Os 10 monumentos religiosos antigos mais intrigantes
Publicado em 31.08.2011
Mesmo quem não é religioso há de concordar
que a crença em uma força superior, um Deus ou deuses, tem desempenhado
um papel central na história da humanidade desde seu início até agora.
Por isso, não é de se surpreender que algumas das estruturas mais
monumentais de todos os tempos tenham tido funções religiosas.
Hoje em dia, tudo o que resta de muitas dessas construções são apenas ruínas. Outras edificações – como por exemplo o imponente Pantheon em Roma, Itália – foram construídas para deuses em quem a sociedade atual não mais acredita. Em todo o caso, confira a lista dos 10 maiores monumentos religiosos que ainda podem ser visitados:
1 – O Complexo do Tempo de Karnak (Egito)
Ok, todos nós sabemos que o apogeu do Egito Antigo ocorreu um bom tempo atrás, mas o início da construção desse complexo impressiona: século 14 a.C. – ou seja, há mais de 3 mil anos. O faraó Ramsés II foi quem ordenou a edificação dos templos de Karnak, que agora reúnem milhões de turistas na região da cidade de Luxor, ao lado do Rio Nilo. Considerado um dos maiores monumentos religiosos do mundo atual, o Templo de Karnak é composto por vários santuários esculpidos em rochas. O grande templo de Amon-Rá é a maior atração do complexo.
E se, a julgar pela fotografia, você achou o local um tanto familiar mesmo sem ter nunca chegado perto do Egito, há uma explicação. O Complexo do Templio de Karnak é um dos lugares mais procurados por diretores de cinema de Hollywood para rodar filmes sobre o assunto. O último da vez foi “Transformers: A Vingança dos Derrotados”.
2 – Pedras de Callanish (Reino Unido)
As pedras de Callanish, localizadas na ilha de Lewis, a 468 quilômetros ao norte de Glasgow, Escócia, datam de cerca de 2.900 anos a.C. – ou seja, são ainda mais antigas que nosso número 1 na lista. O local foi construído aproximadamente na mesma época que outro lugar semelhante (e com certeza mais conhecido): Stonehenge. A grande diferença entre os dois está exatamente na fama. Enquanto Stonehenge é mundialmente famoso – e sempre lotado de turistas -, as pedras de Callanish ainda preservam a tranquilidade e a atmosfera do campo desabitado, como era no princípio.
Reza a lenda que as pedras são na verdade gigantes de origem celta que habitavam a região. Quando São Kieran chegou lá e os nativos se recusaram a ser convertidos ao cristianismo, o santo os transformou todos em pedra.
3 – Zigurate de Ur (Iraque)
Primeiro de tudo, “zigurate” é uma torre gigantesca, semelhante à de Babel, descrita pela Bíblia. Acredita-se que a de Ur, localizada no atual país Iraque, seja parecida com as descritas na mais antiga história escrita que possuímos hoje em dia: a Epopeia de Gilgamesh. Lá, o rei de Uruk, chamado justamente Gilgamesh, se orgulha dos templos poderosos por ele construídos. A epopeia data pelo menos do segundo milênio antes de Cristo.
O Zigurate de Ur, o primeiro construído na Idade do Bronze e reconstruído várias vezes desde então, é uma grande pirâmide achatada edificada para homenagear o deus Nanna. A estrutura visível hoje foi fortemente reparada por Saddam Hussein, embora possam ser notados pequenos danos sofridos ainda na primeira guerra do Golfo. Mesmo que o local ainda atraia poucos turistas, o zigurate certamente é uma das maiores maravilhas do mundo antigo ainda visível.
4 – As Pirâmides de Teotihuacan (México)
Muito mistério envolve a cidade de Teotihuacan (que já foi uma das grandes maiores do mundo na sua época, cerca de 450 a.C.) e as pirâmides que lá se localizam. Não há um consenso sequer quanto ao povo que construiu e ocupou a região. O que se sabe é que a cidade e principalmente a região das pirâmides era muito importante e movimentada.
Duas grandes pirâmides, a do Sol e a da Lua, dominavam a cidade. Imagina-se que do alto dessas edificações eram organizados sacrifícios tanto humanos quanto animais. A grande “Avenida dos Mortos”, ainda hoje visível a quem deseja visitar o lugar, ligava as duas pirâmides, e depois seguia em direção ao templo de Quetzalcoatl. Indícios encontrados por estudiosos sugerem que a rua era utilizada em grandes festas religiosas, muitas delas relacionadas à morte – daí o nome pela qual ficou conhecida.
5 – Delfos (Grécia)
A cidade de Delfos teve um papel simbólico muito importante no mundo ocidental. Apesar de atualmente parecer menos monumental que os outros números da lista, o local outrora foi o centro do culto a Apolo (deus da luz, da música, entre outros) e respeitado por todas as cidades-estados gregas como um lugar sagrado. O complexo do templo, que incluía santuários e até estádios, agora se encontra em ruínas nas encostas do Monte Parnaso, mas continua sendo um ponto de encontro importante.
