Principais grupos terroristas da atualidade
Os principais grupos terroristas da atualidade operam em lutas fundamentalistas e também separatistas, realizando ataques e sequestros em várias partes do mundo.Não há, ao menos por enquanto, uma definição oficial no plano internacional sobre o que é propriamente o terrorismo, mas se pode considerar como terrorista todo e qualquer ato ou organização que utilize métodos violentos ou ameaçadores para alcançar um determinado objetivo político. Assim, sequestros, atentados a lugares públicos e privados, ataques aéreos, assassinatos ou outras formas de agressão podem ser relacionados com o terrorismo.
Como veremos, as definições de terrorismo são tão
imprecisas que alguns grupos são considerados terroristas por alguns
países e não por outros. A emergência desses grupos vem sendo uma tônica
nos últimos tempos, sobretudo com a emergência do atual contexto da Nova Ordem Mundial. Todavia, a atuação dessas organizações é antiga, a exemplo do atentado de Sarajevo, em 1914, organizado pela organização Mão Negra e que culminou na morte do herdeiro do Império Austro-Húngaro, Francisco Ferdinando.
A seguir, destacaremos as organizações que são mais
frequentemente mencionadas como os maiores grupos terroristas da
atualidade, ou seja, apenas aqueles grupos que ainda se encontram em
atividade. Não se trata de um ranking, haja vista que é difícil dizer qual grupo é mais importante ou mais perigoso.
Al-Qaeda:
Com nome que significa “a base” em árabe, essa é a organização
terrorista mais conhecida do mundo, sobretudo em razão dos atentados às
torres do World Trade Center, em 11 de setembro de 2001. Ela é
majoritariamente composta por muçulmanos fundamentalistas e tem por
objetivo erradicar a influência ocidental sobre o mundo árabe. Foi
criada em 1980 para defender o território do Afeganistão contra a URSS,
que buscava expandir o domínio socialista sobre o país. Inicialmente
essa organização contava com o apoio dos EUA, mas rompeu relações com
esse país no início da década de 1990.
Boko Haram:
o significado do seu nome é “a educação não islâmica é pecado”, sendo
às vezes traduzido também como “a educação ocidental é pecado”. O Boko
Haram é também uma organização antiocidental que objetiva implantar a sharia (lei
islâmica) no território da Nigéria. Ela foi fundada em 2002, mas ganhou
notoriedade maior em 2014 com o sequestro de centenas de jovens, além
de uma série de atentados que resultou em uma grande quantidade de
mortes. Os atentados mais radicais iniciaram-se em 2009, quando o então
líder e fundador, Mohammed Yusuf, foi assassinado pela polícia
nigeriana.
Hamas: apesar de não ser considerado
como um típico grupo terrorista por alguns analistas, o Hamas — sigla
em árabe para “Movimento de Resistência Islâmica” — é temido pela
maioria das organizações internacionais e Estados, sendo por isso
classificado como tal. Ele atua nos territórios da Palestina, tendo como
objetivo a destruição do Estado de Israel e a consolidação do Estado da
Palestina. O seu braço armado é uma frente chamada de Al-Qassam,
além de configurar-se também como um partido político que, inclusive,
venceu as eleições em 2006 e que hoje controla a Faixa de Gaza. Países
apoiadores do Hamas, como Turquia e o Qatar, não consideram o grupo como
uma entidade terrorista, mas sim uma frente política legítima.
Estado Islâmico (EIIS):
o Estado Islâmico no Iraque e na Síria (EIIS) é um grupo terrorista
jihadista que age nos dois referidos países, tendo surgido em 2013 como
uma dissidência da Al-Qaeda, inspirando-se nesse grupo. O seu líder é
Abu Bakr al-Baghdadi, que liderou a Al-Qaeda no Iraque em 2010 e que
havia participado da resistência à invasão dos Estados Unidos ao
território iraquiano em 2003. O objetivo do EIIS é a criação de um
emirado islâmico abrangendo os territórios da Síria e do Iraque.
Talibã: o grupo Talibã é um grupo político que atua no Paquistão e no Afeganistão, também preocupado com a aplicação das leis da sharia.
O grupo comandou o Afeganistão desde 1996 até 2001, quando os EUA
invadiram o país após os atentados de 11 de setembro. Com a retirada das
tropas estrangeiras, o grupo vem fortalecendo-se e retomando o controle
de boa parte do território afegão.
ETA: seu nome é uma abreviação em
basco para “Pátria Basca e Liberdade”. Trata-se de um grupo terrorista
separatista que visa à criação de um Estado com a independência do País
Basco em relação à Espanha. Criado em 1959, o grupo organizou vários
atentados ao longo de sua história, mas vem gradativamente reduzindo o
seu arsenal militar, tendo um provável fim nos próximos anos em razão da
sua não aprovação por parte da população basca, que deseja a
independência local sem o uso de armas.
IRA: o Exercíto Republicano Irlandês também
é um grupo militar separatista que objetiva a separação da Irlanda do
Norte do Reino Unido e sua anexação à República da Irlanda. Surgido no
início do século XX e responsável por milhares de mortes por meio de
atentados, o grupo depôs armas em 2005 depois de uma negociação firmada
na década de 1990. Atualmente, o grupo utiliza meios políticos para o
seu objetivo, mas ainda é considerado como uma ameaça à paz e à
segurança internacionais.
FARC: as Forças Armadas
Revolucionárias da Colômbia é o único entre os grandes grupos
terroristas da atualidade a declarar-se de esquerda, tendo surgido em
1964 como um braço informal do Partido Comunista da Colômbia. Assim como
o Hamas, não são consideradas como grupo terrorista por muitos países.
As FARC lutam pelo controle da Colômbia, alegando combater a hegemonia
ideológica dos Estados Unidos sobre o país, atuando principalmente em
guerrilhas, sequestros e controlando o tráfico de drogas. Recentemente, a
organização vem firmando com o governo colombiano alguns acordos de paz
sob a mediação diplomática da Venezuela.
Além desses grupos, existem dezenas (ou até centenas)
de outros grupos terroristas de menor porte espalhados pelo mundo.
Alguns outros grupos não mencionados aqui, tais como o Emirado do
Cáucaso e os Tigres de Liberação do Tâmil Eelam, não constam na lista
acima por terem sido recentemente derrotados ou terem perdido seus
líderes ou interrompido suas atuações.
Por Me. Rodolfo Alves Pena
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