segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Filtro solar


29/11/2013 19h18 - Atualizado em 29/11/2013 19h28

Médicos brasileiros lançam recomendações sobre proteção solar

Deve-se evitar sol entre 10h e 15h; no NE, exposição já é nociva desde 9h.
Brasileiros devem adotar fator de proteção solar de no mínimo 30.

Mariana Lenharo

Protetor solar (Foto: Reprodução/TV Globo)Consenso dá orientações sobre como deve ser feita
a proteção solar. (Foto: Reprodução/TV Globo)
Especialistas reunidos pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) lançaram, nesta quinta-feira (28), o primeiro Consenso Brasileiro de Fotoproteção. De acordo com o documento, a exposição ao sol deve ser evitada das 10h às 15h. No Nordeste, o sol já é considerado nocivo a partir das 9h. No Centro-Oeste a recomendação vale até 16h, o que vale também para períodos de horário de verão.
O documento traz recomendações que levam em conta a incidência de radiação solar específica no país, mais elevada do que a observada nos Estados Unidos e Europa. Orientações anteriores sobre proteção solar comumente levavam em conta os dados de radiação constatados no hemisfério norte.
“Até então, era muito comum que se importassem esses conceitos de países que tem clima, população e hábitos completamente diferentes dos nossos”, diz o dermatologista Sérgio Schalka, coordenador do consenso e do Departamento de Fotobiologia da SBD. Ele observa que além dos altos índices de radiação solar registrados no país, a população também tem o costume de interagir muito com o sol.

A SBD também recomenda que a população use protetor solar com fator de proteção de, no mínimo, 30. A utilização de fator de proteção menor pode ser indicado em casos especiais, somente mediante avaliação médica.
Vitamina D
O protetor solar não deve ser deixado de lado nem mesmo para garantir a produção de vitamina D, de acordo com o consenso. A vitamina, cuja produção tem a participação da radiação solar, é importante para a saúde dos ossos.

Schalka observa que a quantidade de radiação disponível para a população brasileira é muito alta, de maneira que as pessoas não precisam ir ao sol intencionalmente para produzir vitamina D. “A exposição ocasional já oferece quantidade de radiação suficiente para produzir o necessário de vitamina D.”

O documento cita um estudo feito com a população de São Paulo durante três anos que constata que ficar 10 minutos ao ar livre por dia é já suficiente para uma produção adequada de vitamina D, mesmo levando em conta dias nublados.

Duas camadas ou colher de chá
No dia a dia,  recomendação é usar o protetor solar em áreas que estarão expostas, como rosto e braços. Quando houver uma exposição intencional mais prolongada, como quando se vai à praia, a forma correta de usar o protetor solar, segundo o documento, é aplicar duas camadas do produto em todo o corpo ou uma colher de chá para rosto, cabeça e pescoço; duas colheres de chá para frente e trás do torso; uma colher de chá para cada braço e duas colheres de chá para cada perna.
O protetor solar deve ser aplicado 15 minutos antes da exposição ao sol e deve ser reaplicado a cada duas horas enquanto se estiver exposto. Segundo Schalka, no caso de uma pessoa que trabalhe em ambiente fechado, por exemplo, o ideal é aplicar o filtro de manhã e reaplicá-lo no horário do almoço.
Efeitos nocivos
Os efeitos nocivos da exposição inadequada ao sol, segundo o documento, são queimaduras, elevação da temperatura da pele, envelhecimento precoce, câncer de pele melanoma e não melanoma. De acordo com o Ministério da Saúde, no ano que vem 182 mil pessoas devem desenvolver câncer de pele não melanoma, equivalente a 31,5% do total de casos de câncer.
Neste sábado (30), a SBD realiza uma campanha para prevenir e detectar precocemente o câncer de pele. Das 9h às 15h, 139 postos em todo o país estarão oferecendo atendimento gratuito. Veja onde ficam os postos participantes da campanha.
Bem Estar - Infográfico mostra como os raios solares atingem a pele (Foto: Arte/G1)
 

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