sexta-feira, 29 de maio de 2020

Covid-19 não é apenas uma doença respiratória

Covid-19 não é apenas uma doença respiratória

Por , em 13.05.2020
Médicos que tratam pacientes com Covid-19 afirmaram recentemente que a doença não atinge apenas o sistema respiratório.
Uma quantidade abundante de outras síndromes já foram documentadas em pessoas infectadas com Sars-CoV-2, incluindo coágulos sanguíneos, insuficiência renal, inflamação do coração e complicações imunológicas, de forma que os especialistas estão convencidos de que a doença afeta o corpo todo.
“Uma coisa que é ao mesmo tempo curiosa, evolutiva e frustrante é que esta doença se manifesta de muitas maneiras diferentes”, disse o Dr. Scott Brakenridge, professor da equipe de cirurgia da Universidade da Flórida (EUA).
Sim, a Covid-19 é uma doença causada por um coronavírus, designado como um vírus respiratório. Os mais clássicos e óbvios sintomas da infecção são de fato respiratórios: febre, pneumonia e síndrome respiratória aguda grave.
Dito isto, em alguns casos a Covid-19 tem mostrado efeitos severos que vão além do sistema respiratório, incluindo falência múltipla de órgãos e reações imunes.
Um dos sintomas mais estranhos e preocupantes até agora afeta os vasos sanguíneos, o que pode causar coagulações. Por exemplo, nos EUA, um paciente de 38 anos infectado com Covid-19 passou dez dias em bom estado, até que teve, de repente, uma oclusão aórtica (um coágulo sanguíneo grande que se forma na principal artéria do corpo). A condição é perigosa e mata cerca de 20 a 50% dos pacientes atingidos. Graças a um rápido diagnóstico e um procedimento cirúrgico subsequente, o paciente sobreviveu.
De acordo com o Dr. Sean Wengerter, cirurgião vascular em Pomona, Nova York (EUA), parece que o vírus da Covid-19 cria “uma resposta inflamatória local que leva a alguns desses eventos trombóticos”. “Isso está acontecendo devido à ação direta do vírus nas próprias artérias”, argumenta.

Coágulos no corpo todo: o problema

Outras equipes já relataram derrames incomuns em pacientes mais jovens, além de embolias pulmonares, que são coágulos sanguíneos nos pulmões.
Segundo o Dr. Oren Friedman, que atende pacientes de Covid-19 no Cedars-Sinai Medical Center em Los Angeles (EUA), coágulos sanguíneos minúsculos estão sendo encontrados nos menores vasos sanguíneos.
“Não há debate – o vírus parece afetar diretamente os vasos sanguíneos”, disse à CNN.
Isso significa que afeta todo o corpo, uma vez que cada órgão que possuímos é alimentado por vasos sanguíneos e está em risco de falência.
Outro sintoma bizarro preocupante ligado à Covid-19 é chamado de “síndrome inflamatória multissistêmica pediátrica”. 52 casos foram reportados, e mais 100 estão sendo investigados, na cidade de Nova York (EUA).
Essa síndrome é caracterizada por febre persistente, inflamação, mau funcionamento de um ou mais órgãos e sintomas que se parecem com choque.
“Em alguns casos, as crianças apresentam choque ou características da doença de Kawasaki, enquanto outras podem apresentar sinais de cascata de citocina”, afirmou a Dra. Mary Beth Son, reumatologista do Hospital Infantil de Boston (EUA).
A doença de Kawasaki envolve inflamação nas paredes de artérias de tamanho médio e pode danificar o coração. Já a cascata de citocina é uma reação imune potencialmente fatal que consiste em um ciclo positivo de retroalimentação entre citocinas e glóbulos brancos.
“É até possível que os anticorpos que as crianças estejam produzindo contra o Sars-CoV-2 estejam criando uma reação imune no organismo. Ninguém sabe”, opinou a Dra. Jane Newburger, cardiologista de Boston e especialista em doença de Kawasaki.
É importante observar que a cascata de citocina também atinge alguns adultos. A reação imune pode causar danos ao pulmão e coágulos sanguíneos incomuns nestes pacientes.Supressão do sistema imunológico
Segundo o Dr. Brakenridge, existem evidências de que o vírus não gera uma forte resposta imune e, ao invés disso, suprime o sistema imunológico, o que permitiria que atacasse mais diretamente os órgãos.
Um estudo conduzido por médicos do Shenzhen Third People’s Hospital, na China, publicado na revista científica Nature Medicine, apoiou parcialmente esta hipótese.
O Dr. Zheng Zhang e seus colegas analisaram amostras de células imunes retiradas do pulmão de nove pacientes com Covid-19 e descobriram níveis anormalmente altos de células imunes chamadas de macrófagos e neutrófilos, bem como produtos químicos de sinalização imunológica chamados de citocinas e quimiocinas, além de altos níveis de células T, outro tipo de célula imune, nos pacientes mais doentes.
Curiosamente, no entanto, os pacientes com os sintomas mais graves da doença tinham um número mais baixo de células T chamadas de CD8, que matam diretamente as células infectadas por vírus.
Ou seja, provavelmente existem muitas coisas que ainda não entendemos sobre esta nova condição desafiadora.

Efeitos colaterais bizarros, mas inofensivos

Fora os sintomas incomuns mais preocupantes da Covid-19, um efeito bizarro, porém inofensivo, tem sido observado em alguns pacientes: vermelhidão nos dedos dos pés. Alguns podem ter manchas roxas, também.

