segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

Energia da Vida, Terapias Orientais

segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

Fitoterapia - A Cura pelas Plantas II

Fitoterapia em África

Em África, existe uma maior variedade de tradições fitoterapêuticas, do que nos outros continentes. No período colonial, as práticas nativas neste campo, foram em grande parte reprimidas. Hoje em dia, os profissionais de medicina convencional trabalham muitas vezes com curandeiros.
Ao longo da história, as plantas e os seus poderes desempenharam um importante papel nas nossas vidas, tanto assim que os Egípcios imortalizaram o seu uso em placas de pedra e pinturas nos túmulos.
O papiro de Ebers (Tebas, c. 1500 a.C.) inclui mais de 870 receitas e fórmulas, 700 plantas medicinais e refere problemas de saúde que vão desde afeções do tórax, a mordeduras de crocodilo. As artes medicinais apresentadas nos vários textos egípcios constituíam os alicerces da prática médica na Grécia e no resto do mundo.
Nas regiões mais remotas de África, povos nómadas, como os Barberes de Marrocos e os Topnaar da Namíbia, possuem tradições de uso de plantas medicinais que se mantêm quase imunes às mudanças ocorridas na medicina à escala mundial. Para estes povos, a cura está ligada a um mundo mágico onde os espíritos influenciam a doença e a morte. Na cultura Barbere, estar possuído por um djinn (espírito) é uma das causas principais de doença, e as plantas com propriedades “mágicas” são administradas para restabelecer a saúde. Se o paciente não recuperar o seu estado, poderá ser atribuído a maldição ou mau-olhado.
Outrora, os Topnaar dependiam apenas do seu meio ambiente para obter medicamentos, recorrendo às poucas plantas medicinais que cresciam num meio tão adverso.
Em toda a África, são vendidas nos mercados, milhares de plantas medicinais para uso caseiro e para remédios à base de plantas, visto que são um povo tradicional e que a única forma de ter cuidados de saúde é através de médicos-curandeiros.

Fitoterapia na Ásia (Índia e China)

Na Índia e regiões circundantes, a medicina ayurvédica é a tradicional fitoterapia dominante. Crê-se que seja o mais antigo sistema curativo do mundo. Hoje, a medicina ayurvédica é promovida pelo Governo como alternativa à medicina ocidental convencional.
Na Índia, os Vedas, poemas épicos escritos por volta de 1500 a.C., contêm material sobre os conhecimentos de plantas medicinais da época. Os Vedas foram seguidos, por volta de 700 a.C., pelo Charaka Samhita, da autoria do médico Charaka. Este tratado médico incluía pormenores de cerca de 350 medicamentos à base de plantas, pelo qual ainda é consultado por terapeutas ayurvédicos.
A medicina tradicional chinesa (MTC) e a tradição botânica que dela faz parte, desenvolveram-se à margem dos conhecimentos medicinais do seu país. Por volta de 200 a.C. e 100 d.C., nasceu o “Clássico de Medicina Interna do Imperador Amarelo”, este texto tem por base observações minuciosas da Natureza e uma profunda compreensão do modo como toda a vida está sujeita as leis naturais.
No século XIV, as viagem de Marco Polo coincidiram com a unificação de toda a Asia, desde o mar Amarelo, na China, até ao mar Negro, no sudeste da Europa, por Genghis Khan e pelo neto Kublai Khan, cuja capital se erguia na China, não longe de Beijing.
Nem a tradição médica chinesa, nem a ayurvédica, foram diretamente ameaçadas por esta conquista. Os governadores mongóis foram rígidos na abolição de uso de certas plantas tóxicas. Além disso, a unificação mongol pode ter estimulado uma nova comunicação entre duas disciplinas médicas.
Noutras partes da Ásia, como no Vietname e Japão, a cultura e medicina chinesa eram influentes. Embora o kampoh, a fitoterapia tradicional do Japão seja característica deste país, as suas raízes provêm da prática chinesa.

Referências:
BREMNESS, Lesley; Guia Prático – Plantas Aromáticas; sl; Círculo dos Leitores; 1993;
DOMÍNGUEZ, Mercedes; GÓMEZ, Ricardo; Novo Guia das Plantas Medicinais; Alfragide; Edicuble; sd;
NORMAN, Jill; Ervas aromáticas e especiarias; Porto; Civilizações Editora; 2004;
PITMAN, Vicki; Medicinas Alternativas - Fitoterapia, as Plantas Medicinais e a Saúde; sl; Editorial Estampa; 1996;
WEBB, Marcus A.; CRAZE, Richard; O Guia das Plantas & Especiarias; sl; Centralivros; 2001;
VÁRIOS AUTORES; Dicionário de Medicina Natural; Lisboa; Selecções do Reader’s Digest; 1994;
VÁRIOS AUTORES; Tratamentos Médicos & Alternativos; Lisboa; Selecções do Reader’s Digest; 1999

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