Conhece alguém com rugas na testa? Então leia isso
Rugas estão apenas restritas ao campo da estética ou elas podem indicar um problema grave de saúde? De acordo com uma pesquisa apresentada em Munique esta semana, no congresso da Sociedade Europeia de Cardiologia 2018, as pessoas que têm muitas rugas profundas na testa têm mais chance de morrer de doenças cardiovasculares.Isso poderia significar uma forma simples de ajudar a diagnosticar doenças desse tipo. “Observamos as rugas da testa como marcadores porque é muito simples e visual. Só de olhar para o rosto de uma pessoa seria possível dar o alarme, então poderíamos orientar o paciente para diminuir os riscos”, explica uma das pesquisadores, Yolande Esquirol.
Essas orientações costumam incluir mudanças de estilo de vida como se exercitar mais e comer alimentos saudáveis. “Claro que se você tiver uma pessoa com risco cardiovascular, você tem que checar fatores de risco clássicos como pressão sanguínea e níveis de lipídio e glicose. Mas você já pode passar algumas recomendações sobre estilo de vida”, diz Esquirol.
De acordo com os autores, pesquisas anteriores analisaram diferentes sintomas visíveis do envelhecimento para ver se eles conseguiam predizer doenças cardiovasculares. Em estudos anteriores, pés de galinha não mostraram relação com risco cardiovascular porque essas pequenas rugas perto dos olhos são um consequência não apenas da idade, mas também do movimento facial. Uma ligação foi detectada entre maiores riscos de doenças cardíacas e calvície masculina, dobras nas orelhas e pequenas bolsas de colesterol que se acumulam abaixo da pele. Mas esta ligação não mostrava uma maior chance de morte.
Já os autores deste estudo recente investigaram marcas diferentes do envelhecimento: linhas horizontais na testa de 3.200 adultos. Os participantes eram saudáveis e com idades de 32 anos, 42 anos, 52 anos e 62 anos no início do estudo. Eles foram examinados por médicos, que atribuíram notas para eles dependendo do número e profundidade das rugas. Zero significava “sem rugas”, enquanto três significava “muitas rugas profundas”.
Os participantes foram acompanhados por 20 anos, e 233 deles morreram neste intervalo, por várias causas. Destes, 15,2% tinham notas dois e três. 6,6% tinham nota um e 2,1% tinham nota zero.
Os autores concluíram que pessoas com notas altas tinham maiores chances de morrerem de doenças cardiovasculares do que pessoas sem rugas. Quem tinha nota dois ou três tinha quase 10 vezes mais chance de morrer por esses motivos quando comparado com quem tinha nota zero, calculando-se os ajustes para idade, sexo, educação, se fumavam ou não, a pressão sanguínea, frequência cardíaca, diabetes e níveis de lipídio.
Os pesquisadores ainda não sabem o motivo para a ligação entre as rugas e o risco aumentado, mas eles acreditam que isso pode ter a ver com aterosclerose, ou enrijecimento das artérias por conta do acúmulo de placas. Aterosclerose contribui muito para ataques cardíacos e outros problemas cardiovasculares. A mudança nas proteínas do colágeno e o estresse oxidativo parecem atuar tanto na aterosclerose quanto nas rugas. Além disso, vasos sanguíneos na testa são tão pequenos que podem ser mais sensíveis ao acúmulo de placas. Isso significa que essas rugas poderiam ser os primeiros sinais de que os vasos estão com problemas.
“Esta é a primeira vez que a ligação entre rugas da testa e risco de doenças cardiovasculares foi estabelecida, então as observações precisam ser confirmadas em outros estudos. Mas a observação pode ser feita por médicos nos consultórios”, afirma o pesquisador. [Medicalxpress] - Fonte: HScyence - Ago/18
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