quarta-feira, 23 de outubro de 2013

USP São Carlos testa carro sem motorista

USP São Carlos testa carro sem motorista
REINALDO JOSÉ LOPES - Folha de São Paulo - 23/10/2013 - São Paulo, SP
As freadas ainda são um tanto secas, e os computadores de bordo ainda precisam aprender a seguir as faixas delimitadas no asfalto. Com exceção desses detalhes, porém, um passeio no carro sem motorista desenvolvido por pesquisadores da USP de São Carlos (232 km de São Paulo) não é muito diferente da experiência de andar no banco de trás de um automóvel comum.
Oficialmente batizado com a sigla Carina (Carro Robótico Inteligente para Navegação Autônoma), ele foi o primeiro veículo de seu tipo a passar por um teste em vias públicas na América Latina, ao fazer um trajeto de 2 km entre o Sesc e a rotatória do Cristo Redentor de São Carlos na manhã desta terça-feira (22).
`E aí, muitos sustos?`, brincou o cientista da computação Denis Fernando Wolf, coordenador do projeto, depois que a reportagem da Folha concluiu o passeio no banco de trás do carro.
Wolf, após o nervosismo dos preparativos, disse que considerava o teste um sucesso. `É complicado, todo tipo de coisa pode acontecer porque, afinal, você está na rua. Dentro do campus é muito mais tranquilo.`
O cientista e seus colegas integram o Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Sistemas Embarcados Críticos, que também desenvolve outros tipos de veículos robóticos, como pequenos aviões e barcos. No caso dos carros, as pesquisas acontecem desde 2010, mas foi só em julho do ano seguinte que a tecnologia passou a ser adaptada para uso num automóvel convencional (no caso, um Palio Adventure 1.8, com câmbio automático, que passou cerca de um ano na oficina sendo devidamente adaptado).
Uma combinação de sensores, computadores e softwares permite que o carro se autodirija. Para `enxergar` o caminho, ele conta com um GPS (a margem de erro da navegação é de alguns centímetros), uma câmera e um sensor laser que monitora 70 mil pontos ao redor do carro, dez vezes por segundo.
Essas informações são repassadas a um computador (equivalente a um PC de mesa de bom nível, mas sem nenhum hardware especial), o qual, com o auxílio de outro computador de bordo, usam programas especiais para guiar o trajeto do carro.
`MANUAL` COM GPS
Em princípio, o motorista pode programar seu trajeto como faria com o GPS de um carro tradicional, digitando o caminho a seguir e apertando `enter`. Basta destravar o freio de mão para que o carro parta. Um botão vermelho faz com que ele volte ao `modo manual`; além disso, como ocorre com os carros de autoescola, há um freio instalado no banco do passageiro para o caso de o motorista robótico ficar rebelde.
O carro autônomo também é capaz de reconhecer se o semáforo está aberto ou fechado para ele, embora, para simplificar o teste nas ruas, essa funcionalidade não tenha sido testada ontem. A velocidade máxima programada foi de 40 km/h.
O sistema foi preparado para manter uma distância mínima de 10 m dos carros na frente. As freadas bruscas, segundo a equipe, foram pensadas para minimizar qualquer risco de uma batida, já que cerca de R$ 350 mil foram gastos para `embarcar` os sistemas no automóvel.
Segundo Wolf, esse tipo de sistema poderá ser útil tanto para ajudar idosos e pessoas com deficiência quanto para melhorar a eficiência e a segurança do trânsito.
`A estimativa é que, num prazo de cinco a dez anos, esses sistemas terão superado a habilidade de uma pessoa. E a gente sabe que a maior parte dos acidentes ocorre por falha humana mesmo`, diz. A pesquisa recebe apoio financeiro do CNPq e da Fapesp.USP São Carlos testa carro sem motorista
REINALDO JOSÉ LOPES - Folha de São Paulo - 23/10/2013 - São Paulo, SP
As freadas ainda são um tanto secas, e os computadores de bordo ainda precisam aprender a seguir as faixas delimitadas no asfalto. Com exceção desses detalhes, porém, um passeio no carro sem motorista desenvolvido por pesquisadores da USP de São Carlos (232 km de São Paulo) não é muito diferente da experiência de andar no banco de trás de um automóvel comum.
Oficialmente batizado com a sigla Carina (Carro Robótico Inteligente para Navegação Autônoma), ele foi o primeiro veículo de seu tipo a passar por um teste em vias públicas na América Latina, ao fazer um trajeto de 2 km entre o Sesc e a rotatória do Cristo Redentor de São Carlos na manhã desta terça-feira (22).
`E aí, muitos sustos?`, brincou o cientista da computação Denis Fernando Wolf, coordenador do projeto, depois que a reportagem da Folha concluiu o passeio no banco de trás do carro.
Wolf, após o nervosismo dos preparativos, disse que considerava o teste um sucesso. `É complicado, todo tipo de coisa pode acontecer porque, afinal, você está na rua. Dentro do campus é muito mais tranquilo.`
O cientista e seus colegas integram o Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Sistemas Embarcados Críticos, que também desenvolve outros tipos de veículos robóticos, como pequenos aviões e barcos. No caso dos carros, as pesquisas acontecem desde 2010, mas foi só em julho do ano seguinte que a tecnologia passou a ser adaptada para uso num automóvel convencional (no caso, um Palio Adventure 1.8, com câmbio automático, que passou cerca de um ano na oficina sendo devidamente adaptado).
Uma combinação de sensores, computadores e softwares permite que o carro se autodirija. Para `enxergar` o caminho, ele conta com um GPS (a margem de erro da navegação é de alguns centímetros), uma câmera e um sensor laser que monitora 70 mil pontos ao redor do carro, dez vezes por segundo.
Essas informações são repassadas a um computador (equivalente a um PC de mesa de bom nível, mas sem nenhum hardware especial), o qual, com o auxílio de outro computador de bordo, usam programas especiais para guiar o trajeto do carro.
`MANUAL` COM GPS
Em princípio, o motorista pode programar seu trajeto como faria com o GPS de um carro tradicional, digitando o caminho a seguir e apertando `enter`. Basta destravar o freio de mão para que o carro parta. Um botão vermelho faz com que ele volte ao `modo manual`; além disso, como ocorre com os carros de autoescola, há um freio instalado no banco do passageiro para o caso de o motorista robótico ficar rebelde.
O carro autônomo também é capaz de reconhecer se o semáforo está aberto ou fechado para ele, embora, para simplificar o teste nas ruas, essa funcionalidade não tenha sido testada ontem. A velocidade máxima programada foi de 40 km/h.
O sistema foi preparado para manter uma distância mínima de 10 m dos carros na frente. As freadas bruscas, segundo a equipe, foram pensadas para minimizar qualquer risco de uma batida, já que cerca de R$ 350 mil foram gastos para `embarcar` os sistemas no automóvel.
Segundo Wolf, esse tipo de sistema poderá ser útil tanto para ajudar idosos e pessoas com deficiência quanto para melhorar a eficiência e a segurança do trânsito.
`A estimativa é que, num prazo de cinco a dez anos, esses sistemas terão superado a habilidade de uma pessoa. E a gente sabe que a maior parte dos acidentes ocorre por falha humana mesmo`, diz. A pesquisa recebe apoio financeiro do CNPq e da Fapesp.

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