Os médicos acreditam que pequenos coágulos sanguíneos associados ao Covid-19 estejam causando esses inchaços ou lesões avermelhadas, mas elas não estão associadas a nenhum sintoma grave, de acordo com o pneumologista da Humberto Choi, da Cleveland Clinic (EUA). [CNN]-HScyence -Maio/2020

quinta-feira, 28 de maio de 2020

Coronavírus: observações “estupefatas” da linha de frente

Coronavírus: observações “estupefatas” da linha de frente

Por , em 27.05.2020
O coronavírus é uma doença complexa que pegou o mundo todo de surpresa; essa parece ser uma mensagem unânime entre os médicos das linhas de frente no combate à nova condição.
Depois dos primeiros surtos, principalmente na China e na Itália, e dos primeiros artigos científicos publicados, profissionais de saúde em outros locais tentaram se preparar para potenciais ondas de Covid-19 em seus próprios países.
Com pouco tempo de antecedência e muitas incertezas, a maioria deles sabia que seria difícil e intenso, mas o que veio a seguir se mostrou ainda mais complicado do que podiam imaginar.
A compilação abaixo é uma espécie de resumo do que alguns médicos da linha de frente no Reino Unido sabem (e o que ainda precisamos aprender) sobre como a Covid-19 ataca o corpo humano:

O coronavírus é mais viral do que a pneumonia

“Acho que a maioria dos médicos esperava um vírus respiratório que causa pneumonia, algo semelhante a doenças como a gripe sazonal em uma escala muito maior”, disse o professor Anthony Gordon, consultor da unidade de terapia intensiva do Hospital St. Mary’s em Paddington, à BBC.
Se o coronavírus fosse uma pneumonia em escala maior, já seria péssimo. O que ficou claro nos dias que se seguiram ao início da epidemia, no entanto, é que essa doença afeta muito mais do que a respiração.No caso de muitos pacientes críticos, o maior problema da doença se mostra como inflamação e coagulação sanguínea graves a ponto de atacar vários órgãos e se espalhar pelo corpo todo.
“Como médica, às vezes, parece horrível, tivemos tantos pacientes muito, muito doentes, que estão sofrendo essas profundas mudanças em seu corpo. Estamos todos lutando para entender melhor e é absolutamente essencial que façamos mais pesquisas para que possamos compreender o que está acontecendo”, afirmou Beverley Hunt, professora de trombose que trabalha em terapia intensiva em um hospital de Londres.

O enigma do oxigênio

De fato, alguns pacientes com Covid-19 chegam aos hospitais com dificuldade de respiração. Mas muitos dos indivíduos severamente afetados que foram hospitalizados não estavam com falta de ar, e sim tinham problemas em outros órgãos além do pulmão.
Curiosamente, porém, tais pessoas tinham níveis muito baixos de oxigênio, e logo não deveriam estar se sentindo tão bem, explicou Hugh Montgomery, consultor em terapia intensiva no Hospital Whittington em Londres.
Por exemplo, em alguns pacientes com Covid-19, uma medida chamada de saturação de oxigênio (a porcentagem de moléculas de hemoglobina no sangue que carregam oxigênio) chegou a 80% ou bem menos, com os indivíduos funcionando relativamente bem. Isso é alarmante; em muitos casos, os médicos tentam manter essa medida em pelo menos 90% em pacientes que não estão se sentindo bem.
Anthony Gordon acha que essa estranheza pode estar relacionada à inflamação que afeta os vasos sanguíneos dos pacientes. “Está impedindo que o oxigênio entre no sangue, e é isso que leva aos baixos níveis. Mas os próprios pulmões não são tão afetados nos estágios iniciais”, sugere. Esse é um dos mistérios da doença que precisa ser urgentemente mais pesquisado. Precisamos saber mais para decidir quando o ventilador mecânico é necessário, por exemplo.
A falta de ventiladores era um dos maiores medos dos hospitais do mundo todo no combate ao coronavírus. Esse instrumento parece ter sido essencial para salvar alguns pacientes. Entretanto, certamente não funciona para todo mundo e os médicos ainda não sabem por quê.
Talvez o foco nos pulmões seja o caminho errado no tratamento de alguns pacientes.
“A doença parece passar por estágios diferentes e, portanto, saber mais sobre como usar os aparelhos respiratórios nesses pacientes em diferentes estágios da doença seria algo que espero que aprendamos com o passar do tempo”, observou Barbara Miles, diretora clínica de terapia intensiva no Royal Infirmary em Glasgow.

Níveis sem precedentes de coagulação

Já falamos aqui dos problemas de inflamação e coagulação nos pacientes com Covid-19.
Quando o revestimento dos vasos sanguíneos fica inflamado, é mais provável que o sangue coagule, e o SARS-CoV-2 parece levar a um sangue incrivelmente espesso em alguns dos pacientes mais graves – mais de 25% deles têm coágulos significativos, o que tem se revelado um grande problema. “Você é muito mais propenso a ter trombose venosa profunda”, esclareceu Hunt, o que geralmente significa um coágulo de sangue na perna. “E embolia pulmonar, quando uma das tromboses venosas profundas viaja pelo corpo e bloqueia o suprimento sanguíneo para os pulmões, aumentando o problema da pneumonia”.
Os coágulos também impedem a circulação adequada do sangue para outros órgãos, como o coração e o cérebro, tornando os pacientes mais propensos a sofrer um ataque cardíaco ou um derrame.
O diferencial do Covid-19, no que se trata de coágulos, é a intensidade dos sinais de alerta.
Por exemplo, a principal proteína que forma coágulos sanguíneos é chamada de fibrinogênio. Normalmente, é encontrada em uma quantidade de dois a quatro gramas por litro no sangue.
“Aumenta um pouco na gravidez, mas o que estamos vendo com a Covid-19 é algo entre 10 a 14 gramas por litro. Nunca vi isso em todos os meus anos como médica”, afirmou Hunt.
O mesmo é observado em outra medida do risco de coagulação, uma proteína do sangue conhecida como dímero D. “Em um paciente saudável, os níveis são medidos em dezenas ou centenas. Com a Covid-19, não é incomum ver níveis de 60, 70 ou 80.000, o que é algo inédito”, complementa Montgomery. O sistema imunológico vai à loucura
O dímero D também pode ser um sinal de infecção tão grave que leva a uma reação exagerada – e letal – do sistema imunológico.
Em alguns pacientes, os médicos observaram que a Covid-19 provocou o que é conhecido como “tempestade de citocinas”.
As citocinas são pequenas moléculas produzidas pelo corpo como parte de sua defesa contra infecções. Elas levam à inflamação, normalmente até um certo nível que é bom para você; é isso que permite que seu corpo lute contra uma doença.
“O problema é quando há uma liberação maciça desses marcadores. Isso causa inflamação ainda mais excessiva, o que leva não apenas aos problemas respiratórios dos quais falamos, mas danos aos outros órgãos do corpo”, esclarece Gordon.
É por esse motivo que alguns dos estudos com pacientes graves têm focado no sistema imune e no número de células T, importantes células sanguíneas desse sistema, que parece diminuir drasticamente durante a tempestade de citocinas. A ideia é que o aumento do número de células T possa ajudar na recuperação de algumas pessoas.

