Rótulo de alimentos | Saiba o que você está comendo neste fim de ano
Dezembro
é um mês de confraternizações e festas e, junto com os festejos, vem o
excesso de comidas, doces e bebidas. Após os exageros do ano novo, as
pessoas costumam querer correr atrás do tempo perdido, ou das calorias
ganhas. E, para ter o controle do quê e da quantidade do quê se come, é
preciso conhecer as informações nutricionais dos alimentos. Você sabe
interpretar um rótulo ou tem o hábito de fazê-lo? Siglas como %VD e
informações colocadas por “porções” acabam confundido quem quer conhecer
o valor nutricional dos alimentos.
É preciso ter sempre em mente que a
“porção” é, na maioria das vezes, uma fração do alimento que se compra e
%VD (Valores Diários) é a porcentagem do nutriente necessário para uma
dieta de 2.000 kcal. Por exemplo, se um produto apresenta, em uma
porção, 15% de V.D. para carboidratos significa que a porção (pode ser
uma colher de sopa ou uma fatia do produto) possui 15% do carboidrato
necessário por um dia, no caso de uma dieta de 2.000 kcal. Ao lado da
“porção” tem a quantidade em medidas caseiras, geralmente vem como
xícara de chá, colher de sopa ou algo que dê para medir em casa.
Mesmo com a medida sendo por porções e a
comparação feita com uma dieta fixa de 2.000 kcal, é possível saber se
um produto é muito ou pouco saudável. “Podemos comparar um produto com
outro. É bom conhecer essas medidas para comparar. Por exemplo: qual
produto tem mais fibra? Qual tem mais gordura ou carboidratos?”, diz a
nutricionista e coordenadora da Atenção à Saúde do Servidor (CAS) do Ministério da Saúde,
Raquel Franz. Para saber as porcentagens de determinado nutriente
relacionado a uma dieta específica é preciso fazer um calculo rápido e
adaptá-la a qualquer dieta.
“Deve-se
preferir alimentos com muita fibra e escolher os com baixo teor de
gorduras. Principalmente a gordura trans, que não possui recomendações
da quantidade segura para ingerir”, sugere Raquel Franz. Ela lembra que
se deve, ainda, preferir alimentos com menos de 10% de V.D de gordura
saturada. “Os alimentos com alto teor de fibra são tão importantes
quanto à quantidade de calorias para quem quer emagrecer. Além de ajudar
quem é diabético”, garante a nutricionista. É bom evitar comer muita
farinha branca ou refinados, pois eles têm pouca fibra.
Orientações para consumo saudável - Para informar a população de como se interpreta os rótulos das embalagens e saber o valor nutricional deles, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e o Ministério da Saúde têm um manual de Orientação dos Consumidores – Educação para um Consumo Saudável.
Diabéticos, hipertensos, pessoas com colesterol e/ou triglicerídeo alto
e com doença celíaca – intolerantes ao glúteo – devem sempre estar
atentos aos rótulos das comidas.
A
assistente social Carla Sene de Freitas, depois que aprendeu a ler
rótulos, sempre checa os alimentos. “O rótulo é mais para ter uma
consciência sobre o que se come. Saber se tem muito sódio ou gordura e
comparar os alimentos. Qualquer produto eu olho”, conta Carla. “Todo
mundo tem preocupação com peso, mas só olha as calorias e esquece os
outros nutrientes. Às vezes o produto é mais calórico, mas é mais
saudável, pois tem mais fibra e menos sódio que outro produto, e isso
influencia na hora de manter o peso”, argumenta.
É importante que se observe sempre a
lista de ingredientes para checar, por exemplo, quais os açúcares que o
produto possui. Essa lista vai estar sempre em ordem decrescente, ou
seja, primeiro vem o ingrediente mais presente na comida até o de menor
quantidade. Além dos ingredientes e da validade dos produtos, é
essencial observar a tabela nutricional.
Conheça o que significa cada informação do rótulo dos alimentos:
Valor energético – Energia necessária pelo corpo a partir dos carboidratos, gorduras e proteínas. São as famosas calorias (kcal) que o alimento contém.
Carboidratos – Fornecem energia para as nossas células, porém, quando não utilizado, é armazenada em forma de gordura. Portanto, devemos atentar para a porcentagem do valor energético e para a quantidade de carboidratos presente nos alimentos.
Gorduras Totais – Elas ajudam na absorção das vitaminas A, D, E e K. É a soma de todos os tipos de gorduras presente no alimento.
Gordura Saturada – É a gordura de origem animal, portanto devemos evitar os alimentos com grande quantidade.
Gordura Trans – Está presente em maior quantidade nos alimentos industrializados e é uma gordura que o organismo não necessita. Não consta na porcentagem de Valores Diários (%VD) porque não é preciso consumi-la na dieta.
Fibra – Ajuda a diminuir o colesterol ruim e a glicemia, além de manter o bom funcionamento do intestino e emagrecer. Preferir alimentos com alto teor de fibras.
Sódio – Devemos evitar alimentos com alto teor de sódio. Ele está presente nos alimentos industrializados e no sal de cozinha. Melhor preferir alimentos com baixo teor de sódio.
Produtos Diet – São feitos para pessoas com condições específicas, retirando algum ingrediente ou o deixando em quantidades insignificantes. Por exemplo, comida sem açúcar para diabético, alimentos restritos em lactose para quem tem intolerância à lactose ou alimentos isentos de glúten para quem tem doença celíaca.
Produtos Ligth – São aqueles produtos que apresentam algum nutriente ou valor energético em quantidade reduzida quando comparado a um alimento convencional. Existem valores definidos para poder considerar um alimento light. Por exemplo, o iogurte tem que ter 30% a menos de gordura para ser considerado light.
Ferro, Cálcio e Colesterol – Apesar de não serem itens obrigatórios na tabela nutricional, eles são importantes e quanto mais informação melhor.
Lucas Leon / Blog da Saúde
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