ESTRESSE E CORAÇÃO
Existem
pesquisas que mostram que o estresse afeta o organismo causando
alterações celulares de maneira a aumentar a incidência de doenças. O
estresse está ligado às doenças do coração e à hipertensão arterial,
podendo também ter uma relação com o surgimento do câncer.
A
relação com funções imunológicas ainda não está esclarecida. Estudos
mostram que pessoas que têm amplas relações sociais e contatos com
pessoas - amigos, vizinhos, parentes, colegas de serviço - têm menor
incidência de resfriados do que os que vivem num ambiente restrito de relacionamentos.
O
American Journal of Medicine em 1997 publicou um trabalho onde é
mostrado que o contato escasso com pessoas é um fator de risco maior do
que o cigarro para contrair doenças virais respiratórias. Pensamentos
antigos estão ressurgindo. Hipócrates em 500 AC já dizia que as emoções
estão ligadas à saúde. Hoje os cientistas estão conseguindo demonstrar
que as paixões podem desencadear doenças. Descobriram que certas células
do corpo humano são capazes de enviar mensagens entre células nervosas e
o sistema imunológico.
Estudos em animais
mostraram que a interrupção dessa comunicação entre as células, seja
pela engenharia elétrica ou pelo uso de drogas, está associada com uma
maior susceptibilidade às doenças da tireóide, doenças inflamatórias e artrites.
A maioria dos estudos relaciona o estresse à hipertensão e às doenças do coração. Dados convincentes sugerem que o medo crônico, a ansiedade, a solidão e a depressão podem ser letais para pessoas com doenças do coração.
É significativo o fato de que os ataques cardíacos
são provocados pela agregação de plaquetas formando coágulos, fenômeno
conhecido como "correr ou lutar" e desencadeado pelo medo ou pavor.
Todos nós estamos constantemente experimentando o estresse de uma ou
outra forma.
Estresse agudo e crônico.
O estresse agudo
É o conseqüente a um acontecimento traumático, como a perda de um ente querido, um assalto, uma doença grave na família, a perda do trabalho, perda de um bem.
O estresse crônico
É
o do dia a dia, como os problemas de trânsito, da profissão,
econômicos, relações de trabalho, de família.Nas situações de estresse o
corpo libera dois hormônios, a adrenalina e a cortisona.
Como
resposta a esses dois hormônios as plaquetas se agregam, as células
imunológicas são ativadas, o açúcar do sangue vai para os músculos para
lhes proporcionar energia, a respiração e a freqüência cardíaca aumentam
e a pressão arterial sobe. A cortisona de início mantém a resposta ao
estresse e depois lentamente vai diminuindo até o organismo voltar à
função normal. Quando a situação estressante persiste, a reação persiste
e pode tornar-se prejudicial em vez da reação benéfica inicial.
A chamada resposta alostática, o que é?
Em
1998, no New England Journal of Medicine, foi publicado um trabalho que
usa o termo alostático, que vem do grego e significa "encontrar
estabilidade através da mudança". Este é um termo usado para explicar a
adaptação que o organismo encontra quando é submetido a um estresse
crônico. O preço que o organismo paga para obter e conservar essa
adaptação pode ser alto. Algumas pessoas submetidas a estresse crônico
tornam-se hiperativas ou hipoativas quando expostas à situação
estressante. Uma produção muito pequena ou muito grande de hormônios
frente a uma situação de estresse pode ser prejudicial por desencadear a
produção de substâncias alternativas afim de corrigir o excesso ou
carência desses hormônios. Assim, um excesso de cortisona:
aumenta a produção de insulina | |
provoca fraqueza dos músculos | |
predispõe a infecções e a descalcificação dos ossos | |
favorece a depressão e a degenerações do cérebro que levam à perda da memória. |
Ainda
não se sabe porque certas pessoas não desligam a "reação ao estresse"
continuando a produzir os hormônios uma vez terminado o motivo que o
desencadeou. Também se ignora porque outras pessoas não produzem os
hormônios do estresse quando deles necessitam.
As
pesquisas sugerem que exercício moderado e regular é a melhor maneira
de se opor aos efeitos prejudiciais do estresse. As pessoas que
regularmente fazem exercício percebem que toleram o estresse muito
melhor e não necessitam mais comer muito ou tomar grandes doses de
álcool quando estão em situações de estresse afim de se acalmarem.
Reduzir
o estresse não significa que você deve mudar da cidade para o campo,
abandonar seu emprego, se aposentar, largar o automóvel ou mudar de
profissão. Basta fazer mais exercícios físicos, aumentar seu círculo de
relações, participar de atividades sociais, mudar seus horários de
trânsito.
(abcdasaúde)
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