O coronavírus é uma doença multissistemica

Tudo que discutimos até agora se resume a essa afirmação: a Covid-19 é uma doença multissistêmica altamente imprevisível.Em outras palavras, ela ataca partes diferentes do corpo humano em pessoas diferentes, e isso torna muito difícil para os médicos saberem a melhor forma de tratá-la individualmente.
“Não são apenas os pulmões, são os rins, o coração, o fígado. Também vimos músculos severamente inflamados que causam muitos danos. Mais de 2.000 pacientes de Covid-19 admitidos em terapia intensiva sofreram insuficiência renal”, disse Montgomery.
Em um número crescente de pacientes, o cérebro também se tornou motivo de preocupação. “Agora sabemos que um grande número de pacientes está tendo uma inflamação significativa do cérebro”, adiciona Montgomery. “A inflamação apresenta de tudo, desde delírio e confusão até ataques e o que chamamos de encefalite difusa”.
São muitos desafios, e a verdade é que ainda não sabemos exatamente por que e como todas essas diferentes partes do corpo são afetadas.

Quem a doença afeta e por que

Além da confusão de sintomas, há a confusão de quem é mais propenso a ser severamente afetado pela doença.
Por exemplo, é surpreendente que as condições subjacentes mais comuns envolvidas com a Covid-19 não sejam problemas respiratórios, como asma, e sim condições vasculares que afetam as veias e as artérias, como pressão alta, diabetes e doenças cardíacas, além de fatores como sexo, obesidade e idade.De acordo com o Centro Nacional de Pesquisa e Auditoria em Terapia Intensiva do Reino Unido, mais de 70% dos pacientes internados em unidades de terapia intensiva na Inglaterra, País de Gales e Irlanda do Norte são do sexo masculino e têm sobrepeso ou obesidade. Mais de dois terços dos que morreram têm mais de 60 anos.
Esses parecem ser fortes fatores de risco, mas ainda não explicam inteiramente por que tantas pessoas infectadas têm apenas sintomas leves ou até mesmo nenhum sintoma, enquanto outras ficam perigosamente doentes muito rapidamente.
Mesmo nas unidades de terapia intensiva (UTIs), os pacientes apresentaram condições muito diferentes.
“Podemos ter um paciente na casa dos 70 anos com insuficiência respiratória que só precisa de um pouco de ajuda com um ventilador. E podemos ter um paciente na casa dos 20 anos que desenvolva falência de múltiplos órgãos muito rapidamente”, disse Ron Daniels, consultor de terapia intensiva em hospitais de Birmingham.

Estudos, estudos e mais estudos

Infelizmente, não teremos respostas corretas ou definitivas para essa nova doença enquanto não completarmos grandes testes clínicos ao longo dos próximos meses.
A boa notícia é que muitos já estão sendo conduzidos – 41 estudos de “prioridade nacional” estão sendo financiados somente no Reino Unido.Mas não é possível apressar as coisas. Sim, já sabemos que insuficiência pulmonar é a maior causa de mortes por Covid-19 em terapia intensiva, mas não é a única e isso significa que um tratamento padrão pode não ser a melhor coisa para essa doença. Os médicos precisam criar todo um novo procedimento de como lidar com a Covid-19 dependendo de inúmeros fatores envolvidos.
“Tem sido quase medieval”, explicou Hunt. “Os melhores médicos de UTI do país tiveram que fazer palpites sobre uma doença que nunca haviam encontrado antes. Durante a maior parte do tempo, eles tiveram que basear seus medicamentos na observação, e não no conhecimento adquirido em experiências anteriores e nos dados existentes”.
“Aprendemos muito e o trabalho em equipe foi incrível, mas difícil. Às vezes cheguei em casa pensando que realmente não sabia se o que fiz hoje foi a coisa certa. Estamos tendo que aprender em alguns meses o que aprendemos ao longo de centenas de anos para outras doenças, e isso tem sido um desafio real”, concluiu Gordon, que trabalha em terapia intensiva há mais de 20 anos. [BBC] HScyence 2020

domingo, 24 de maio de 2020


Esse dentista brasileiro viaja o mundo devolvendo o sorriso a pessoas carentes



Por , em 23.05.2020 O dentista Felipe Rossi viaja o mundo dando um motivo a mais para as pessoas carentes sorrirem ao restaurar seus dentes e a confiança perdida. Para milhões de pessoas pessoas, a saúde bucal é puro luxo inalcançável por isso Felipe fundou, em 2016, a ONG Por1sorriso.
Para nós que temos uma rotina de cuidados bucais estabelecida e dinheiro para o dentista é difícil imaginar que há pessoas que sequer possuam uma escova dental. Apesar das conquistas tecnológicas em saúde bucal, aqueles mais carentes ainda têm pouco ou nenhum acesso à saúde bucal ou ao dentista.

Segundo The Global Burden of Disease Study , doenças bucais atingem 3,5 bilhões de pessoas no mundo. Estima-se que 2,3 bilhões de pessoas tenham cáries em dentes permanentes enquanto mais de 530 milhões de crianças sofram de cárie nos dentes de leite. Existe uma evidente correlação entre a presença de doenças bucais e status socioeconômico, e, obviamente, a pior carga recai sobre os mais pobres.







Problemas e doenças bucais tem um enorme impacto na qualidade de vida – dificuldades para se alimentar, dores e sofrimento permanente. Os dentes que não recebem tratamento levam a mais problemas, desconforto, além da certeza da perda de dentes muito prematura. O sorriso é comumente o que as pessoas notam primeiro no outro, portanto, ter dentes feios ou a ausência deles pode causar graves lutas psicológicas, como baixa auto-estima.















