Proteção Florestal
Pragas, Doenças e Incêndios
Pragas e Doenças
As pragas que representam a maior
importância econômica são: as formigas cortadeiras em primeira
instância, que ocorrem e devem ser controladas durante toda a fase do
projeto; em segunda, no caso de plantios de eucalipto, pode-se
considerar os cupins, na fase mais juvenil, e as lagartas, como a
Thyrinteina arnobia na fase mais adulta, principalmente.
Outra praga comum e causadora de sérios
problemas é causada pelo fungo Puccina psidii Winter (ferrugem do
eucalipto). A primeira ocorrência da ferrugem, causando danos, aconteceu
no Espírito Santo, nos anos 70, em plantios de Eucalyptus grandis, com
idade inferior a dez anos. Além de ocorrer em mudas de viveiro, a
ferrugem pode atingir também plantas jovens no campo até os dois anos de
idade, reduzindo a produtividade da cultura e podendo levar à morte os
indivíduos mais debilitados.
Em relação aos plantios de pinus, o
macaco-prego (Cebus apella), vem causando danos consideráveis. O
macaco-prego ocorre em praticamente em toda a América do Sul, a leste
dos Andes, apresentando uma grande adaptabilidade às condições
ambientais e uma grande diversidade comportamental. Tem o hábito de
arrancar a casca das árvores para alimentar-se da seiva, que tem sabor
doce. Ao romper a casca, a árvore fica sem proteção e a circulação da
seiva é interrompida. A árvore fica extremamente debilitada e suscetível
ao ataque da vespa-da-madeira, que, em termos de danos econômicos, é
uma das principais pragas. Outra praga que vem causando danos é o pulgão
(Cinara pinivora e Cinara atlantica) que hoje, ocorre em várias regiões
de Santa Catarina, Paraná e São Paulo.
O controle de formigas cortadeiras pode
ser desenvolvido como citado anteriormente, e para o controle de
lagartas tem se usado muito o lagartecida biológico, que tem como agente
a bactéria Bacillus thuringiensis, cujos nomes comerciais são o Dipel e
o Bac control.
Incêndios Florestais
Entende-se por incêndio florestal todo
fogo sem controle sobre qualquer vegetação, podendo ser provocado pelo
homem (intencionalmente ou por negligência), ou por fonte natural
(raio).
Anualmente, após as geadas, ocorre a
estação seca, por um período crítico que se estende do mês de julho até
meados de outubro. Neste período a vegetação torna-se suscetível a
incêndios.
Os incêndios florestais, casuais ou
propositados, são causadores de grandes prejuízos, tanto no meio
ambiente quanto ao próprio homem e a suas atividades econômicas. No
período de 1983 a 1988 no Brasil, os incêndios destruíram uma área de
201.262 hectares de reflorestamento, que representa aproximadamente 154
milhões de dólares para o seu replantio, fora o prejuízo direto.
As causas dos incêndios podem variar
bastante de região para região. No Brasil, há 8 grupos de causas: raios,
queimadas para limpeza, operações florestais, fogos de recreação, o
ocasionado por fumantes, por incendiários, estradas de ferro e diversos.
Os incêndios, devido principalmente às
condições meteorológicas, não ocorrem com a mesma freqüência durante
todos os meses do ano. Pode haver também uma variação das épocas de
maior ocorrência de incêndios entre as regiões do país, devido às
condições climáticas ou às diferenças nos níveis de atividades agrícolas
e florestais. Da mesma maneira, os incêndios não se distribuem
uniformemente através das áreas florestais. Existem locais onde a
ocorrência de incêndios é mais freqüente, como por exemplo os próximos a
vilas de acampamentos, margens de rodovias, estradas de ferro,
proximidades de áreas agrícolas e pastagens.
A proteção das florestas, bem como a de
povoamentos florestais, torna-se eficiente quando existe um
planejamento prévio das atitudes e atividades a serem tomadas ou
implementadas nas diferentes situações que podem apresentar. Quanto ao
controle de incêndios florestais, o processo preventivo tem se mostrado
como o de maior eficiência, através de aceiros manuais e mecânicos,
gradagens internas ao povoamento e um bom sistema de vigilância; este,
muito praticado entre empresas florestais vizinhas, num sistema de
cooperativismo.
