Acabar em pizza
O Brasil é um país onde o
cumprimento das leis ainda sofre uma série de problemas estruturais. Ao
invés de observarmos o cumprimento daquilo que é determinado, vemos que
nossas leis acabam se enfraquecendo pela falta de fiscalização ou pelo
fato dessa tal lei “não ter pegado” entre a população. Pior ainda é
saber que a posição social dos indivíduos também determina o cumprimento
ou não daquilo que nossos extensos códigos dizem. Afinal, nunca se sabe
“com que se está falando”.
Vez ou outra, observamos que importantes figuras políticas são
processadas e acusadas por crimes de corrupção que podem lhes custar a
carreira e a própria liberdade. Provas são reunidas, indícios
organizados e discussões feitas para se falar sobre o caso. Geralmente,
quando as medidas legais demoram a ser aplicadas, vemos que sempre
aparece algum tipo de subterfúgio que salva o acusado. Logo, os
populares e os meios de comunicação, bradam que tudo “acabou em pizza”.Para quem não sabe, essa expressão foi criada por um jornalista esportivo chamado Milton Peruzzi, que trabalhava na Gazeta Esportiva. Tudo começou na década de 1960, quando uma série de conturbações gerou uma grave crise entre os dirigentes da Sociedade Esportiva Palmeiras. O caso era tão grave que uma reunião de mais de quatorze horas foi realizada para que as questões do time de futebol fossem resolvidas de uma vez por todas.
Em uma reunião tão longa assim era normal que a fome acabasse incomodando aquele bando de cartolas nervosos. Foi então que, pela praticidade e a própria descendência italiana dos dirigentes, eles fizeram um pedido de dezoito pizzas gigantes, muito chope e vinho para sustentar aquela jornada de debates. Ao fim do bate-boca e da comilança, parece que tudo chegou a um acordo. Dado o desfecho, Milton Peruzzi publicou uma notícia com o seguinte título: “Crise do Palmeiras termina em pizza”.
Por Rainer Sousa
Mestre em História
Equipe Brasil Escola
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