Essas transformações profundas nos rostos dos pacientes mostram como o trabalho dos voluntários não muda somente seus sorrisos, mas suas vidas. Um sorriso belo pode faz uma enorme diferença em como somos vistos, e também afeta a autoconfiança do indivíduo – essas pessoas agora parecem muito mais jovens e suas personalidades mais reluzentes. [Bored Panda, Instagram 1, 2, Youtube]
HScyence - Maio 2020

sexta-feira, 22 de maio de 2020

10 seitas cristãs antigas bizarras

10 seitas cristãs antigas bizarras

Por , em 9.02.2014 Nos dois primeiros séculos da era cristã, o Novo Testamento ainda não havia sido finalizado e a declaração de fé cristã aceita pela Igreja Católica Apostólica Romana e outras de crença ortodoxa, o Credo Niceno-Constantinopolitano, ainda estava muitos anos longe no futuro.O mundo romano foi o lar de muitas seitas rotuladas como “cristãs” que parecem estranhas e completamente desconexas para nós que estamos do outro lado do Primeiro Concílio de Nicéia. Se você acha que seitas cristãs modernas são confusas, segure o fôlego para ler sobre o cristianismo primitivo:

10. Simonianismo10

Os Simonianos, seita gnóstica do século II dC, tiraram seu nome de Simão Mago (ou Simão, o mágico), que faz uma aparição nos Atos 8:9-24, onde é repreendido pelo apóstolo Pedro por tentar comprar o ofício apostólico (daí o termo “simonia” para a prática de venda de favores divinos, bênçãos, cargos eclesiásticos, bens espirituais, coisas sagradas, etc). De acordo com o bispo Irineu de Lyon, Simão é o pai de todos os hereges.
Simão contou uma história na qual o primeiro pensamento feminino de Deus (ou a “metade feminina de Deus”), chamada Enóia, foi para os mundos inferiores para criar anjos. Infelizmente, os anjos se rebelaram contra ela, que ficou presa no corpo de uma mulher. Ela habitou tal corpo através de sucessivas reencarnações, uma das quais foi Helena de Tróia. Deus finalmente desceu à Terra como Simão Mago a fim de resgatá-la. Simão encontrou sua mais recente encarnação, também chamada Helena, trabalhando como prostituta na cidade de Tiro.
Em forma humana, Deus/Simão pregou contra os anjos rebeldes que criaram o mundo. Há indícios nos escritos de Simão que ele também identificou-se como o Cristo, que sofreu na Judéia. Ele ensinou que as pessoas que se voltavam para ele e Helena (que foi identificada como o Espírito Santo) eram salvas pela graça, não pelas obras. Os apócrifos “Atos de Pedro” relatam que, em uma “competição” com o apóstolo Pedro para provar quem estava dizendo a verdade, Simão levitou acima do Fórum Romano. Pedro, então, rezou a Deus para derrubar Simão, e o herege foi parado em pleno ar e caiu ao chão. Exposto como um vigarista, ele foi apedrejado pelo povo e morreu por conta de seus ferimentos.

9. Montanismo

9
Montano fundou um movimento que, quando nasceu (cerca de 156 – 157 dC), foi chamado de “Nova Profecia”.
Montano foi supostamente um sacerdote do culto pagão de Átis e Cibele, que tinha uma tradição de comportamento dervixe (conhecido por sua extrema pobreza e austeridade, similar às ordens mendicantes dos monges cristãos). Enquanto o movimento não diferia muito das crenças da Igreja Católica da época, havia desvios significativos em relação a sua doutrina.

Por exemplo, Montano permitia que mulheres tivessem posições de destaque na seita. Suas principais companhias eram as profetisas Maximila e Priscila. Em Pepuza, na Frígia (Ásia Menor), Priscilla afirmou que Jesus apareceu para ela na forma de uma mulher enquanto ela dormia e, depois de ter se deitado a seu lado, “colocou Sua sabedoria dentro” dela, e Lhe revelou que aquele lugar era santo. Maximilla predisse que, após a sua morte, o fim viria.
Uma notícia da iminente “segunda vinda de Cristo” (ou “parusia”) se espalhou como fogo em toda a região, e logo Pepuza foi afogada em um mar de devotos. Em preparação para a parusia, Montano incentivou o ascetismo e o martírio e proibiu o casamento (depois permitindo um único  casamento).No início, a Igreja Católica aprovava a Nova Profecia. Mesmo o defensor da Igreja e inimigo da heresia Tertuliano ficou entusiasmado com a forma como o Espírito Santo estava se movendo entre a comunidade Montanista. Claro que, mais tarde, a Igreja começou a notar que as profecias da seita estavam indo acima e além das palavras de Jesus e seus apóstolos, bem como das tradições proto-ortodoxas. Isso levou o Montanismo a ser considerado uma heresia. Séculos de oposição se seguiram culminando no ano 550 dC, quando os católicos confiscaram as Igrejas Montanistas em Pepuza e queimaram os ossos de Montano, Maximila e Priscila.

8. Marcionismo

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Os Marcionitas eram seguidores de Marcião do Ponto (ou Marcião de Sínope), considerado um dos cristãos mais influentes entre o tempo de São Paulo e Orígenes. Ele teria sido expulso da Igreja por “seduzir uma virgem”, mas essa acusação pode ter sido incitada por seus inimigos.
O que se sabe é que ele chegou a Roma e começou a ensinar suas doutrinas lá, atraindo um grande número de seguidores e ameaçando a própria existência da Igreja Romana, ainda no seu início. O bispo Policarpo de Esmirna chamou-o de “primogênito de Satanás”.
Marcião rejeitava o Deus judeu Javé como uma divindade tirânica, ensinando que o Deus de que fala as Escrituras Hebraicas não era o Pai de Jesus Cristo. Obviamente, ele rejeitou os escritos judaicos (que viriam a ser o Antigo Testamento), bem como compilou um novo cânone de livros sagrados. Para este fim, ele produziu um “Evangelho do Senhor” (uma versão inicial do Evangelho de Lucas) e recolheu as epístolas de Paulo, introduzindo assim a ideia de um “Novo” Testamento.
Marcião avaliou Paulo como o único apóstolo a entender verdadeiramente a mensagem de Jesus. Ele considerava os 12 originais, incluindo Pedro, idiotas. Marcião também proibiu o casamento e pediu o celibato entre seus seguidores (mesmo os já casados), uma vez que trazer mais crianças para o mundo significava trazer mais pessoas para o “cativeiro do despótico Javé”. Marcião foi também um docetista – ele acreditava que Jesus nunca tinha sido um ser humano de carne e sangue, apenas fingiu ser um.

