Masturbação faz mal para a saúde. Mito ou realidade?
Por Bruno Calzavara em
6.12.2013
as 17:34
É só fazer uma rápida pesquisa na Internet pela palavra “masturbação” para que você encontre centenas, se não milhares, de gírias para designar o ato. Esta proliferação de gírias sugere que as pessoas querem falar sobre masturbação, contudo, se sentem desconfortáveis em fazê-lo diretamente. A utilização de termos de comédia fornece uma maneira mais socialmente aceitável para se expressar.
Então, antes de falar mais sobre isso, vamos tentar normalizar um pouco. Masturbação, ou tocar nossos próprios órgãos genitais por prazer, é algo que os bebês fazem a partir do momento em que estão no útero. É uma parte natural e normal do desenvolvimento sexual saudável.
De acordo com uma amostra nacionalmente representativa dos Estados Unidos, 94% dos homens admitem se masturbar, assim como 85% das mulheres. Porém, as perspectivas sociais da masturbação ainda variam muito e há mesmo alguns estigmas em torno da prática dela.
Relacionados com este estigma estão os muitos mitos sobre masturbação, mitos tão ridículos que chega a ser incrível que alguém ainda acredite neles (como masturbação causa cegueira e loucura, masturbação pode fazer órgãos sexuais caírem, e masturbação causa infertilidade).
Mas a realidade é bem diferente. Na verdade, a masturbação tem muitos benefícios à saúde. Para as mulheres, a masturbação pode ajudar a prevenir infecções cervicais e infecções do trato urinário por meio do efeito “tenda” ou “balão”, como é conhecida a abertura do colo do útero que ocorre como parte do processo de excitação. O efeito tenda estende do colo e, portanto, o muco cervical. Isso permite a circulação de fluídos, permitindo que fluídos cervicais cheio de bactérias sejam eliminados.
A masturbação ainda pode reduzir o risco de diabetes tipo 2 (embora esta associação também possa ser explicada por uma saúde melhor, em geral), e a insônia através da liberação hormonal e de tensão, e aumentar a força do pavimento pélvico através das contrações que ocorrem durante o orgasmo.
Para os homens, a masturbação ajuda a reduzir o risco de câncer de próstata, provavelmente dando à próstata a chance de expulsar agentes causadores de câncer em potencial.
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Ela ainda melhora o funcionamento do sistema imunológico, aumentando os níveis de cortisol, que, em pequenas doses, pode regular o funcionamento deste sistema. Também reduz a depressão ao aumentar a quantidade de endorfinas na corrente sanguínea.
Além disso, a masturbação pode impedir indiretamente a infertilidade por proteger as pessoas de doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) que podem levar à infertilidade – afinal, você não pode dar a si mesmo uma destas infecções.
Um benefício final para masturbação: é o método mais conveniente para maximizar orgasmos. E há uma abundância de benefícios adicionais com orgasmos, em geral, incluindo a redução do estresse, redução da pressão sanguínea, aumento da autoestima e redução da dor.
Do ponto de vista da saúde sexual, a masturbação é um dos comportamentos mais seguros. Não há risco de gravidez ou proliferação de doenças sexualmente transmissíveis, não há nenhum risco de decepcionar um parceiro ou a ansiedade sobre o seu desempenho, e não há nenhuma bagagem emocional.
E, apenas a um braço de distância, a masturbação pode ser mútua. Masturbação mútua (quando os dois parceiros que estão se dando prazer na companhia um do outro) é uma ótima (e segura) atividade para incorporar nas relações sexuais acompanhadas.
Pode ser especialmente boa para começar a aprender mais sobre o que seu parceiro gosta e demonstrar ao seu parceiro o que você gosta. A comunicação aberta com um parceiro vai melhorar a sua vida sexual e relacionamento, mas também é importante para moldar as habilidades de comunicação para as gerações mais jovens.
Falar sobre masturbação também tem benefícios. Promover visualizações positivas do sexo em nossas próprias casas e na sociedade, incluindo a respeito da masturbação, nos permite ensinar aos jovens comportamentos e atitudes saudáveis sem o estigma e a vergonha. Os pais e encarregados de educação que se sentem constrangidos ou precisam de orientação extra para fazer isso devem procurar fontes de informação sexo-positivas, como as de universidades respeitadas. [Medical Xpress]
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