Pimentinha brasileira mostra poder de eliminar bactérias resistentes a antibióticos
A planta nativa brasileira é usada por curandeiros tradicionais da Amazônia há centenas de anos para tratar infecções da pele e dos tecidos moles.
“Nós separamos os ingredientes químicos das bagas e sistematicamente os testamos contra bactérias causadoras de doenças para descobrir o mecanismo medicinal desta planta”, disse a pesquisadora Cassandra Quave ao portal Phys.org.
Como funciona
Os pesquisadores mostraram que uma composição refinada, rica em flavona, extraída das bagas inibe a formação de lesões cutâneas em ratos infectados com Staphylococcus auereus resistente à meticilina (MRSA).O composto não mata as bactérias, mas reprime um gene que permite que as suas células se comuniquem umas com as outras. Bloquear essa comunicação impede que as células realizem ações coletivas.
“Isso essencialmente desarma as bactérias MRSA, impedindo que excretem as toxinas que elas usam como armas para danificar tecidos”, explica Quave. “O sistema imunológico normal, em seguida, tem uma melhor chance de se curar”.
A descoberta pode ajudar a criar novas formas de tratar e prevenir infecções resistentes a antibióticos, um problema crescente. De acordo com a Organização das Nações Unidas, as infecções resistentes aos antibióticos são uma “ameaça fundamental” para a saúde e segurança global, e há estimativas de que causam pelo menos 700 mil mortes por ano em todo o mundo, com potencial para crescer para 10 milhões de mortes anualmente até 2050.Próximos passos
Os pesquisadores também descobriram que o extrato não prejudica os tecidos e a pele dos ratos, nem as bactérias normais e saudáveis encontradas neles.“Em alguns casos, você precisa entrar pesadamente com antibióticos para tratar um paciente. Porém, há situações em que o uso de um método antivirulento pode ser igualmente eficaz enquanto também ajuda a restaurar o equilíbrio na saúde de um paciente”, argumenta Quave.
O fruto, que parece uma pimentinha, não é uma planta exótica e rara encontrada apenas em um canto remoto da vasta floresta. Embora seja original da Amazônia, prospera em climas subtropicais e é abundante em grande parte da Flórida e outros estados americanos, por exemplo.
O próximo passo da pesquisa são ensaios pré-clínicos para testar os benefícios medicinais do extrato. “Se forem bem sucedidos, vamos fazer um pedido para prosseguir com ensaios clínicos”, afirmou Quave.
Os dados do estudo foram publicados na revista Scientific Reports. [MedicalXpress}
(Fonte: HypeScience - Fev 2017)
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