quinta-feira, 31 de agosto de 2017

Farinha de Coco: já Experimentou?

Farinha de Coco: já Experimentou?

A farinha de coco pode ser consumida de diversas formas, com: iogurtes, frutas, no suco, com granola, bolos, tortas, pães e até no sorvete! Ela pode substituir boa parte das farinhas à base de glúten em receitais super saudáveis, como de bolos integrais e pães. Outro modo de usá-la é no peixe ou frango empanados, basta passar no ovo e, em seguida, na farinha.

Franguinho empanado com farinha de coco: SUCESSO!
Franguinho empanado com farinha de coco: SUCESSO!

Farinha de coco e seus 6 benefícios à saúde:
A farinha de coco Copra é rica em proteínas, cálcio e ferro, além de ser isenta de glúten e ainda conter alto teor de fibras vegetais.
1. A farinha de coco contém ácidos graxos, ou seja, gorduras que auxiliam na perca de peso!
2. Por ser rica em fibras retarda a digestão, sacia por mais tempo e ajuda a evitar constipação, mantendo o funcionamento do intestino em dia.
3. O açúcar da farinha de coco é liberado de forma gradual, evitando picos de glicemia e ajudando a ficar mais tempo sem aquela vontade de doce, fontes rápidas de energia como massas ou pães.

Farinha-de-Coco
Farinha de coco: nutritiva e gostosa! <3

4. Aumenta o metabolismo, já que os ácidos graxos de cadeia média são rapidamente absorvidos e estimulam o funcionamento do fígado.
5. Diminui a absorção do colesterol LDL (o colesterol ruim) no intestino por possuir grande quantidade de nutrientes.
6. Protege o coração, ajudando a manter o índice de colesterol controlado.
A farinha é feita com a parte mais nutritiva do coco, e de acordo com os nutricionistas apenas 1 colher de sopa por dia é o bastante para obter seus benefícios. Para o consumo da farinha de coco não há restrições, qualquer pessoa pode consumir sem preocupação. A Banca do Ramon preparou uma super oferta desse produto pra você, lembrando que a entrega é para todo o Brasil
(Fonte:entre legumes e verduras)

terça-feira, 29 de agosto de 2017

Conheça os alimentos que garantem calorias negativas

Conheça os alimentos que garantem calorias negativas

Aqueles que procuram perder alguns quilos muitas vezes abraçam a esperança de alimentos “negativos em calorias” – como num treino do paladar, que queima calorias ao mesmo tempo em que mastiga. Mas esses alimentos realmente existem?
“Por definição, são refeições que consomem mais calorias durante seu processamento em nosso corpo do que o efetivo conteúdo de nutrientes nos alimentos. Teoricamente, isso é possível”, diz Tim Garvey, presidente do departamento de ciências da nutrição da Universidade do Alabama, em Birmingham.
“Na verdade, não há alimentos com calorias negativas”, diz ele. Ou, como a estimada nutricionista Marion Nestlé colocou em um e-mail enviado à BBC: “Mito total. Nada mais a ser dito”.

Mastigar aipo pode queimar calorias

Tomemos, por exemplo, o aipo, muitas vezes proposto como alimento de calorias negativas devido à sua baixa contagem calórica, alta densidade de água e impressionante teor de fibras.
Embora todo o processo de mastigação e digestão dos alimentos fibrosos queime calorias, o resultado não atinge um valor considerável ou relevante.
“Pode haver apenas 10 calorias em um talo, mas o corpo absorve apenas um quinto delas durante a digestão”, diz o Dr. Garvey. “E isso ainda significa calorias a mais”. Aqui, desconsideremos o fato de que o ser humano não pode viver apenas de aipo, e que poucas pessoas simplesmente o ingerem cru. “Ele pode ser mais uma porta de entrada para creme de queijo ou manteiga de amendoim”, diz David Grotto, nutricionista e autora de The Best Things You Can Eat.
Isso não quer dizer que os talos de aipo – junto a outras frutas e vegetais fibrosos e com alto teor de água – não tenham valor na luta pela perda de peso. “Esses alimentos enchem o estômago e aumentam a saciedade”, diz o Dr. Garvey. Isso impede a ingestão de mais calorias logo depois do almoço, por exemplo – mas não vai queimar as que você já consumiu.
Há outros alimentos que se pode comer ou beber, que supostamente funcionam de modo diferente, fazendo com que o corpo trabalhe mais. Uma delas é a água gelada, que resfria o corpo em até 37C (98.6F). Mas, para Grotto, esse resultado não é muito impressionante. “Não há pesquisa nenhuma garantindo que quem bebe água gelada queime mais calorias”, diz ele. “Qualquer quantidade de impacto metabólico não traz umresultado esperado".

Alternativas para a perda de peso

Outros alimentos têm diferentes formas de aumentar a taxa de queima calórica (também conhecido como a taxa metabólica). Os extratos de cafeína, guanina, taurina e chá verde trazem todas essas propriedades, diz Ron Mendel. Ele conduz pesquisas sobre bebidas dietéticas que combinam esses ingredientes.
Em um estudo com apenas 20 participantes, ele descobriu que aqueles que consumiram uma bebida dietética chamada Celsius, lançada em 2005, queimaram mais calorias do que quando bebiam coca-cola diet.
“A grande questão aqui é: isso certamente não se soma às centenas de calorias que ingerimos por dia, mesmo em qualquer exagero”, diz Mendel, diretor do programa de ciência do exercício na Mount Union University, na Alliance, Ohio. “Não há fórmula mágica”, diz ele.
Ainda assim, ele especula que os pequenos ganhos calóricos podem resultar na perda de 4,5kg ao longo de um ano. “Não digo que eles podem substituir exercícios e compensar alguém que coma cinco donuts em um dia”, diz ele. “Mas, se você fizer essa pequena mudança durante uma quantidade significativa de tempo, ela pode fazer diferença”.
Dr Garvey não acredita que a mudança no metabolismo possa levar à perda de peso real. Como um médico voltado a obesidade e nutrição, ele sustenta que a única maneira efetiva de perder peso é o método enfadonho, antiquado, insatisfatório e, em última instância, bem sucedido: comer menos calorias do que se queima através do exercício – não da digestão. [BBC] - Fonte:HypeScience - Ago 2017)

segunda-feira, 28 de agosto de 2017

Viver é show fantástico

Viver é show fantástico
Você pode ter defeitos, viver ansioso, chorar e ficar irritado algumas vezes, mas não se esqueça de que sua vida é o maior tesouro do mundo.
Lembre-se sempre de que ser feliz não é ter um céu sempre azul, caminhos sem obstáculos, trabalhos sem fadigas, relacionamentos sem decepções.
Ser feliz É encontrar força no perdão, esperança nas batalhas, segurança no palco do medo, amor mesmo nos desencontros.
Ser feliz Não é apenas valorizar o sorriso a alegria, mas também refletir sobre a tristeza.
Não é apenas comemorar as vitórias, mas aprender lições nos fracassos.
Não é apenas alegrar-se como os aplausos, mas encontrar alegria na escuridão.
Ser feliz É reconhecer que vale a pena viver a vida, apesar de todos os desafios, incompreensões nos períodos de crise basta saber aproveitar.