No passado, nenhuma questão importante do Estado poderia ser resolvida sem antes ser consultada a opinião do conselho do Oráculos de Delfos. Na hora de tomar grandes decisões, uma sacerdotisa conhecida como pítia, ou pitonisa, sentava-se acima de uma fenda na rocha sob o templo e inalava o que acreditavam ser “vapores divinos” (que na realidade eram apenas gases vulcânicos). A pítia então entrava como que em estado de transe provocado pelos gases e dizia palavras aleatórias e sem sentido – o “discurso do Apolo”. Os sacerdotes em seguida deviam interpretar os dizeres incompreensíveis aos demais. Hoje em dia, infelizmente não são emitidos mais gases sob o templo.
6 – Borobudur (Indonésia)
Esse monumento está em perigo. A estrutura budista datada do oitavo século (agora sim, depois de Cristo), que estava perdida na selva até meados do século 19, está numa área de risco de vulcões. A erupção mais recente, em 2010, cobriu o local com uma fina camada de cinzas, mas ninguém pode prever a intensidade do próximo acontecimento.
Enquanto continua firme e forte, Borobudur é composta de 56 mil metros cúbicos de pedra, arranjadas em seis plataformas quadradas. Existem 500 estátuas de Buda para oração. Os seis níveis formados por essas plataformas criam um caminho que deve ser seguido para se chegar ao topo. Mas a tarefa não é nada fácil: é preciso percorrer uma distância de mais de três quilômetros. No entanto, o caminho ainda oferece uma distração. Imagens sobre a lei do Karma e sobre a história da vida de Buda acompanham os aventureiros.
7 – As Cavernas de Ajanta (Índia)
Outra maravilha que ficou esquecida durante séculos. Contruída entre 200 a.C. e 600 d.C., as caverna foram redescobertas apenas em 1819 por um oficial britânico, John Smith, enquanto caçava tigres. Você ainda pode ver seu nome e a data da descoberta escritos a lápis nas paredes do local.
Foram escavadas 29 cavernas, algumas delas ricamente decoradas com belas esculturas e pinturas, consideradas obras-primas da Índia Antiga. Como parecia ser comum na época, a maior parte destes frescos contam a história da vida de Buda, enquanto outros oferecem uma visão clara sobre a vida dos povos antigos que habitavam a região na época em que as cavernas foram esculpidas.
8 – O Pantheon (Roma, Itália)
Localizado bem no centro da cidade, o Pantheon (que significa “todos os deuses”) é um dos mais bem preservados edifícios romanos. Originalmente construído com o intuito de prestar homenagens aos diversos deuses da Era Romana, o Pantheon foi convertido à Igreja Cristã no século 7. A estrutura atual é praticamente a mesma projetada pelo imperador Adriano no remoto ano de 126 a.C.
A fachada do edifício é um pórtico romano clássico, apoiado por colunas. A diferença do Pantheon é o seu interior. Além do seu formato arredondado, ele possui um buraco circular – o óculo – no meio de sua maior cúpula. A inovação foi planejada e posta em prática pelos próprios romanos antigos. O óculo foi pensado para ser a única fonte de luz, numa alegoria elegante a Deus. Em nenhum momento a luz toca o chão no interior da construção. A mensagem é que tudo o que nós podemos conhecer de Deus se dá por meios indiretos.
9 – O Hipogeu (Malta)
O Hipogeu, um monumento funerário subterrâneo característico do período pré-cristão, começou a ser construído no remotíssimo ano de 3500 a.C., aproximadamente. Trata-se do único exemplo de um templo pré-histórico a ser construído no subsolo. O espaço tem sido utilizado de diversas formas pelos diferentes povos que o ocuparam durante a sua história.
Atualmente, o Hipogeu é uma mistura de cavernas naturais e escavações. As paredes são suavemente esculpidas e têm reflexos de estruturas encontradas em outros lugares acima do solo em Malta. Uma curiosa câmara dentro do complexo possui um nicho arredondado esculpido na parede, permitindo que qualquer coisa falada dentro dela ecoe por todo o Hipogeu. Se você ficou com vontade de conhecer o local, precisa de paciência e uma pitada de sorte. Devido à preservação das pinturas no teto e da estrutura muito antiga em si, apenas 80 pessoas são admitidas por dia.
10 – Göbekli Tepe (Turquia)
Se você achou o nosso número 9 antigo, o Göbekli Tepe (cuja tradução do turco para o português seria algo estranho como “montanha com umbigo”) é pré-histórico. Trata-se da mais antiga estrutura artificial já descoberta. O sítio arqueológico é composto por vinte estruturas circulares espalhadas por uma colina. O que resta hoje são pilares de pedra calcária decorados com desenhos abstratos de animais. Até agora, já foram encontradas representações de cobras, escorpiões, pássaros, javalis, raposas e leões.
Devido à remota idade do local – décimo milênio antes de Cristo! -, não foi ainda possível precisar se os monumentos em questão têm alguma natureza religiosa, apesar das evidências indicarem que sim. Caso se confirme que este foi um templo, então não há dúvidas de que Göbekli Tepe foi um dos primeiros locais dedicados à religião já feito pelos humanos. [Listverse]
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