CUIDADOS PÓS-PARTO
O
período logo após o parto chama-se Puerpério, também conhecido como
pós-parto ou resguardo. Dura em torno de 6 a 8 semanas e só termina com o
retorno das menstruações.
Em nenhuma outra fase
da vida modificações físicas tão grandes acontecem em tão curto espaço
de tempo. Todos os órgãos, principalmente os genitais, se recuperam das
alterações ocorridas ao longo da gravidez e do parto e nessa fase se
inicia a lactação. Além disso, importantes modificações psicológicas
ocorrem.
Todas as suas dúvidas devem ser
discutidas detalhadamente com o obstetra responsável pelo seu parto,
pois é ele quem melhor conhece as particularidades individuais.
Aproveite sua permanência na maternidade, também para aprender os
cuidados básicos com o bebê. A alta médica geralmente ocorre entre 24 e
36 horas após o parto.
Esclareça algumas dúvidas:
Alimentos
podem ser ingeridos imediatamente após o parto normal, mesmo quando foi
empregada a anestesia local. Se foi empregada a analgesia (raqui ou
peridural), algumas horas são necessárias até o término de seus efeitos.
Os primeiros alimentos, preferencialmente líquidos, devem ser de fácil
digestão e os vômitos e enjôos contra-indicam a alimentação sem
autorização médica. Nos dias seguintes, uma dieta equilibrada que
forneça em torno de 2500 calorias/dia é fundamental para a manutenção de
um bom estado nutricional, para o retorno do peso e contorno corporal,
para um bom funcionamento intestinal e uma adequada produção de leite. 0
consumo de proteínas deve ser maior, incentivando a ingestão de carnes
magras, peixes, leite, queijo, ovos e leguminosas como a soja e o
feijão. Fibras vegetais podem ser obtidas de legumes, verduras, frutas,
germe ou farelo de trigo. Sais minerais e vitaminas encontram-se em
carnes magras, leite, queijo, ovos, cereais integrais, legumes, verduras
e frutas. Beba líquidos em abundância, principalmente leite, suco de
frutas e água, pois a amamentação dá muita sede. Evite o excesso de
açúcar, farinhas refinadas e também de gordura animal, frituras e
condimentos. Evite o excesso de bebidas alcoólicas. No pós-parto, é
freqüente a utilização de suplementos vitamínicos, principalmente
aqueles contendo ferro.
Imediatamente
após o parto, pela saída do recém-nascido (mais ou menos 3,5 kg), da
placenta (mais ou menos 0,5 kg), do líquido amniótico e de sangue (mais
ou menos 1 kg), ocorre uma diminuição em torno de 4,5 a 5,0 kg. Outros
1,5 a 2,0 kg adicionais serão perdidos nos próximos 10 dias pela
eliminação do líquido retido no organismo ao longo da gravidez.
Quando
se sentir segura de que pode permanecer em pé sem se sentir mal, poderá
tomar banho, lavando inclusive os cabelos. Os banhos diários são
normais. Não são necessários cuidados especiais para as mamas das
mulheres que amamentam. É importante o uso de absorvente genital
pós-parto, e eles devem ser trocados com freqüência. Absorventes
internos podem ser utilizados assim que a região genital cicatrizar, ao
redor de 2 semanas após o parto normal, ou 3 semanas após o parto com
episiotomia.
0
uso diário de um sutiã, proporcionando maior sustentação das mamas,
diminui o estiramento dos ligamentos suspensores e da pele, prevenindo
futura flacidez. O uso das cintas é opcional, mas não apresenta
contra-indicações, devendo apenas ser evitado o desconforto pelo uso
excessivamente apertado.
Não
fume ou utilize drogas ilícitas, principalmente se estiver amamentando.
Procure organizar uma rotina, dividindo tarefas que não dependam
essencialmente de sua presença, para poder se dedicar mais ao
recém-nascido.