Planos de Proteção
É necessária a observação de vários fatores existentes na área em questão:
- O problema do fogo na unidade a ser protegida.
- Os aspectos físicos da área.
Causas mais freqüentes de incêndios,
épocas e locais de maior ocorrência, classes de material combustível e
delimitação de zonas prioritárias são informações indispensáveis para a
elaboração de um plano. Este plano deve incluir as ações propostas para a
prevenção, detecção e combate aos incêndios e o registro sistemático de
todas as ocorrências.
Classes de Combustível
Os tipos de vegetação influenciam de maneira significativa no potencial de propagação dos incêndios.
Tipo de formação vegetal | Propagação |
Povoamentos de coníferas | Mais rápida e intensa |
Povoamentos de folhosas | Mais lenta |
Florestas plantadas | Mais rápido |
Florestas naturais | Mais lenta |
Pastagens e campos | Mais rápida, principalmente após geada |
Os mapas de combustível, ou cartas de vegetação, permitem prever as áreas nas quais o fogo apresenta maior risco de propagação.
Zonas Prioritárias
É preciso definir as áreas que devem
ser prioritariamente protegidas, embora todas as áreas sejam de grande
importância. Áreas experimentais, pomares de sementes, nascentes de
água, áreas de recreação, instalações industriais e zonas residenciais
são exemplos de áreas prioritárias.
Plano Operacional
a) Prevenção
A prevenção dos incêndios florestais
envolve, na realidade, dois níveis de atividades, a redução das causas
(através de campanhas educativas, legislação específica e medidas de
controle) e a redução do risco de propagação, que consiste em dificultar
ao máximo a propagação dos incêndios que não forem possíveis de evitar.
Pode ser feito através da construção de aceiros, da redução do material
combustível e da adoção de técnicas apropriadas de silvicultura
preventiva.
b) Detecção
É a primeira etapa do combate a um
incêndio. Pode ser fixo, móvel ou auxiliar, dependendo das condições
locais e da disponibilidade de recursos da empresa responsável pela
proteção da área.
A detecção fixa é feita através de
pontos fixos de observação, torres metálicas ou de madeira. A altura da
torre depende da topografia da área e da altura da floresta a ser
protegida. As torres são operadas por pessoas ou por sensores
automáticos à base de raios infravermelhos, que detectam o incêndio
devido à diferença de temperatura entre o ambiente e a zona de
combustão.
A móvel é feita através de operários a
cavalo, em veículos ou em aeronaves leves. O patrulhamento aéreo é
indicado para áreas muito grandes, de difícil acesso.
A auxiliar é exercida voluntariamente,
por pessoas que não estão ligadas diretamente ao sistema de detecção.
Quando bem conscientizadas, através de programas educativos, as pessoas
que vivem nas imediações ou transitam pela floresta podem comunicar a
existência de focos de incêndio.
Passos básicos na detecção dos incêndios:
- Comunicar à pessoa responsável pelo combate todos os incêndios que ocorrerem na área protegida, antes que o fogo se torne muito intenso, de modo a viabilizar o combate o mais rápido possível; o ideal é cumprir este objetivo em no máximo 15 minutos após iniciado o fogo.
- Localizar o fogo com precisão suficiente para permitir à equipe do combate chegar ao local pelo acesso mais curto, no menor intervalo de tempo possível.
c) Combate
Equipes treinadas, equipamentos
adequados, mobilização rápida, plano de ataque já estabelecido - é o
necessário para proceder um combate eficiente.
Os equipamentos, incluindo as
ferramentas manuais, devem ser de uso exclusivo no combate aos incêndios
florestais. O tipo e a quantidade de equipamentos para o combate a
incêndios depende de vários fatores, tais como: características locais,
tipo de vegetação, tamanho da área, número de equipes e disponibilidade
financeira.
d) Registro das ocorrências
Com base nesses registros é que se pode
obter informações sobre causas, épocas e locais de ocorrência, tempo de
mobilização, duração do combate, número de pessoas envolvidas,
equipamento utilizado, área queimada, vegetação atingida e outros
fatores.
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