Seis mil soldados franceses bem armados e equipados e 17 navios de
guerra invadiram o Rio de Janeiro em 1711. Comandados pelo Almirante
René Du GuayTroin, para deixar a cidade os invasores exigiram 100 caixas
de açúcar, duzentos bois e um milhão de cruzados, importância
posteriormente reduzida. Foram pagos em ouro e dinheiro mais de 600 mil
cruzados, dos quais a Casa da Moeda contribuiu com cerca de 275 mil.
Esta é a parte da história de uma das mais tradicionais instituições
brasileiras, com três séculos de existência, completados em 8 de março
de 1994.
Em 1694, D. Pedro II, O Pacífico, vigésimo terceiro rei de Portugal,
criava na Bahia a nossa primeira "fabrica" de dinheiro. Foi transferida
para o Rio de Janeiro em 1698, para Pernambuco em 1700, e
definitivamente instalada no Rio de Janeiro em 1703. ganhou prédio
próprio em 1868, com estrutura e projeto importados da França. Houve
erro no embarque, o navio que chegou ao Rio lavava prédio semelhante
para a sede do governo chileno, o Palacio de la Moneda.
Inicialmente a Casa da Moeda apenas cunhava o dinheiro metálico, poucas
cédulas foram produzidas no padrão mil-réis. Após o introdução do
cruzeiro, em 1942, a Casa da Moeda carimbou notas antigas com a nova
unidade impressa numa rosácea. Hoje são muito procuradas pelos
colecionadores, algumas atingem a faixa de preços equivalentes a
milhares de dólares. O carimbo do cruzeiro novo de 1966 também foi
aplicado em notas antigas reaproveitadas.
Uma cédula que marcou época tinha a figura de um índio. No valor de 5
cruzeiros, começaram a ser emitidas em 1961 um total de 111 séries.
Deixavam muito a desejar tecnicamente, e, nesse aspecto, foram um
fracasso. O público, no entanto, gostou da nota ao ponto de julgar que
ela trazia sorte. Foi muito guardada, talvez você encontre uma no baú da
família.
Passamos de importadores a exportadores de dinheiro a partir de 1974. O
Paraguai foi nosso primeiro cliente. O conhecimento brasileiro ajudou a
implantar parques industriais para a fabricação de valores na
Venezuela, Argélia e China. Hoje a Casa da Moeda exporta moedas,
cédulas, selos e passaportes.
BC - bem conservada - moeda com riscos, detalhes das figuras quase totalmente apagados, algumas letras e números desgastados. Cruzado - moeda portuguesa e também nome da série de moedas brasileiras do séc XIX de 100, 200, 400, 800 e 1200 réis. Também foi a designação do padrão monetário brasileiro no período de fevereiro de 1986 a janeiro de 1989. Escripofilia - estudo dos títulos e apólices emitidos pela União, Estados ou Municípios. FC - flor de cunhagem - moeda não circulada ou sem nenhum sinal de circulação
KM - classificação numérica das moedas, por país emissor, adotada por Krause e Mishler MBC - muito bem conservada - moeda que apresenta sinais de circulação como pequenos riscos, pequeno desgate nos detalhes das figuras, letras e números. mossa - vestígio de pancada na moeda, deformação. pataca - moeda de 320 réis patacão - moedas de 640 réis e 960 réis proof - sistema de cunhagem com espelhamento da moeda e também esse estado de conservação. sistema decimal - divisão do padrão monetário do país em 100 frações (centavos)
sistema inglês - divisão do padrão monetário do país em 240 frações (penny) . sistema utilizado no Reino Unido e países da comunidade britânica até 1970, onde 1 libra era dividida em 20 shillings, sendo 1 shilling dividido em 12 pence (plural de penny)
tostão - moeda de 100 réis
R - regular - moeda com riscos e a própria figura com falhas ou apagada.
SOB - soberba - moeda com algum sinal mínimo que indique circulação ou contato com outras moedas
UTG - um tanto gasta - moeda com riscos ou figuras apagadas, letras e números ilegíveis
Pecuniário - de pecus - boi
Monetário - de moneta - moeda e também aquele que coleciona moedas
Dinheiro - de denarius - nome de moeda romana
Salário - de sal
Cédula salário mínimo | Cédula Fashion | Cédula Meu nome é Enéas |
Cédula quase cem | Cédula companheiros | Cédula milhões |
Cédula 69 | Cédula Show do Milhão |
Casa da Moeda: conheça o processo de fabricação das novas notas de R$ 10 e R$ 20
Desde 2010, as notas pertencentes à Primeira Família veem sendo substituídas gradualmente devido ao seu desgaste natural pelas cédulas da chamada Segunda Família. As duas gerações são utilizadas em conjunto até que o BC faça sua completa substituição.
As novas notas possuem recursos tecnológicos que auxiliam na identificação das cédulas verdadeiras e, claro, dificultam possíveis falsificações. Mas como são produzidas as notas de Real?
Uma equipe de trabalho formada por membros do Banco Central e da Casa da Moeda são os responsáveis por planejar todas as etapas de fabricação das notas como o projeto, as normas de segurança, tecnologia empregada e até a confecção de matrizes e prelos.
Cada denominação, ou seja, valor da nota, possui um tamanho de papel diferente e cores características, promovendo assim mais acessibilidade no manuseio do dinheiro por pessoas com deficiências visuais.
