sábado, 30 de maio de 2015

O Modelo Planetário de Kepler.

O Modelo Planetário de Kepler.

Em 1595, o astrônomo alemão Johannes Kepler (1571-1630) procurava uma demonstração matemática para o modelo de Copérnico (1543), desde que o aprendera com o também astrônomo alemão Michael Maestlin (1550-1631). Assim, em 09 de julho de 1595, ao situar um triângulo entre dois círculos, percebeu que a razão entre os raios desses círculos era a mesma entre os das órbitas de Júpiter e Saturno. Em vista deste resultado, tentou inscrever outras figuras geométricas planas entre as órbitas dos planetas. Como tal modelo não se enquadrou com o de Copérnico, Kepler partiu então para os sólidos regulares pitagóricos-platônicos: tetraedro (4 faces), hexaedro (cubo: 6 faces), octaedro (8 faces), dodecaedro (12 faces) e icosaedro (20 faces). Inicialmente, inscreveu entre as esferas dos planetas apenas o cubo. No entanto, ao comparar a relação entre os raios dessas esferas e as distâncias das órbitas dos planetas dadas pelo modelo de Copérnico, verificou que havia uma grande discrepância. Em seguida, fez uma nova tentativa, deixando o cubo entre as esferas de Júpiter e Saturno e os cubos entre as esferas de Marte e Terra, Terra e Vênus, Vênus e Mercúrio foram substituídos, respectivamente, pelo dodecaedro, icosaedro e octaedro. Relacionado agora os raios dessas esferas com as distâncias planetárias copernicanas, verificou que a discrepância diminuíra, à exceção de Mercúrio, cuja esfera tangenciando o octaedro não explicava seus movimentos. Desse modo, teve que apelar para um artifício [“pequena fraude”, segundo Arthur Koestler, O Homem e o Universo (IBRASA, 1989)], qual seja, o de inscrever a esfera correspondente a Mercúrio no quadrado formado pelas quatro arestas medianas do octaedro. Em vista desse sucesso parcial, Kepler continuou melhorando seu modelo matemático cada vez mais. Assim, substituiu cada esfera por duas, onde o raio da menor era a menor distância do planeta ao Sol e o raio maior, consequentemente, a maior distância orbital.              
                   Logo em 1596, Kepler apresentou suas primeiras ideias sobre seu modelo planetário em um livro intitulado Mysterium Cosmographicum (“Mistério Cosmográfico”). Ao receber esse livro das próprias mãos de Kepler, o astrônomo dinamarquês Tycho Brahe (1546-1601) convidou-o para trabalhar em Praga, lá chegando em janeiro de 1600. Com a morte de Tycho, em 1601, Kepler foi designado, em 1602, matemático imperial em seu lugar. Quando ainda vivo, Tycho Brahe confiou a Kepler o cálculo da órbita de Marte, tendo em vista as observações que fizera sobre o movimento desse planeta. Ao observar que a velocidade orbital de Marte era variável (mais rápido próximo do Sol e mais lento longe do Sol), Kepler formulou, em 1602, sua famosa Lei das Áreas:

O raio vetor ligando um planeta ao Sol, descreve áreas iguais em tempos iguais.

                   Ao analisar atentamente as observações que Tycho Brahe fizera do planeta Marte, Kepler pensou que em poucas semanas encontraria a forma de sua órbita. Como também observou que a velocidade de Marte era variável, conforme vimos acima, e que sua órbita apresentava uma pequena excentricidade, Kepler fez cerca de setenta tentativas com o objetivo de enquadrar as observações de Tycho nos modelos de Copérnico e do próprio Tycho. Assim, inicialmente, considerou que cada esfera característica de um planeta (Marte, em particular) era na realidade uma carapaça esférica de espessura suficiente que pudesse explicar a excentricidade de Marte referida antes. Posteriormente, considerou uma série de combinações de círculos para a órbita marciana. No entanto, como encontrou uma diferença de 8 minutos de arco (8´) e achando que seu mestre Tycho não cometeria tal erro, Kepler passou a considerar órbitas ovaladas até chegar à forma elíptica. Desse modo, em 1609, Kepler propôs sua Lei das Órbitas:

Os planetas se deslocam se deslocam em torno do Sol em órbitas elípticas, tendo o Sol como um dos focos.

                   É interessante destacar que essa lei (assim como a lei de 1602), foi apresentada no livro, publicado em 1609, Astronomia Nova (“Nova Astronomia”), no Capítulo intitulado Comentários sobre os Movimentos de Marte. Destaque-se, também, que a ideia de órbitas planetárias elípticas já havia sido considerada por Arzaquel de Toledo (1029-1087), no Século 11. [John Desmond Bernal, Historia Social de la Ciência I, II (Ediciones Península, 1968)].
                   Havendo descoberto as leis que regem o movimento (cinemática) dos planetas, partiu Kepler para determinar a relação entre as distâncias e os períodos dos mesmos. Depois de fazer algumas tentativas relacionando potências das distâncias e dos períodos planetários, chegou finalmente à sua terceira lei: Lei dos Períodos:

A relação entre o quadrado do período de revolução dos planetas e o cubo de sua distância média ao Sol é uma constante.

Acreditando que os planetas em suas órbitas entoam verdadeiros cantos musicais, Kepler denominou esta lei de lei harmônica, e apresentou-a em seu tratado intitulado Harmonice Mundi (“A Harmonia do Mundo”), composto de cinco livros e editado em 1619.     
                   Depois de entender a cinemática do sistema planetário por intermédio de suas três leis (1602, 1609, 1619), Kepler tentou entender a sua dinâmica (força gravitacional). Assim, influenciado pelo físico inglês William Gilbert (1544-1603), que havia mostrado no livro De Magnete, de 1600, ser a Terra um imenso ímã (também nesse livro Gilbert defendeu a infinitude do Universo), Kepler supôs que o Sol exercia uma influência magnética sobre os planetas, a chamada anima motrix. Como a função dessa força magnética é mover os planetas e como estes se situam na eclíptica (trajetória aparente do Sol entre as estrelas), Kepler admitiu que a força solar não agia em todas as direções e sim, apenas, na direção do raio eclíptico, e que a mesma era proporcional ao inverso da distância. Essas ideias foram apresentadas por Kepler em seus livros Epitome Astronomiae Copernicanae, Liv IV. Physica Coelestis (“Epítome de Astronomia Copérnica, Livro IV. Física Celeste”), em 1620, e Epitome Astronomiae Copernicanae, Liv V, VI, VII. Doctrina Theorica (“Epítome de Astronomia Copérnica, Livros V, VI, VII. Doutrina Teórica”), em 1621. Para maiores detalhes sobre a vida e obra de Kepler, ver: Fátima Regina Rodrigues Évora, A Revolução Copernicana-Galileana I, II (UNICAMP/CLE, 1988); Ronaldo Rogério Freitas Mourão, Kepler: A Descoberta das Leis do Movimento Planetário (Odysseus, 2003); Stephen Hawking, Os Gênios da Ciência: Sobre os Ombros de Gigantes (Campus/Elsevier, 2005); Marcelo Gleiser, A Harmonia do Mundo (Romance) (Companhia das Letras, 2006).
                   É interessante registrar que o heliocentrismo foi defendido pelo físico e astrônomo italiano Galileu Galilei (1564-1642) em seu livro Il Saggiatore (“O Ensaiador”), publicado em 1623, e dedicado ao seu amigo Cardeal Maffeo Barberini (1568-1644), que acabara de ser eleito Papa com o nome de Urbano VIII. Aliás, é nesse livro que Galileu enunciou sua célebre frase: - A Matemática é a Linguagem da Natureza. Registre-se, também, que a defesa do heliocentrismo foi novamente apresentada e justificada por Galileu em seu famoso livro Dialogo supra i due Massimi Sistemi del Mundo Tolemaico e Copernicano (“Diálogo sobre os dois Principais Sistemas do Mundo, o Ptolomaico e o Copernicano”), publicado em 1632, que o levou a ser processado pela Santa Inquisição, em 1633. Contudo, nesse livro, ele não trata do modelo de Kepler.

