Hipertensão Arterial
Sinônimos:
Pressão alta
O que é hipertensão arterial?
A hipertensão arterial (pressão alta) é das doenças de maior prevalência na população. No Brasil, a Sociedade Brasileira de Hipertensão (SBH)
estima que haja 30 milhões de hipertensos, cerca de 30% da população
adulta. Entre as pessoas com mais de 60 anos, mais de 60% têm hipertensão. No mundo, são 600 milhões de hipertensos, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS).
Embora o problema ocorra predominantemente na fase adulta, o número de
crianças e adolescentes hipertensos vem aumentando a cada dia. A SBH
estima que 5% da população com até 18 anos tenham hipertensão – são 3,5 milhões de crianças e adolescentes brasileiros.
A pressão alta caracteriza-se pela presença de níveis de pressão arterial elevados associados a alterações nometabolismo do organismo, nos hormônios e nas musculaturas cardíaca e vascular.
Considerada
um dos principais fatores de risco de doença, é responsável por cerca
de 40% dos casos de aposentadoria precoce e de absenteísmo no trabalho
em nosso meio. É uma condição de causas multifatoriais que deve receber a
atenção e o cuidado de todos.
Quais são as causas?
Em 95% dos casos, a causa da hipertensão arterial (HA)
é desconhecida, sendo chamada de HA primária ou essencial. Nesses
pacientes, ocorre aumento da rigidez das paredes arteriais e a herança
genética pode contribuir para o aparecimento da doença em 70% dos casos.
Nos
demais, ocorre a HA secundária, ou seja, quando uma determinada causa
predomina sobre as demais, embora outras possam estar presentes. É o
caso da:
- HA por doença do parênquima renal
- HA renovascular: provocada por algum problema nas artérias renais. O rim afetado produz substâncias que elevam a pressão arterial
- HA por aldosteronismo primário
- HA relacionada à gestação
- HA relacionada ao uso de medicamentos; como corticosteróides, anti-concepcionais ou anti-inflamatórios
- HA relacionada ao feocromocitoma: tumor que produz substâncias vasoconstritoras que aumentam apressão arterial, produzem taquicardia, cefaléia
e sudorese - HA relacionada a outras causas
Quem está em risco para desenvolver esta condição?
Pessoas com história familiar de hipertensão podem
apresentar maior risco para a doença. Pesquise se em sua família
existem pessoas hipertensas. Caso faça parte deste grupo, procure
orientação sobre como começar a prevenir a hipertensão.
Níveis elevados de pressão arterial são
facilitados por: elevada ingestão de sal, baixa ingestão de potássio,
alta ingestão calórica e excessivo consumo de álcool. Os dois últimos
fatores de risco são os que mais contribuem para o desenvolvimento de
peso excessivo ou obesidade, que estão diretamente relacionados à elevação da pressão arterial. O papel do teor de cálcio, magnésio e proteína da dieta na prevenção da pressão arterial ainda não está definido.
O estresse psicológico e o sedentarismo ainda
aguardam provas mais definitivas de participação como fatores de risco,
embora existam evidências de que sua modificação pode ser benéfica no
tratamento da hipertensão arterial.
O
aumento do risco cardiovascular ocorre também pela agregação de outros
fatores, tais como tabagismo e dislipidemias - alterações nos níveis de colesterol e triglicérides, intolerância à glicose e diabetes mellitus.
O que sente o portador desta condição?
Na maioria dos casos, não são observados sintomas. Quando estes ocorrem, são comuns a outras patologias, tais como dor de cabeça, tonturas, cansaço, enjôos, falta de ar e sangramentos nasais. Por isso, a hipertensão arterialé conhecida como uma doença silenciosa. Isto pode dificultar o diagnóstico ou fazer com que os pacientes esqueçam de usar os medicamentos necessários para controlar a pressão arterial.
Como o médico faz o diagnóstico?
O diagnóstico é feito pela aferição (medida) cuidadosa da pressão arterial em
mais de uma oportunidade. As medidas devem ser obtidas em ambos os
membros superiores e, em caso de diferença, utiliza-se sempre o braço
com o maior valor de pressão para as medidas posteriores.