7. Carpocracianismo7

Enquanto os Marcionitas praticavam um celibato extremo, a seita liderada por Carpócrates foi acusada do exato oposto – pura libertinagem. Os Carpocracianos acreditavam na reencarnação, e o bispo Ireneu de Lyon disse que os membros do grupo eram encorajados a experimentar tudo o que há na vida para que não tivessem que reencarnar e fazer o que ainda não tivessem feito, o que inclui a imoralidade.
Irineu podia estar exagerando, mas Carpocracianos de fato se orgulhavam de ser acima de todas as leis morais, e transcender convenções humanas. A notoriedade da seita reacendeu no século 20 com a descoberta do Evangelho Secreto de Marcos, uma versão mais espiritual do Evangelho canônico de Marcos. Clemente de Alexandria acusou os Carpocracianos de falsificá-lo para apoiar a sua libertinagem. O Evangelho Secreto incluía uma cena em que um Jesus nu dava instruções a outro homem nu, e esta sugestão de um encontro homossexual foi usada pelos Carpocracianos para justificar um estilo de vida gay em uma sociedade muito menos tolerante do que a nossa é.

6. Marcosianismo

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A seita marcosiana, liderada pelo professor Marcos (ou Marcus), é conhecida por sua fascinação com a teoria da numerologia e das letras, derivada dos pitagóricos.
Marcosianos encontravam significado nos equivalentes numéricos de palavras (em grego, cada letra tem um valor numérico). Por exemplo, o nome “Jesus” em grego – Iesous – corresponde ao equivalente numérico “888”, um número considerado como sagrado e mágico pelos antigos. Uma razão para isso é que os números associados a todas as 24 letras gregas, quando somados, dão 888.
A pomba era considerada o equivalente do Alfa + Ômega, uma vez que Alpha é igual a 1 e Omega é 800, e a palavra grega para “pomba” soma 801. Marcos também ensinou que 30 seres divinos chamados de Aeons derivavam do fato de que 1+2+3+4+5+7+8 = 30, com o ” 6″ omitido, porque não é uma letra do alfabeto grego habitual (“8” representa o “Ogdóade”, os oito Aeons primários).

5. Valentianismo

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Valentino era um professor muito popular e influente, por pouco não sendo eleito Bispo de Roma (o cara que chamamos de “Papa” hoje). Depois de perder (ou recusar) a eleição, ele montou seu próprio grupo.
Valentino acreditava em um andrógino Ser Primal, cujo aspecto masculino se chamava Profundidade, e o feminino Silêncio, a partir do qual pares de outros seres emanavam. Quinze pares acabaram sendo formados, totalizando 30 – os Aeons descritos por Marcos, discípulo de Valentino.
O último Aeon, Sophia, sucumbiu a ignorância e foi separada de seu grupo, o que resultou na criação de todos os males. Ela foi dividida em duas: sua parte superior retornou ao seu grupo, enquanto sua parte inferior ficou presa neste mundo físico. O conceito Valentiniano da salvação estava no resgate de Sophia pelo seu Filho, ou Salvador, em quem todos os Aeons são integrados. Sophia havia criado sementes espirituais em sua imagem, mas elas também estavam na ignorância. Para despertar e amadurecer as sementes, a Sophia inferior e o Salvador influenciaram o Demiurgo (artesão, ou Criador), uma divindade também inferior, a criar o mundo material e os seres humanos. Este Demiurgo não é outro senão o Deus bíblico dos judeus.

4. Basilidianismo

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Irineu chamou os seguidores de Basilides de Alexandria de dualistas e emanacionistas. Ou seja, eles viam a matéria e o espírito como forças hostis opostas, e acreditavam no mito gnóstico dos Aeons emanando em sucessão a partir de um “Pai” não gerado. Os cinco principais Aeons eram Nous (Mente), Logos (Palavra), Phronesis (Inteligência ou Prudência), Sophia (Sabedoria) e Dynamis (Poder). De Sophia e Dynamis emanaram 365 céus em ordem decrescente, coletivamente chamados Abrasax.
O Deus dos hebreus governou o céu mais baixo, e criou um mundo ilusório – o nosso. O verdadeiro Deus viu o sofrimento da humanidade neste reino ilusório e enviou Nous (ou Cristo) para trazer o conhecimento que iria libertá-los. Nous nasceu como Jesus, cujo nome secreto entre os Basilidianos era Kavlakav (ou Caulacau).
Cristo, sendo um ser totalmente divino, não tinha corpo físico real. Basilides é talvez mais conhecido por sua interpretação da crucificação de Cristo que, sendo incorpóreo, não podia morrer. No caminho para o local da sua crucificação, ele “fez uma troca” com Simão de Cirene, que estava ajudando a carregar a cruz. Os romanos, enganados, começaram a crucificar o pobre Simão. Esta noção sobrevive até hoje nas páginas do Alcorão muçulmano: “Eles disseram ‘Matamos o Messiah Isa (Jesus), filho de Maryam (Maria), o Mensageiro de Deus’, mas eles não o mataram, nem o crucificaram, e sim a semelhança de Isa foi colocada sobre outro homem” (Alcorão 4:157).

3. Ofitismo

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Os ofitas são nomeados após a palavra “serpente” – como você deve ter adivinhado, eram cristãos adoradores de cobras. A fascinação com serpentes decorria da leitura sobre a “queda” no Gênesis. Para eles, a serpente que tentou Eva não é a vilã da história, mas a heroína. Eles chamaram o Deus Criador do Gênesis de Ialdabaoth (Filho do Caos), que queria governar Adão e Eva escondendo deles a “árvore do conhecimento do bem e do mal”, a fonte da sabedoria.
Ialdabaoth era o filho de Sophia. Ele desconhecia o fato de que havia um reino divino mais elevado acima dele – era ignorante -, e assim arrogantemente se proclamou o único Deus. A serpente foi usada por sua mãe Sophia para frustrar suas ilusões de grandeza, convidando Eva a comer do fruto proibido. Assim, o próprio Moisés exaltou a serpente no deserto, e Jesus se comparou a essa serpente.