Segundo o Banco Central, as temáticas das notas da Primeira Família com a efígie da República e os animais da nossa fauna foram mantidas nas novas notas. As modificações são acerca dos elementos gráficos que foram redesenhados, garantindo que eles sejam mais fáceis de serem identificados por grande parte da população.
"O registro coincidente representado pelo numeral da cédula, impressão offset úmida, a imagem latente indicando o número da cédula, a marca tátil com linhas finas, a faixa holográfica aplicada na banda das notas de cinquenta e cem reais e a impressão serigráfica aplicada nas cédulas de R$ 10 e R$ 20, todos esses itens tornam a identificação das notas verdadeiras mais fácil", afirmou Edmundo Viana da Cruz, superintendente-adjunto do Departamento de Cédulas da Casa da Moeda.
Alguns recursos presentes nas novas notas permitem que deficientes visuais as identifiquem com mais facilidadeDepois de aprovado o projeto pelo Banco Central, as cédulas são enviadas para as máquinas de impressão. Dependendo de cada projeto, as cédulas passam por processos diferentes como impressão calcográfica, principal tecnologia utilizada na impressão de notas ao redor do mundo, e aplicação de holografia no numeral da cédula.
O processo de impressão, acabamento e envio para os cofres leva em média 13 dias para ser concluído. Para atender a demanda por novas notas, o Departamento de Cédulas da Casa da Moeda conta com mais de 550 funcionários que trabalham em três turnos, ou seja, 24 horas por dia para produzir 4 bilhões de cédulas por ano.
Para agilizar o processo de impressão das novas cédulas, a Casa da Moeda adquiriu novos maquinários. "Cada equipamento novo trabalha na velocidade média de 10 mil folhas por hora. São duas novas linhas de produção. As duas linhas antigas rodam na velocidade de oito mil folhas por hora. Estamos falando em capacidade nominal, mas algumas linhas na capacidade efetiva produzem cerca de 30 mil a 40 mil folhas por turno de trabalho", relatou Cruz.
Ao final da impressão, todas as cédulas são encaminhadas para análise em um setor chamado Crítica. No setor, só trabalham mulheres e elas são responsáveis por checar os elementos das notas e agregar os detalhes que faltam. E as notas que tiverem defeitos são enviadas para a trituração.
Desde a implantação do Real, em 1994, o Brasil nunca registrou nenhum grande volume de falsificação de notas. No entanto, com a popularização das tecnologias digitais o BC, assim como os órgãos reguladores em outros países do mundo, veem intensificando a substituição das notas antigas por novas com mais recursos tecnológicos de segurança, evitando assim, por exemplo, a falsificação por lavagem química.
Atualmente, as falsificações de notas não representam um grande risco para a economia nacional, porém, elas podem lesar muito o cidadão comum que as recebe.
A expansão dos recursos de segurança para as notas de R$ 2 e R$ 5 está prevista para acontecer até 2013, completando o lançamento da Segunda Família do Real.
"A CMB já fez testes com resíduos de papel cédula, porém, ainda não houve interesse comercial devido ao processo de reciclagem ser muito caro. Mas o Departamento de Meio Ambiente continua trabalhando em uma forma de reciclagem", indica o superintendente sobre a possível utilização de papel reciclado na fabricação de novas notas em um futuro próximo.
As cédulas com defeitos são enviadas para a trituraçãoE para facilitar a adaptação dos cidadãos aos novos itens de identificação das cédulas de R$ 10 e R$ 20, o Banco Central lançou um site exclusivo com apresentações interativas dos recursos presentes nas novas notas.
A Casa da Moeda
As primeiras moedas cunhadas no Brasil entraram em circulação nos anos de 1645, 1646 e 1654. Os holandeses, que controlavam Pernambuco, fizeram as moedas para pagar seus soldados.Com o desenvolvimento econômico do Brasil colonial, Portugal passou a ter dificuldades em abastecer o país com a quantidade de moedas necessária.
A primeira Casa da Moeda do Brasil surgiu em 8 de março de 1694 na cidade de Salvador. Ali foram cunhadas as nossas primeiras moedas. Inicialmente, de forma quase artesanal, conseguia produzir apenas algumas dezenas de peças de ouro e prata por dia.
Quatro anos depois, ela foi para instalações provisórias no Rio de Janeiro e, em 1700. para o Recife, onde permaneceu por dois anos. Retornou em definitivo para o Rio de Janeiro, em espaço amplo e adequado.
Em 1866, foi inaugurado o Palácio da Moeda, que passaria a se chamar Casa da Moeda dois anos depois.
De 1810, data de seu aparecimento, até 1969, o papel-moeda circulante no Brasil era todo fabricado no exterior, apesar das tentativas malogradas de fazê-lo aqui.
Em 1969, começaram a circular as primeiras cédulas fabricadas no país. A Casa da Moeda, que teve suas instalações modernizadas, lançou cinco valores de cédulas diferentes em um mesmo dia, dentro do estabelecido pela Reforma do Padrão Monetário Brasileiro, de 1967.
Além de moedas de metal, ela faz cédulas de real em papel e também medalhas. A Casa da Moeda do Brasil produz anualmente uma média de 2 bilhões de cédulas, 1,2 bilhão de moedas e medalhas e 60 toneladas de ouro em barra de 12,5 quilos.
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