Homens e mulheres tem os mesmos sintomas de infarto agudo?
Não conseguimos ficar mais de 3 minutos sem respirar. O oxigênio é absolutamente vital para os nossos órgãos. Principalmente para o coração. Imagine que o coração começa a bater antes do nascimento, dentro do útero materno, e só para no nosso último suspiro de vida. É um músculo que funciona incessantemente, sem descanso, dia e noite, sem parar um segundo sequer. Acelera quando precisa e acalma quando relaxamos. Mas nunca para. Por isso este músculo e todas suas células devem estar sempre bem muito bem oxigenados e nutridos pela glicose, principalmente, que é a fonte de energia para todo esse trabalho. Quem leva esses nutrientes, glicose e oxigênio, para as células cardíacas são as artérias coronárias e seus ramos, que irrigam todo o coração. Cada célula recebe, a cada “batida” do coração, seu suprimento de oxigênio e glicose. Faça uma conta. O coração tem uma frequência média de 80 batimentos por minuto. Em uma hora isso significa 4800 “batidas”; em um dia 115.200; em um mês 3.456.000...e é melhor pararmos por ai! Por isso estas células devem estar completamente bem irrigadas e nutridas.
Mas nosso estilo de vida pode atrapalhar tudo isso. Alguns hábitos que fomos adquirindo ao longo do tempo foram definitivos em causar problemas nesta irrigação cardíaca tão perfeita. Cigarro, vida sedentária, alimentação com alto teor de gorduras, vida estressante, excesso de preocupações, pouco tempo de lazer...resultado: pessoas mais obesas, mais ansiosas e com outras morbidades como diabetes, hipertensão ou derrames.
As mulheres mudaram muito seu estilo de vida nas últimas décadas. Entraram com tudo no mercado de trabalho e muitas tem que dar conta dos afazeres domésticos e dos cuidados com os filhos. Não é nada fácil conciliar tudo isso. Sobra menos tempo para uma alimentação equilibrada, para o lazer e para atividades físicas. Por isso a incidência de infarto agudo em mulheres vem aumentando nos últimos anos. A Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo aponta um aumento de 34% no número de mulheres internadas por infarto.
Com tudo isso, as artérias que irrigam o coração ficam muito mais facilmente obstruídas. Placas de gordura “grudam” na parede das artérias atrapalhando ou impedindo a irrigação. Consequência imediata: o suprimento de oxigênio e glicose não chega a algumas células cardíacas. Isso provoca morte e necrose destas células. Isso é o infarto agudo. Como o coração PRECISA funcionar integralmente, com toda sua estrutura funcionando, quando algumas células estão sem nutrição, enfartando, o organismo manda sinais evidentes de sofrimento: dor no peito, que geralmente irradia para o pescoço, formigamento dos braços, principalmente do braço esquerdo, mal estar, náuseas, enjoos, fraqueza, sensação de desmaio. Cada pessoa tem variações desta sintomatologia geral. O internauta Mario Avelino, por exemplo, descreveu sua dor com as seguintes palavras: “Não senti dor alguma no peito, queixo e tão pouco meu braço formigou. Parecia que um punhal em brasa havia sido cravado em minhas costas, quase não podia respirar”.
Mulheres, no entanto, podem ter sintomas diferentes, que muitas vezes se confundem com má digestão. Azia intensa, dor nas costas, dor no queixo, aperto ou sensação de peso no peito, enjoo, mal estar e fraqueza. Se isso aparecer subitamente, pode significar infarto agudo. Mulheres na menopausa estão mais propensas.
Por isso, devemos todos ficar atentos. Importante saber que quanto mais rapidamente procuramos ajuda médica, maiores as chances de bom prognóstico. Isso mesmo. O tempo entre o início dos sintomas e o início do tratamento é fundamental.
Pense no seu estilo de vida. Sempre é tempo de mudar. Saúde!
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