Os sete pecados e a Saligia
A Gula
Do latim de mesmo nome, é o desejo insaciável por comida e bebida.
Este tipo de pessoa vai direto para o inferno. Segundo tal visão, esse
pecado também está relacionado ao egoísmo humano: querer adquirir sempre
mais e mais, não se contentando com o que já tem, uma forma de cobiça. Ela seria controlada pelo uso da virtude da temperança.
A Ganância
Do latim avaritia,
a avareza é o apego excessivo e descontrolado pelos bens materiais e
pelo dinheiro. Na concepção católica, a avareza é considerada um dos
sete pecados capitais, pois o avarento prefere os bens materiais ao
convívio com Deus. Neste sentido, o pecado da avareza conduz à idolatria, que significa tratar algo, que não é Deus, como se fosse um. É considerado o pecado mais tolo por se firmar em possibilidades.
A avareza, no cristianismo, é sinônimo de ganância, ou seja, é a vontade exagerada de possuir qualquer coisa. Mais caracteristicamente é um desejo descontrolado, uma cobiça de bens materiais e dinheiro, ganância. Existe também avareza por informação ou por indivíduos, por exemplo.
A Luxúria
A luxúria (do latim luxuria)
é o desejo passional e egoísta por todo o prazer corporal e material. A
luxúria, às vezes, é definida como o desejo perante o prazer sexual mal
administrado embora incorpore outros tipos de desejo como o da comida,
bebida e superioridade em relação aos demais. Por este entender, a
luxúria está, assim, também, bastante relacionada com a gula, a soberba e
a avareza pois, através de ambas, o pecador deseja adquirir o prazer.
Também pode ser entendido em seu sentido original: “deixar-se dominar
pelas paixões”.
Consiste no apego aos prazeres carnais, corrupção de costumes; sexualidade extrema e lascívia.
A Ira
Conhecido
também por cólera, é o sentimento humano de externar raiva e ódio por
alguma coisa ou alguém. É o forte desejo de causar mal a outro, e um dos
grandes responsáveis pela maior parte dos conflitos humanos no
transcorrer das gerações.
A Inveja
A inveja (do latim invidia)
é o desejo exagerado por posses, status, habilidades e tudo que outra
pessoa tem e consegue. É considerada pecado porque uma pessoa invejosa
ignora suas próprias bênçãos e prioriza o status de outra pessoa no
lugar do próprio crescimento espiritual. O invejoso ignora tudo com que
foi abençoado e possui para cobiçar o que é do próximo.
A inveja é freqüentemente confundida com o pecado capital da Avareza, um desejo por riqueza material, a qual pode ou não pertencer a outros. A inveja na forma de ciúme é proibida nos Dez Mandamentos da Bíblia.
A Preguiça
Do latim acedia. A pessoa com este pecado capital é caracterizada pela Igreja Católica como
alguém que vive em estado de falta de capricho, de esmero, de empenho,
em negligência, desleixo, morosidade, lentidão e moleza, de causa
orgânica ou psíquica, que a leva à inatividade acentuada.
A Soberba
A soberba (do latim superbia) é conhecida também como vaidade ou orgulho. Está associado ao orgulho excessivo, arrogância e vaidad e.
Em paralelo, segundo o teólogo Tomás de Aquino, a soberba era
um pecado tão grandioso que era fora de série, devendo ser tratado em
separado do resto e merecendo uma atenção especial. Aquino tratava em
separado a questão da vaidade, como sendo também um pecado, mas a
Igreja Católica decidiu unir a vaidade à soberba, acreditando que neles
havia um mesmo componente de vanglória, devendo ser então estudados e
tratados conjuntamente.
Saligia (Acrostico)
Pegando as iniciais dos pecados capitais em latim na ordem decrescente mais aceita, as letras formariam a palavra saligia. Para obter a palavra é necessário seguir esta ordem:
- Soberba, em latim superbia
- Avareza, em latim avaritia
- Luxúria, em latim luxuria
- Inveja, em latim invidia
- Gula, em latim gula
- Ira, em latim ira
- Preguiça, em latim arcidioso
Os Sete Pecados Capitais |
Os
sete pecados capitais denominam-se dessa forma por originarem outros
pecados. E ao contrário daquilo que certas denominações que se dizem
cristãs afirmam, os pacados capitais possuem base bíblica e fazem parte
do ensino moral cristão. São regras de libertação e não de
aprisionamento do ser humano. Afinal, qual homem pode-se dizer livre
quando na verdade é prisioneiro de suas próprias inclinações? E foi
justamente para sermos homens e mulheres livres que Jesus foi
sacrificado. Portanto, os pecados capitais são mais que hodiernos.
Origem
No
século IV, são Gregório Magno e são João Cassiano definiram-nos como
sete: orgulho, avareza, inveja, ira, luxúria, gula e preguiça. Até hoje
na Igreja existe um consenso doutrinal sobre essa classificação.
