Saiba como cada parte do seu corpo sofre com o excesso de álcool
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Cerveja, chope, whisky, vodka, caipirinha. Antes de
encher o caneco neste Carnaval, é bom saber de algumas informações
valiosas sobre os efeitos do exagero do álcool no seu corpo. Você sabia
que os dados mais recentes da Organização Mundial de Saúde (OMS) mostram
que os brasileiros consomem 18,5 litros de álcool puro por ano, sendo,
portanto, o quarto país que mais consome álcool das Américas?
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E as pesquisas não param por aí. Ainda segundo a OMS, o álcool causa quase 4% das mortes no mundo todo, matando mais do que a Aids, a tuberculose e a violência. Hoje o impacto do abuso de álcool é considerado igual ao impacto da dependência em si, o alcoolismo.
Efeitos do álcool no corpo humano
Para aqueles que não sabem, abuso de álcool é
quando a pessoa ingere bebida alcoólica em doses maiores que cinco, em
uma só situação, sem uma "carreira" de consumidor, mas mesmo assim colhe
os malefícios para o organismo.
Esse dado é preocupante, já que revela que aquela
pessoa que abusa de bebidas alcoólicas uma vez ou outra pode correr os
mesmos riscos de vida do que uma pessoa dependente.
"Isso acontece por que o corpo de um abusador não
está acostumado com o etanol, diferentemente do dependente", conta a
médica psiquiatra Ana Cecilia Marques, pesquisadora da Unidade de Álcool
e Drogas (Uniad) da Unifesp e especialista em dependência química da
Associação Brasileira de Estudos do Álcool e outras Drogas (Abead).
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Confira agora por que o excesso de bebidas
alcoólicas causa tantos danos ao nosso organismo e quais partes do nosso
corpo são mais afetadas com essa prática:
Por que o excesso de álcool causa tantos danos?
Para entender como a ingestão de bebidas alcoólicas
consegue causar danos a tantas partes do nosso corpo, é preciso
explicar o processo de metabolização do álcool ou etanol, ou seja, como o
nosso corpo absorve, metaboliza e excreta essa substância.
A médica Ana Cecilia explica que o órgão responsável por metabolizar o álcool é o fígado,
e que ele só metaboliza em média uma dose de bebida alcoólica por hora -
entenda uma dose como uma lata de cerveja (360ml), uma taça de vinho
(100ml) ou de destilado (40ml).
Portanto, se tomarmos seis latas de cerveja, por
exemplo, nosso fígado irá levar as mesmas seis horas para metabolizar
todo o álcool presente em nosso corpo. "E enquanto o fígado metaboliza a
primeira latinha, o resto do álcool fica circulando no sangue e
intoxicando, causando alterações e danos em diferentes órgãos", explica
Ana Cecília.
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O órgão responsável por metabolizar o álcool é o fígado, e ele só metaboliza em média uma dose de bebida alcoólica por hora.
Sistema gastrointestinal
Quando bebemos uma cerveja ou uma caipirinha, o
álcool logo é absorvido pelo nosso sistema gastrointestinal. Ele irrita
as mucosas do esôfago e do estômago, alterando as membranas do
intestino, prejudicando a absorção.
Os resultados podem ser esofagite, gastrite e até
diarreia. Já no fígado, o álcool vai alterar a produção de enzimas,
aumentando este conjunto de substâncias que serão responsáveis pela
metabolização.
"É como se o álcool forçasse o trabalho do fígado,
que fica sobrecarregado", diz Ana. "O fígado passa a produzir mais
enzimas para metabolizar o etanol e isso culmina com uma inflamação
crônica e hepatite alcoólica, podendo evoluir para cirrose", completa.
Outro órgão afetado pelo excesso de bebidas
alcoólicas é o pâncreas, responsável pela fabricação de insulina e de
enzimas digestivas. O álcool pode causar uma inflamação no pâncreas, e
essa inflamação pode evoluir para uma pancreatite.
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A pancreatite é uma doença que causa uma forte e
repentina dor abdominal, perda de apetite, náusea, vômito e febre. O
tratamento é feito em hospitais e inclui medicações para a dor e
antibióticos.
Sistema nervoso central
Quando abusamos das bebidas alcoólicas, o sistema
nervoso, ou seja, nosso cérebro é afetado logo após a ingestão da
segunda dose. Homens apresentam alterações na percepção da realidade e
do comportamento logo após a segunda dose, e mulheres já na primeira.