2. Setianismo

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Os Setianos eram assim chamados porque reverenciavam Seth (também grafado Sete ou Set em português), o terceiro filho de Adão e Eva, como o revelador do conhecimento. Eles se consideravam a “semente de Seth”, a parte da humanidade que tinha atingido Gnosis (conhecimento) e que, portanto, seria salva, ao contrário do resto da humanidade, os descendentes de Caim e Abel. Cristo e Seth eram a mesma pessoa.Setianos são mais conhecidos por seu trabalho “Apócrifo de João” ou “Evangelho Secreto de João”. É a obra com a mais completa visão de mundo gnóstica. Ela começa com o inefável e incognoscível Pai Primal, a partir do qual o primeiro poder, Pensamento (também chamado de “Barbelo”) emanou. Esta figura feminina desempenhou um papel tão importante no mito Setiano que os seguidores da seita também eram conhecidos como Barbeloites.
Um outro processo de emanação de Barbelo produziu Autogenes (Autogerado) e os anjos, incluindo Adamas, o Homem Perfeito. A emanação caçula, Sophia, queria criar uma imagem de si mesma sem o consentimento do Espírito invisível. Ela acabou produzindo um ser deformado, Yaldabaoth, que se tornou Demiurgo – o Deus Criador da Bíblia. Yaldabaoth, por sua vez, produziu os Arcontes, que criaram o primeiro homem, Adão. Os Arcontes viram que Adão era superior que eles em inteligência, de modo que resolveram esconder dele a Árvore do Conhecimento no Jardim do Éden. Quando Adão e Eva desobedeceram os Arcontes, foram expulsos do Paraíso. Yaldabaoth então seduziu Eva, e ela deu à luz a Caim e Abel.

1. Borborismo ou Fibiorismo

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O único relato que temos das práticas Fibionitas (também chamadas de Borboritas) vem dos escritos de Epifânio, grande defensor da ortodoxia cristã. É preciso estar consciente dos possíveis exageros e calúnias do relato tendencioso desse “caçador de hereges”. No entanto, verdadeiro ou falso, sua descrição é muito intrigante, para não dizer escandalosa.
Epifânio afirma que, quando era jovem, no Egito, duas meninas Fibionitas tentaram convertê-lo (“seduzi-lo”) e fazê-lo se juntar a sua seita. Ele rejeitou a prática, mas passou a familiarizar-se com seus escritos.
Epifânio dá detalhes das festas Fibionitas, que começavam com homens cumprimentando as mulheres, enquanto secretamente faziam cócegas nas palmas de suas mãos por baixo. Este podia ser um código secreto para alertar aos membros da presença de estranhos, ou um gesto erótico. Depois de jantar, os casais começavam a ter relações sexuais, com qualquer outro membro da seita. O homem, no entanto, tinha que se retirar antes do clímax, de modo que ele e sua parceira pudessem coletar o sêmen e ingeri-lo junto, dizendo: “Este é o corpo de Cristo”. Os líderes da seita que já haviam atingido a perfeição podiam realizar o rito com um membro do mesmo sexo. Havia também a masturbação sagrada, na qual se podia tomar o corpo de Cristo na privacidade de seu quarto.
E qual a razão deste ritual sexual? Os Fibionitas acreditavam que este mundo estava separado do reino divino por 365 céus. Então, para chegar ao mais alto mundo, um Fibionita redimido deveria passar por todos os 365 céus – duas vezes. Mas a crença dita que cada céu é guardado por um Arconte, e para passar por ele, é preciso chamar o nome secreto de um dos Arcontes durante o ato sexual. Essa crença garante que cada homem faça sexo com uma mulher pelo menos 730 vezes.
A liturgia do sexo também foi fundada na ideia de que os seres humanos têm uma semente divina presa dentro do corpo físico, e deve ser liberada para que possam voltar para os reinos mais elevados. Esta semente é transmitida através do sêmen masculino e do sangue feminino. Permitir que a semente se desenvolva em outro ser humano no útero da mulher é perpetuar o ciclo de aprisionamento. Assim, o ritual de coleta de sêmen e de sangue de menstruação e sua ingestão representa a libertação da semente divina. [Listverse]HScyence - Maio 2020

quarta-feira, 20 de maio de 2020

Material que se decompõe em um ano pode substituir o plástico

Material que se decompõe em um ano pode substituir o plástico

Por , em 19.05.2020
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Um projeto pioneiro quer trocar a produção de plástico a partir de derivados de combustíveis fósseis por plantas. O plano idealizado pela companhia de produtos químicos renováveis Avantium tem o apoio de empresas como Coca-Cola, Carlsberg e Danone.
A iniciativa ganha relevância diante do fato de que são produzidas 300 milhões de toneladas de plástico por ano no mundo e o descarte desse material contribui para a crise climática e poluição dos oceanos. O novo material semelhante a plástico é feito a partir de açucares de milho, trigo e beterraba. Os testes mostram que o produto pode se decompor por completo em um ano em composteira e em alguns anos se deixados em condições externas naturais. Mas o ideal é que seja reciclado. Do ponto de vista da sustentabilidade, esse plástico não usa combustíveis fósseis e, além de poder ser reciclado, degrada bem mais rápido do que o usado hoje quando na natureza.
Crédito da imagem: Avantium
O plano é que o plástico à base de planta esteja nas prateleiras de supermercados em 2023. O projeto inicial produzirá 5 mil toneladas de plástico por ano. A Avantium espera que a produção aumente conforme a demanda por plástico sustentável. Também planeja usar açúcares vegetais provenientes de resíduos biológicos de origem sustentável, para não afetar a cadeia de fornecimento de alimento.