Por que felicidade não tem nada a ver com dinheiro

Por que felicidade não tem nada a ver com dinheiro

O segredo da felicidade? O cérebro

Daniel Goleman, Compartilhar33
Para dar uma pausa em uma longa viagem de carro, o Dalai Lama tinha sido convidado para um almoço oferecido por uma família de posses. Ao usar o banheiro da casa, ele notou que o armário que ficava acima da pia estava aberto.
E não pôde deixar de perceber que estava cheio de remédios para dormir, analgésicos e calmantes.
O próprio Dalai Lama me contou essa história quando o entrevistei para o meu novo livro (não hã edição em português, portanto, segue tradução livre) “Uma força para o bem: A visão do Dalai Lama para nosso mundo”. Ele acrescentou:
“Muitas pessoas acham que dinheiro é a fonte de uma vida feliz. Dinheiro é necessário, útil - mas mais e mais dinheiro não traz felicidade”.
De fato, se as pessoas possuem renda suficiente para suprir as necessidades da vida (isso seria cerca de 70 mil dólares por ano, por família), estudos apontam que um adicional financeiro representaria cerca de um por cento de sua satisfação com a vida.
Sendo assim, o que faz a diferença quanto aos nossos sentimentos de bem-estar? Algumas respostas definitivas vêm do trabalho de Richard Davidson e seu grupo de pesquisa do Centro de Investigação de Mentes Saudáveis, localizado na Universidade de Wisconsin, em Madison. Quando visitei a instituição, recentemente, Davidson me relembrou a pesquisa que fez para o Relatório Anual das Nações Unidas sobre felicidade.
Baseado em novos dados que revelam a reciprocidade entre as áreas pré-frontais do cérebro, que conduzem nossas emoções, e as áreas centrais do cérebro, como a amígdala cerebelosa, que produz sentimentos como raiva e ansiedade, Davidson encontrou quatro bases sólidas para o tipo de felicidade na vida que não tem nada a ver com riquezas:
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1.Recuperação rápida de aborrecimentos

Algumas pessoas se apegam a preocupações e meditam sobre o que lhes está afligindo ou aborrecendo por horas ou mesmo dias. Outros conseguem superar com rapidez aquilo que lhes desconcerta ou irrita, então preste atenção no seguinte: essa recuperação rápida nos ajuda a voltar a um estado de bom humor mesmo quando a vida se mostra dolorosa.

2. Manutenção da positividade

Quando mais negativa a nossa visão geral das coisas, mais elas nos incomodarão. As pessoas que conseguem enxergar o mundo e a vida com otimismo e positividade tendem a se aborrecer ou entristecer com bem menos frequência e relação às provações e momentos da vida.

3. Empatia e altruísmo

Preocupação com nossas próprias questões e assuntos coloca nosso foco somente em nós mesmos. Se pudermos, porém, atentar para aqueles ao nosso redor, perceberemos quando eles precisarem de ajuda. E se os ajudarmos, nosso cérebro nos recompensa com uma onda de bons sentimentos. É um bom ciclo.

4. Foco

Uma mente que vagueia ou fica presa a preocupações tende a nos deixar para baixo, entristecidos. Uma mente que se liberta dessas preocupações e presta atenção ao que está acontecendo no aqui e agora nos torna livres de nossas negatividades e mau humor.
A boa notícia: essas chaves para o bem estar, baseadas no cérebro, podem ser fortificadas. Uma rota direta para isso está em praticar e nutrir um comportamento compreensivo e atencioso. Como diz Davdison, bem estar é uma habilidade na qual podemos melhorar.
Texto publicado originalmente no perfil do autor no LinkedIn e cedido gentilmente ao Administradores.com. Tradução por Marcela Agra.

sexta-feira, 29 de maio de 2015

A mãe de todas as cobras

A mãe de todas as cobras

Publicado em 28.05.2015
mae das cobras
Cerca de 110 milhões de anos atrás, muito antes dos dinossauros morrerem, o mais recente ancestral comum de todas as cobras que vivem hoje deslizou através das selvas densas de Gondwana, perseguindo pequenos mamíferos e besouros.
Essa é a conclusão de uma análise recente de pesquisadores da Universidade de Yale (EUA), que conduziu o primeiro estudo em profundidade genética e anatômica de dezenas de espécies de serpentes, vivas e extintas, para chegar ao melhor palpite para os traços de comportamento e físicos da primeira cobra. Com três metros de comprimento e dois membros insignificantes se arrastando perto de sua cauda, ​​ela provavelmente daria os mesmos calafrios que uma parente mais recente.
Os resultados sublinham o grande sucesso evolutivo da estrutura do corpo das cobras. Existem mais de 3.000 espécies em todos os continentes, exceto na Antártida, mas as cobras não mudaram muito em mais de 100 milhões de anos. “Apesar de não ter pernas, as cobras são hábeis em sobreviver em uma variedade de habitats como desertos, florestas, ambientes aquáticos, árvores, subterrâneos. Elas são incrivelmente adaptáveis”, diz Daniel J. Field, biólogo evolucionista de Yale.

De onde vêm as cobras?