De acordo com a especialista Ana Cecilia, os
sintomas decorrentes da presença de álcool no sistema nervoso são:
problemas de atenção, perda da memória recente, perda de reflexo, perda
do juízo crítico da realidade. Com o aumento da dose, sonolência,
anestesia e, no grau mais elevado, o coma alcoólico.
"O coma é um grau de intoxicação grave, por ação
direta do etanol no sistema nervoso central e em outros sistemas
orgânicos", diz Ana Cecilia. Quando isso acontece, é muito importante
procurar socorro médico. Se o corpo não conseguir se recuperar do coma,
pode haver parada respiratória, podendo levar à morte.
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A reversão do quadro inclui medidas gerais para
manutenção da vida, que vão desde oxigenação, hidratação, correção da
glicemia, do magnésio e do zinco, entre outros cuidados que podem variar
de caso para caso.
Sistema renal
Os rins são responsáveis pela filtração final do
etanol, de apenas 6% da substância. Mas quando abusamos das bebidas, o
etanol altera a capacidade dos rins
de filtrar as substâncias do nosso corpo, causando uma alteração dos
hormônios que controlam a pressão arterial, o que culmina em hipertensão
arterial.
Pulmões
Como o sangue passa pelos pulmões para efetuar as
trocas gasosas, nem esse órgão fica livre dos efeitos do álcool. "O
etanol deixa as trocas gasosas mais lentas, pois os pulmões recebem um
sangue muito sujo", conta Ana Cecilia.
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O resultado disso é uma respiração mais lenta,
fazendo a pessoa sentir dificuldades para respirar. É por isso também
que o bafômetro capta o álcool ingerido, que ainda está circulante.
Sistema cardiovascular
A ingestão de bebidas alcoólicas favorece a
liberação de dopamina no cérebro. Este hormônio neurotransmissor é
responsável pela regulação de outras substâncias que, por sua vez,
regulam o sistema cardiovascular.
Isto significa uma possível alteração da pressão
arterial, da frequência cardíaca e depois, dos vasos sanguíneos. A
taquicardia e a hipertensão arterial são as consequências mais comuns.
Sistema muscular
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É o sistema nervoso central o grande responsável
por movimentar nossos músculos. A médica especialista da Abead explica
que além da alteração central causada pelo álcool, que deixa as
mensagens que chegam aos músculos mais lentas, as ligações nervosas
periféricas são comprometidas, e a sensação é de relaxamento.
Sistema hormonal
Ninguém escapa da ação do etanol e, portanto, as
glândulas também têm seus produtos, no caso os hormônios, alterados.
Porém, são as pessoas que já apresentam doenças de alteração hormonal,
como diabetes, que sentem com mais intensidade os danos físicos pela
ingestão de bebidas alcoólicas.
A principal consequência do abuso de álcool em
diabéticos, por exemplo, é uma rápida evolução ao coma alcoólico. Ana
explica que o etanol altera a metabolização da glicose pelo fígado e
pelo pâncreas, este último já adoecido pelo diabetes. Por conta disso,
os danos aparecem mais rápido.
Ressaca
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Além de todas as complicações que o álcool causa
enquanto o indivíduo ainda está embriagado e intoxicado, ele ainda deixa
seu efeito para o dia seguinte, a famosa ressaca.
Dentre os sintomas da ressaca estão enjoo, vômitos, diarreia, tontura,
pensamento embaralhado, moleza e até um sentimento de tristeza.
Abuso do álcool é diferente do alcoolismo
Como já foi dito anteriormente, o abuso do álcool é
quando a pessoa bebe em grandes quantidades e tem problemas, mas não é
dependente.
O alcoolismo
é a doença crônica, a dependência pela bebida. E as consequências são
individuais, tanto para os abusadores como para os dependentes.
"Quando a pessoa é dependente de álcool é
diferente. Ele tem uma tolerância maior pelo etanol, que demora em
média, cinco anos para se desenvolver", conta Ana Cecilia.
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Os órgãos e sistemas comprometidos são os mesmos
citados acima, porém, quando os problemas aparecem, as complicações são
bem mais graves e muitas vezes irreversíveis.
Dentre as doenças que podem surgir do alcoolismo
estão gastrite crônica, hepatite crônica que pode evoluir para cirrose,
hipertensão arterial, diabetes por alteração crônica no funcionamento do
pâncreas e problemas de memória que podem evoluir para demência
alcoólica - não só quando está sob os efeitos da bebida, como é o caso
do abuso -. Além disso, o álcool também altera a imunidade, abrindo
caminho para o surgimento de outras doenças.
Fonte:minhasaude.com)
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