sexta-feira, 22 de maio de 2015

Cientistas fazem mapa genético de mutações do câncer de próstata


22/05/2015 05h00 - Atualizado em 22/05/2015 05h00

Cientistas fazem mapa genético de mutações do câncer de próstata

Pesquisadores analisaram estágio de metástase e identificaram diferenças.
Trabalho pode servir de referência para novas formas de tratamento.

 

Um grupo de pesquisadores produziu um mapa genético inédito das mutações do câncer de próstata em estágio de metástase, que poderá servir de referência para novos tratamentos, segundo mostra estudo publicado nesta quinta-feira (21) pela revista "Cell".
O trabalho proporciona a capacidade de decifrar a complexidade da doença e transferir os resultados a planos de tratamento personalizados, segundo o professor do Instituto de Pesquisa do Câncer de Londres Johann de Bono.
O estudo apresenta o câncer de próstata não como uma doença única, mas como muitas doenças, cada uma delas impulsionada por suas próprias mutações.
Quase 90% dos homens que sofrem com câncer avançado de próstata têm mutações genéticas no tumor que poderiam ser o alvo de remédios, tanto já existentes como novos.
Graças a este novo mapa, os doutores poderiam começar a fazer testes para estas mutações "clinicamente factíveis" e fornecer aos pacientes com um avançado câncer de próstata remédios já existentes ou combinações deles dirigidas especificamente às características genômicas específicas de seus tumores.
Resistentes a tratamento
O estudo é o primeiro do mundo que realiza uma análise em profundidade de cânceres de próstata com metástase que são resistentes aos tratamentos padrão.
Os pesquisadores analisaram os códigos genéticos dos tumores metastásicos procedentes dos ossos, tecidos brandos, gânglios linfáticos e do fígado de 150 pacientes que sofrem com um câncer avançado de próstata.
Quase dois terços deles tinham mutações em uma molécula que interage com o hormônio masculino conhecido como andrógino, que têm como alvo os atuais tratamentos da doença.
Além disso, os cientistas encontraram em quase 20% dos pacientes mutações nos genes BRCA1 e BRCA2, que estão envolvidos também com o câncer de mama. Um estudo recente demonstrou que os pacientes com este tipo de mutação podem ser tratados com um determinado tipo de fármaco.
Os cientistas descobriram também mutações que nunca antes tinham sido detectadas em cânceres de próstata, mas sim em outros tipos da doença, para algumas das quais já existem remédios.
Por fim, os pesquisadores determinaram que 8% dos doentes tinham nascido com erros no DNA que os predispunham a desenvolver o câncer de próstata.
info próstata (Foto: Editoria de Arte / G1)

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