Várias questões inquietantes sobre a evolução das cobras persistem há décadas: elas se originaram na terra ou nos oceanos? Por que elas não possuem membros? O que as primeiras cobras comiam? “Historicamente, tem havido uma falta de fósseis de cobras que possam ser informativos, e esse tem sido um fator limitante para a compreensão de como e quando as cobras modernas surgiram”, diz Field.
Trabalhando com 73 espécies de serpentes vivas e extintas, ele e seus colegas compararam o DNA através de 18.000 pares de bases, bem como 766 características anatômicas. Descobertas recentes de fósseis – incluindo três espécimes bem preservados recuperados na última década, dois na Argentina e um nos EUA – ofereceram um olhar mais abrangente do início da existência das cobras.
mae das cobras 2
Os resultados apontam para uma criatura que era noturna, não tinha as mandíbulas flexíveis das cobras atuais, provavelmente viveu e caçou acima do solo (em vez de ter construído galerias subterrâneas, como alguns cientistas já haviam sugerido), e se originou no que é a América do Sul hoje. A serpente, como era esperado, parece ter tido pernas traseiras vestigiais.
As pernas são uma das principais características que os cientistas se basearam na construção das relações possíveis. As jiboias, que se pensava estarem fora da linhagem moderna de serpentes porque seus antecessores tinham membros posteriores, são, de acordo com esta análise, mais intimamente relacionadas com as primeiras cobras do que se acreditava.
Por que as cobras perderam completamente as pernas ao longo do tempo, bem como por que elas permaneceram praticamente as mesmas por tanto tempo, ainda são questões em aberto. Alguns especialistas pensam que a falta de pernas deu às cobras uma vantagem na hora da caça ou para se esconderem embaixo da terra. Outra pesquisa recente sugere algo totalmente diferente: a de que o corpo da cobra é o projeto original, e outros répteis de quatro patas, como os lagartos, evoluíram suas pernas a partir delas. Os debates, sem dúvida, evoluirão à medida que novos fósseis forem descobertos.

Projeções

Mas e as cobras que existiam mesmo antes desta? A análise oferece algumas novas pistas: sugere uma nova data para quando as cobras se diferenciaram do resto dos répteis, 130 milhões de anos atrás. Isso difere da maioria das estimativas aceitas para esta divisão, que imaginava-se ter acontecido em torno de 100 milhões de anos atrás. A pesquisa também sugere que as cobras evoluíram inteiramente em terra, apesar das semelhanças anatômicas chaves com répteis que habitavam o oceano extintos chamados mosassauros.
“Este é o estudo mais abrangente e rigoroso da origem das cobras até agora”, afirma Michael Lee, especialista em genética da Universidade de Adelaide, na Austrália, que estuda a origem dos répteis. Mas isso está longe de terminar. A nova pesquisa observou apenas algumas dezenas de cobras entre as milhares de espécies que existem no mundo. “A reconstrução é plausível, mas outras interpretações também são”, diz Lee. “O ancestral comum mais recente das cobras vivas vai ser algo difícil de reconstruir”, prevê. [Smithsonian]
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Autor: Jéssica Maes

O assassinato mais antigo da humanidade

O assassinato mais antigo da humanidade

Publicado em 28.05.2015
assassinato mais antigo
Uma ferida em um crânio de 430.000 anos de idade pode ser a evidência brutal do primeiro caso de assassinato no registro fóssil hominídeo.

Golpes no crânio

A descoberta aconteceu durante a análise dos restos mortais de 28 indivíduos em um sítio arqueológico espanhol. A caverna Sima de los Huesos tem intrigado cientistas por muitos anos, pois ninguém realmente sabe como os restos desses indivíduos, que pertencem a um clã Neandertal, chegaram lá. Eles datam do Pleistoceno Médio.
Pesquisadores da Universidade Complutense de Madrid (Espanha) decidiram investigar o mistério, e foram “surpreendidos” com os resultados.
Nohemi Sala e sua equipe encontraram um crânio quase completo com dois ferimentos penetrantes acima do olho esquerdo. Usando análise forense moderna, interpretaram os resultados como evidência de trauma contundente, que ocorreu na época da morte do indivíduo.
“O fato de ambas as feridas serem muito semelhantes em tamanho e forma sugere que foram causadas pelo mesmo objeto. Como qualquer uma delas provavelmente teria sido letal, penetrando o cérebro, a presença de múltiplos ferimentos implica a intenção de matar”, explica Sala.

A cena do crime

A origem do acúmulo dos corpos em Sima de los Huesos tem sido muito debatida, com pesquisadores propondo quatro hipóteses diferentes: atividade carnívora, transporte por agentes geológicos, quedas acidentais e acumulação intencional de organismos por hominídeos.
Estudos recentes tafonômicos descartaram a possibilidade de atividade carnívora e de processos geológicos. O estudo mais recente analisou a probabilidade dos outros dois cenários.
O único acesso à caverna é por uma chaminé vertical profunda, e não há maneira de sair uma vez que você está no fundo do poço. O estudo sugere que o indivíduo “assassinado” já estava morto antes da chegada ao local e a única maneira possível de ter ido parar lá é se o seu cadáver foi jogado para baixo por outros hominídeos.
Sala e sua equipe não acreditam que sua morte tenha sido uma queda acidental, já que o indivíduo possuía feridas letais no crânio causadas por dois golpes de um mesmo objeto. Assim, esse cenário é “altamente improvável”.

Cemitério precoce?

Essas evidências fizeram a equipe de Sala crer que a Sima de los Huesos era um antigo sítio de “sepultamento”. “O local representa o comportamento funerário mais antigo no registro fóssil hominídeo, e o caso mais antigo de um assassinato violento”, diz Sala.
Mas nem todo mundo concorda com essa conclusão. O Dr. Christoph Zollikofer, do Instituto Antropológico da Universidade de Zurique (Suíça), continua cauteloso com os resultados. “A lógica da inferência forense tem várias lacunas e é guiada pelo resultado esperado e não por padrões observados”, critica.
Os cientistas continuarão investigando algumas questões ainda em aberto sobre Sima de los Huesos, comparando o sítio com outros contextos do Pleistoceno. [IFLS]
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tem 25 anos, é jornalista, apaixonada por esportes, livros de suspense, séries de todos os tipos e doces de todos os gostos.

quinta-feira, 28 de maio de 2015

Se você usa lentes de contato, tome cuidado com este parasita

Se você usa lentes de contato, tome cuidado com este parasita

Publicado em 27.05.2015
parasita olho lente de contato
A estudante da Universidade de Nottingham (Reino Unido) Jess Greaney, 18 anos, passou por um pesadelo recentemente quando pegou uma inflamação da córnea chamada ceratite, causada por Acanthamoeba castellanii, um parasita que estava vivendo no seu olho.
A. castellanii é um organismo encontrado em muitos ecossistemas em todo o mundo. Ele é capaz de sobreviver em condições ambientais adversas – mesmo em algumas soluções para lentes de contato -, e esta não é a primeira ocorrência de infecção ocular envolvendo esse violãozinho.Ceratite é uma doença negligenciada frequentemente associada com o uso de lentes de contato. Os médicos acham que Greaney pegou o parasita depois de espirrar água da torneira em suas lentes.