Ser feliz Não é uma sorte do destino, mas uma conquista de quem sabe viajar para dentro do seu eu interior.
Ser feliz É deixar de ser vítima ou réu nos problemas, é se tornar o autor da própria história.
Ser feliz É atravessar desertos, ser capaz de encontrar um oásis escondido em sua alma.
É agradecer a cada manhã pela vida.
Ser feliz É não ter medo dos próprios sentimentos e saber falar de si mesmo.
É ter coragem para ouvir um… “Não”.
Ser Feliz É saber receber com segurança uma crítica, mesmo que seja injusta.
É beijar os filhos, é ter momentos poéticos com os amigos, mesmo que eles nos magoem.
É deixar viver a criança que cada um tem dentro de si.
Ser feliz É saber admitir quando errou e dizer “Eu errei”.
É ser o primeiro a dizer “Me perdoe?
É ter sensibilidade para expressar
“O que você tem mais de profundo no coração”.
É ter capacidade de dizer sem medo “Eu te amo”.
Faça da sua vida um canteiro de oportunidades.
Que nas suas primaveras você seja amante da alegria.
Que nos seus invernos você seja amigo da sabedoria.
E finalmente Quando você desviar do caminho, comece tudo de novo.
Pois assim você terá cada vez mais amor pela vida e descobrirá que ser feliz não é ter uma vida perfeita.
Mas saber usar suas lágrimas para irrigar a tolerância.
Saber usar suas perdas para polir a paciência.
Saber usar suas falhas para construir a serenidade.
Saber usar os obstáculos para abrir as janelas da sabedoria.
Não desista nunca de si mesmo.
Não esqueça nunca as pessoas que te amam.
Não desista nunca de quem te ama.
Não desista nunca de ser feliz, pois…
VIVER É UM SHOW FANTÁSTICO

sábado, 26 de agosto de 2017

Hormônio do Crescimento




Hormônio do Crescimento
Sinônimos
GH ("growth hormone") / HC ("hormônio da juventude")
O que é?
É um hormônio existente em todas as pessoas normais, que é produzido pela glândula hipófise, situada na base do crânio. A sua estrutura de aminoácidos é conhecida há mais de 40 anos e há mais de 10 anos foi sintetizado através de técnicas transgênicas, estando disponível para uso em diversas situações.
Qual a sua função no organismo?
É importante para o crescimento desde os primeiros anos de vida até o fechamento das cartilagens de crescimento dos ossos (epífises), o que ocorre no final da puberdade, em geral, entre os 15 e os 20 anos de idade.
Possui também importantes funções no metabolismo, principalmente:
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aumento da síntese de proteínas (principalmente nos ossos e músculos)
diminui a deposição de gorduras em algumas regiões do organismo como o abdômen e o tronco
aumento das necessidades de insulina pelo organismo
retém sódio e eletrólitos
aumento da absorção intestinal e eliminação renal de cálcio
A liberação normal ocorre durante o sono normal, havendo 3 a 4 picos em cada noite de sono. Estes picos são maiores durante a puberdade e tendem a diminuir com a idade em todas as pessoas.
O controle da secreção do GH por parte da hipófise é regulado por uma região do cérebro denominada hipotálamo, que produz dois hormônios. Um deles é estimulador da liberação do GH, chamado de GHRH (do inglês: GH- releasing hormone) e o outro é inibidor, denominado somatostatina.
Sua ação se faz diretamente em alguns tecidos do organismo e, principalmente, através da produção de fatores de crescimento, especialmente um fator semelhante à insulina, denominado "IGF-1" (abreviatura da sigla inglesa: "insulin growth factor" número 1).
O que se sente na sua falta ou excesso?
A falta do GH provoca uma doença denominada hipopituitarismo, e o excesso acromegalia, que estão descritos em itens específicos deste site.
Quando está indicado tratamento com GH?
O tratamento de reposição hormonal com GH está indicado nas situações a seguir:
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quando se demonstra a sua deficiência (hipopituitarismo), ou seja:
baixa estatura ou nanismo de causa hipofisária (hipopituitarismo), usualmente associada com a reposição de outros hormônios que também estão deficientes.
hipopituitarismo do adulto ou deficiência de GH do adulto, normalmente decorrente de doença hipofisária ou após cirurgia e/ou radioterapia sobre a hipófise.
em doenças onde sua reposição pode provocar efeitos benéficos sobre o crescimento:
síndrome de Turner: baixa estatura em meninas associada à falência de desenvolvimento da puberdade e alterações em diversas partes do organismo, provocadas pela falta ou anomalia de um dos cromossomos x (cariótipo 46 x0)
crianças e adolescentes com insuficiência renal crônica, associado ao manejo da doença renal e diversos tratamentos de suporte
algumas doenças genéticas onde ocorrem defeitos de formação óssea (displasias ósseas), sendo nestes casos indicado somente em algumas doenças específicas e com o cuidado de não haver piora das proporções entre as diversas parte do corpo (membros superiores e inferiores, tronco e abdômen)
É importante registrar que, para reposição de GH, devemos utilizar apenas o hormônio sintético. O hormônio humano, obtido a partir de hipófise de cadáveres, não deve ser empregado devido ao risco de contaminação com várias e graves doenças. O uso de hormônios extraídos de animais é também totalmente contra-indicado, não só pelo risco de contaminação, como também pela reação alérgica que pode provocar em função do fato do hormônio animal ter uma estrutura molecular diferente.
Questões atuais e relevantes acerca do GH
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Nos pacientes adultos com deficiência de GH, a sua reposição provoca aumento da capacidade física, diminuição do peso corporal, redistribuição da gordura abdominal, aumento da massa muscular, melhora do humor e do desempenho intelectual, entre outros efeitos mais importantes.
Em função destes excelentes efeitos benéficos, seu uso passou a ser especulado em situações como a obesidade severa e, principalmente, no sentido de reduzir o processo de envelhecimento e para a melhoria do condicionamento físico.
Estes usos, no entanto, não são cientificamente recomendados e, até ao contrário, contra-indicados. Assim, no esporte em geral, a sua utilização é considerada ilícita, estando incluída entre as substâncias proibidas pelo Comitê Olímpico Internacional.
No que se refere ao efeito antienvelhecimento, o mesmo não está demonstrado. Até ao contrário, em pessoas normais e idosas, ocorre uma redução progressiva da produção de GH, sendo este processo considerado associado ao envelhecimento. Doenças crônicas associadas, alterações nutricionais, redução de atividade física, alterações de sono e uso de diversas medicações são situações em que pode haver piora desta produção hormonal. O emprego de GH em idosos pode apresentar graves efeitos colaterais, como o desencadeamento de diabete melito, aumento da pressão arterial, agravamento de dores articulares e artrose, inchumes (edemas) e piora de função cardíaca e renal.
Dependendo da dose empregada, podem surgir sinais e sintomas semelhantes à acromegalia, . (Fonte: ABCda Odontologia)


sexta-feira, 25 de agosto de 2017

A química dos peptídeos

A química dos peptídeos 

 


 
Os peptídeos são compostos formados por aminoácidos unidos entre si por ligações covalentes (amídicas ou peptídicas). Eles podem ser imaginados como “os irmãos menores das proteínas”, já que contêm muito menos aminoácidos do que elas. Por outro lado, os peptídeos apresentam uma maior diversidade de modificações químicas do que as “suas irmãs maiores”.

O interesse em estudar os peptídeos cresceu significativamente a partir das constatações iniciais de que eles são compostos químicos com funções essenciais à vida. Sem dúvida, no nosso organismo eles atuam como hormônios (ocitocina), fatores liberadores de hormônios (fator liberador da corticotropina), analgésicos (metionina-encefalina), antibióticos (histatina-5) e neurotransmissores (colecistocininas). Os outros seres vivos (variando de bactérias a mamíferos e plantas) também produzem este tipo de polímero biologicamente ativo, como as toxinas dos venenos, por exemplo.

A grande maioria dos estudos científicos realizados com os peptídeos tem como objetivos finais:

(i) o seu uso terapêutico em mamíferos (para tratar distúrbios hormonais e infecções microbianas, por exemplo);

(ii) a determinação das suas propriedades, das suas funções e dos mecanismos moleculares pelos quais eles exercem as suas funções;

(iii) a preparação de compostos químicos derivados dos peptídeos encontrados na natureza (chamados de “peptídeos originais”) ou a síntese de novos peptídeos.

Estes novos peptídeos podem ter capacidade de: a) ativar ou inibir os processos biológicos dos quais os peptídeos originais participam (por exemplo, o peptídeo deamino-l-carba-ocitocina, derivado do hormônio ocitocina, também estimula contrações uterinas em fêmeas de mamíferos); b) atuar como vacinas (por exemplo, a penetratina); c) funcionar como materiais biodegradáveis com diversas utilidades (por exemplo, nanotubos e nanofios de peptídeos). Para que todos estes estudos pudessem ser realizados, químicos, bioquímicos, físicos, biólogos e médicos se dedicaram a conceber e aprimorar métodos, procedimentos e protocolos para a detecção, dosagem, isolamento das fontes naturais, purificação, determinação de estrutura química, síntese e análise de peptídeos. Este tipo de atividade passou a ser denominada de Química de Peptídeos.