Plástico

O plástico que usamos hoje permanece muito tempo no ambiente, uma garrafa de água feita de plástico leva 450 anos para se decompor e canudos levam 200 anos. De acordo com estudo da WWF, mais de 104 milhões de toneladas de plástico poluirão os ecossistemas até 2030, se nada mudar. O volume de plástico que vaza para os oceanos todos os anos é de aproximadamente 10 milhões de toneladas.
De acordo com o estudo, a invenção do plástico trouxe benefícios, mas o descarte do material após uso único fez com que essa inovação se tornasse um problema ambiental. Dados do Banco Mundial apontam o Brasil como 4º maior produtor de lixo plástico do mundo, com 11,3 milhões de toneladas. Desse total, apenas 1,28% é reciclado, sendo que a média global de reciclagem plástica é de 9%.
A queima do plástico pode liberar gases tóxicos, o descarte ao ar livre polui aquíferos, corpos d’água e reservatórios. O microplástico e o nanoplástico também podem contaminar o solo e a água. [Bored Panda, Avantium, The Guardian] HScyence -Maio 2020

terça-feira, 19 de maio de 2020

VACINA - COVID 19

Vacina contra coronavírus mostra resultados promissores em testes clínicos

Por , em 18.05.2020 A primeira vacina contra o coronavírus (SARS-Cov-2) a ser testada em humanos parece estimular a resposta imunológica contra o vírus e parece segura, de acordo com seu fabricante Moderna, nesta segunda-feira.
Os resultados se baseiam em ensaios clínicos nos oito primeiros voluntários que injetaram duas doses da vacina a partir de março.Estes voluntários saudáveis geraram anticorpos que passaram por testes em células humanas em laboratório e conseguiram impedir a replicação do vírus, que é a principal função de uma vacina eficaz. Os níveis destes anticorpos neutralizantes corresponderam aos níveis descobertos em pacientes que se recuperaram da infecção após contrair o vírus. Portanto a vacina parece ter estimulado a resposta imunológica esperada.
A empresa informou que segue um com um cronograma acelerado, com a segunda fase dos testes envolvendo 600 pessoas em seguida logo depois uma terceira fase de testes em julho que envolverá milhares de pessoas saudáveis. A Food and Drug Administration dos EUA (FDA) concedeu autorização a Moderna para prosseguir com a segunda fase no início deste mês.
Se esses testes obtiverem sucesso, a vacina ficará disponível para uso geral até o fim do corrente ano ou, talvez, no início de 2021, de acordo com o Dr. Tal Zaks, diretor de medicina da Moderna, em entrevista para o NY Times. A quantidade de doses que poderiam estar disponíveis não foi informada, mas Zaks disse que “Estamos fazendo o possível para fabricar a maior quantidade de milhões possível”.
Até o momento não há vacina ou sequer tratamento comprovado contra o coronavírus. Inúmeras empresas pelo mundo correm para criar vacinas, utilizando métodos diferentes. Algumas delas usam tecnologia como a que a Moderna utiliza, que se baseia em um segmento de material genético do vírus conhecido como RNA mensageiro, ou mRNA.A Moderna disse que em outros testes em camundongos, que foram vacinados e contaminados com o vírus, descobriram que a vacina parecia ter a capacidade impedir que o vírus se replicasse nos pulmões e que as cobaias tinham quantidades de anticorpos neutralizantes similares ​​aos das pessoas que foram vacinadas.
Foram testadas três doses da vacina: uma baixa, uma média e outra alta. Os resultados preliminares se baseiam nos testes das doses baixas e médias. E o único efeito adverso observado foi vermelhidão e dor no braço de um dos pacientes em que a injeção foi feita.Na dose mais alta, no entanto, três pacientes desenvolveram febre, dores musculares e de cabeça, disse o médico. Mas os sintomas sumiram após um dia.
A dose alta, no entanto, será eliminada dos estudos futuros, não por causa de seus efeitos colaterais, mas porque as doses baixas pareceram funcionar tão bem que a dose alta não seria necessária.
“Quanto menor a dose, mais vacina poderemos fabricar”, disse Zaks. As ações da Moderna dispararam 40% em negociações de pré-mercado. [NY Times] HScyence - Mai 2020

segunda-feira, 11 de maio de 2020

Erros de ortografia deixam as pessoas menos atraentes, diz estudo

Erros de ortografia deixam as pessoas menos atraentes, diz estudo

Por , em 10.05.2020 Dar uma conferida na ortografia, concordância e digitação em geral pode ser um investimento de peso para conquistar corações em sites de relacionamento.
Uma pesquisa publicada em outubro de 2019 na revista Journal of Social and Personal Relationships mostrou que a escrita influencia diretamente no nível de atratividade que os outros podem sentir por um perfil em site ou app de namoro.
O estudo pediu para que 800 pessoas avaliassem perfis de um site de relacionamentos da Holanda. O que os voluntários não sabiam é que além de os perfis serem falsos, alguns deles continham erros de digitação. As fotos e as mensagens eram as mesmas, a única diferença estava nos erros de escrita.O resultado do teste foi que os erros de grafia, mesmo que pequenos, tornavam o perfil menos atraentees para quem o avaliou.  “No caso de namoros online, a falta de atenção pode ser interpretada como falta de esforço em dedicar tempo para construir um perfil. Isso é subsequentemente interpretado como não atrativo”, diz a autora do trabalho, Tess Van der Zanden.

Nem todo mundo notou os erros

Mas ainda há esperança para quem tem dificuldade na escrita: a grande maioria dos leitores, 66%, têm essa mesma dificuldade e portanto não notaram os erros.
“Um número surpreendentemente grande de participantes não percebeu ou não sabia se os perfis que eles tinham visto continham erros de linguagem ou não”, aponta a autora.As fotos mostravam pessoas consideradas medianamente atraentes. Se os participantes que avaliaram os perfis com erros os classificavam como “acima da média de atratividade”, havia também maior chance de que eles não tivessem notado os erros no texto.
A grande lição que este trabalho nos deixa é: sempre revise seus textos dos sites ou aplicativos de namoro. Você pode pedir para um amigo que escreve bem dar uma revisada ou utilizar um processador de texto com corretor automático, como o Word.Várias cidades brasileiras contam com “disque-gramática”, um número de telefone fornecido por Secretarias da Educação ou projetos de extensão de universidades públicas para que pessoas do Brasil inteiro tirem dúvidas gratuitamente. [Daily Mail, Journal of Social and Personal Relationships]
Fonte:HScyence - Mai 2020

domingo, 10 de maio de 2020

7 razões pelas quais algumas pessoas realmente se sentem melhor durante a pandemia

7 razões pelas quais algumas pessoas realmente se sentem melhor durante a pandemia

Por , em 9.05.2020 A maioria de nós tem se sentido realmente estressada durante a pandemia, com dificuldades reais em se adaptar ao cenário atual e suas mudanças e consequências.
Por outro lado, algumas pessoas estão sentindo o oposto; algo sobre a situação em que vivemos as faz sentirem-se melhores e mais felizes de uma maneira profunda.
Pode ser que estejam se sentindo mais equilibradas, focadas ou valorizadas, ou menos sozinhas, perdidas e inseguras do que normalmente.