No
cotidiano, o católico pode lembrar desses pecados no exame de
consciência que faz ao preparar-se para o sacramento da confissão. Eles
servem de fonte de identificação para o defeito dominante que determina
os outros, chamado de pecado hegemônico.
Os
pecados capitais vão além do nível individual. Iniciando no coração da
pessoa, eles concentram-se em determinados ambientes, instalando-se em
determinadas instituições. A corrupção nas esferas do poder público pode
ser identificada com a avareza, que aniquila o interesse generoso e
correto para o desenvolvimento e os cidadãos da nação, em prol de
benefícios financeiros próprios. Na realidade urbana, o aumento da
violência relaciona-se à ira e à gula, esta representada pelo uso de
drogas.
São
Pedro alerta aos primeiros cristãos: “vigiai e sede sóbrios”,
fortalecendo o espírito a fim de evitar que os pecados capitais tomem
conta da vida das pessoas. “Estudar e entender os pecados capitais é um
grande proveito para o progresso espiritual e santidade do católico”,
afirma Pe. Roberto Paz, assessor de comunicação da Arquidiocese de Porto
Alegre. Segundo ele isso acontece quando a pessoa volta-se para
práticas penitencias que levam às virtudes dos cristãos.
“Sem
humildade ninguém incorpora nenhuma virtude”, afirma o sacerdote. Ele
lembra santa Teresa D’Ávila que considerava a humildade como o chão das
virtudes. “Qualquer virtude sem humildade cai, pois fica no ar sem ter
em que se prender, assim ela não cresce, tão pouco se desenvolve.”
Na
vida dos santos encontram-se inúmeras atitudes de humildade. São
Francisco de Assis, por exemplo, possuía um desprendimento tão grande
que chamava a pobreza de irmã. Caso encontrasse pelo caminho alguém com
uma veste em piores condições que a roupa que usava, não hesitava um
segundo em trocá-la com seu próximo mais carente.
O que são e quais são os pecados capitais?
Os
pecados capitais são pecados "cabeças", princípios, pontos de partida
de outros pecados. São sete: soberba, avareza, luxúria, ira, gula,
inveja e preguiça. Os demais pecados por nós cometidos são sempre uma
variação de um dos pecados capitais, ou ainda, uma combinação dos
pecados capitais.
Que passagens bíblicas esclarecem a cada um dos pecados capitais?
1.
Soberba: relativo ao nosso orgulho, onde nos achamos melhor que todo
mundo, não respeitando o próximo e passando por cima de tudo e de todos.
Você se torna o seu próprio Deus pois a glória de tudo o que você faz
sempre vai para você mesmo. O seu umbigo passa a ser o centro do
universo. (Eclo 10,15; Romanos 3,27; Gálatas 6,4; Mateus 18,3)
2.
Avareza: relativo ao apego e ao amor ao dinheiro. O dinheiro passa a
ser tudo para você e você acredita que com o dinheiro pode fazer tudo e
comprar tudo, inclusive as pessoas. As pessoas passam a valer menos que
seu dinheiro. Seu deus se torna o dinheiro. (Mt 6,24; 1Timóteo 6,10;
Marcos 10,21-22; João 12,5-6)
3.
Luxúria: relativo ao apego aos prazeres sexuais. Sua vida passa a girar
em torno do sexo. Se você vê um homem/mulher já pensa em sexo. Como
exemplo da luxúria podemos citar: o adultério (traição) e a fornicação
(sexo no namoro ou sexo fora do casamento), cobiçar a mulher/homem do
próximo, a masturbação, o homossexualismo e lesbianismo, a zoofilia
(sexo com animais). (2Pedro 2,13; Levítico 18, 20.22; Êxodo 20,17;
Mateus 5,27; 1Coríntios 6,15; Gênesis 38,9-10)
4.
Ira: quando brigamos a qualquer momento e com qualquer pessoa mesmo sem
ter motivo. Quando guardamos mágoa ou rancor por alguém e não perdoamos
as 70x7 que Jesus nos manda. (Mt 5,22; 21,12; 23,27)
5.
Gula: quando comemos até não agüentar mais, chegando até mesmo a passar
mal. Quando já saciamos nossa fome mas comemos o bife do outro
deixando-o sem comida. (Filipenses 3,19; Isaías 5,11)
6.
Inveja: quando queremos ter algo igual só porque nosso próximo tem,
trata-se do famoso olho gordo. Relativo a cobiça e a todo tipo de
inveja, inveja da mulher, inveja das amizades, inveja do emprego, inveja
dos bens materiais, etc. (Sabedoria 2,24; Gênesis 4,1-16; Mateus
10,42-43; 20,1-16; Gênesis 37,4; 1Samuel 18,6-16)
7.
Preguiça: quando temos todo tempo do mundo a nossa disposição e mesmo
assim deixamos de fazer as boas coisas em função de Deus e do próximo.
(Eclesiástico 33,28-29; Provérbios 24,30-31; Ezequiel 16,49; Mt 20,6)
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