Graviola ajuda na perda de peso e previne o envelhecimento
Fruta também controla a pressão arterial, tem ação anti-inflamatória e pode proteger contra o câncer
ARTIGO DE ESPECIALISTA
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PUBLICADO EM 27/03/2015
Patricia Carvalho de Jesus
Nutricionista - CRN 12100086/RJ
A graviola (Annona muricata) é uma
planta originária das Antilhas. É grande, tem forma ovalada e casca
verde-pálida com espinhas. Possui polpa branca, de sabor agridoce. Seu
consumo inicialmente era apenas alimentício. No entanto, resultados de
estudos científicos comprovaram amplamente suas propriedades medicinais,
sendo utilizada de outras formas além do consumo da fruta in natura.
É uma fruta de baixa caloria, contendo
62 calorias a cada 100g de fruta, segundo a Tabela Brasileira de
Composição de Alimentos (TACO, 2011). Possui 0,8g de proteína/100g,
sendo um bom aporte, comparado a outras frutas. É uma fonte de
carboidrato importante, apresentando 1,9g/100g de fibra alimentar. A
graviola destaca-se como uma fruta fonte de cálcio, magnésio, manganês,
potássio, além de possuir vitaminas B1, B2, B6. Por sua composição, essa
fruta também é relatada como coadjuvante para a perda de peso,
principalmente pela baixa quantidade calórica e pela presença de fibras,
que fornecem maior saciedade.
Possui fitoquímicos em várias partes da
planta (como as folhas e o fruto), e podem ser destacados: acetogenina,
lactonas alcalóides isoquinolínicos, taninos, cumarinas, procianidinas,
flavonóides, ácido esteárico, ácido elágico; fitosteróis
(beta-sitosterol, estigmasterol) e ácido gama-amino butírico (GABA).
Pela presença desses compostos antioxidantes, pode-se dizer que a
graviola tem um efeito anti-idade, auxiliando contra o envelhecimento
precoce.
A graviola apresenta diversos benefícios
na literatura científica, como propriedade hipotensora, por mecanismos
periféricos envolvendo antagonismo do cálcio - o que é bom para pessoas
com pressão alta; propriedade vasodilatadora, antiespasmódica (relaxa
músculo liso), e ainda ajuda a desacelerar o ritmo cardíaco, por sua
propriedade sedativa.
Alguns estudos também estabelecem como
propriedades da graviola: antibacteriana e antifúngica (o que pode
auxiliar no tratamento de acnes, por exemplo), vermífuga, emética (induz
vômito), analgésica, anticonvulsiva, estimulante digestivo e adjuvante
no fortalecimento da tonicidade cardíaca. A propriedade
anti-inflamatória do extrato da fruta estudada em investigação
científica recente parece ser relacionada à inibição de mediadores
inflamatórios do organismo. Sua propriedade anti-inflamatória pode
favorecer o tratamento de artrite, inchaço e dor nas articulações.
O efeito de proteção contra o câncer tem
sido demonstrado por algumas investigações, tendo propriedade de
proteção celular (antimutagênico) e sendo eficaz contra células
cancerígenas multirresistentes. Esta propriedade pode estar relacionada
aos compostos antioxidantes potentes presentes na graviola, como a
acetogenina.
Pessoas portadoras de diabetes podem
consumir a graviola, pois é rica em fibras, que auxiliam na absorção
mais lenta da glicose (açúcar) pelo organismo, ajudando a controlar seus
níveis no sangue. No entanto, como o consumo de qualquer fruta, os
diabéticos devem ter atenção na quantidade e nos horários de consumo.
A graviola pode ser consumida in natura,
sob a forma de sucos, cápsulas e também são relatados efeitos benéficos
do chá da graviola, a partir da infusão de suas folhas. Porém, é
importante a orientação de um profissional quanto à quantidade a ser
consumida diariamente, tanto de chá, quanto de cápsula. A melhor opção é
o consumo da fruta in natura, principalmente pois neste caso as fibras
são preservadas, o que oferece uma saciedade maior. A quantidade
recomendada seria de ½ unidade média, equivalente a uma porção de
fruta.
É contraindicada para indivíduos com
caxumba, aftas ou ferimentos na boca, devido à sua acidez. Indivíduos
hipotensos devem ter cuidado no consumo pelas propriedades sedativas e
calmantes da fruta. Gestantes também devem evitar o consumo pelo risco
de aborto.
O mais importante é se informar com um
nutricionista, pois cada indivíduo tem sua especificidade bioquímica e
sensibilidade diferente a cada alimento.
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