Psicóloga fala sobre os benefícios e prejuízos do Pokémon Go
Game que é mania mundial pode, sim, favorecer as interações sociais e até ajudar no aprendizado. O segredo é limitar o tempo de tela para que a brincadeira não se torne um vício
postado em 20/08/2016 15:08
Estado de Minas
É uma febre mundial. O Pokémon Go chegou ao Brasil no início de agosto e, mesmo quem não caiu nas graças do jogo para celular da Niantic, não passa ileso pela interação homem-máquina.
Para a psicóloga Anna Lívia, o jogo pode combater o ócio e aumentar a interação social, mas, por outro, prejudicar a visão, se tornar um vício e até provocar acidentes decorrentes da falta de atenção para além da tela do smartphone. “Jogos como Pokémon Go são excelentes para distrair a mente, ocupar o tempo livre e melhorar a memória e concentração. No entanto, é importante limitar o tempo de meninos e meninas com o jogo de celular”, afirma.
Segundo ela, o game, assim como outros, é um bom estímulo para o cérebro. “Eles aceleram as conexões nervosas e favorecem o aprendizado. Além disso, estimulam o planejamento estratégico, pensamentos lógicos e tomada de decisões no mundo virtual que podem ter reflexo também na vida real”, considera.
A interação social se daria por afinidade, acredita a psicóloga. “Há um aumento no número de grupos que se juntam em locais públicos para caçar pokémons. Nesses grupos, as pessoas podem conversar entre si para trocar dicas de jogo e facilitar novos laços de amizade”, diz.
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Por outro lado, ainda de acordo com Anna Lívia, como o jogador precisa ficar olhando para a tela do celular enquanto anda, há maior risco de a criança ou o adolescente desenvolver má postura e o surgimento de dores na região do pescoço e nas costas.
Sobre os acidentes e assaltos envolvendo jogadores de Pokémon Go, é importante dizer que antes dessa mania, já era cena comum das cidades pessoas transitando – a pé ou ao volante – enquanto trocavam mensagens. “O jogo requer um maior nível de concentração na tela do celular e, dessa forma, fica mais difícil estar atento ao que se passa ao redor, aumentando o risco de quedas ou atropelamentos. Além disso, como é necessário caminhar, muitas pessoas estão optando por jogar enquanto dirigem, o que pode levar a acidentes de trânsito sérios.”, reforça.
Em relação à saúde ocular, a proximidade da tela e dos olhos força a visão em uma só direção, o que acaba sendo prejudicial. Mas isso se aplica ao tempo de tela no celular independentemente de você ser ou não um caçador de pokémons.
O principal problema seria mesmo o vício. “Por proporcionar prazer e a possibilidade de fuga da realidade, existe de se viciar no jogo e ficar adiando atividades e decisões relacionadas à vida real. Como o cérebro gosta do tipo de reforço positivo, a cada etapa do jogo, a pessoa passa a preferir continuar jogando e sendo bem sucedido virtualmente do que estudar ou trabalhar, especialmente se ela não estiver contente com essas atividades”, salienta.
De modo geral, outros aspectos negativos dos jogos eletrônicos são a diminuição do tempo máximo de atenção, favorecimento do comportamento antissocial e além disso, o risco de confusão entre realidade e mundo virtual, o que acaba favorecendo a depressão em crianças, adolescentes e jovens.
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