sábado, 9 de maio de 2015

(Apartheid)

(Apartheid)

O Apartheid foi um sistema de segregação racial imposto na África do Sul entre 1948 e 1992. Esse país era dominado por pessoas de raça branca (que constituíam uma minoria), que estabeleceram esse sistema como uma maneira legal de permitir a sua supremacia económica e política no país. Sob esse regime, as pessoas eram classificadas legalmente de acordo com a sua raça (Brancos, Negros, Índios, etc) e separados geograficamente contra a sua vontade. Na prática, essa separação servia para impedir aqueles que não eram de raça branca de votarem ou terem direitos. A essas pessoas eram fornecidos cuidados de saúde, educação e outros serviços públicos, sendo a qualidade desses serviços bastante inferior aos que eram fornecidos a pessoas de raça branca.

Seguiram-se anos de luta levada a cabo pelo ANC (African National Congress - Congresso Nacional Africano), uma organização política criada em 1912 e que tinha por objectivo a união dos povos africanos e mais tarde a destruição do Apartheid. A partir dos anos 60, essa organização apercebeu-se que a oposição pacífica (utilizada por Gandhi contra o Império Britânico) não iria resultar na derrota do sistema e por isso iniciaram actividades de sabotagem, atentados à bomba e homicídios. Financiados pela URSS, o ANC continuou a sua campanha e a comunidade internacional começou a pressionar o governo sul-africano no sentido de se realizarem negociações entre as duas partes. Com a queda da União Soviética e a consequente perda de fundos, o ANC mostrou-se disposto a negociar. Em 1992, foi efectuado um referendo que acabou com o tão odiado regime.
Apartheid

Nelson Mandela
Apartheid, termo africâner que quer dizer separação, surgiu oficialmente na África do Sul em 1944, e serve para designar a política de segregação racial e de organização territorial aplicada de forma sistemática a aquele país, durou até 1990.

apartheidO objetivo do apartheid era separar as raças no terreno jurídico (brancos, asiáticos, mestiços ou coloured, bantus ou negros), estabelecendo uma hierarquia em que a raça branca dominava o resto da população e, no plano geográfico, mediante a criação forçada de territórios reservados: os Bantustanes.
Em 1959, com o ato de autogoverno, o apartheid alcançou o sua plenitude quando sua população negra ficou relegada a pequenos territórios marginais, autônomos e privados da cidadania sul africana.
Até aquele momento, a África do Sul com suas importantes riquezas minerais e sua situação geoestratégica, tinha se alienado do bloco ocidental. Contudo, o sistema racista fez com que, no momento em que se desenvolvia a descolonização, as pressões da comunidadeinternacional cresciam contra o governo de Pretória.
Em 1960, a África do Sul foi excluída da Commonwealth (Comunidade das Nações). A ONU aplicou sanções. Em 1972, a África do Sul foi excluída dos Jogos Olímpicos de Munique, perante a ameaça de boicote geral dos países africanos. Finalmente, em 1977, o regime sul africano foi oficialmente condenado pela comunidade ocidental e submetido a um embargo de armas e material militar. Em 1985, o Conselho de Segurança da ONU convocou seus Estados membros para adotar sanções econômicas.
Em todas estas condenações internacionais houve certa hipocrisia. Durante a Guerra Fria, o regime racista foi visto como um muro de contenção à expansão do comunismo na África. Moscou, pelo contrário, animou a luta contra o apartheid armando Angola e Moçambique, países cujos governos pró soviéticos se enfrentavam em guerrilhas patrocinadas pelo ocidente e apoiadas pela África do Sul.
O fim da Guerra Fria precipitou o fim do apartheid. O presidente Frederik de Klerk ,depois de várias negociações com os representantes das diversas comunidades étnicas do país, pôs fim ao regime racista em junho de 1991. Daí em diante, a população negra recuperou seus direitos civis e políticos.
O processo culminou com a chegada de Nelson Mandela, mítico militante anti-apartheid que tinha passado 27 anos na prisão, à presidência da República da África do Sul.

 

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