No mundo inteiro, a síntese de peptídeos foi e continua a ser alvo de intensa pesquisa, pois os métodos existentes para tal foram e continuam a ser empregados em laboratórios científicos e em empresas internacionais que preparam peptídeos em micro- e macro-escalas. De fato, nas fontes naturais os peptídeos geralmente exercem as suas funções em quantidades muito reduzidas e, portanto, a síntese laboratorial evita a depredação do ambiente (sacrifício de muitos animais e plantas) e permite a obtenção de quantidades de peptídeos suficientes para uso terapêutico e realização de estudos científicos.

Hoje, todas as modalidades de síntese de peptídeos se enquadram em um dos seguintes tipos:

a) síntese usando DNA recombinante, que utiliza todas as técnicas modernas de expressão gênica e clonagem celular para fornecer o peptídeo original e seus mutantes. Geralmente, as bactérias clonadas são utilizadas como “ fábricas de produção” destes compostos. Por isso, este tipo de síntese tem ficado mais restrito à produção de peptídeos formados apenas por aminoácidos usuais e sem modificações químicas.

b) síntese biocatalisada, na qual enzimas proteolíticas (que catalisam a quebra das ligações peptídicas in vivo) são colocadas em condições reacionais específicas que as fazem trabalhar no sentido contrário (de síntese destas ligações) in vitro. Este método entrou para a classe de “tecnologias químicas limpas” ou “química auto-sustentável” ou “química verde”, pois permite a produção de peptídeos sintéticos de melhor qualidade com redução de resíduos tóxicos no ambiente. Por outro lado, o método também tem se limitado à produção de peptídeos formados apenas por aminoácidos usuais. Além disso, este método continua a ser estudado porque não existe uma enzima proteolítica universal capaz de catalisar a formação de todas as ligações peptídicas existentes em um peptídeo sem também catalisar a quebra daquelas já formadas.

c) síntese química de peptídeos, que se baseia no uso de um composto químico (ativador) que reage com o grupo carboxila (-COOH) de um aminoácido e o torna mais reativo ao grupo amina (H2N-) do outro aminoácido, resultando na liberação de água e formação da ligação peptídica entre eles (R1-CONH-R2):
 
                                                         
Inicialmente, as sínteses químicas eram realizadas com todos os reagentes dissolvidos em solventes orgânicos. Os produtos obtidos também ficavam dissolvidos, o que tornava a síntese trabalhosa e demorada devido à necessidade e dificuldade de separar os peptídeos obtidos dos reagentes que eram empregados para gerá-lo. Ávido por agilização do processo sintético, em 1963, Robert Bruce Merrifield - Prêmio Nobel de Química de 1984- descreveu o método da fase sólida (SPFS), que se baseia na ligação sequencial dos aminoácidos que formam o peptídeo a um polímero orgânico insolúvel em qualquer solvente. Assim, o processo de síntese foi mesmo agilizado, pois o peptídeo que cresce ligado ao polímero pode ser separado dos reagentes por simples filtração.
 
A Figura 1 é uma representação esquemática das moléculas de um peptídeo ligadas ao polímero orgânico durante este tipo de síntese. Este método é o mais geral e mais empregado para a obtenção de peptídeos sintéticos contendo aminoácidos usuais e não usuais, sem e com modificações químicas, devido principalmente à sua praticidade, rapidez e possibilidade de automatização. O método da fase sólida possibilita a síntese individual (de um peptídeo por vez), a síntese múltipla (de vários a dezenas de peptídeos ao mesmo tempo), a geração de bibliotecas (síntese simultânea de centenas a milhares de peptídeos) e a construção de micro-arranjos (síntese de peptídeos diferentes em posições específicas de uma placa sólida), podendo ser realizada à temperatura ambiente ou em temperaturas mais elevadas (no nosso laboratório usamos 60C e as micro-ondas). Ao final do processo sintético, o peptídeo é “desligado” do polímero. Apesar do avanço alcançado, entretanto, este tipo de síntese ainda continua sendo investigado, pois ele emprega grandes quantidades de solventes orgânicos, pode gerar resíduos nocivos ao ambiente e causa reações químicas indesejadas que podem comprometer a qualidade do peptídeo obtido.
 
 
 
 
 Figura 1. Representação esquemática das moléculas de um peptídeo
(formado pelos aminoácidos indicados por bolinhas coloridas; cada cor é um tipo de aminoácido) que está sendo sintetizado sobre uma fase sólida (polímero orgânico aqui representado pelo círculo azul). O crescimento da cadeia se dá na direção terminal C  terminal N.

O peptídeo sintético obtido por qualquer um dos três métodos citados deve ser analisado por técnicas químicas sofisticadas para avaliação da sua qualidade. Ele é submetido a um processo de purificação que remove as possíveis impurezas (subprodutos formados durante a síntese). Uma vez purificado, o peptídeo sintético tem o seu grau de pureza novamente avaliado e a sua estrutura química confirmada. Só então, ele pode ser usado com segurança em estudos científicos, para fins industriais e, principalmente, terapêuticos.

A Química de Peptídeos, portanto, foi, é e continuará a ser uma área da Química e da Bioquímica de intensa atividade, bem como de grande relevância científica e prática. Ela trouxe e ainda trará inúmeros benefícios para a humanidade.


Quadro de conceitos


Aminoácidos: compostos formados por 4 diferentes grupos químicos ligados a um carbono, ou seja, um grupo amina NH2, um grupo carboxila COOH (daí o nome aminoácido), um hidrogênio e um grupo geralmente chamado de R [(CH2-OH, CH(CH3)2, CH3,-CH2-COOH, por exemplo)]. O que difere um aminoácido do outro é o grupo R.

Sequência de aminoácidos: os peptídeos diferem entre si no número (geralmente menor do que 50) e sequência de aminoácidos que os compõem. Exemplo: colecistocinina-8, que tem funções hormonal e neurotransmissora, contém 8 aminoácidos, é amidado (-CONH2) na fenil-alanina (Phe) terminal e sulfatado (-SO3H) no grupo R da tirosina (Tyr) (Figura 2).
 
 
Asp ---- Tyr(SO3H)--Met-Gly ------Trp -----Met----Asp ---- Phe-NH2
 
Figura 2. Sequência de aminoácidos da colecistocinina-8 (usando o código de três letras para designar cada aminoácido)


Proteínas: estruturas químicas idênticas às dos peptídeos, porém com maior número de aminoácidos. As proteínas podem ser formadas por uma ou mais cadeias polipeptídicas. Elas, portanto, são consideradas como polímeros de aminoácidos de alta massa molar. Exemplo: lisozima (cada uma das bolinhas azuis representa um aminoácido) (Figura 3).
 
 
 
 Figura 3. Lisozima (extraída de http://textbookofbacteriology.net/themicrobialworld/chemoc.html)


Síntese: processo que compreende uma ou mais reações entre compostos químicos para produzir um ou mais produtos.

Aminoácidos usuais: são aqueles que formam os peptídeos e as proteínas da maioria dos animais e plantas. No homem eles são obtidos da dieta (os essenciais) ou são biossintetizados (os não essenciais). Algumas bactérias e fungos produzem aminoácidos com propriedades químicas e físicas diferentes, os chamados “aminoácidos não usuais”.

Enzima: proteína capaz de aumentar a velocidade de uma ou mais reações químicas. As enzimas são os catalisadores das reações que ocorrem nas células animais e vegetais. Elas também tornam essas reações seletivas e quantitativas.

Polímero orgânico: composto químico de natureza orgânica formado por repetições de uma unidade ou bloco construtivo (estrutura que se repete n vezes). O poliestireno, cujo bloco construtivo é o estireno (A), e a poliamida (B) são exemplos bastante conhecidos.
 
