Aquífero Alter do Chão
O aquífero Alter do Chão
é um exemplo desse tipo de forma natural. Ele está localizado em uma
parte da região amazônica, mais precisamente em partes do Pará, do
Amazonas e também em um pequeno trecho do Amapá, conforme podemos
verificar no mapa a seguir:
Mapa de localização do Aquífero Alter do Chão, na região Norte do Brasil
A existência de um aquífero na Amazônia
sempre foi de conhecimento dos estudiosos em Ciências da Terra, mas, em
2010, descobriu-se que suas reservas poderiam ser muito maiores do que
se imaginava anteriormente. O seu volume estimado é de 86,4 mil km³ de
água, o suficiente para garantir a liderança mundial em reservas
hídricas, superando com mais que o dobro de quantidade o Aquífero Guarani, o segundo colocado, com 37 mil km³, embora a área de ocupação desse último seja bem superior.
O aquífero da Amazônia é do tipo misto,
isto é, com características de dois tipos diferentes: uma parte superior
do aquífero livre de 50 metros de profundidade e uma parte inferior do
aquífero confinada em 430 metros, segundo dados do CPRM (Serviço
Geológico Nacional). As rochas da região são do tipo sedimentar,
predominantemente compostas por argilito e arenito, o que permite uma
maior acessibilidade aos poços de água, haja vista que tais formações
não dificultam a perfuração.
Ao todo, o aquífero Alter do Chão ocupa
uma área de 437,5 mil km². Várias cidades da região Norte utilizam-se
das reservas de água disponibilizadas, incluindo Manaus, que conta com
40% de seu abastecimento oriundo desse aquífero. É em Manaus, no
entanto, que ocorre também a maior parte da contaminação dos solos dessa
reserva, graças a problemas no que diz respeito ao tratamento da água e
ao saneamento ambiental. O crescimento da atividade agropecuária na
região Norte também poderá representar uma ameaça, caso sejam empregadas
grandes quantidades de defensivos agrícolas.
A manutenção e sustentabilidade do
aquífero Alter do Chão na Amazônia também perpassa pela conservação da
floresta. Isso porque boa parte de seu abastecimento vem da grande
quantidade de chuvas existentes na região, o que ajuda a explicar o
grande volume de água mesmo em uma área menor que a do Aquífero Guarani.
Essa elevada pluviosidade é gerada pela umidade intensa produzida pela
própria Floresta Amazônica, que, por sua vez, utiliza-se dos recursos
hídricos para a realização da evapotranspiração, com o “bombeamento” da
água dos solos para a atmosfera, o que se relaciona também com os Rios Voadores.
Por esse motivo, entende-se que há uma
necessidade de ações por parte de todas as esferas do poder público no
sentido de garantir a manutenção dos espaços naturais nas regiões da
Floresta Amazônica, sobretudo na área do referido aquífero. Afinal, uma
ampliação do desmatamento colocaria em risco a disponibilidade de um
importantíssimo recurso hídrico, que, se devidamente explorado, poderá
perpetuar-se para as próximas gerações.
Por Me. Rodolfo Alves Pena
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