quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

Perigos em dar presentes


5 estranhos perigos em dar presentes

Todos os anos todo mundo fala sobre as razões de comemorar o Natal: a família, ou caridade, ou bondade, ou o nascimento do único filho de Deus. Sendo isto verdade ou não, ninguém parece gostar de não receber presentes.
A ciência tem estudado bastante sobre trocas de presentes, e chegou a surpreendentes conclusões: dá-los é uma situação em que todo mundo perde.

5. Pessoas não querem presentes que não foram pedidos

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Boa parte das compras de Natal, se não toda ela, envolve ir até a pessoa que vai receber o presente e perguntar o que ela quer – é a única forma de dar algo que agrade, sem correr o risco de dar algo que elas já tenham, por exemplo. Mas isto acaba transformando o que deveria ser um gesto de generosidade e amizade em um simples atendimento de pedidos.
A maioria, quando se trata de pessoas próximas, gostaria de fazer uma surpresa. Gastamos nosso tempo em lojas lotadas para comprar o presente que vai provar que conhecemos bem a pessoa, um presente que elas vão usar com carinho. Só que as pessoas não gostam de surpresas o tanto que a gente pensa.
Professores de Harvard e Stanford (ambas Universidades dos EUA) fizeram 5 experiências sobre trocas de presentes e descobriram que toda vez os presenteados queriam aquilo que pediram, ou seja, para eles, receber o presente pedido representava muito mais consideração e afeto do que presentes surpresa, mesmo que a pessoa tenha gasto mais tempo procurando o mesmo.
O curioso é que nós deveríamos saber disso. Todo mundo sabe que gosta de receber o que pediu, e todo mundo acha que o resto do mundo prefere as surpresas que gastamos horas procurando. Ou, de outra forma, nós nos achamos fantásticos o suficiente para escolher um superpresente para os outros, mas esperamos que ninguém seja estúpido o suficiente para fazer o mesmo para nós.
E sabe qual o presente que é cada vez mais desejado? Dinheiro. O presente mais fácil, mais típico de preguiçosos, menos pessoal que você pode dar para alguém é o que todo mundo quer mais.

4. Menos é mais quando se trata de dar presentes

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O que é melhor que dar presentes para as pessoas? Dar mais presentes. Afinal de contas, se dar um presente faz você parecer alguém legal, dar uma lembrancinha junto com os presentes deve fazer você parecer mais legal ainda.
Só que a lógica humana não funciona deste jeito. Ou seria que o cérebro humano não funciona de acordo com a lógica? De qualquer forma, acrescentar mais um pequeno presente a outro presente maior não vai fazer a pessoa que recebe pensar “que legal, mais coisas”. Nosso cérebro não soma os presentes na hora de decidir seu valor, apenas faz a média.
Receber uma blusa de R$100 (geralmente uma blusa na qual você faz propaganda de graça para o fabricante) e uma outra de R$10 vai fazer seu cérebro olhar e dizer “isso tudo daí vale, tipo, uns cinquenta pilas”. Não sabia disso? Bem-vindo ao Paradoxo dos Presentes.
Nosso cérebro tem a tendência de usar as partes menos valiosas para diluir o valor das partes mais valiosas, e isto vale para coisas boas e ruins: acrescentar duas horas de serviço comunitário a uma multa de R$1.500,00 vai fazer as pessoas acharem que a punição não foi tão severa do que se tivessem recebido só a multa.
Ao ouvir falar da punição de duas hora, você pensa: “bem, o juiz não deve estar TÃO furioso comigo, duas horas não é nada”, e isto coloca a multa em uma nova perspectiva. Se alguém te dá o que parece uma calça bem cara de strass, e você descobre dentro um cupom de alguma pizzaria, você pensa “estas calças devem ser falsificadas”.

3. Gratidão não é o forte dos homens

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Homens são trogloditas insensíveis incapazes de escolher um bom presente. Também, estão pouco ligando para o presente que recebem. Eles são como cachorrinhos, ficam felizes com qualquer coisa. Dê a eles uma furadeira nova ou outro brinquedinho e um mês depois eles provavelmente nem lembram de onde veio.
Muita gente pensa isso, mas a verdade é diferente. Homens ficam em uma barafunda emocional quando recebem presentes. Exprimir gratidão, para os homens, é mais complexo que para as mulheres, além de trazer conflitos internos. A ideia de distanciamento emocional que é enfiada na cabeça dos homens faz com que dizer “obrigado” tenha uma bagagem emocional reservada apenas para… outras coisas.
Para as mulheres, aceitar um presente como um ato de gentileza é simples, mas para o homem a reação é “que droga, agora eu preciso dar outro presente em troca ou vou ficar parecendo um jumento. A vida seria mais simples se ninguém me desse nada”. Basicamente, dar presentes para homens é uma maneira de arruinar a felicidade deles.

2. Quanto mais longo o relacionamento, pior a escolha de presentes

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Gostamos de pensar que quanto mais tempo passamos com alguém, mais a conhecemos, a ponto de, em algum momento, podermos ler o pensamento da outra pessoa e adivinhar o presente que querem.
Só que não funciona assim. Em uma pesquisa, psicólogos da Universidade de Basel, na Suíça, pediram que casais com dois anos de relação e outros com 40 anos de casamento lessem uma lista de itens, incluindo comida, filmes e apetrechos de cozinha, e dessem notas de 1 a 4 para eles, considerando o quanto gostavam dos itens e o quanto achavam que seus parceiros gostariam de receber aquele item.
Surpreendentemente, os casais jovens eram melhores do que os casais mais velhos em acertar os presentes, que tendiam a achar que seus parceiros tinham os mesmos gostos que eles. Uma possível explicação que os pesquisadores levantaram é que os parceiros estavam mentindo o tempo todo para fazer seus parceiros felizes, ou talvez fizessem parte de uma geração que não dava tanto valor a conversar com o outro.
Apesar de errarem tanto nos presentes, os casais mais antigos também relatavam maior satisfação com o relacionamento como um todo, sugerindo que prestar atenção aos gostos do outro talvez seja um desperdício.

1. Ser o doador mais generoso vai te fazer ser deixado de lado

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Pela lógica, quem paga a pizza para todo mundo deveria ser pessoa mais popular, certo? Pela lógica…
Enquanto ser uma pessoa que nunca contribui para rachar a pizza realmente pode te fazer ser odiado, pagar mais que todo mundo também não desperta muitas simpatias. Em um experimento feito na Universidade do Estado de Washington (EUA), os participantes foram informados de que fariam parte de um grupo de seis em um teste pelo computador (na verdade, os outros cinco participantes eram simulações). Eles recebiam pontos que poderiam mais tarde ser usados para participar em um sorteio, e foram perguntados quanto gostariam de contribuir para um “banco” do grupo.
Quando todo mundo terminava de fazer as doações, o “banco” era duplicado e dividido igualmente. Em outras palavras, se todos fossem generosos, todo mundo se sairia melhor, mas algum sacana poderia não doar nada e ainda assim ganhar.
Em uma segunda rodada, as pessoas poderiam gastar alguns dos seus pontos para punir outro jogador, tomando os pontos deles. Não foi surpresa que os jogadores tendiam a punir os participantes gananciosos que não contribuíam para o “banco”, mas eles também puniam os jogadores que haviam doado mais.
A explicação é simples: queremos ver os grandes doadores se ferrarem por nos fazer parecer tão tacanhos na comparação. Temos um impulso tão forte em forçar as pessoas a se conformarem ao grupo e punir os que se destacam, que punimos os não conformistas até mesmo quando eles estão tornando a vida melhor para o grupo.

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