segunda-feira, 1 de março de 2021

Governo federal busca ampliação do acesso aos medicamentos fitoterápicos, promovendo cultivo, coleta e processamento de plantas medicinais

Governo Federal/Divulgação Saúde Ministério da Saúde investe R$ 7,9 milhões em Farmácias Vivas Data de publicação: 01 de Março de 2021, 00:00h Governo federal busca ampliação do acesso aos medicamentos fitoterápicos, promovendo cultivo, coleta e processamento de plantas medicinais Aliar acesso à saúde aos conhecimentos tradicionais dos povos do interior do Ceará. Esse foi o objetivo do professor Francisco José de Abreu Matos, em 1983, que observou que milhões de habitantes da região não eram atendidos pelo sistema de atenção primária e utilizavam plantas para o tratamento de doenças. Motivado por entender a real eficácia desses fitoterápicos, como eles poderiam ser bem utilizados e como poderiam ser aliados à saúde da população, Abreu Matos pesquisou diversas plantas e deu início a um programa de assistência social farmacêutica baseado no emprego científico de plantas medicinais. Chamado hoje de Farmácia Viva, o projeto foi espalhado pelo Brasil e recebeu um investimento de R$ 7,9 milhões do governo federal no último ano para estruturação coordenada em diversas regiões. Em dezembro de 2020, um repasse de verbas foi realizado para projetos de 10 secretarias municipais de saúde: Araraquara (SP), Salvador (BA), Varginha (MG), Afogados da Ingazeira (PE), Cachoeiras de Macacu (RJ), Brumadinho (MG), Pindamonhangaba (SP), Quijingue (BA), São Cristóvão (SE) e Caruaru (PE). Ao todo, o Ministério da Saúde já apoiou 134 projetos com recursos financeiros destinados à cadeia produtiva de plantas medicinais e fitoterápicos, e tem uma Política Nacional voltada para o tema. O Distrito Federal se tornou uma das referências no País, e tem atualmente duas destas farmácias prestando serviços para a população. Nilton Netto, chefe do Núcleo de Farmácia Viva da Secretaria de Saúde do DF, explica esse funcionamento. “O que a população vai encontrar na Farmácia Viva dentro do âmbito do SUS? Um espaço de cultivo de plantas medicinais selecionadas pela identidade botânica, eficácia, pelos estudos que comprovem que essa planta, que é utilizada tradicionalmente ou popularmente, realmente seja segura e eficaz”, diz. Na prática O especialista ressalta que os fitoterápicos sempre serão aliados importantes na promoção à saúde e diminuição de sinais e sintomas de qualquer doença, desde que bem orientados. Um exemplo que Nilton dá esse trabalho realizado em Brasília é a utilização da planta Pereskia Aculeata, popularmente conhecida como ora-pro-nóbis, rica em minerais como magnésio, ferro e cálcio, além de vitamina C e fibras. “Nós temos o cultivo dessa planta, fornecemos mudas à população para que ela cultive e temos um material técnico informativo sobre os usos e cultivo”, conta. A utilização dos fitoterápicos é feita sob prescrição de profissionais de saúde habilitados. No caso do DF, os fitoterápicos também são distribuídos às farmácias de 21 Unidades Básicas de Saúde (UBS). Minas Gerais A prefeitura de Betim, município de Minas Gerais, também desenvolve um trabalho amplo na área, como comentou a gerente da Farmácia Viva Jaqueline Guimarães. “A gente tem uma produção de 83 formulações e, diariamente, atendemos 300 receitas do SUS, produzindo 3 mil unidades de fitoterápicos por mês. Também temos um projeto de produção das farinhas nutricionais, que os nutricionistas utilizam no tratamento e prevenção de doenças do SUS Betim”, pontua. A Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos é descrita pelo Ministério da Saúde como “parte essencial das políticas públicas de saúde, meio ambiente, desenvolvimento econômico e social”. O documento ressalta também que “o Brasil é o país de maior biodiversidade do planeta que, associada a uma rica diversidade étnica e cultural detém um valioso conhecimento tradicional associado ao uso de plantas medicinais”. #Ministério da Saúde#Saúde Reportagem: Alan Rios Alan Rios é jornalista e escritor formado pela Universidade Católica de Brasília (UCB). Atuou na assessoria de comunicação do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e na redação no Correio Braziliense, onde foi repórter na Revista do Correio, na editoria de cidades e de política local, do veículo. É autor do livro "Os porquês da Educação Domiciliar no Brasil" e coautor da obra "Educomunicação - Sua Imagem Está na Tela". Produção: Flávio Macedo Com menos de um ano de formação em jornalismo, Flávio Macêdo faz parte da produção de reportagem do Brasil 61 desde janeiro de 2020. Antes disso, teve passagem como freelancer pelo SBT Brasília, Prezz Comunicação e fez estágio na redação da TV Band, em Brasília. Edição: Luciana Bueno Jornalista formada há 15 anos e pós-graduada em ciências políticas, com experiência em redação, rádio, televisão e assessoria de imprensa. Antes de ingressar na redação do Brasil 61, passou por importantes órgãos, como Ministério da Saúde e Ministério da Justiça além de grandes emissoras como, TV Bandeirantes, Record e TV Globo. Possui experiência em gerenciamento de crise, jornalismo web, redação, edição e revisão de textos, produção de conteúdo de rádio, televisão e assessoria de comunicação.

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