6 imersões profundas de atores em seus personagens
6. Tom Cruise vira motorista dos correios para “Colateral”
Acostumado a uma série de filmes em que foi o mocinho, Tom Cruise se viu diante de um problema antes do longa “Collateral” (2004), em que representou Vincent, um serial killer. Um matador compulsivo precisa ser discreto e saber se misturar à massa, e como isso seria possível para um ator que geralmente é reconhecido e fotografado em qualquer lugar que frequente?
Para resolver a questão, Cruise vestiu um uniforme da FedEx, empresa de correios dos EUA, e passou a fazer entregas, tentando passar despercebido durante o trabalho. Deu certo; o astro chegava a conversar com as pessoas, que não davam muita atenção à fisionomia de um simples carteiro de boné e óculos escuros. Além disso, o ator também se tornaria um exímio atirador no estúdio; o diretor Michael Mann contou que Cruise fez treinos exaustivos com revólveres e pistolas para encarnar o assassino.
5. Adrien Brody renuncia ao conforto para “O Pianista”
Como é que um ator bem pago, com um estilo de vida luxuoso, vai ter ideia da vida que um pianista pobre levava após os nazistas invadirem seu país e destruírem tudo que ele prezava? Só se afundando na experiência para saber. Aos 29 anos, Adrien Brody abdicou de celular, carro, casa e todos os agrados materiais que o artista polonês Wladyslaw Szpilman, sobrevivente da 2ª Guerra Mundial, também não teria no filme “O Pianista” (2002).
Brody perdeu 13 kg, aprendeu a tocar melodias de Chopin no piano, e chegou ao cúmulo de terminar com uma namorada de longa data para tornar os sentimentos de dor e perda mais reais. O resultado, como os cinéfilos bem sabem, foi o Oscar vencido naquele ano. Até hoje, ele é o ator mais jovem da história a receber a honraria.
4. A selvageria do elenco de “O Resgate do Soldado Ryan”
Falando em privações, eis aqui uma boa história envolvendo Tom Hanks, Matt Damon, Edward Burns e outros. Com o objetivo de fortalecer seus atores para as filmagens de “O Resgate do Soldado Ryan” (1998), o diretor Steven Spielberg montou um acampamento de sobrevivência de dez dias de duração, em que as estrelas de Hollywood se arrastaram em trincheiras e comeram um pedacinho do pão que o diabo amassou.
3. Ed Harris se prepara para “Pollock” se transformando no próprio
Da seção de filmes biográficos, vale destacar o trabalho que o ator Ed Harris fez quando precisou viver o protagonista no filme “Pollock” (2000). Para interpretar o famoso pintor expressionista, ele engordou mais de 13 kg e começou a pintar na própria casa a partir de um estúdio que ele construiu, imitando ao máximo o espaço que Pollock tinha à disposição. Harris passou até a fumar o mesmo cigarro que o artista gostava.
Esta foi apenas uma das imersões profundas do ator americano. Indicado para o Oscar três vezes, uma delas com “Pollock”, ele também rendeu boas histórias ao desempenhar seus papeis em “A Rocha” e “Marcas da Violência”, em que confessou ter dificuldade em parar de agir como os personagens, mesmo depois que as gravações terminaram.
2. Os mergulhos de Robert De Niro
Para fazer “Touro Indomável” (1980), em que representaria o pugilista Jake LaMotta, ele levou a cabo sua filosofia mais uma vez, treinando boxe com afinco, inclusive lutando contra o próprio biografado e quebrando seus dentes e costelas. Mais tarde, no mesmo filme, De Niro viveu a versão mais velha de La Motta, tendo que engordar mais de 30 kg para fazer o papel.
Mas nada se compara à preparação dele para fazer “Os Intocáveis” (1987). Na obra, De Niro faz o papel do imortal gângster Al Capone. Ele resolveu se tornar uma cópia física exata do personagem. Visitou inclusive um alfaiate que lhe preparou uma indumentária completa que remetia aos anos de Lei Seca nos EUA, quando Capone controlou o crime organizado em Chicago. Até a cueca era fiel à que ele usava.
1. Daniel Day-Lewis, pelo conjunto da obra
O atual vencedor do Oscar de melhor ator é tricampeão da categoria. Daniel Day-Lewis, que faturou o prêmio no ano passado por sua atuação como o ex-presidente Abraham Lincoln, é considerado o papa da dedicação aos personagens.
Em “O último dos Moicanos” (1992), ele aprendeu a construir canoas, atirar em estilingues, capturar animais com armadilhas e tirar suas peles. Em “O Meu pé esquerdo” (1989), em que viveu um artista com paralisia cerebral, ele aprendeu a fazer trabalhos manuais com os pés, andava só em cadeira de rodas e pedia para ser alimentado. No “Gangues de Nova York” (1992), Day-Lewis se preparou para interpretar um açougueiro tendo exaustivas aulas com eles, aprendendo tudo o que pode sobre o ofício.
Após as gravações do último grande trabalho do ator, “Lincoln” (2012), Day-Lewis contou ter passado um longo período de tempo se convencendo, praticamente, de que ele era o próprio Abraham Lincoln. Foi necessária uma árdua mudança: de voz grave e sotaque britânico acentuado, o inglês teve que se transformar em um político estadunidense da segunda metade do século XIX – e todos vimos que ele alcançou seu objetivo com maestria. [Cracked / The New York Times]
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