A posição recomendada para a medida da pressão arterial é
a sentada. A medida nas posições ortostática e supina deve ser feita
pelo menos na primeira avaliação em todos os indivíduos e em todas as
avaliações em idosos, diabéticos, portadores de disautonomias,
alcoolistas e/ou em uso de medicação anti-hipertensiva.
As medidas devem ser realizadas por profissionais experientes e usando um equipamento devidamente calibrado.
Os médicos usam a tabela abaixo para classificar a hipertensão:
Classificação da pressão arterial de acordo com a medida casual no consultório (> 18 anos):
Classificação da PA
|
PA sistólica (mmHg)
|
PA diastólica (mmHg)
|
Ótima
|
<120
|
<80
|
Normal
|
< 130
|
< 85
|
Limítrofe
|
130-139
|
85-89
|
Hipertensão estágio 1
|
140–159
|
90–99
|
Hipertensão estágio 2
|
160-179
|
100-109
|
Hipertensão estágio 3
|
> 180
|
> 110
|
Hipertensão sistólica isolada
|
> 140
|
< 90
|
Quando as pressões sistólica e diastólica de um paciente situam-se em categorias diferentes, a maior deve ser utilizada para classificar a pressão arterial.
Quais as opções de tratamento disponíveis?
Existem dois tipos de tratamento para os hipertensos: não-medicamentoso e medicamentoso.
Um estilo de vida saudável é fundamental para controlar fatores ambientais que influenciam negativamente apressão arterial. Uma alimentação rica em frutas, verduras e vegetais, evitar a ingestão excessiva de sal , combater o sedentarismo e a obesidade, evitar o álcool e o cigarro colaboram para a redução da pressão arterial e para a diminuição do risco cardiovascular.
Quando essas medidas não são suficientes para controlar a pressão arterial, o médico pode optar por introduzir medicações hipotensoras com o objetivo de reduzir a morbidade e a mortalidade cardiovasculares. O tratamento medicamentoso deve estar sempre associado ao tratamento não-medicamentoso citado acima.
Existem vários medicamentos usados para controlar a hipertensão, como diuréticos,
inibidores da ECA, bloqueadores do receptor AT1 e bloqueadores dos
canais de cálcio. Às vezes, é necessário que o médico oriente uma
associação de anti-hipertensivos.
O objetivo é reduzir a pressão arterial para valores inferiores a 140 mmHg de pressão sistólica e 90 mmHg depressão diastólica, respeitando-se as características individuais, a presença de outras doenças e a qualidade de vida dos pacientes.
Quais são as complicações da doença?
O aumento contínuo da pressão arterial faz com que ocorram danos às artérias. Elas tornam-se mais espessadas e estreitadas, podem começar a ter placas de gordura aderidas a sua superfície, dificultando o fluxo sangüíneo. Asartérias vão perdendo sua elasticidade, podendo entupir ou romper.
Essas complicações da hipertensão atingem mais freqüentemente o coração, cérebro, rins, olhos e artéria speriféricas. Podendo levar ao infarto agudo do miocárdio (IAM), insuficiência cardíaca, arritmias cardíacas, acidente vascular cerebral, insuficiência renal, problemas oculares como diminuição da visão e alterações na retina ou problemas circulatórios.
Perguntas que você pode fazer ao seu médico?
- Quais as conseqüências da hipertensão se não houver tratamento?
- Quais as chances dos filhos de indivíduos hipertensos apresentarem a doença?
- A hipertensão atinge com maior freqüência algum grupo específico de pessoas?
- Até quando vou fazer uso de medicamentos para controlar minha pressão arterial?
- Existem grupos de ajuda para pessoas com hipertensão? Onde encontrá-los?
- Quais são os efeitos colaterais das medicações usadas no controle da pressão alta?
- Quais as chances dos filhos de indivíduos hipertensos apresentarem a doença?
- A hipertensão atinge com maior freqüência algum grupo específico de pessoas?
- Até quando vou fazer uso de medicamentos para controlar minha pressão arterial?
- Existem grupos de ajuda para pessoas com hipertensão? Onde encontrá-los?
- Quais são os efeitos colaterais das medicações usadas no controle da pressão alta?
Manuais de Cardiologia
III Consenso Brasileiro de Hipertensão Arterial
V Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial
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