 
 

Representações estruturais extraídas de:
(A) http://www.americanchemistry.com/hops/intro_to_plastics/teachers.html
(B) http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Structure_polyamide_4-6.png 



Leia mais

http://www2.iq.usp.br/docente/?id=mtmirand

http://www.iq.usp.br/wwwdocentes/mtmirand/

Machado, A, Liria, CW, Proti, PB, Remuzgo, C & Miranda, MTM. Quim. Nova, 27(5), 781-789, 2004
Loffredo, C. & Miranda, MTM. (2005) Um marco na bioquímica e na medicina, Ciência Hoje, 36(214), 75-77.
Remuzgo, C; Andrade, GFS; Temperini, MLA & Miranda, MTM. Biopolym. – Pept. Sci., 92, 65-75, 2009.


Profª. Drª. M. Terêsa Machini Miranda
Laboratório de Química de Peptídeos, Departamento de Bioquímica
Instituto de Química, Universidade de São Paulo
mtmirand@iq.usp.br (Fonte: CRQ/IV)

quinta-feira, 24 de agosto de 2017

Cientistas descobrem o que realmente acontece com sua pele quando você tem eczema

Cientistas descobrem o que realmente acontece com sua pele quando você tem eczema

Pela primeira vez, cientistas identificaram os processos que acontecem na pele das pessoas que sofrem com eczema, também conhecida como dermatite atópica. Esta nova pesquisa realizada na Universidade de Newcastle (Reino Unido) com parceria com o laboratório britânico GSK Stiefel pode finalmente trazer um tratamento definitivo para as pessoas que sofrem com este problema.
O eczema é um problema de pele comum que afeta até 20% das crianças e 3% dos adultos no mundo todo. No Brasil, a prevalência média de crianças com eczema é de 11%, de acordo com o International Study of Asthma and Allergies in Childhood.
Enquanto existem dezenas de cremes, hidratantes e sabonetes específicos que aliviam alguns sintomas como coceira e descamação excessiva, há poucas opções de medicamentos que realmente ajudam a longo prazo. Também não há cura. A maioria das crianças deixa de sofrer com o problema conforme vai crescendo, mas os adultos com dermatite atópica conseguem apenas controlar o problema.
Em 2006, pesquisadores encontraram uma forte ligação entre pessoas que sofrem com a inflamação crônica e com a mutação do gene da Filagrina, proteína essencial para a manutenção da barreira cutânea. Sem ela, há maior penetração de alérgenos, micro-organismos e substâncias irritantes, que estimulam a resposta imune.
Mas até agora, pesquisadores não tinham certeza de como o eczema se desenvolve quando há falta de Filagrina. “Mostramos pela primeira vez que a perda de Filagrina sozinha é suficiente para alterar proteínas importantes e desencadear o excema”, diz o pesquisador principal, Nick Reynalds, da Universidade de Newcastle.
Para acompanhar esses mecanismos, a equipe usou um modelo de pele em 3D feita em laboratório. Eles alteraram a camada superior dessa “pele” para que ela fosse deficiente em Filagrina, exatamente da mesma forma que seria nas pessoas com a mutação genética.
Eles observaram que essa deficiência causa mudanças moleculares que são mecanismos regulatórios importantes para a pele. Isso afeta a estrutura da pele, função de barreira e até como as células se inflamam e responde ao estresse.
“Notavelmente, pela primeira vez, identificamos 17 proteínas que se expressam de forma significantemente diferente depois da remoção da Filagrina nas culturas do modelo da pele”, diz o artigo científico da equipe.
Os pesquisadores então verificaram suas conclusões iniciais ao analisar proteínas em amostras de pele de humanos, comparando os resultados entre participantes com ou sem eczema. Várias proteínas detectadas eram alteradas de forma semelhante apenas entre aqueles que têm dermatite atópica.
“Esse tipo de pesquisa permite que cientistas desenvolvam tratamentos que miram na raiz da causa da doença, ao invés de apenas administrar os sintomas”, diz Nina Goad, do British Association of Dermatologists. [Arquivos de asma, alergia e imunologia, Journal of Allergy and Clinical Immunology, Science Alert] - Fonte: HyperScience - Ago 17)

terça-feira, 22 de agosto de 2017

Reprodução dos fungos

Reprodução dos fungos


O mofo, comumente encontrado em alimentos em decomposição, reproduz-se produzindo esporos assexuadamente 
Os fungos são organismos uni ou multicelulares, heterotróficos e que se reproduzem de forma sexuada ou assexuada, principalmente por meio da produção de esporos.
Esporos
Os esporos são células que, por mitose, originam novos indivíduos. Em geral, são imóveis, com exceção dos encontrados em quitrídios, e produzidos por estruturas que se elevam acima do micélio (massa enovelada formada por um conjunto de hifas), denominadas de esporângios, ou em células de hifas (filamentos de células), sendo denominados de conídios.
Os esporos consistem em um método bastante eficaz de propagação, pois podem ser carregados pelo vento, água e animais a grandes distâncias. Quando eles caem em um local propício, com água e nutrientes, desenvolvem-se. Essa facilidade de propagação ajuda a explicar a ampla distribuição de muitas espécies.
Reprodução assexuada
A reprodução assexuada pode ocorrer de diversas formas. Uma forma comum de reprodução apresentada por organismos unicelulares, como as leveduras, é o brotamento, no qual ocorre o crescimento de um broto a partir da célula-mãe. Leveduras também podem reproduzir-se por divisão celular simples.
Os mofos, ou bolores, bastante encontrados em alimentos em decomposição, produzem esporos assexuadamente, o que origina novos fungos. No entanto, muitas espécies também podem reproduzir-se sexuadamente.
Reprodução sexuada
A reprodução sexuada ocorre em três etapas: plasmogamia, cariogamia e meiose.
  1. Plasmogamia: nessa etapa, ocorre a fusão do citoplasma de dois micélios. Como em muitas espécies os núcleos não se fundem imediatamente, os dois núcleos haploides permanecem aos pares na célula. Esse micélio é denominado de dicariótico. Com o passar do tempo, esses núcleos passam a dividir-se sem que haja a fusão;
  2. Cariogamia: essa fase pode demorar horas e até mesmo anos. Aqui ocorre a fusão dos núcleos haploides, o que forma células diploides. No ciclo de vida dos fungos, apenas o zigoto é uma fase diploide;
  3. Mitose: essa etapa é de extrema importância, pois restabelece a forma haploide e origina esporos com maior variabilidade genética.

