porém, de ti mesmo aos
semelhantes em bondade e serviço, reconforto e perdão, cada vez que
alguém se revele faminto de proteção e desculpa, entendimento e
carinho”, e continua aclarando-nos: “Cada Espírito, em relacionando o
esforço que lhe compete, será compelido a esclarecer a sua qualidade de
ação nos menores departamentos da realização terrestre, onde foi chamado
a viver”.
Todos nós necessitamos de paciência uns para com os
outros, mas compete igualmente a todos estudar a paciência em sua função
educativa. Paciência é serenidade, calma, compreensão, esperança,
entendimento, mas não é passaporte ao abuso. É tolerância, brandura,
entretanto, não é correlato com o erro deliberado, sobretudo, é a
capacidade de verificar a dificuldade ou desacerto na construção do dia a
dia, buscando a solução do problema ou do obstáculo, sem alardes e sem
farpas de irritação. Em todos os aspectos da paciência, recordemos
Jesus, que foi no mundo o paradigma de semelhante virtude, mas não foi
conformista, jamais se apassivou diante do mal, empreendendo meios de
tudo renovar para o bem. Recordando de Sua sinceridade e franqueza, não
podemos nos esquecer de que o Cristo se revelou tão paciente que não
hesitou em regressar depois da morte ao convívio das criaturas humanas
que O haviam abandonado.
Podemos, assim, nos lembrarmos de uma
inesquecível lição evangélica: “Primeiro a semente lançada à Terra,
depois a flor na ramaria, em seguida a formação da espiga e, logo após, o
grão surgindo na espiga assegurando a colheita”.
É necessário manter
a calma construtiva na tarefa que temos a realizar. Todas as forças da
natureza aguardam com paciência as realizações às quais estão
destinadas. Portanto, caminhemos servindo, transpondo com paciência os
obstáculos, reconhecendo sempre que a prática do bem é bússola
indispensável à nossa orientação.
Nos derradeiros ensinamentos, Jesus
não esqueceu de induzir-nos à calma, recomendando: “Na paciência
possuís as vossas almas”, encontrado em Lucas, capítulo vinte um,
versículo dezenove. Concluímos, assim, que precisamos de paciência, não
só para angariar simpatia e a colaboração das almas alheias, mas para
educar também as nossas.
Bibliografia:
XAVIER, C. Francisco -
Encontro Marcado - ditado pelo Espírito Emmanuel - 14ª edição -
Brasília/ DF – FEB Editora - 2013 - lição 46.
XAVIER, C. Francisco –
Palavras de Vida Eterna - ditado pelo Espírito Emmanuel – 35ª edição –
Uberaba/ MG – Comunhão Espírita Cristã - 2010 - lições 34, 68, 172.
(Temi Mary Faccio Simionato)
(Fonte: Forum Esp.net - Fev/17)
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