Economias de Aglomeração
As economias de aglomeração estão relacionadas à concentração geográfica das atividades industriais.
As economias de aglomeração formam uma consolidada estratégia industrial
Economias de Aglomeração – por vezes chamadas de economias de localização
– é um conceito elaborado para designar as aglomerações geográficas das
indústrias e demais atividades econômicas, em especial aquelas que
envolvem o setor secundário. Trata-se, assim, de um fenômeno da economia
em que empresas se concentram em um dado local em busca de algumas
determinadas vantagens no que se refere à cadeia produtiva.
Em resumo, nesse processo, os diferentes
setores industriais buscam uma aproximação a fim de facilitar algumas
questões logísticas, como o fornecimento de matérias-primas, além das
chamadas externalidades, isto é, as relações empresariais entre
os diferentes grupos econômicos para ampliar e melhorar as suas
respectivas capacidades produtivas. Além disso, a formação de economias
de aglomeração provoca a concentração de mão de obra, contribuindo para o
aumento de trabalhadores capacitados e a consequente redução de seus
salários.
Considerando que todo processo de
industrialização de um dado espaço proporciona também a sua urbanização,
é de se esperar que a concentração industrial também provoque o
consequente fenômeno de concentração urbana. No caso do Brasil, essas
economias de aglomeração concentraram seus esforços produtivos ao longo
do século XX nas principais capitais do país, o que provocou uma
urbanização que reverberou na concentração da população nessas cidades,
que se transformaram em grandes metrópoles e, nos casos de Rio de
Janeiro e São Paulo, em megalópoles ou cidades globais.
Tal fator resultou, também, em uma onda
de migrações para as cidades do Sudeste brasileiro, grande reduto das
economias de aglomeração no país, em razão de essa região contar com
mais investimentos em transportes e infraestrutura, tanto para o
escoamento da produção quanto para a exportação de produtos
industrializados e matérias-primas.
Somente no final do século XX e início
do XXI é que esse processo parece estar se invertendo. Isso porque,
graças à Guerra Fiscal que se intensificou após a promulgação da
Constituição de 1988, além da ampliação da rede de infraestrutura e
transportes no país, outras regiões vêm crescendo economicamente e
formando as suas próprias aglomerações industriais.
Observa-se, então, a constituição de uma desconcentração industrial, mais conhecida como deseconomia de aglomeração
– que representa uma verdadeira “fuga de indústrias” para o interior do
território nacional. Desse processo, resulta o crescimento das chamadas
Cidades Médias, que funcionam como atrativos para
empresas que desejam se instalar no interior, afastando-se de movimentos
sindicais, da especulação imobiliária e do trânsito caótico das grandes
metrópoles.
Porto Seco localizado no Distrito Agro Industrial de Anápolis, cidade média localizada em Goiás
O processo de queda no ritmo de
crescimento populacional das grandes cidades em face do crescimento das
cidades médias vem sendo chamado de desmetropolização.
Apesar disso, é precipitado afirmar que as metrópoles não sejam mais as
protagonistas da economia nacional, isso porque elas ainda concentram as
sedes e as fábricas das principais empresas do país.
Por Rodolfo F. Alves Pena
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