Por Ma. Helivania Sardinha dos Santos

PÚRPURA



PÚRPURA
Sinônimos e nomes populares:
Equimoses, manchas roxas, hemorragias de pele, hematomas, roxos.
O que é?
É a presença de sangue fora dos vasos sangüíneos na pele ou nas mucosas. Como a camada cutânea é levemente transparente, este sangue é então visto como uma mancha roxa. Seu tamanho é variável, conforme o volume de sangue extravasado. Se a quantidade de sangue é muito pequena, mas as pequeninas manchas são em grande número costuma-se chamá-las de petéquias, guardando o nome de púrpura para as manchas maiores.
Como se adquire?
A púrpura é provocada pela ruptura de pequeníssimos vasos do sistema circulatório, chamados de capilares por analogia a fios de cabelo, por onde flui o sangue. Essa ruptura é geralmente ocasionada por traumatismo na pele ou nas mucosas. Em mulheres e crianças é freqüente o aparecimento de púrpura nas pernas e coxas com traumatismo mínimo ou mesmo sem traumatismo, de um tamanho de até cinco centímetros de diâmetro, em pessoas normais. Pode também ocorrer quando o traumatismo é ocasionado por uma injeção intramuscular ou na coleta e sangue para exames.
O que se sente?
Na maioria das vezes, essas manchas são indolores quando pequenas. Quando maiores, indicando que a quantidade de sangue extravasado dos capilares ou pequenas veias é maior, podem ser dolorosas.
Como o médico faz o diagnóstico?
O médico procura investigar se esta manifestação de hemorragia é única ou se existem outros tipos de sangramentos na pessoa. Em geral, a manifestação hemorrágica é limitada à púrpura e o médico tentará investigar a causa em 2 fatores principais: no próprio capilar ou num elemento fundamental da hemostasia (nome dado à capacidade do nosso organismo em estancar sangramento) que são as plaquetas. As plaquetas são fragmentos microscópicos do citoplasma de um determinado tipo de célula encontrado na medula óssea(megacariócitos). As plaquetas tem a capacidade de se agregar e aderir a mínimas lesões dos vasos e fechar com extrema rapidez pequenos "vazamentos" no sistema circulatório.
Quando estas plaquetas estão em número muito reduzido, mínimas rupturas dos capilares provocam hemorragia localizada e o aparecimento de petéquias ou púrpura.
Em algumas situações, mesmo com número de plaquetas normais, o distúrbio pode ser causado por um defeito na sua função.
As plaquetas são avaliadas através de sua contagem numa amostra de sangue ou ainda através de testes que estudam sua função.
Caso seja encontrada uma deficiência quantitativa ou qualitativa nas plaquetas, numa segunda etapa da investigação, o médico irá procurar a causa da diminuição do número ou da deficiência funcional.
O número das plaquetas pode estar diminuído por doenças próprias do tecido formador das plaquetas na medula óssea ou porque esse tecido foi destruído com quimioterapia ou radioterapia. Em outras situações, a formação das plaquetas é adequada e a sua diminuição é decorrente de uma destruição acelerada.
Os defeitos de função das plaquetas podem ter causas genéticas ou adquiridas. Entre as causas adquiridas incluem-se doenças como a insuficiência renal crônica ou medicamentos (os mais conhecidos, são os efeitos da aspirina e antiinflamatórios, sobre a função plaquetária).
Quando as plaquetas estiverem normais, a causa da púrpura deverá estar no próprio capilar, numa condição genericamente denominada de "fragilidade capilar". As causas dessa fragilidade vão desde doenças genéticas, passam por deficiência de vitamina C, podem ter causas alérgicas,hormonais, deficiência na estrutura da pele pelo envelhecimento natural (púrpura senil) ou não tem uma causa determinável.
Caberá ao médico, analisando o conjunto de dados do paciente, achar a causa da púrpura.
Como se trata?
Não há um tratamento único. Estará sempre ligada a causa que originou esta manifestação. Alguns cremes e pomadas, quando friccionados sobre as lesões, facilitam a reabsorção do sangue extravasado, encurtando o tempo de evolução das manchas. Estas passam por várias tonalidades de cor, do roxo ao marrom e amarelado antes de desaparecerem.
Como se previne?
Quando há uma causa identificada, um maior cuidado com traumatismos no dia a dia auxilia a atenuar esta manifestação.
Nos casos em que uma causa não pode ser identificada é importante que o paciente esteja consciente de que, apesar dos transtornos estéticos que a púrpura pode acarretar, essa não é uma manifestação de doença grave.
Perguntas que você pode fazer ao seu médico
A púrpura pode se transformar em doença de maior gravidade?
A púrpura, no meu caso, tem causa bem definida?
Que cuidados devo observar para melhorar ou não piorar o quadro?
No caso de uma gestação posso transmitir a doença ao bebê?
O tratamento proposto é curativo ou paliativo?
Se minhas plaquetas estão baixas, qual o número mínimo para não correr o risco de hemorragia grave?
Em virtude da púrpura, tenho alguma restrição a medicamentos?
(Fonte:ABC Saúde -Ago 17)

segunda-feira, 21 de agosto de 2017

Os 10 filósofos mais importantes da história

Os 10 filósofos mais importantes da história

Da ética de Aristóteles ao super-homem de Nietzsche, conheça os pensadores mais influentes do mundo e as ideias que pregaram


filosofos
Da ética de Aristóteles ao super-homem de Nietzsche, conheça os pensadores mais influentes do mundo e as ideias que pregaram.
  • 10. FRIEDRICH NIETZSCHE
ORIGEM Röcken, Alemanha
VIDA 1844-1900
PRINCIPAL OBRA Assim Falou Zaratustra
Crítico mordaz da ideia da existência de Deus, Nietzsche era um niilista – pessoa que, em princípio, não vê sentido na existência humana. Ele criou o termo “super-homem” para designar um homem superior, que seja capaz de transformar os valores estabelecidos e elevar a humanidade. Foi muito combatido no seu tempo, mas acabou inspirando diversos movimentos, entre eles o existencialismo, de Jean-Paul Sartre
  • 9. SANTO AGOSTINHO
ORIGEM Tagaste, Argélia
VIDA 354-430
PRINCIPAIS OBRASAs Confissões e A Cidade de Deus
Figura central dos primeiros anos do cristianismo, o teólogo Santo Agostinho refletiu sobre a liberdade humana, o tempo e a eternidade. Ele defendia os conceitos de “predestinação” (a VIDA – de todos seria previamente traçada por Deus) e de “graça divina” (a salvação não dependeria dos próprios humanos, mas da intervenção de Deus)

  • 8. DAVID HUME
ORIGEM Edimburgo, Escócia
VIDA 1711-1776
PRINCIPAL OBRA Investigação sobre os Princípios da Moral
Teorizava sobre questões epistemológicas – aquelas que tratam da natureza do conhecimento. Toda hipótese que não pudesse ser comprovada, segundo ele, seria inválida. Cético, não acreditava em milagres e dizia ser impossível provar a existência de Deus. Foi um dos maiores expoentes do Iluminismo, movimento surgido na Europa no fim do século 18 que defendia a razão como alicerce da sociedade
  • 7. LUDWIG WITTGENSTEIN
ORIGEM Viena, Áustria
VIDA 1889-1951
PRINCIPAIS OBRAS Investigações Filosóficas e Tratado Lógico-Filosófico
Interessado desde cedo em matemática e lógica, centrou seus estudos na função da linguagem. Para ele, os problemas filosóficos eram fruto de confusões nos modos de se comunicar. “Os limites da minha linguagem significam os limites do mundo”, escreveu. Para compreender o mundo, portanto, há de se analisar a linguagem, disse
  • 6. SÃO TOMÁS DE AQUINO
ORIGEM Roccasecca, Itália
VIDA 1225-1274
PRINCIPAL OBRA Suma Teológica
Considerado o maior teólogo da Igreja Católica, foi profundamente influenciado por Aristóteles, que, ironicamente, fora acusado de ateísmo. Em sua obra, investiga uma série de questões que não se limitam ao período medieval, época em que viveu. Ele refletiu sobre ética e metafísica e contribuiu para dar novo significado às noções de causa e ser, sobretudo para justificar como a realidade é constituída
filosofos2
  • 5. GEORG HEGEL
ORIGEM Sttutgart, Alemanha
VIDA 1770-1831
PRINCIPAL OBRA A Fenomenologia do Espírito
Um dos expoentes do idealismo alemão, estabeleceu um sistema que resultou em outro significado para as noções de liberdade e história. Utilizou o método dialético (focado na contraposição de ideias) para explicar aquilo que constitui o mundo real. Influenciou outro filósofo alemão, Karl Marx (1818-1883), criador do materialismo histórico
  • 4. RENÉ DESCARTES
ORIGEM La Haye (hoje Descartes), França
VIDA 1596-1650
PRINCIPAL OBRA Discurso do Método
Autor da máxima “Penso, logo existo”, defendia que o melhor caminho para adquirir conhecimento era o raciocínio matemático. Segundo ele, a fim de descobrir algo “firme e constante nas ciências”, era necessário estabelecer princípios sobre os quais não houvesse dúvidas. Por isso, o filósofo precisava, antes de tudo, ser um cético. Matemático brilhante, é considerado o fundador da filosofia moderna
Quem foi Sócrates?
  • 3. PLATÃO
ORIGEMAtenas, Grécia
VIDA 427-347 a.C.
PRINCIPAIS OBRAS Apologia e República
Teve grande influência na teologia cristã e na filosofia ocidental. Para ele, o homem vivia preso num mundo de sombras, sem conseguir ver a realidade. Foi o primeiro filósofo a produzir uma obra substancial que sobreviveu ao tempo. A Academia fundada por ele – e considerada a primeira instituição de ensino superior do Ocidente – sobreviveu por mais de 800 anos
  • 2. IMMANUEL KANT
ORIGEM Königsberg, Prússia (hoje Kaliningrado, Rússia)
VIDA 1724-1804
PRINCIPAL OBRA Crítica da Razão Pura
Um dos mais influentes filósofos europeus desde os gregos antigos, Kant notabilizou-se por investigar as condições de possibilidade do conhecimento e por analisar o modo como podemos agir tendo em vista um princípio universal que não cause danos para as outras pessoas. Sua filosofia passou a ser denominada como “filosofia crítica”, pois preocupou-se em examinar os limites do homem
  • 1. ARISTÓTELES
ORIGEMEstagira, Grécia
VIDA384-322 a.C.
PRINCIPAL OBRAÉtica a Nicômaco
Considerado por muitos o fundador da ética, Aristóteles defendeu que os sentidos devem ser o ponto de partida da filosofia. A busca pelo conhecimento, segundo ele, é mais eficaz quando recorremos à observação e podemos fazer experimentações. Ele criou uma escola (o Liceu) e influenciou com suas ideias vários campos do saber (física, política, meteorologia, lógica etc.). No fim da vida, acusado de ser ateu, fugiu de Atenas para não ter o mesmo destino de Sócrates (469-399 a.C.), obrigado a matar-se tomando veneno
CURIOSIDADE Aristóteles acreditava que tudo era formado por terra, ar, fogo e água e que haveria uma quinta essência, espécie de força oculta presente em tudo – uma das ideias centrais da alquimia
FONTES Livros Dicionário da História do Mundo, de Edmund Wright e Jonathan Law, e Filosofia, de Stephen Law
CONSULTORIA Agnaldo Portugal, chefe do Departamento de Filosofia da UnB, Auri Cunha, professor de Filosofia da Escola Vera Cruz, de São Paulo, Edgar Lyra Netto, coordenador do curso de graduação em filosofia da PUC-RJ, Márcio Custódio, coordenador associado do curso de graduação em filosofia da Unicamp, Marcos Zingano, professor do Departamento de Filosofia da USP, Matheus Pazos, professor do Departamento de Filosofia da Unicamp, Sofia Stein, coordenadora do curso de filosofia da Unisinos, e Virgínia de Araújo Figueiredo, membro do colegiado do curso de graduação em filosofia da UFMG.
(Fonte:mundo estranho)

