Estresse hídrico
Geografia
O estresse hídrico pode ser causado tanto pela falta d'água em termos naturais quanto pela má preservação e gestão dos recursos hidrográficos.
O estresse hídrico – também
chamado de escassez hídrica física – é um termo utilizado para designar
uma situação em que a demanda por água é maior do que a sua
disponibilidade e capacidade de renovação em uma determinada localidade.
Trata-se de uma expressão elaborada para representar uma situação grave
que pode ser ocasionada tanto por fatores naturais quanto por fatores
socioeconômicos.
Sabemos que os recursos hídricos encontram-se mal
distribuídos entre os países e também no interior do território destes.
As populações também se encontram de igual modo mal distribuídas no
mundo, havendo, assim, regiões que abrigam um grande número de pessoas
e, ao mesmo tempo, não apresentam uma disponibilidade de água para
suprir suas necessidades.
Em muitos casos, o risco de estresse hídrico
dificulta ou até impede o desenvolvimento econômico e humano, pois não
permite que práticas como a industrialização e a agricultura
desenvolvam-se, lembrando que essas são as áreas da economia que mais
utilizam água. Com isso, além da própria água, torna-se necessário
importar uma grande quantidade de produtos, o que faz com que se elevem
as relações de dependência econômica, isso sem falar na baixa geração de
emprego e poucas expectativas de crescimento local.
Existem algumas situações em que o estresse hídrico é
provocado não pela escassez propriamente dita dos recursos
hidrográficos regionais, mas sim pela poluição das águas,
dos mananciais e reservas. Assim, mesmo com certa quantidade de água
disponível, ela torna-se inutilizável, o que faz com que o estresse
hídrico torne-se mais intenso ou aconteça em regiões onde a sua
manifestação, em tese, seria improvável.
Em outros casos, o estresse hídrico está relacionado
com problemas de gestão pública, a exemplo de um incorreto planejamento
do manejo da água ou da não adequação dos sistemas de reservatórios para
a população. Em São Paulo, atualmente, vive-se uma problemática nesse
sentido, pois mesmo havendo, em volume total, uma quantidade de água
adequada para a população da região, há ocorrência de escassez física
desse recurso, o que vem provocando uma grande preocupação por parte da
população local e também das autoridades.
Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), o
estresse hídrico poderá afetar até 18 milhões de pessoas até 2020, mas
existem outras previsões que falam em números maiores. Nos países
andinos, a situação parece se complicar, pois boa parte dos rios que
abastecem a região é proveniente do derretimento do gelo nas montanhas
que compõem os Andes. Com a elevação das temperaturas em razão do
aquecimento global, a quantidade desse gelo diminuirá e a vazão desses
rios poderá ser menor.
Dessa forma, para que o mundo evite a ocorrência de um “estresse hídrico generalizado”,
que afete a maior parte da população mundial, é preciso conservar os
cursos d'água e os mananciais, bem como as reservas florestais que
auxiliam na preservação das nascentes em seus mais diversos tipos. É
necessário que o mundo consiga desenvolver-se a partir de uma
perspectiva sustentável, ou seja, de conservação dos elementos naturais
para as gerações futuras.
Por Me. Rodolfo Alves Pena
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