29/07/2015 11:07:35
Artigo - Bicho-Mineiro: “Come quieto” e devasta seu cafezal
Bebida saboreada há mais de mil anos pela humanidade e
que cada vez é mais consumida pela população, o café tem grande
relevância na economia mundial. Segundo dados da Organização
Internacional do Café, a produção mundial da cultura deve alcançar 141,9
milhões de sacas em 2014/15. Nos primeiros oito meses da safra 2014/15
(outubro de 2014 a maio de 2015) a exportação mundial de café chegou a
72,311 milhões de sacas. O consumo global em 2014 está projetado em
149,3 milhões de sacas, o que corresponde a um aumento de 2,3% ante o
ano anterior (147,3 milhões de sacas). E nós brasileiros, seremos temos a
missão de superar 44 milhões de saca de produção em 2015, segundo
perspectivas da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Nesse
contexto, nossa responsabilidade é grande e queremos contribuir com
investimentos em novas tecnologias que ajudam o produtor a cuidar e
proteger de doenças e pragas em nossos cafezais brasileiros.
Temos
notado a enorme incidência do bicho-mineiro (Leucoptera Coffeella) nos
cafezais. O curioso é que essa praga surgiu no Brasil por volta de 1869
de forma alarmante no Rio de Janeiro e se espalhou para outras regiões e
ainda continua causando prejuízos até hoje nas lavouras e já é
considerada a praga mais disseminada pelos cafeeiros no mundo. Aqui no
Brasil, Em Irupi (ES), por exemplo, desde Dezembro do ano passado
cafeicultores sofrem com perdas de produtividade por conta do bicho
mineiro. Estudos realizados nos estados de São Paulo, Minas Gerais e
Espírito Santo indicaram uma redução de 37%, 53% e até 80% da capacidade
produtiva do cafeeiro, respectivamente, dependendo da intensidade,
duração do ataque e a época de sua ocorrência do bicho mineiro.
Como identificar
Segundo
boletim técnico da EPAMIG, o bicho-mineiro é a lagarta de pequenas
mariposas que medem de 5 a 6 mm de ponta a ponta das asas, e não passam
de 2mm de comprimento total do corpo. A fêmea adulta deposita seus ovos
na face superior das folhas do café, que é a única fonte de alimento das
lagartas. Quando nascem, passam diretamente do ovo para o interior das
folhas, de onde se alimentam do tecido existente entre as duas faces
(epidermes) da folha.
O
apetite voraz das lagartas vai deixando um espaço oco dentro da folha,
formando pequenas câmaras, um tanto salientes e quebradiças. Por fora, o
local por onde passa vai secando e adquirindo uma cor de ferrugem que
se cedem ao apertar. É por isso que ganhou o nome de bicho-mineiro – as
lagartas ‘minam’ as folhas do cafeeiro. Uma vez desenvolvida, a lagarta
faz um furinho na face inferior da folha, sai e tece seu casulo
sustentado por uma pequena teia, onde vai permanecer até que atinja a
fase adulta de mariposa. O ciclo recomeça quando ela se liberta do
casulo e, fecundada, deposita seus ovos em outra folha.
A
maior incidência do ataque da praga é nos períodos secos do ano,
aumentando a partir de junho e outubro e pode aumentar nos meses de
março ou abril, quando se verificam veranicos em janeiro e fevereiro.
Muitos especialistas dizem que a intensidade do ataque depende de
diversos fatores como chuva e ar úmido (reduzem o ataque da praga),
lavouras mais arejadas e sujeitas a vento são atacadas mais facilmente,
entre outros.
Dicas de Prevenção
Monitore
as lavouras constantemente e verifique a presença de ovos nas folhas,
lesões rasgadas por vespas e a presença de pequenas mariposas prateadas,
que voam, ao tocar nas folhagens.
Com
o resultado das inspeções, o produtor tem as indicações para decidir
sobre a conveniência de se aplicar inseticida. O inseticida só deve ser
aplicado, quando a porcentagem de folhas atacadas nos terços médios e
superior dos cafeeiros for igual a 40% de folhas atacadas em épocas
chuvosas e 20% em épocas secas.
Em
viveiros de mudas e nos plantios novos, devido à pequena área foliar
das plantas, a aplicação de inseticidas deve ser feita assim que a praga
apareça. Na maioria das vezes, a aplicação de inseticida é necessária
somente em alguns talhões das lavouras, enquanto continua a inspeção nos
demais.
Inseticidas
sistêmicos usados para evitar o ataque da praga devem ser aplicados no
final das chuvas, pois necessitam de umidade no solo, para que as
plantas o absorvam.
As
lavouras devem ser inspecionadas constantemente na época crítica de
ataque da praga, principalmente as muito expostas a ventos constantes.
Na maioria das vezes, o controle é necessário somente em alguns talhões
do cafezal, e as inspeções devem continuar até que comecem as chuvas
mais frequentes e haja início de novas brotações nas plantas.
Adoção e investimento de tecnologias
A
FMC hoje disponibiliza o manejo mais completo para controle de doenças e
pragas para essa cultura do café que também poderão contribuir para
produtividade do setor. Com a nossa equipe de campo poderemos realizar
uma avaliação para aumentar a produtividade no campo e a qualidade do
café brasileiro. E lembre-se consulte sempre um engenheiro agrônomo para
que ele possa atendê-lo conforme sua real necessidade.
Flávio Irokawa
Engenheiro Agronômo gerente de Marketing de H&F da FMC Agricultural
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