Atualmente,
na maioria dos hospitais, o bebê permanece todo o tempo possível no
mesmo quarto junto com a mãe e sob seus cuidados.
As
visitas, tanto na maternidade como em casa, não devem ser freqüentes ou
prolongadas, pois trazem transtornos à rotina da mãe e do bebê.
Após
o parto, o útero continua a se contrair. Isso é necessário para evitar o
sangramento excessivo. Na maioria das vezes, estas contrações são
indolores, mas algumas mulheres as percebem como cólicas, que podem ser
intensas principalmente durante a amamentação. As dores abdominais
originadas da operação cesariana ou as dores da episiotomia devem
diminuir dia a dia, sendo perfeitamente controláveis pela utilização de
analgésicos recomendados pelo obstetra, quando necessários.
Somente
podem ser utilizados medicamentos receitados pelo obstetra. Mulheres
que amamentam devem ter cuidados redobrados, pois vários remédios passam
para o leite e podem prejudicar o bebê.
Assim
é chamada a secreção genital que ocorre após o parto. Nos primeiros
dias é sanguinolenta, após 10 dias torna-se amarelada, diminui a
quantidade e desaparece entre 6 a 8 semanas. Não deve ter cheiro
desagradável.
Após
o parto, o útero pode ser facilmente palpável e seu fundo alcança a
cicatriz umbilical. Regride progressivamente deixando de ser palpável no
abdômen em torno de 2 semanas após o parto.
É
o nome dado ao corte realizado na região genital com o objetivo de
ampliar a passagem para o bebê. É costurado imediatamente após o parto
com pontos que caem espontaneamente. Geralmente, não são necessários
curativos locais ou outros cuidados além da higiene. Logo após o parto
pode ser colocada uma bolsa de gelo no local para aliviar o desconforto.
A
primeira micção pós-parto deve ocorrer espontaneamente em até 8 horas.
As micções não devem ser dolorosas e nos primeiros dias o volume é maior
devido à eliminação da água retida pelo organismo durante a gravidez.
Nos
primeiros dias pós-parto pode existir uma tendência a persistir a
constipação intestinal que ocorre na gravidez. A evacuação também fica
prejudicada pelo receio de dor na região anal, por isso a primeira
evacuação após o parto pode demorar alguns dias, principalmente se foi
realizada a lavagem intestinal antes do parto. Eventualmente remédios
laxativos podem ser receitados. Na região anal, podem aparecer ou se
agravarem as hemorróidas, necessitando de cuidados específicos.
Exercícios
passivos de flexão e extensão dos pés, pernas e coxas, assim como
massagens nessas regiões devem ser realizadas imediatamente após o
parto, com a finalidade de ativar a circulação sanguínea. Nos partos em
que foi aplicada somente a anestesia local a mulher pode levantar da
cama assim que se sentir disposta. Quando foi empregada analgesia (raqui
ou peridural) deve-se aguardar que termine o seu efeito, o que ocorre
após algumas horas. Antes de levantar-se pela primeira vez, é prudente
elevar ao máximo a cabeceira da cama e assim permanecer por alguns
minutos. A seguir, permanecer sentada na beirada da cama com as pernas
para fora, por alguns minutos, até poder levantar e caminhar, sempre
auxiliada por outra pessoa, pois podem ocorrer tonturas. É importante
manter uma postura correta, principalmente na hora de amamentar para
evitar que ocorram dores nas costas.
Pode
ser iniciada logo após a completa cicatrização das regiões
traumatizadas na dependência do desejo individual. Nas primeiras
relações sexuais, a penetração deve ser mais cuidadosa, pois o
revestimento da vagina está mais fino e menos lubrificado.
Para
evitar ou espaçar os períodos de gravidez, é aconselhável o uso de um
método anticoncepcional. Amamentar com mamadas freqüentes em torno de 3
em 3 horas evita a ovulação e, portanto, a gravidez até o quinto mês
pós-parto. No entanto mesmo as mulheres que amamentam como aquelas que
não o fazem devem discutir com seu médico o uso de um método
anticoncepcional efetivo.
