Dormir pouco faz mal à saúde. Mas tem remédio: tire um cochilo
O sono é um processo fisiológico fundamental
para a manutenção do estado biológico normal e consequente promoção da
saúde do organismo. Noites mal dormidas induzem desequilíbrios
metabólicos, hormonais e imunológicos, além de levar a dias sonolentos
com redução da cognição, aumento da chance de erros nas tarefas diárias e
redução da produtividade.
Distúrbios do sono e sua privação podem
predispor o indivíduo a diversos tipos de doenças crônicas como
obesidade, depressão, diabete e hipertensão, sendo reconhecidos como um
problema de saúde pública. Nos Estados Unidos 30% dos adultos reportam
dormir menos de 6 horas por dia, tempo insuficiente para os processos
biológicos que ocorrem durante o sono.
Uma pesquisa, publicada online esta semana na revista científica Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism, traz um alento aos que dormem pouco durante a noite.
O estudo foi conduzido em 11 homens saudáveis
com idades de 25 a 32 anos que sofreram uma restrição importante de sono
por uma noite. Na tarde seguinte foram medidas as concentrações na
urina de substâncias que aumentam com o estresse, como noradrenalina,
adrenalina e dopamina (estas substâncias produzem aumento dos batimentos
cardíacos e do açúcar no sangue) e na saliva foi medida a concentração
de uma proteína do sistema imunológico chamada interleucina-6 que
contribui na resposta imunológica contra viroses.
A noradrenalina apresentou um aumento de duas
vezes e meia na sua concentração, enquanto a interleucina-6 teve uma
redução significativa.
Na noite seguinte os voluntários sofreram nova
restrição de sono, porém, na tarde seguinte, antes das dosagens
hormonais, eles tiraram dois cochilos de meia hora. As dosagens tanto da
noradrenalina como da interleucina-6 foram normais, evidenciando que os
cochilos reverteram os efeitos deletérios da falta de sono no que tange
a alteração destas duas substâncias.
Dormir bem é fundamental para a manutenção da
saúde e bem-estar (o tempo recomendado é de 8 horas por noite), no
entanto, se por algum problema você não pode atingir esta recomendação,
reserve um tempinho na tarde seguinte. O seu organismo agradece!
Autor: Dr. Gilberto Sanvitto - ABC da Saúde
Referência Bibliográfica
- -Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism 100: - 2015 - doi: 10.1210/jc.2014-2566
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