sábado, 19 de agosto de 2017

O que são uniões paralelas?


O que são uniões paralelas?


Publicado por Direito Familiar


Você sabe o que são uniões paralelas? Talvez você já tenha visto em filmes, novelas, ou até mesmo conheça alguém que vive sob estas circunstâncias. Mas, como o Direito entende essas situações? Esse é o tema deste artigo!
Sabe-se que a família passou por diversas transformações ao longo dos anos e a legislação precisou se adaptar às mudanças para atender aos anseios da sociedade. Em um primeiro momento, as disposições da legislação buscavam assegurar a indissolubilidade do vínculo criado com o matrimônio, enquanto as relações fora do casamento não recebiam proteção do Direito de Família.
Com o advento da Constituição Federal de 1988, reconheceram-se as mais diversas formas de família e, pode-se dizer que a família adquiriu um caráter muito menos patrimonial, passando a ser reconhecida como a constituída pelo afeto e pela liberdade de cada indivíduo – não apenas pelo casamento.
Além disso, a atual Constituição Federal não determina qualquer tipo específico de família a ser protegido, o que faz presumir que podem ser atribuídas consequências jurídicas a quaisquer tipos de família, desde que os integrantes do núcleo familiar se reconheçam como tal.
Dentro desse contexto de transformação social e de reconhecimento das mais diversas formas de entidades familiares, observa-se que a legislação novamente “tem se mostrado incapaz de acompanhar a evolução, a velocidade e a complexidade dos mais diversos modelos de núcleos familiares que se apresentam como verdadeiras entidades familiares”1. Um exemplo disso seriam as uniões paralelas.
As uniões paralelas são aquelas que acontecem simultaneamente. A “simultaneidade familiar diz respeito à circunstância de alguém se colocar concomitantemente como componente de duas ou mais entidades familiares diversas entre si”2. Ou seja, é a situação em que uma mesma pessoa possui duas uniões ao mesmo tempo, mas uma teve início antes da outra.
Apesar de a Constituição Federal não deixar as diversas formas de família existentes atualmente desamparadas juridicamente, as uniões paralelas, para muitos, não poderiam ser reconhecidas.
No entanto, de acordo com Giselda HIRONAKA, embora ainda seja lenta a evolução no sentido de reconhecer as uniões paralelas, “aqui e ali, já se apresentam decisões que, corajosamente, têm chancelado a possibilidade de reconhecimento”3.
É certo que o avanço nesse sentido não tem sido rápido e, apesar de já se ter admitido a possibilidade das uniões paralelas4, ainda existem diversos posicionamentos no que diz respeito às consequências jurídicas do reconhecimento dessas entidades familiares para os envolvidos.
São três principais correntes:
1. As uniões paralelas não podem ser reconhecidas: se uma pessoa é casada ou vive em união estável e mantém outro relacionamento paralelo, mesmo que tal relação seja duradoura e dela advenham filhos, não há a possibilidade de reconhecer o relacionamento como uma entidade familiar.
Se da relação resultou a aquisição de patrimônio por esforço comum, tal situação será regulada pelo direito civil (e não familiar). O princípio da monogamia (que veda mais de uma união) deve prevalecer.
2. Possibilidade de reconhecimento da união estável de quem estiver de boa-: o reconhecimento das uniões paralelas deve considerar a existência de união estável somente quando um dos membros da família é impedido de iniciar outro relacionamento (por já estar em uma relação anterior) e o outro, apesar disso, acredita que não há impedimento.
Assim, para aquele que estiver de boa-fé dentro da relação, ela será reconhecida e produzirá efeitos. Isso porque se pretende, por exemplo, evitar o enriquecimento indevido daquele que foi infiel. O princípio da monogamia, portanto, é relativizado.
3. Todas as uniões poderiam ser reconhecidas: o conhecimento sobre uma união anterior “não pode ter o condão de tornar juridicamente irrelevante a existência de família constituída em concomitância com a originária”5. Para os adeptos deste pensamento, a monogamia deve ser considerada somente uma regra moral, mas não um princípio no qual se baseia o Direito.
Mais do que a monogamia, valorizam-se a autonomia, a liberdade de escolha e a intimidade dos indivíduos no momento da constituição de sua família.
Assim, diante de entidades familiares paralelas, merecedoras da chancela jurídica, o estado precisaria assumir o encargo de proteger o livre desenvolvimento da personalidade e os planos de vida dos cidadãos.
Importante dizer que, não se trata de criticar a orientação da monogamia. Afinal, cada um pode escolher viver e se relacionar da forma que bem entender. Trata-se, porém, de respeitar e conferir proteção estatal àqueles que escolhem uma diferente configuração familiar.
Agora, fica a pergunta para nossos leitores: com qual corrente vocês concordam? Escrevam para a gente contando!
Texto originalmente publicado no DIREITO FAMILIAR.
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1HIRONAKA, Giselda. Famílias paralelas. Disponível em: http://www.revistas.usp.br/rfdusp/article/viewFile/67983/70840. Acesso em 07/2017.
2PIANOVSKI, Carlos Eduardo. Famílias simultâneas e monogamia. Disponível em:http://www.ibdfam.org.br/_img/congressos/anais/9.pdf. Acesso em: 07/2017.
3 HIRONAKA, Giselda. Famílias paralelas. Disponível em: http://www.revistas.usp.br/rfdusp/article/viewFile/67983/70840. Acesso em 07/2017.
4 SILVA, Marcos Alves da. Da Monogamia: a sua superação como princípio estruturante do Direito de Família. Editora Juruá. Curitiba, 2013. “No Direito Civil brasileiro contemporâneo já existem significativas manifestações que apontam na direção da superação da monogamia como princípio estruturante do estatuto jurídico da família. O tema da simultaneidade de famílias foi suscitado só recentemente. Ele não tinha lugar na pauta das reflexões daqueles que se debruçavam sobre o Direito de Família. Antes da Constituição de 1988, só era tangenciado, quando se tratava do concubinato adulterino. O novo enfoque constitucional dado à família ou às famílias, termo ultimamente preferido por alguns doutrinadores, abriu espaço ao debate. O fato que estava posto à margem do âmbito jurídico foi trazido para o centro de acaloradas discussões e alcançou dignidade de tratamento reflexivo e não mais apenas a pecha irrefletida”.
5SILVA, Marcos Alves da. Da Monogamia: a sua superação como princípio estruturante do Direito de Família. Editora Juruá. Curitiba, 2013.