A infecção

Essa infecção provoca inflamação grave, dor intensa e dificuldades de visão, e pode cegar se não for tratada.
Ela começa quando o parasita está em sua fase trofozooide e gruda no tecido da córnea antes de penetrar a camada estromal inferior. Isso leva à visão menos acentuada, e eventualmente cegueira.
Ainda mais preocupante é que o parasita pode atravessar a barreira sanguínea do cérebro e causar encefalite amebiana granulomatosa, uma doença progressiva do sistema nervoso central que muitas vezes resulta em morte.
Greaney teve “sorte”. Depois de uma semana de olho vermelho, dolorido e inchado, ela recebeu tratamento antes de consequências mais graves. Este incluiu manter seu olho aberto, mantê-la acordada, raspar camadas de tecido do olho e pingar colírio repetidamente.

Contaminação e cura

Lentes podem ser contaminadas pela exposição à água de piscinas, banheira de hidromassagem e torneiras, ou como resultado de má higiene pessoal, que pode promover o crescimento de bactérias nas lentes.
Infecções Acanthamoeba (não apenas no olho) estão sendo detectadas por clínicos com frequência crescente, especialmente em pacientes cujo sistema imunológico já está comprometido. Esta população de risco está se expandindo como resultado do aumento no uso de terapias imunossupressoras para o tratamento do câncer e da pandemia global de HIV.
Nenhuma vacina está disponível, e as drogas atuais utilizadas para tratar essas infecções inflamatórias são insuficientes, tem efeitos secundários indesejáveis e não funcionam bem na fase crônica depois da infecção.
O tratamento também requer a aplicação de uma mistura de fármacos por períodos prolongados, com resultados mistos. Novas drogas, quer para esta ou para outras doenças parasitárias negligenciadas que afetam milhões de pessoas em todo o mundo, não estão sendo desenvolvidas – por isso, todo cuidado é pouco.

Conselhos aos usuários de lente de contato

Estudos já estão testando lentes de contato tratadas com um peptídeo antimicrobiano em seres humanos e coelhos, porém, mais pesquisas são necessárias antes que elas possam ser usadas por seres humanos.
No entanto, existem algumas regras fundamentais para usuários de lentes de contato que podem ajudar a impedir infecções. Como:
  • Sempre lavar as mãos antes de colocar lentes;
  • Seguir todas as instruções no manuseio e armazenamento de lentes de contato;
  • Limpar e desinfetar lentes reutilizáveis com soluções adequadas todos os dias (nunca lavá-las com água da torneira);
  • Só aplicar maquiagem depois de colocar as lentes para evitar o contato com delineador ou rímel.
Dito tudo isso, não entre em pânico. O risco de ceratite – e outras infecções – é baixo se você tiver higiene e tomar os cuidados adequados. [DiscoverMagazine]

Os sete pecados e a Saligia

Os sete pecados e a Saligia

Gula

Do latim de mesmo nome, é o desejo insaciável por comida e bebida. Este tipo de pessoa vai direto para o inferno. Segundo tal visão, esse pecado também está relacionado ao egoísmo humano: querer adquirir sempre mais e mais, não se contentando com o que já tem, uma forma de cobiça. Ela seria controlada pelo uso da virtude da temperança.

A Ganância

Do latim avaritia, a avareza é o apego excessivo e descontrolado pelos bens materiais e pelo dinheiro. Na concepção católica, a avareza é considerada um dos sete pecados capitais, pois o avarento prefere os bens materiais ao convívio com Deus. Neste sentido, o pecado da avareza conduz à idolatria, que significa tratar algo, que não é Deus, como se fosse um. É considerado o pecado mais tolo por se firmar em possibilidades.
A avareza, no cristianismo, é sinônimo de ganância, ou seja, é a vontade exagerada de possuir qualquer coisa. Mais caracteristicamente é um desejo descontrolado, uma cobiça de bens materiais e dinheiroganância. Existe também avareza por informação ou por indivíduos, por exemplo.

Luxúria

A luxúria (do latim luxuria) é o desejo passional e egoísta por todo o prazer corporal e material. A luxúria, às vezes, é definida como o desejo perante o prazer sexual mal administrado embora incorpore outros tipos de desejo como o da comida, bebida e superioridade em relação aos demais. Por este entender, a luxúria está, assim, também, bastante relacionada com a gula, a soberba e a avareza pois, através de ambas, o pecador deseja adquirir o prazer. Também pode ser entendido em seu sentido original: “deixar-se dominar pelas paixões”.
Consiste no apego aos prazeres carnais, corrupção de costumes; sexualidade extrema e lascívia.

Ira

Conhecido também por cólera, é o sentimento humano de externar raiva e ódio por alguma coisa ou alguém. É o forte desejo de causar mal a outro, e um dos grandes responsáveis pela maior parte dos conflitos humanos no transcorrer das gerações.

Inveja

A inveja (do latim invidia) é o desejo exagerado por posses, status, habilidades e tudo que outra pessoa tem e consegue. É considerada pecado porque uma pessoa invejosa ignora suas próprias bênçãos e prioriza o status de outra pessoa no lugar do próprio crescimento espiritual. O invejoso ignora tudo com que foi abençoado e possui para cobiçar o que é do próximo.
A inveja é freqüentemente confundida com o pecado capital da Avareza, um desejo por riqueza material, a qual pode ou não pertencer a outros. A inveja na forma de ciúme é proibida nos Dez Mandamentos da Bíblia.

Preguiça

Do latim acedia. A pessoa com este pecado capital é caracterizada pela Igreja Católica como alguém que vive em estado de falta de capricho, de esmero, de empenho, em negligência, desleixo, morosidade, lentidão e moleza, de causa orgânica ou psíquica, que a leva à inatividade acentuada.

Soberba

A soberba (do latim superbia) é conhecida também como vaidade ou orgulho. Está associado ao orgulho excessivo, arrogância e vaidade.
Em paralelo, segundo o teólogo Tomás de Aquino, a soberba era um pecado tão grandioso que era fora de série, devendo ser tratado em separado do resto e merecendo uma atenção especial. Aquino tratava em separado a questão da vaidade, como sendo também um pecado, mas a Igreja Católica decidiu unir a vaidade à soberba, acreditando que neles havia um mesmo componente de vanglória, devendo ser então estudados e tratados conjuntamente.