Por quê?

Será que essas pessoas são egoístas ou insensíveis às dores e dificuldades dos outros?
Esse absolutamente não é o caso, explica a Dra. Jonice Webb, uma psicóloga reconhecida mundialmente por seu trabalho inovador em definir e chamar a atenção para a negligência emocional infantil (NEI).
Segundo a médica, a maioria dos indivíduos que tem se sentido mais felizes neste período são na verdade pessoas caridosas que tendem a se dedicar mais às necessidades dos outros, ao invés de suas próprias.Confira sete razões (e as variáveis por trás delas) que podem explicar por que algumas pessoas se sentem melhor e mais felizes durante a epidemia:

Pessoas com síndrome de FOMO

FOMO é uma sigla derivada da expressão em inglês “fear of missing out”, que significa “medo de perder algo” ou “medo de ficar de fora de algo”.Essa patologia psicológica é relativamente nova, e muitas vezes se refere aos medos de não acompanhar tudo que é produzido pelo mundo tecnológico.
Pessoas com FOMO vivem com bastante ansiedade de estar “perdendo” alguma coisa, principalmente ao ver outras pessoas se divertindo e curtindo suas vidas. Para elas, os demais estão sempre vivendo vidas mais animadas e felizes.
Logo, com a população mundial inteira “trancada” dentro de casa, é mais fácil para esses indivíduos relaxarem diante do conhecimento de que não estão perdendo nada.

Pessoas solitárias

De acordo com a Dra. Webb, se, quando criança, você não recebeu apoio emocional de seus pais, é provável que passe sua vida adulta se sentindo um tanto solitário no mundo. Talvez esse sentimento te acompanhe há tanto tempo que acabou se tornando “desconfortavelmente confortável”.
E, talvez, durante essa crise global, você esteja realmente sozinho, mas seja mais capaz de tolerar estar sozinho do que outras pessoas.
“Talvez, finalmente, sua vida exterior espelhe o que você sempre sentiu por dentro e, em algum nível, isso seja validador”, explica a psicóloga.

Pessoas cujas infâncias as prepararam para esse momento

Se a sua infância foi imprevisível, cheia de incertezas e exigiu que você tomasse decisões para as quais são estava preparado na época, especialmente por sua pouca idade, talvez ela tenha te preparado para viver esse momento.Quando você cresce em meio a dificuldades, desenvolve habilidades especiais devido a pura necessidade. Aprende a ser focado durante situações ambíguas, a agir decisivamente e a confiar em si mesmo.
Como essas são também habilidades requeridas durante uma pandemia, você pode estar se sentindo mais focado e confiante agora do que em anos.

Pessoas que se sentem “anestesiadas” a menos que algo extremo esteja ocorrendo

Se você não se descreveria como uma pessoa emocional, ou se você costuma não sentir nada em situações nas quais sabe que deveria sentir algo, talvez esteja experimentando emoções reais durante essa pandemia.
Diversas pessoas precisam de situações novas ou extremas para sentir alguma coisa. Algumas delas costumam se envolver em atividades perigosas, imprevisíveis e/ou cheias de adrenalina para poderem sentir algo.
Agora, perigo, imprevisibilidade e emoções vieram até essas pessoas. Elas estão tendo sentimentos, mesmo que negativos, e isso é melhor do que o entorpecimento.

Pessoas extremamente introvertidas

Você é o típico introvertido, daqueles que se cansa de ter que sair de casa e interagir com pessoas, a um nível maior do que é confortável para você?
Chegou a sua hora. Finalmente, todo mundo terá que se ajustar a você, ao invés de você ter que se ajustar a todo mundo. E tudo bem se isso for ótimo para você.

Pessoas que já estavam lidando com grandes desafios antes da pandemia

Algumas pessoas já estavam em situações difíceis, passando por crises pessoais ou enfrentando desafios antes mesmo dessa pandemia.
Para elas, a situação atual pode ser encarada como um alívio. De repente, o mundo está “parado”, e não é possível resolver qualquer coisa que seja que elas já não estavam conseguindo resolver. É como uma pausa, ou um descanso.
Além disso, elas não estão mais sozinhas – todo mundo está lidando com desafios. Não é que elas desejem problemas aos outros, mas a sensação de não ser o único passando por um mau momento pode ser boa.

Pessoas ansiosas que passaram anos antecipando desastres

Algumas pessoas são bastante ansiosas e medrosas e constantemente antecipam situacoes que possam dar errado, a fim de tentar se prevenir contra elas.O momento dessas pessoas finalmente chegou – o desastre que elas tanto temiam (e para o qual se preparavam) está aqui.
“Elas podem se sentir aliviadas uma vez que aquilo que estiveram vigilando por toda a vida finalmente chegou. Em vez de se sentirem chocadas, se sentem tranquilizadas”, explica a Dra. Webb.

Se sentindo culpado?

Caso você se enquadre em alguns dos itens acima, talvez esteja se sentindo culpado por estar “bem” em uma situação como essas.
Isso não é errado, e você não deveria ficar mal por isso.
“Como não podemos escolher nossos sentimentos, você nunca deve se julgar por ter um. Mas é sua responsabilidade usar suas emoções de maneira saudável”, afirma a Dra. Webb.
Vale observar que, se uma das primeiras quatro afirmações se aplica à você – ou seja, se você tem tendência a sentir FOMO ou solidão, se teve uma infância difícil ou se você se encontra frequentemente sem emoções -, deve considerar a possibilidade de que você cresceu com alguma quantidade de negligência emocional infantil.
A NEI pode ser complicada de perceber ou se lembrar, mas deixa marcas e fardos que as pessoas carregam por muito tempo. Dito isto, há como se livrar desses fardos. Se você desejar, pode procurar ajuda psicológica.
Por outro lado, você pode usar sua “preparação” e sentimentos positivos de maneira eficiente durante essa pandemia. Essa pode ser uma oportunidade para você se compreender melhor, encarar seu histórico pessoal, sua infância, seus desafios, tudo que te fez mais forte hoje, aceitando seus sentimentos ao invés de se julgar por eles. [PsychCentral] HScyence -Mai/ 2020