Uso dos agrotóxicos - um risco a saúde e ao meio ambiente

Artigo por José Francisco de Moura Junior - , 12 de janeiro de 2015

Os agrotóxicos são substâncias perigosas

O homem habita sobre a terra há cerca de dois milhões de anos. A não ser por uma minúscula fração desse tempo, dedicou-se à caça de animais e à colheita de plantas, dependendo essencialmente da natureza para alimentar-se.


Há cerca de 10.000 anos atrás, começaram a mudar os hábitos humanos de obtenção de alimentos e, com o passar do tempo, o homem deixou de ser apenas um caçador-colhedor para tornar-se um produtor de alimentos.


Nosso conhecimento sobre o que o homem comia e o que fazia há milhares de anos passados provém de restos de vegetais e animais recuperados com as escavações arqueológicas.


Com a domesticação de plantas e animais, o homem deveria ter uma fonte segura de alimentação, e assim se poderia pensar que a fome fosse desaparecer da face da terra; mas, como bem sabe qualquer pessoa inteligente, ela ainda nos acompanha muito de perto hoje. De fato, o homem ainda precisa aprender a viver com a natureza. Com o advento da agricultura, ele começou a mudar drasticamente o meio ambiente.


Então, juntamente com as plantas e animais que o homem colocou sob seu controle, vieram outras plantas e outros animais que ele não desejava e não podia controlar.


A ferrugem, o carvão e as ervas daninhas logo acharam nas plantas e campos do homem um fértil território para se desenvolverem; e os insetos, roedores e pássaros se intrometeram para roubar para si uma parte dos novos alimentos humanos. A competição entre os homens pelos solos agrícolas mais férteis levou a guerra em proporção cada vez maior e nela era usada a força de alguns animais domesticados. A fome sempre acompanhou a guerra. A produção agrícola pode ser afetada por diversas pragas, como insetos, patógenos e plantas invasoras. Para combater estes organismos, são utilizados produtos químicos, como inseticidas, fungicidas, acaricidas, nematicidas, bactericidas e vermífugos.


Agrotóxicos: o que são?

De acordo com a legislação vigente, agrotóxicos são produtos e agentes de processos físicos, químicos ou biológicos para uso no cultivo, armazenamento e beneficiamento de produtos agrícolas, para alterar a composição da flora ou da fauna, a fim de preservá-las da ação de seres vivos nocivos.


A partir de meados de 1940, mais de 200 substâncias químicas, de ordem básica, foram criadas para uso na matança de insetos, ervas daninhas, de roedores e de outros organismos que, que na linguagem moderna se descrevem como “pestes” ou “pragas”. Tais substâncias não deveriam ser chamadas de inseticidas e sim de biocidas. (CARSON, 1962).


Muitos agrotóxicos surgiram após a segunda guerra mundial. Os inseticidas de antes da guerra derivam de minerais que ocorrem na Natureza; compunham-se, também, de produtos extraídos de plantas. Eram compostos de arsênio, de cobre, de zinco, de manganês, de chumbo e de outros minerais. O que coloca os inseticidas sintéticos em categoria a parte é a enorme potencia biológica. Eles possuem o poder imenso não somente envenenar, mas também de penetrar nos processos mais íntimos e vitais do organismo, modificando-os em sentido sinistro, e com frequência em sentido mortal. Eles tem o poder de destruir as enzimas que tem a função de proteger o organismo, impedem a oxidação da qual o organismo necessita para produzir energia, impedem o funcionamento normal dos órgãos, e podem iniciar em determinadas células modificações irreversíveis levando a enfermidade malignas.