sexta-feira, 18 de agosto de 2017

É isso que acontece com o seu corpo quando você corre 30 minutos por dia

É isso que acontece com o seu corpo quando você corre 30 minutos por dia

Correr 30 minutos por dia pode proporcionar benefícios inimagináveis para sua saúde física, mental, emocional e espiritual.
  • Segundo o site boaformaabril, a prática de atividades físicas diariamente por meia hora tem o poder de melhorar a mente e ainda proporciona um corpo saudável.
  • Observe os benefícios:
    • Acalma a mente: A caminhada traz paz e produz efeito calmante.
    • Queima as calorias: Caminhar queima 150 calorias, pois o corpo em movimento eleva a temperatura interna.
    • Controla a fome: A caminhada controla a fome, porque ela reduz a sensação de fome.
    • Eleva o humor: Caminhar ativa os sensores de prazer localizados no cérebro, liberando hormônios como a serotonina e a endorfina.
    • Pernas torneadas: Caminhar continuamente 30 minutos diariamente faz com que após algumas semanas os músculos dos membros inferiores estejam mais definidos e firmes.
    • Seca barriga: Caminhar 30 minutos todos os dias seca a barriga, deixando-a bem definida.
    • Aumenta e melhora a capacidade: A caminhada diária de 30 minutos ajuda a desconectar-se dos problemas e proporciona novas ideias.
    • Adormece com tranquilidade: A caminhada diária faz com que o corpo se esforce e através disso o próprio corpo se prepara para repousar bem e com tranquilidade durante à noite, eliminando a insônia.
  • Por que adoecemos?

  • Muitas pessoas adoecem e acabam por engordar ou emagrecem extremamente porque estão com seu emocional abalado, essas pessoas estão enfrentando tantas dificuldades e não sabem ou não estão preparadas para lidar com elas.
  • Lamentavelmente, essas coisas citadas acima tendem a sufocar as pessoas, deixando-as exaustas física, mental e até espiritualmente, pois o estresse e o pesar as levam ao limite. Devido a tais circunstâncias, essas pessoas passam a duvidar de si mesmas e de sua capacidade de sobrepujar essas situações.
  • O que fazer nas dificuldades?

  • A primeira coisa é não se desesperar, a segunda é buscar ajuda e a terceira é manter o emocional saudável, assim, nem o corpo, nem a mente e nem o espírito irão adoecer.
  • A busca de um profissional especializado, familiares e amigos será de grande auxílio na vida, contudo, é preciso muito empenho e diligência ao praticar atividades físicas, como correr 30 minutos por dia.
  • Quando as pessoas praticam atividades físicas, elas tendem a melhorar física e emocionalmente, isso levará a outras curas mentais e espirituais, pois quando o emocional se cura, todos os outros setores ganharão forças para se curarem também.
  • Ninguém tem o poder de mudar ou interceptar as dificuldades, mas todos nós somos capazes de mudar nossas atitudes em relação a situação atual.
    (Fonte: familia.com.br - Ago/17)

quinta-feira, 17 de agosto de 2017

Química e Arte


Química e Arte 

 


 
A Espectroscopia Raman revelando a química das obras de arte
 
Quando o assunto é arte, dificilmente se pensa em química. Aparentemente são atividades tão distintas que até estão associadas a lados diferentes do cérebro. A realidade, entretanto, vem se mostrando bem diferente: desde a escolha dos materiais a serem empregados até as metodologias usadas na restauração de uma obra ou a definição de estratégias para prevenir sua degradação passam, em maior ou menor grau, pela química. Além disso, ainda tem “a mãozinha” que essa ciência dá na hora de determinar se uma obra de arte é autêntica ou uma falsificação.
  
Pode-se dizer que mesmo para a comunidade artística, a química não é mais a ciência das substâncias mal cheirosas e explosivas. Ao contrário, novas ferramentas de análise foram desenvolvidas ao longo das últimas décadas, as quais sequer necessitam que sejam retiradas amostras da obra para se obter a informação desejada. Uma dessas ferramentas é a Espectroscopia Raman.
 
Quais os materiais empregados? Qual a técnica utilizada? No caso de uma pintura, quais os pigmentos utilizados? O que causa esse ou aquele tipo de degradação? Como evitar que a obra se degrade? É possível determinar se a obra é verdadeira? Essas são as questões mais frequentes quando a análise química se faz necessária. Não há dúvida de que vários métodos analíticos podem ser utilizados, mas a grande maioria deles demanda que um fragmento da obra seja removido, o que nem sempre é possível. A Espectroscopia Raman é uma ferramenta de análise através da qual é possível atender todas estas questões, sem que seja necessário coletar amostras do objeto, seja cortando-o, raspando-o, perfurando-o, vaporizando-o ou solubilizando-o.
 
O número de exemplos que podem ser encontrados na literatura acerca de aplicações da Espectroscopia Raman em temas relacionados à arte é muito grande e vem crescendo rapidamente. Por esse motivo, apenas alguns exemplos ilustrativos foram selecionados para este texto. No caso da caracterização de materiais há várias abordagens possíveis, mas certamente aquelas relacionadas à restauração de bens, à história da arte e à possibilidade de falsificações certamente se destacam.
 
No primeiro caso, um dos critérios a ser estritamente seguido na escolha dos materiais a serem empregados é o da compatibilidade química, sem o que pode haver comprometimento da obra (seja no aspecto estético, seja no aspecto mecânico ou mesmo da própria restauração). Um excelente exemplo é a identificação de pigmentos empregados na produção de uma pintura em tela: a Figura 1A mostra espectros do azul da Prússia, hexacianoferrato de ferro de fórmula Fe4[Fe(CN)6]3?14-16H2O e do azul de ftalocianina (ftalocianina de cobre), ambos pigmentos azuis. A figura 1B mostra que a coloração verde empregada em lápis de cor pode tanto decorrer de misturas de azul da Prússia e amarelo de cromio (cromato de chumbo, PbCrO4) quanto de azul de ftalocianina e um corante orgânico sintético, da classe das diarilidas (especificamente, diarilida 14). A identificação de pigmentos e corantes é um ponto muito importante na autenticação de obras de arte e tem, portanto, um papel fundamental na detecção de falsificações.
 
 
 
 
         Figura 1- Identificação de pigmentos: (A) Espectros Raman de pigmentos azuis;
         (B) Espectros Raman de pigmento verde (a), constituído por uma mistura de azul:
         ftalocianina de cobre, espectro (b), e amarelo, diarilida 14, espectro (c)
 
 
As questões referentes à história da arte têm desdobramentos variados, como em antropologia e economia, uma vez que a produção cultural reflete os valores de uma sociedade em certo período da história. Quando se descobriu a similaridade na composição química de um pigmento sintético produzido pelos egípcios há cerca de 3000 anos (azul do Egito, CaCuSi2O6) com o pigmento conhecido como azul de Han (BaCuSi2O6, também conhecido como azul da China), empregado pelos chineses aproximadamente na mesma época, aventou-se a possibilidade de ter havido uma rota de comércio entre essas duas civilizações, o que foi descartado posteriormente. Esse fato exemplifica, entretanto, quanto é importante a obtenção de informações referentes à composição química de materiais empregados na produção de bens culturais.
 
