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CHOCOLATE
Em medicina, como medicamento.
O chocolate foi levado do México para a Europa
no século XVI. Os invasores espanhóis se encantaram com o chá desta
planta, se surpreenderam menos com o seu gosto e mais agradavelmente com
os seus outros efeitos. O gosto amargo foi contornado adocicando o
cacau conforme o gosto de cada um.
Desde cedo, aconteceram surpresas com o
chocolate, o que continua acontecendo até os nossos dias. A primeira
indicação terapêutica do chocolate veio quando descobriram que ele
ajudava aos asmáticos nas suas crises, e a última surpresa agradável vem
agora da Alemanha, onde um estudo muito bem conduzido chegou à
conclusão que o chocolate é útil no combate à hipertensão arterial e na
prevenção de doenças isquêmicas decorrentes da elevação da pressão
arterial.
Um dos primeiros componentes estudados do cacau
foi a teobromina. Esta palavra vem do grego e significa “alimento dos
deuses”. A teobromina é um alcalóide do grupo das metilxantinas, assim
como a cafeína e a teofilina. No chocolate o alcalóide de maior
concentração é a teobromina.
Por outro lado, o chocolate teria a capacidade
de liberar endorfinas, substâncias que provocam bem estar e facilitam o
sono. É por esta razão que as camareiras dos hotéis costumam colocar à
disposição um bombom ou um pequeno chocolate sob o travesseiro para que
os hóspedes durmam bem.
O cacau contém outras substâncias, como os
poilifenóis e os flavonóides. Os flavonóides têm a propriedade de
diminuirem a pressão arterial, se administrados em doses maiores
correspondendo a mais de 100 gramas de cacau ao dia.
A novidade que é importante: os médicos pesquisadores (D.Taubert, R.
Roesen, C. Lehmann, N. Jung e E. Schöemig) da Universidade de Colônia,
na Alemanha, estudaram o efeito do cacau sobre a pressão arterial,
administrando 6,3 g/dia de chocolate amargo ou 5,6 g/dia de chocolate
branco e observaram o efeitos sobre a pressão arterial de pessoas
voluntárias, da terceira idade, hipertensas leves e sãs sob demais
aspectos. O estudo foi publicado na revista JAMA, 4 de Julho de 2007,.
Vol. 298.
Foi constatado que depois de ingerir chocolate,
5,6 gramas por dia, havia uma diminuição da pressão arterial, já
observável após 6 dias , e que depois de 18 dias baixava mais ainda,
tanto em homens como em mulheres. A redução na pressão sistólica (a
máxima), depois de 18 dias ingerindo 5,6 g de chocolate amargo/dia, era
em média de 2,9 mm de Hg nas mulheres e 3,0 mm de Hg nos homens. Já na
pressão diastólica (a mínima) a redução foi de 1,9 mm de Hg nas mulheres
e 1,8 mm de Hg nos homens. Isto aconteceu somente com o chocolate
amargo. Com o branco não houve influência sobre a pressão arterial.
A substância responsável por esta diminuição da
pressão arterial seria do grupo S-nitrosoglution, encontrada somente no
chocolate negro.
A quantidade de chocolate administrada de 5,6 gramas ao dia, não alterou
os níveis de açúcar no sangue e de colesterol, triglicerídeos ou
creatinina. Os pacientes também não engordaram.
O cacau puro é bastante amargo, mas no
chocolate o cacau é associado ao açúcar, o que pode tornar o seu consumo
prejudicial nas dietas de emagrecimento ou para diabéticos. Já existem
no mercado chocolates dietéticos, sem açúcar.
Podemos concluir que, além das dietas ricas em
fibras, frutas e verduras, pobres em gorduras saturadas ou trans, o
chocolate é recomendável para ajudar a controlar a pressão arterial.
Aos pacientes se recomenda que não se fiem somente nestes dados, devem
continuar controlando a sua pressão arterial com o seu médico.
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