Saligia (Acrostico)

Pegando as iniciais dos pecados capitais em latim na ordem decrescente mais aceita, as letras formariam a palavra saligia. Para obter a palavra é necessário seguir esta ordem:
  1. Soberba, em latim superbia
  2. Avareza, em latim avaritia
  3. Luxúria, em latim luxuria
  4. Inveja, em latim invidia
  5. Gula, em latim gula
  6. Ira, em latim ira
  7. Preguiça, em latim arcidioso
Os Sete Pecados Capitais


Os sete pecados capitais denominam-se dessa forma por originarem outros pecados. E ao contrário daquilo que certas denominações que se dizem cristãs afirmam, os pacados capitais possuem base bíblica e fazem parte do ensino moral cristão. São regras de libertação e não de aprisionamento do ser humano. Afinal, qual homem pode-se dizer livre quando na verdade é prisioneiro de suas próprias inclinações? E foi justamente para sermos homens e mulheres livres que Jesus foi sacrificado. Portanto, os pecados capitais são mais que hodiernos.
Origem
No século IV, são Gregório Magno e são João Cassiano definiram-nos como sete: orgulho, avareza, inveja, ira, luxúria, gula e preguiça. Até hoje na Igreja existe um consenso doutrinal sobre essa classificação.
No cotidiano, o católico pode lembrar desses pecados no exame de consciência que faz ao preparar-se para o sacramento da confissão. Eles servem de fonte de identificação para o defeito dominante que determina os outros, chamado de pecado hegemônico.
Os pecados capitais vão além do nível individual. Iniciando no coração da pessoa, eles concentram-se em determinados ambientes, instalando-se em determinadas instituições. A corrupção nas esferas do poder público pode ser identificada com a avareza, que aniquila o interesse generoso e correto para o desenvolvimento e os cidadãos da nação, em prol de benefícios financeiros próprios. Na realidade urbana, o aumento da violência relaciona-se à ira e à gula, esta representada pelo uso de drogas.
São Pedro alerta aos primeiros cristãos: “vigiai e sede sóbrios”, fortalecendo o espírito a fim de evitar que os pecados capitais tomem conta da vida das pessoas. “Estudar e entender os pecados capitais é um grande proveito para o progresso espiritual e santidade do católico”, afirma Pe. Roberto Paz, assessor de comunicação da Arquidiocese de Porto Alegre. Segundo ele isso acontece quando a pessoa volta-se para práticas penitencias que levam às virtudes dos cristãos.
“Sem humildade ninguém incorpora nenhuma virtude”, afirma o sacerdote. Ele lembra santa Teresa D’Ávila que considerava a humildade como o chão das virtudes. “Qualquer virtude sem humildade cai, pois fica no ar sem ter em que se prender, assim ela não cresce, tão pouco se desenvolve.”
Na vida dos santos encontram-se inúmeras atitudes de humildade. São Francisco de Assis, por exemplo, possuía um desprendimento tão grande que chamava a pobreza de irmã. Caso encontrasse pelo caminho alguém com uma veste em piores condições que a roupa que usava, não hesitava um segundo em trocá-la com seu próximo mais carente.

O que são e quais são os pecados capitais?
Os pecados capitais são pecados "cabeças", princípios, pontos de partida de outros pecados. São sete: soberba, avareza, luxúria, ira, gula, inveja e preguiça. Os demais pecados por nós cometidos são sempre uma variação de um dos pecados capitais, ou ainda, uma combinação dos pecados capitais.
Que passagens bíblicas esclarecem a cada um dos pecados capitais?
1. Soberba: relativo ao nosso orgulho, onde nos achamos melhor que todo mundo, não respeitando o próximo e passando por cima de tudo e de todos. Você se torna o seu próprio Deus pois a glória de tudo o que você faz sempre vai para você mesmo. O seu umbigo passa a ser o centro do universo. (Eclo 10,15; Romanos 3,27; Gálatas 6,4; Mateus 18,3)
2. Avareza: relativo ao apego e ao amor ao dinheiro. O dinheiro passa a ser tudo para você e você acredita que com o dinheiro pode fazer tudo e comprar tudo, inclusive as pessoas. As pessoas passam a valer menos que seu dinheiro. Seu deus se torna o dinheiro. (Mt 6,24; 1Timóteo 6,10; Marcos 10,21-22; João 12,5-6)
3. Luxúria: relativo ao apego aos prazeres sexuais. Sua vida passa a girar em torno do sexo. Se você vê um homem/mulher já pensa em sexo. Como exemplo da luxúria podemos citar: o adultério (traição) e a fornicação (sexo no namoro ou sexo fora do casamento), cobiçar a mulher/homem do próximo, a masturbação, o homossexualismo e lesbianismo, a zoofilia (sexo com animais). (2Pedro 2,13; Levítico 18, 20.22; Êxodo 20,17; Mateus 5,27; 1Coríntios 6,15; Gênesis 38,9-10)
4. Ira: quando brigamos a qualquer momento e com qualquer pessoa mesmo sem ter motivo. Quando guardamos mágoa ou rancor por alguém e não perdoamos as 70x7 que Jesus nos manda. (Mt 5,22; 21,12; 23,27)
5. Gula: quando comemos até não agüentar mais, chegando até mesmo a passar mal. Quando já saciamos nossa fome mas comemos o bife do outro deixando-o sem comida. (Filipenses 3,19; Isaías 5,11)
6. Inveja: quando queremos ter algo igual só porque nosso próximo tem, trata-se do famoso olho gordo. Relativo a cobiça e a todo tipo de inveja, inveja da mulher, inveja das amizades, inveja do emprego, inveja dos bens materiais, etc. (Sabedoria 2,24; Gênesis 4,1-16; Mateus 10,42-43; 20,1-16; Gênesis 37,4; 1Samuel 18,6-16)
7. Preguiça: quando temos todo tempo do mundo a nossa disposição e mesmo assim deixamos de fazer as boas coisas em função de Deus e do próximo. (Eclesiástico 33,28-29; Provérbios 24,30-31; Ezequiel 16,49; Mt 20,6)