Será que os egípcios têm algo mais a nos revelar em termos de pigmentos? Quais teriam sido os materiais empregados por eles na decoração de um sarcófago encontrado em um sepultamento do período greco-romano de cerca de 2000 anos de idade? Fragmentos de artefatos relacionados a práticas funerárias do Egito antigo (Figura 2) pertencentes ao Museu de Manchester (Reino Unido) foram analisados por Microscopia Raman permitindo a identificação dos pigmentos usados: hematita (-Fe2O3) para o vermelho, mistura de hematita e calcita (CaCO3) para a cor rosa, ouropigmento (AS2S3) no caso do amarelo e carvão como pigmento preto. A cor laranja foi preparada misturando-se hematita com ouropigmento ou então usando massicote e litargírio (PbO ortorrômbico e tetragonal, respectivamente) e a cor azul foi identificada com sendo produzida por lazurita (um aluminosilicato de composição Na3CaAl3Si3O12S). O substrato para esses desenhos foi uma mistura de calcita, cal e gesso e a decoração foi coberta por uma resina, cuja origem não pôde ser determinada com precisão.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Figura 2 - Foto de fragmento de sarcófago egípcio
 analisado por Microscopia Raman
 
Esse exemplo, apesar de não implicar em grandes revelações históricas ou econômicas, ilustra a eficiência da Microscopia Raman na identificação não destrutiva da composição química de um objeto. Por outro lado, essas informações, auxiliam na compreensão do contexto histórico-cultural de uma sociedade e, por vezes, também no esclarecimento da técnica empregada na fabricação do objeto. Esse fato pode ser exemplificado através da arte indígena: a decoração de potes cerâmicos é uma das características marcantes dessa arte e, certamente, saber como essa decoração foi aplicada pode revelar aspectos do conhecimento técnico de determinados grupos nativos. Geralmente as cores usadas são provenientes de minerais e espécies químicas sensíveis ao calor e podem servir como indicadores para se saber se a peça foi decorada antes ou após ter sido queimada. Um bom exemplo disso são os óxidos de ferro já que, sob aquecimento, goetita [oxi-hidróxido de ferro de fórmula -FeO(OH)] e magnetita (Fe3O4) podem ser convertidos a hematita em temperaturas compatíveis com as produzidas por fogueiras (tipicamente entre 500 e 700 °C), e a detecção desses minerais em objetos cerâmicos decorados pode indicar que a decoração foi feita posteriormente à queima da argila.
 
A identificação de pigmentos empregados em bens culturais dos mais variados tipos com certeza é um dos tópicos mais explorados em termos de aplicação de Microscopia Raman. É possível fazer a identificação inequívoca de pigmentos usados em inúmeros contextos, dentre os quais se destacam pinturas rupestres, arte pré-colombiana, arte indígena brasileira, selos, esculturas, tecidos, murais e pinturas. A utilização de um microscópio permite analisar misturas de pigmentos e discriminar partículas que tenham dimensões de poucos micrômetros. Uma ótima ilustração acerca da potencialidade da técnica nessa área é um estudo de iluminuras presentes em um livro religioso bizantino do século 13, pertencente à Biblioteca Britânica. Iluminuras são pinturas coloridas usadas para decorar o início de capítulos em textos religiosos e, neste caso, continham anjos negros, o que tornava a obra particularmente valiosa por sua raridade, mas a análise por Microscopia Raman revelou que a cor negra era decorrente de reação posterior sofrida pelo pigmento branco, carbonato básico de chumbo, Pb3(CO3)2(OH)2, com H2S presente no ambiente, resultando em sulfeto de chumbo PbS, pigmento preto.
 
A aplicabilidade da técnica não é restrita a compostos inorgânicos, como os exemplos dados podem sugerir, estendendo-se igualmente a substâncias orgânicas naturais ou sintéticas, como demonstrado em um estudo sobre um tembetá de resina pertencente ao Museu de Arte e Etnologia da USP. Tembetás são adornos labiais usados por grupos indígenas e podem ser de madeira, pedra ou ainda, mais raramente, de resina vegetal. O tembetá estudado foi encontrado em pedaços em um sítio arqueológico no interior de São Paulo, sendo que a parte interna dos fragmentos apresentava um brilho vítreo enquanto a parte externa tinha um aspecto ferruginoso, o que poderia indicar tratamento ou acabamento da peça com óxidos de ferro. A análise por Microscopia Raman revelou que o tembetá era constituído de uma resina triterpênica e que o aspecto terroso era devido à resina degradada por efeito de intempéries.
 
 
  Órgão datado de 1625 em igreja da França: tubos de chumbo
  sujeitos a corrosão
 
 
A própria questão da investigação da degradação de bens culturais, incluindo obras de arte, também tem na Espectroscopia Raman uma poderosa aliada. Os processos de decaimento podem ter incontáveis causas, mas o diagnóstico certamente passa pela identificação de produtos de degradação, como pode ser exemplificado no estudo de corrosão de metais. Apesar da Espectroscopia Raman não permitir a análise elementar, o que a torna ineficaz no estudo de metais e suas ligas, a caracterização de produtos de corrosão pode trazer informações muito importantes sobre os agentes agressores, levando à adoção de estratégias preventivas. Um excelente exemplo é o da corrosão de chumbo que afeta tubos metálicos de órgãos históricos (séc. XVI e XVII) na Europa: a corrosão é causada pelos ácidos orgânicos (principalmente fórmico e acético) que são produzidos pela madeira que constitui a estrutura e caixa de ar dos instrumentos, a qual, ao sofrer hidrólise no processo natural de envelhecimento, libera além desses, outros produtos orgânicos voláteis. Esculturas de chumbo em contato com madeira, com tintas ou outras substâncias que produzem formaldeído também tem seu processo de corrosão acelerado grandemente. 
 
 
 
A identificação da composição química de objetos também é incontestavelmente relevante do ponto de vista forense, no que diz respeito às falsificações. Objetos de marfim, como pequenas esculturas, por exemplo, são alvos insistentes de falsificadores, devido ao valor desse material, à relativa facilidade em imitá-lo e à grande procura que desperta. Uma das formas de avaliar a autenticidade da peça é através de suas propriedades, como a densidade, mas falsificadores hábeis podem mimetizar a densidade do marfim através da mistura de diferentes substâncias. A Espectroscopia Raman permite a identificação imediata de imitações. Na análise de vários pequenos objetos entalhados, supostamente de marfim, verificou-se que em vários casos tratava-se de uma mistura de polímeros sintéticos (poliestireno e polimetilmetacrilato) à qual havia sido adicionado carbonato de cálcio, provavelmente para simular as características físicas do marfim.                                                                Díptico de marfim com cena da paixão
                                                                                                            de Cristo. França, cerca de 1250
 
Pigmentos e corantes também são extremamente úteis quando a questão da autenticidade de uma obra de arte é considerada. No século XX ocorreu grande expansão da indústria química de corantes e pigmentos; a identificação de colorantes modernos em obras antigas facilita a detecção de fraudes. Assim, é possível associar, de forma inequívoca, na maioria dos casos, a presença de determinadas substâncias colorantes com datas específicas. Talvez o melhor exemplo seja o das ftalocianinas. Por serem substâncias sintéticas, sua comercialização iniciou-se na década de 1930 e sua detecção em obras de arte datadas de períodos anteriores sugere que sua autenticidade pode ser questionada.
 
Como comentário final, cabe concluir que este texto pretendeu mostrar através de alguns exemplos que a química está presente na intimidade da arte e é a guardiã de segredos valiosos, os quais a Espectroscopia Raman vem ajudando a desvendar.
 
                                              
 
Fotos:
wikimedia commons
 
 
Bibliografia consultada
 
1. H. Berke, Chemical Society Reviews 2007, 36, 15-30.
 
2. H.G.M. Edwards, S.E.J. Villar, A.R. David, D.L.A. de Faria, Analytical Chimica Acta, 503 223-233, 2004.
 
3. R.J.H. Clark e P. Gibbs, Anal. Chem., News & Features 99A-104A, 1998.
 
4. D.L.A. de Faria, H.G.M. Edwards, M.C. Afonso, R.H. Brody e J.L. Morais, Spectrochimimica Acta Part A, 60, 1505-1513, 2004.
 
5. http://www.goart.gu.se/sensorgan
 
6. H.G.M. Edwards e D.W. Farwell, Spectrochim. Acta Part A, 51, 2073-2081,1995.
 
 
Profa. Dra. Dalva L. A. de Faria
Laboratório de Espectroscopia Molecular
Instituto de Química da USP
 
 
Revisão Prof. Antonio Carlos Massabni
IQ-Unesp de Araraquara
(Fonte: CRQ/IV)