É
comum que, ao assumir uma nova identidade, a mulher se sinta insegura
quanto às possibilidades de criar o filho, quanto ao sucesso da
amamentação e às mudanças físicas pelas quais está passando. Ocorrem
mudanças na sua rotina e nas suas outras atividades, sendo muitas vezes
difícil para a mãe conciliar todas estas tarefas.
Geralmente
realizada algumas semanas após o parto, serve para o médico se
assegurar de que as modificações que ocorreram nesse período são
normais, avaliar a amamentação, indicar tratamento para queixas
existentes e facilitar a discussão de outros assuntos.
Os
exercícios para a musculatura que forma o assoalho da bacia podem ser
iniciados no dia seguinte ao parto, realizados várias vezes ao dia e
praticados por toda a vida. Eles reforçam a sustentação da bexiga e do
intestino, fortalecendo a vagina e diminuindo o risco do aparecimento
futuro de problemas como perda de urina (incontinência urinária) e queda
da bexiga.
Os exercícios físicos para corrigir a
flacidez abdominal e o contorno corporal podem ser iniciados após 2
semanas do parto normal, iniciando com poucos minutos, até atingir 20 a
30 minutos por dia. De maneira semelhante, pode ser iniciada a prática
desportiva. Quando o parto tiver sido cesariana, seu início deve
aguardar em torno de 6 semanas.
As seguintes
atividades físicas podem melhorar suas condições musculares e devem ser
iniciadas após permissão médica e realizados em local e horário
adequado.
Exercício 1
- Deite-se de costas, sem travesseiro, com as pernas esticadas juntas e
os braços ao lado do corpo. Respire profundamente expandindo o peito e
contraindo a barriga.
Exercício 2
- Partindo da posição indicada no exercício anterior, dobre a cabeça
para frente e toque o peito com o queixo mantendo relaxado o restante do
corpo.
Exercício 3
- Partindo da posição indicada no exercício 1 levante uma das pernas,
dobrando o joelho até encostar a coxa na barriga. Faça este exercício
alternando a perna direita com a esquerda.
Exercício 4
- Partindo da posição indicada no exercício 1, levante uma das pernas o
mais que puder, sem dobrar o joelho. Após alguns segundos, abaixe a
perna lentamente. Faça este exercício alternando a perna direita com a
esquerda.
Exercício 5
- Partindo da posição indicada no exercício 1, levante as duas pernas
juntas o mais que puder, sem dobrar os joelhos. Após alguns segundos,
abaixe as pernas lentamente até retornar a posição inicial.
Exercício 6
- Deite-se de costas, sem travesseiro, com as pernas esticadas e cruze
os braços sobre o peito. Sem mover os pés e as pernas, levante a cabeça e
os ombros alguns centímetros do chão. Fique assim por alguns instantes e
retorne a posição inicial.
Exercício 7
- Partindo da posição indicada no exercício 6, sem mover os pés e as
pernas, levante o tronco até ficar sentada. Após alguns instantes
retorne a posição inicial. Este exercício pode ser realizado com as mãos
entrelaçadas atrás da cabeça
Exercício 8 - Após tente ficar sentada e incline-se para frente 3 vezes, antes de retornar a posição inicial.
Exercício 9
- Deite-se de costas, sem travesseiro, com as pernas ligeiramente
afastadas e dobradas, com os pés apoiados no chão, e os braços ao longo
do corpo. Levante os quadris de modo que o corpo fique apoiado somente
nos pés e nos ombros. Junte os joelhos e contraia os músculos da vagina,
ânus e nádegas e retorne a posição inicial.
Exercício 10
- Apóie-se sobre os cotovelos e os joelhos, mantendo as costas retas, e
contraia a barriga, mantendo-a assim por alguns segundos. Aumente
diariamente esse tempo até alguns minutos.
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