http://www.universocatolico.com.br/index.php?/os-sete-pecados-capitais.html

quarta-feira, 27 de maio de 2015

Empreendedorismo: da ficção à dura realidade


Empreendedorismo: da ficção à dura realidade

Empreender no Brasil transforma os empreendedores em aventureiros

Era uma vez um garoto que, apesar de nunca ter trabalhado, tinha ideias geniais e uma vontade muito grande de colocá-las em prática. Jones não imaginava que, para abrir seu próprio negócio, ele precisaria viver uma aventura cheia de desafios e lutar contra um impiedoso vilão: o Governo.
Como todo principiante, ele compartilha sua ideia com amigos e familiares e é estimulado a dar vida a esse projeto. Essa ideia parece uma "doença contagiosa" e toma conta do garoto. Ele não fala em outra coisa, não pensa em outra coisa. Só tem olhos para seu projeto e não para de imaginar em como será feliz quando ele se tornar realidade. Até mesmo a namorada não aguenta mais ouvi-lo falar sobre a tal aventura e de suas expectativas.
Em meio a todo entusiasmo e preparativos, surge o primeiro desafio: criar um bom nome. Uma tarefa difícil, principalmente quando o negócio precisa ter presença na internet – todo nome bacana que ele pensa em criar já existe e, quando não existe, alguém já registrou.
Nome escolhido, agora é preciso um logotipo. Será mesmo? Ainda não tem pesquisa de mercado, não estudou o consumidor, a concorrência e nem a viabilidade do negócio. Mesmo assim, ele vai em frente com seu projeto. “É uma ideia inovadora, não tem como dar errado”, pensa Jones.
Pois é assim mesmo que a maioria começa um negócio! Apenas no sentimento, na raça, na esperança de que tudo vai dar certo. E é aí que a verdadeira aventura começa! O empreendedor vai entrar em uma floresta escura e sem fim, mas com promessa de um pote de ouro no final.
Até então, é dia e os passarinhos cantam. O logotipo ficou lindo, o texto de missão, visão e valores é mágico – como manda o figurino – e o plano de negócios de quatro páginas está pronto. O sentimento de confiança continua: tem algo falando que esta é a oportunidade da sua vida, um oceano azul.
Mas, de repente, começa a anoitecer. Pediram um tal de 'fiador' para o aluguel de uma sala, além de um comprovante de renda. Mas que renda? Ainda não tem um negócio, muito menos renda! E o preço do aluguel abocanhou a poupança de Jones. Se ele não começar a vender logo, além de escurecer, vai começar uma terrível chuva. O jovem empreendedor começa a ficar assuntado, afinal, a linda e encantadora floresta começa a revelar um lado obscuro, frio e burocrático.
Após a noite mal dormida, em que as primeiras preocupações virem à tona, amanhece um lindo dia de sol. Chegou a hora de comprar os móveis e equipamentos para mobiliar a loja. Este é um momento mágico, seria quase "o grande final de um filme", no qual Jones beija a mocinha. Mas é aí que o tiro sai pela culatra e deixa nosso herói desacordado por dias, quase em coma. Ele gasta mais do que deve. Compra decoração, uma mesa mais bonita, um computador mais potente, um quadro para parede onde tinha um horizonte azul pintado...
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Depois do baque, levanta atordoado e se dá conta de que as compras estão parceladas no cartão e a data de vencimento da fatura ainda está longe. Os móveis chegam, a internet é instalada, que dia mágico! Fica arrumando sua casa na floresta até altas horas e, depois, reúne os amigos em volta da fogueira para comemorar! “Amanhã tudo começa e minha vida vai mudar! Fiz o que precisava fazer”, pensa o empreendedor Jones.
Na manhã seguinte, nosso aventureiro acorda animado e vai à luta. Mas logo cedo descobre que precisaria ter um eterno aliado: o contador (embora ele só traga péssimas notícias). Lá se foi mais dinheiro para um tal contrato social e para os primeiros impostos...
Como se trata de um negócio novo e pequeno, Jones contrata dois funcionários. Em seguida, recebe da contabilidade mais impostos para pagar. As contas se acumulam antes mesmo de realizar sua primeira venda. Já ansioso com a situação, Jones senta-se em sua mesa e pensa que ainda não chegaram as contas de água, luz, IPTU e por aí vai...
Quando registra sua primeira grande venda, felicidade total? Não! Percebe que deve pagar mais impostos, emitir uma nota fiscal pelo que vendeu. Isso, sem contar o valor que já havia pago por todos os produtos que estavam em sua loja. A chuva nesse momento é acompanhada de raios e trovões e está quase ininterrupta. Já desesperado, o empreendedor Jones lamenta: “Eu não tinha pensado em todos esses valores quando coloquei preço no meu produto. Como vai ser agora? Meu lucro, onde vai ficar? Como repassar esses valores para os meus clientes? Mas vou assim mesmo! Já cheguei até aqui, vamos em frente!”.
Deste dia em diante, raramente fez sol na floresta.
Infelizmente esse "conto" é mais comum do que se imagina. Empreender no Brasil transforma os empreendedores em aventureiros.
Mas de uma coisa eu tenho a certeza: todos são heróis! E os que permanecem no mercado são, ainda, mais, pois enfrentam os desafios e os monstros da floresta diariamente, sem exceção.

Descoberta a fórmula da Coca-Cola


Descoberta a fórmula da Coca-Cola


Bom, pelo menos foi a manchete que saiu em todo o mundo. Um programa de rádio dos Estados Unidos afirma ter encontrado, meio que por acaso, a fórmula original da Coca-Cola, guardada como segredo de estado há mais de 125 anos por John Pemberton, seu inventor.
<img class="size-full wp-image-17229 aligncenter" title="Descoberta a fórmula da Coca-Cola" src="http://www.putsgrilo.com/wp-content/uploads/2011/02/cocacola-1.jpg" alt="Descoberta a fórmula da Coca-Cola" width="490" height="330">
E a descoberta se deu de maneira inusitada. A fórmula, manuscrita pelo próprio Pemberton, estava estampada na edição de 18 de fevereiro de 1979 do jornal Atlanta Journal-Constitution, numa matéria sobre a história da bebida. Pouca gente deu atenção ao fato de que, naquelas páginas, estava reproduzida a receita criada pelo farmacêutico Pemberton para um xarope contra dor de cabeça, mas que acabou misturado a água gaseificada e vendida como refrigerante.
A Coca-Cola não comenta o assunto, nem diz se a receita ainda é a mesma ou se recebeu modificações ao longo tempo. Para quem ficou curioso e quer fazer o experimento da Coca-Cola caseira, os ingredientes são os seguintes:
- Extrato de coca
- Ácido cítrico
- Cafeína
- Açúcar
- Água
- Sumo de limão
- Baunilha
- Caramelo
Para finalizar, o ultrassecreto ingrediente 7X, composto de:
227 ml de álcool
20 gotas de óleo de laranja
30 gotas de óleo de limão
10 gotas de óleo de noz moscada
5 gotas de óleo de coentro
10 gotas de óleo de flor de laranjeira
10 gotas de óleo de canela
Ah, querem também o modo de fazer e as quantidades exatas? Seria demais, não é? Vão tentando aí, o primeiro que conseguir alguma coisa que não tenha gosto de sabão OMO fala aí nos comentários :
Fonte: UOL
 

terça-feira, 26 de maio de 2015

Cientistas descobrem como o herpes funciona

Cientistas descobrem como o herpes funciona

Publicado em 25.05.2015
herpes
Pesquisadores britânicos e alemães descobriram que o vírus responsável pelo herpes comum sequestra as nossas células, fazendo-as ajudar involuntariamente a proteger o vírus de nosso sistema imunológico.
Causada pelo vírus herpes simplex 1 (HSV-1), a infecção é relativamente inofensiva para a maioria das pessoas. No entanto, pode causar doenças mais perigosas, como infecções pulmonares graves e inflamação do cérebro.

