A verdade
sobre o aspartame
Existem muitos artigos online sobre o aspartame,
alegando que ele causa câncer, derrames, esclerose múltipla, lúpus, problemas
de memória e até mesmo tumores cerebrais. Por outro lado, todas as organizações
governamentais que tratam da saúde e alimentação afirmam que o aspartame é
seguro para o consumo humano. De que lado está a verdade?
O aspartame foi criado pela empresa G. D. Searle
and Co em 1965, e em 1974 a Administração de Drogas e Alimentos (FDA) americana
deu sua aprovação para a utilização do aditivo em alimentos. A vantagem do
aspartame está na doçura do mesmo – enquanto 1g de aspartame tem as mesmas 4
calorias que 1g de açúcar, ele é 180 vezes mais doce. Para adoçar o seu
cafezinho, você vai precisar muito menos aspartame do que açúcar.
E do que é feito o
aspartame? Pouca coisa: basicamente dois aminoácidos, fenilalanina, ácido
aspártico e um álcool, o metanol. O produto final é um éster metílico de um
dipeptídeo dos dois aminoácidos, o ácido L-aspártico e a L-fenilalanina. Sob
condições de pH extremo (ácido ou básico), a hidrólise do aspartame produz
metanol, e em condições mais severas, as ligações pépticas são hidrolisadas,
liberando os aminoácidos.
A primeira coisa a notar é
que estes três componentes do aspartame podem causar danos à saúde. Só que para
que eles possam causar esses danos, é preciso que sejam ingeridos em quantidade
suficiente — e isto é verdade até para a água, já que ela pode ser tóxica também.
A pergunta então passa a
ser: a quantidade destes compostos, no aspartame, é suficiente para causar
malefício? Qual a dose de aspartame que causa mal à saúde?
O ácido aspártico é um dos
muitos aminoácidos que fazem parte de várias proteínas que nosso corpo utiliza.
Ele ajuda na remoção da amônia e está envolvido na produção de anticorpos. Ele
também pode ser encontrado em vários alimentos, como o asparto, abacate,
beterraba, salsichas e melaço.
Em excesso, pode causar
várias condições, como a doença de Lou Gehrig, epilepsia e ataques, mas, para
isso, é preciso várias vezes a dose recomendada de aspartame.
O metanol também causa
reações indesejadas, por exemplo, provoca a criação de formaldeído e ácido
fórmico pelas células, e o formaldeído provoca danos às proteínas, tornando-as
não funcionais. O ácido fórmico, por outro lado, causa a morte das células, e
as mais sensíveis são as do nervo ótico, por isto a cegueira está associada à
intoxicação por metanol.
E a dose de metanol que há
no aspartame? Existem outros alimentos que também tem metanol e em quantidades
maiores, como o tomate e o suco de tomate, as frutas cítricas e os sucos feitos
com elas, e nós ingerimos tudo isso sem ficar cegos.
Finalmente, temos a
fenilalanina, último ingrediente do aspartame. Existe uma condição de saúde
chamada fenilcetonúria, que afeta aproximadamente 1 pessoa a cada 10.000. Quem
tem esta condição não consegue quebrar a fenilalanina. O resultado é o acúmulo
da fenilalanina no organismo até níveis tóxicos, quando causa problemas de
crescimento, arritmias cardíacas, ataques e problemas sérios de aprendizado.
Felizmente, esta condição é
detectada geralmente logo após o parto, e o controle da dieta do portador
geralmente é suficiente para controlar os níveis de fenilalanina. Os portadores
desta desordem devem evitar alimentos que contém fenilalanina e aspartame. E é
por isto que os produtos que contém estes químicos são marcados com clareza.
Se isto ainda não é
suficiente, o aspartame tem sido estudado exaustivamente e seus efeitos sobre a
saúde humana tem sido analisados com cuidado. Parte dos estudos demonstraram
que o aspartame não causa danos à saúde humana, enquanto outros mostraram danos
que doses muito mais elevadas que o recomendado pela Autoridade Europeia de
Segurança de Alimentos (EFSA) causaram, por exemplo.
O último painel que
analisou os estudos sobre o aspartame foi conduzido pela EFSA e publicou suas
conclusões em 10 de dezembro de 2013. Estudos feitos em humanos e animais foram
examinados por um painel de especialistas independente. A conclusão do painel é
que o aspartame não causa câncer nos níveis consumidos por humanos, ou na dose
máxima recomendada de 40 miligramas por quilo do consumidor, e não
causa problemas durante a gravidez. [Gizmodo]
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