Descoberto gás 7 mil vezes mais potente que o CO² no aquecimento global
Por Natasha Romanzoti em
12.12.2013
as 16:00
Um estudo canadense publicado na Geophysical Research Letters descobriu um novo gás 7.000 vezes mais poderoso do que o CO2 em seu efeito de aquecimento da Terra.
Cientistas da Universidade de Toronto afirmam que o perfluorotributilamina (PFTBA), gás utilizado pela indústria elétrica desde meados do século 20, pode ter um enorme impacto sobre o efeito estufa. Ele é 7.100 vezes mais potente em aquecer a Terra em um período de tempo de 100 anos que o CO2.
O PFTBA tem a maior eficiência radiativa de qualquer molécula detectada na atmosfera até o momento. Mas, felizmente para nós, sua concentração na atmosfera é extremamente baixa, de apenas 0,18 partes por trilhão (pelo menos na área de Toronto), em comparação com 400 partes por milhão de dióxido de carbono. Portanto, embora seja potente, o PFTBA não vai causar os mesmos problemas que o CO2.
Ainda assim, os pesquisadores alertam que deveríamos ser cautelosos. O PFTBA permanece no ar por cerca de 500 anos e, ao contrário de CO2, que é absorvido pelas florestas e oceanos, não há sumidouros naturais para o gás. “Há muito menos PFTBA do que dióxido de carbono, mas ele é muito, muito eficaz na interação com o calor da Terra. Individualmente, cada molécula é capaz de afetar o clima, e porque a sua vida é tão longa, também pode ter um efeito de longa duração”, explica Hong.
A descoberta de PFTBA e seu potencial de aquecimento levanta questões sobre os impactos climáticos de outros produtos químicos utilizados nos processos industriais.
PFTBA é conhecido por suas várias aplicações em equipamentos elétricos, como transistores e capacitores. Os pesquisadores não sabem exatamente quão disseminado é seu uso hoje. Ele pertence a uma classe inteira de produtos químicos utilizados para aplicações industriais cujos efeitos sobre a atmosfera permanecem desconhecidos.
“PFTBA é apenas um exemplo de um produto químico industrial que é produzido, mas não existem políticas que controlam sua produção, utilização ou emissão”, afirma Hong. “Não está sendo regulado por qualquer tipo de política climática”. Como ele tem o potencial de nos fazer mal em grandes quantidades, seria fundamental que houvesse essa fiscalização. [Gizmodo, Guardian]
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