Ponto de partida

Assim que o HSV-1 penetra células humanas, coloca seu DNA no núcleo dessas células. O vírus então toma controle da “maquinaria molecular” delas, que é usada para ler a informação genética contida no seu DNA e transcrevê-la em moléculas de RNA. Este RNA, em seguida, determina quais proteínas são produzidas pelas células.
Ou seja, dentro de algumas horas de infecção, o vírus está produzindo suas próprias proteínas e novas partículas virais em uma escala maciça. A formação de proteínas celulares logo se torna quase uma irrelevância. No final, a célula hospedeira morre e milhares de novos vírus são libertados para infectar outras células.
Os pesquisadores Lars Dolken, do Departamento de Medicina da Universidade de Cambridge (Reino Unido) e do Institut für Virologie em Würzburg, na Alemanha, e Caroline Friedel, do Departamento de Bioinformática da Universidade de Munique Ludwig-Maximilians, também na Alemanha, resolveram analisar esse processo de infecção em maior detalhe.
Eles usaram culturas de células para ver como o HSV-1 infecta células do tecido conjuntivo humano (fibroblastos) e examinar o que acontece com todas as moléculas de RNA nessas células durante o processo. Isso permitiu que eles estudassem como o sistema imune responde ao vírus.

Descobertas

Eles descobriram que, apenas três a quatro horas após o vírus entrar nas células, faz algo bastante inesperado. Normalmente, o processo de transcrição de DNA em RNA para quando chega ao fim dos genes transcritos.
Neste caso, o DNA da célula humana continuou a ser transcrito para dezenas de milhares de nucleótidos – A, C, G e T -, muitas vezes através de vários genes vizinhos. Isso cria vários produtos de RNA inúteis que não podem se traduzir corretamente em proteínas.
“É como se alguém transcrevesse uma história curta, mas em vez de parar no “O Fim”, continuasse transcrevendo todos os detalhes de direitos autorais, publicação e outras coisas confusas, sem sentido e inúteis”, explica Dolken.
Curiosamente, o DNA viral é transcrito com precisão ao longo de infecção – só o DNA da célula que fica confuso. Ao interferir com os processos de transcrição em nossos próprios genes celulares, o vírus se beneficia porque faz com que a célula se desligue automaticamente, impedindo o sistema imunitário de atacar o vírus. Também aumenta a síntese de proteínas virais e, assim, auxilia a produção de novas partículas virais.

Confusão

Este mecanismo recentemente descoberto pode dar a impressão de que o vírus também ativa um grande número de genes nas células, mas este não é o caso. Na verdade, os pesquisadores creem que isso conduziu estudos anteriores a interpretar erradamente dados experimentais.
De acordo com os resultados da nova pesquisa, centenas de genes celulares aparentemente ativados pelos vírus não são traduzidos em proteínas.
“Ao contrário de estudos anteriores, que só examinaram genes individuais, não encontramos nenhuma indicação de que o vírus geralmente impede o processamento de RNA no núcleo da célula. Em vez disso, ele faz eventos de processamento incomuns, muitos dos quais nunca foram observados”, afirma Dolken.
Com este trabalho, a equipe definiu um marco na metodologia: com uma única abordagem experimental, foi possível registrar todas as mudanças que ocorrem ao transcrever e processar RNA, bem como seu impacto sobre a produção de proteína. [Phys]
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tem 25 anos, é jornalista, apaixonada por esportes, livros de suspense, séries de todos os tipos e doces de todos os gostos.

Fazemos cocô errado, e é isso que causa hemorróidas e problemas ainda mais sérios

Fazemos cocô errado, e é isso que causa hemorróidas e problemas ainda mais sérios

Publicado em 25.05.2015
fazer coco
Sei o que você está pensando: sequer existe um jeito errado de fazer cocô? A resposta é sim. E é aqui no ocidente que a gente acostumou mal.
A pesquisa científica sugere que não devíamos nos sentar para defecar, mas sim ficar de cócoras. As dificuldades começaram a com a invenção do vaso sanitário.“As 1,2 bilhões de pessoas ao redor do mundo que ficam de cócoras quase não têm incidência de diverticulile e têm menos problemas com hemorroidas”, diz a microbiologista alemã Giulia Enders.
A diverticulite ocorre quando pequenas bolsas – cerca de 5 a 10 milímetros – se formam no cólon, enquanto hemorroidas são vasos sanguíneos inchados que ocorrem ao redor do ânus. Ambas as condições são causadas por esforço para empurrar para fora um cocô.

O estudo

O médico israelense Dov Sikirov testou a posição agachada versus a sentada em um estudo de 2003. Os voluntários foram convidados a fazer cocô em uma das duas posições, enquanto Sikirov tomava nota (agradável, não?).
Os que defecaram agachados levaram uma média de 50 segundos e relataram uma sensação de esvaziamento completo do intestino, enquanto os sentados levaram 130 segundos e avaliaram a experiência como menos satisfatória.
Enders disse que a posição de cócoras coloca menos pressão sobre o cólon do que fazer cocô em pé ou sentado. Nosso intestino não é projeto para se abrir completamente nessas posições – elas formam um ângulo entre onde o cocô está e onde deveria sair (como uma curva de uma estrada. E, assim como um carro, nosso cocô precisa desacelerar para passar por ela). Ficar de cócoras endireita este ângulo e remove o choque.
Esse desenho mostra a diferença entre o ângulo da posição sentada (à esquerda) vs. agachada (à direita)
Esse desenho mostra a diferença entre o ângulo da posição sentada (à esquerda) vs. agachada (à direita)

O que fazer?

Caso você não se anime em começar a usar um arbusto como banheiro, é muito fácil: é só colocar um banquinho debaixo dos pés e se inclinar para a frente no vaso sanitário – isso imita a posição correta de se fazer cocô. Existe até um produto chamado “Squatty Potty” que serve para isso (o banquinho na foto abaixo). [ScienceAlert]
cocoras fazer coco
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tem 25 anos, é jornalista, apaixonada por esportes, livros de suspense, séries de todos os tipos e doces de todos os gostos.

sábado, 23 de maio de 2015

Espelhos Esféricos: Como São Feitos?


Espelhos Esféricos: Como São Feitos?

Física

O espelho esférico é toda superfície refletora com a forma de uma calota esférica.
Para fazer um espelho côncavo, encurva-se para dentro a superfície refletora do espelho. Isto modifica várias características do espelho e da imagem formada por ele.

Características dos espelhos côncavos.
1. O centro de curvatura (o centro da esfera a qual pertence a superfície do espelho) que, no espelho plano, estava a uma distância infinita, agora está mais próximo e à frente do espelho.
2. O campo de visão, ou seja, o tamanho da cena vista pelo observador, diminui em relação ao espelho plano.
3. A distância da imagem aumenta em relação ao espelho plano.
4. A altura da imagem aumenta em relação ao espelho plano. É por isso que muitos espelhos de maquiagem são côncavos.

Características dos espelhos convexos.

Para a produção de um espelho convexo, encurvamos para fora a superfície do espelho. Isto causa as seguintes modificações no espelho e na imagem que ele produz:

1. O centro de curvatura agora está atrás da superfície refletora do espelho.
2. O campo de visão aumenta em relação ao espelho plano. É por isso que esse tipo de espelho é utilizado em retrovisores de alguns carros, assim como em lojas, proporcionando um maior ângulo de visão.
3. A distância da imagem diminui em relação ao espelho plano.
4. A altura da imagem diminui em relação ao espelho plano.

Condição de Nitidez de Gauss

A imagem de um objeto, formada por um espelho esférico, não é nítida, pois cada ponto do objeto corresponde a vários pontos da imagem.
Dentro de determinadas condições, os espelhos esféricos fornecem imagens cuja falta de nitidez não é tão percebida pelo olho humano, isto é, os espelhos esféricos nessas condições são quase estigmáticos.
Estas condições são chamadas de condições de Gauss:

• o espelho deve ter pequeno ângulo de abertura (< 10º)
• os raios incidentes devem ser próximos do eixo principal;
• os raios incidentes devem ser pouco inclinados com relação ao eixo principal.
Por Kleber Cavalcante
Graduado em Física

A lenda urbana do impossível

A lenda urbana do impossível

Se até então você não tinha se dado essa permissão de não aceitar o impossível, quem sabe não seja esse o momento?



Bruno Perin,
Eu tinha um chefe muito louco, daqueles caras cativantes, cheio de energia e ideias. Mas um dia foi marcante para mim, pois foi de onde tirei uma daquelas grandes lições que encontramos em coisas muito simples. Era 5 de outubro de 2011, aquela loucura de final de ano em São Paulo, um tempo gostoso daqueles que não é muito quente, nem frio e as pessoas apenas se cumprimentam falando – “Bom tempo né?”. Praticamente já faz tudo começar bem.

Porém, esse era o dia que viria falecer a lenda – Steve Jobs. Isso mesmo, um dos caras mais audaciosos da história encerrou suas atividades por aqui. Eu não sou um grande fã do temperamento dele ou da forma como conduziu a Apple internamente, mas ninguém pode negar a ousadia, a coragem e a genialidade de sua percepção. De qualquer forma, ele era o cara.

Foi um tsunami de notícias, documentários, homenagens e tributos a Steve. Porém algo estava em alta naquelas primeiras horas também e, por sinal, era a grande questão do momento: "Quem será o próximo Jobs?”.

Mais para o fim da manhã, o meu ex-chefe chegou na empresa com um olhar astuto depois das suas reuniões. Ele abriu a porta e falou pro pessoal: "Vocês viram o que aconteceu?”. Um meio tímido respondeu: "O Steve Jobs morreu" (naquela dúvida de “será que tá certo?"). O meu ex-chefe retrucou rapidamente, sem respirar”: "Isso é o fato…”. E, aumentando o tom de voz, subiu em cima da mesa, sem tirar o que tinha em cima, e gritou: "Venham todos aqui!”.

Quando chegamos na sala, ele olhou e comentou: "Que o Steve faleceu, essa grande figura e nome do mercado, vocês já estão sabendo, mas o que aconteceu também é que agora todo mundo quer saber quem será a próxima empresa que vai desafiar o mercado e lançar as tendências como a Apple. Seria ela mesma? Ou algum outro personagem vai aparecer, com uma nova organização visionária?”.

Todo mundo ficou atônico, era aquela apreensão de final de novela para saber quem matou quem, e o pensamento coletivo: “Será que já comunicaram isso? O que não captamos?”.

Foi então que ele disparou, com uma convicção impermeável: “Nós seremos ela”.

Acredito que a galera não soltou a gargalhada porque era o chefe e ficou com medo de uma demissão por justa causa (não se pode se engasgar de rir da cara do seu patrão), mas ele rapidamente percebendo, ou até prevendo isso, falou uma das frases mais importantes que guiaria a minha vida: “Quem pode provar que não?”.

Eu não lembro tão bem como foi o resto do discurso, talvez porque aquela frase fez tanto sentido para mim quanto, quando crianças, aprendemos a caminhar e pensamos “aha, então é assim” ou usar a peniquinho. Seja lá o que for, algo estupendo aconteceu.

Eu sempre fui uma pessoa que desafiou limites. Até uma frase que sempre usava era: “O céu é o limite apenas para quem não conhece o espaço”. A ousadia fazia parte de mim, mas eu tinha um pouco de medo das coisas tão grandiosas, do que os outros pensariam, se era possível... Mas foi aquela frase, naquele momento, que fez o “plim” na minha cabeça e começou a martelar: "eu não posso provar que ele não vai conseguir, se ele tomar as atitudes, dedicar-se e fizer coisas incríveis, ele pode mesmo. Depende mais dele do que da minha opinião". Na verdade não depende da opinião de ninguém aqui, não podemos provar que ele está errado.

Esse foi o insight: o impossível não existia, a opinião dos outros como barreira não faz diferença alguma a partir daquilo que você realmente acredita. Milhões de pessoas até aquele dia na face da Terra tinham esquecido de pensar em limitações e regras para dar um impulso na humanidade. Eu fico pensando no Santos Dumont falando “Ops, foi mal galera, esqueci que era impossível voar” ou o Willis Carrier (inventor do ar-condicionado – um herói para nossa realidade hoje) dizendo: "Ah, que saco, foi mal, eu não sabia que não dava para criar algo que deixasse o ambiente gelado e gostoso".

O Walt Disney já dizia que ele gostava do impossível porque lá a concorrência era menor. Isso é uma grande verdade. Porém, cheguei a uma conclusão ainda mais intrigante. Talvez essa história do impossível seja apenas uma lenda para manter grande parte das pessoas fazendo o comum e apenas alguns “loucos” alcançarem o extraordinário.

Se até então você não tinha se dado essa permissão de não aceitar o impossível, quem sabe não seja esse o momento?

Deixo você com uma frase que tem norteado meus dias e crenças e talvez lhe seja útil nesse novo momento de pensar: "Quem pode provar que não?”.

“Somos todos reféns do acaso, mas senhores das nossas decisões”. Eu acredito que o impossível seja uma lenda urbana e você?